Memento Mori escrita por Nightshade


Capítulo 11
Reverência Pela Vida


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos à linda Betahz, que me mandou a maravilhosa citação deste capítulo!

Primeiro capítulo do dia, pessoal!!



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"A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A reverência pela vida exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir."

— Rubem Alves

 

Dian estava morta.

Seren via todo o pesar e todas as lágrimas que Morwenna derramava pela irmã mais nova. Enquanto haviam estado presas juntas, outros inimigos haviam invadido o lar de Morwenna, quando seu pai e Merlim não se encontravam lá. Dois druidas jovens a esfaquearam e deixaram que seu sangue manchasse a grama.

Merlim se aproximou do corpo para murmurar uma benção e em seguida acender o fogo. Dian estava agora se juntando aos seus antepassados no Outro Mundo, aguardando pelo resto de sua família. Seren abaixou os olhos, sentindo-os arderem e uma lágrima solitária escorreu pelos seus olhos.

Voltou a ergue-los e olhou para o horizonte. Lá, viu uma carroça, mas não era puxada por nenhum cavalo. A pessoa que a conduzia vestia uma longa capa negra e o capuz escondia seus olhos; atrás, sentada e parecendo feliz e saudável ao mesmo tempo em que emitia um brilho levemente dourado, estava Dian, do jeitinho que ela se lembrava. A garotinha ergueu a mão e acenou, animadamente. E um segundo depois, não estavam mais lá.

Ankou...— ofegou, mal acreditando em seus olhos.

Uma mão gentil se apoiou em seu ombro, o apertando carinhosamente. Seren ergueu a cabeça, e encontrou o olhar cinzento de Merlim. Sua expressão estava estranhamente impassível, mas seus olhos pareciam levemente perturbados.

— Você viu, Seren? - ele perguntou, segurando seu cajado mais perto de si.

— Sim. - ela sussurrou - Sim, eu vi.

Merlim nada respondeu. Apenas passou o braço por seus ombros e a forço a andar. Todos já haviam saído dali e a pira funerária já havia se extinguido levando Dian consigo.

— Venha, vou leva-la até Arthur. - ele disse - Seu pai já deve estar preocupado com você.

***

Tom Riddle encarou Aura Mors. Ele não sabia dizer como, mas a expressão da garota estava diferente. Não havia brilho em seus olhos, e eles pareciam mais do que nunca como um céu em tormenta. Poderia até mesmo imaginar raios ali em suas íris. Sua expressão pálida contrastava com a escuridão de seus cabelos, como sempre, mas agora que estes se encontravam presos pela primeira vez, ele pode observar corretamente os traços bonitos e altivos de Mors. Quase compreendeu o motivo de todos os garotos se transformassem em idiotas quando ela estava por perto.

Mors o olhava com uma intensidade desconfortável e obstinada; era como se ela pudesse ler todos os seus pensamentos, mas ele não pudesse ler os dela. Como se ela soubesse exatamente o que se passara por trás daquelas portas as quais ele acabara de fechar.

— Senhorita Mors - ele tentou ser educado - posso ajuda-la? Já é tão tarde...

— Eu serei breve, Thomas. - seu tom foi cortante e gélido, como uma lança de gelo - Não se preocupe muito com o horário, afinal, você é o monitor.

— Não entendo o que a senhorita tenha para me dizer. - ele recomeçou - Mas professor Slughorn não ficará nada satisfeito de vê-la ainda aqui.

— Professor Slughorn não irá nos ouvir, Thomas. - ela deu um sorriso - E, se por algum motivo ele sair por aquelas portas, jurará que eu não estou aqui.

O brilho voltou aos olhos dela. Aquele maldito brilho de mistério.

— Então, o que você quer? - ele rosnou, deixando a máscara de cavalheiro cair e sacando a varinha.

Aura Mors não fez nenhum gesto ameaçador. Nem ao menos tirou sua varinha das vestes. Não pareceu nem ao menos amedrontada. Apenas deu três passos para frente, para que pudessem ficar perfeitamente cara a cara. Não era difícil, ela era exatamente da mesma altura que ele. Ela não se curvava, não desviava os olhos e o olhava como se fosse uma deusa ao lado de um simples... mortal.

Aquilo o irritou muito. Aquilo o irritou completamente.

— Que bom que estamos falando sinceramente, olhando-nos nos olhos. - Mors disse, diminuindo seu sorriso - É sempre mais fácil assim. Sem máscaras.

— Vá direto ao ponto. - ele apertou a varinha, lutando contra o impulso de a mata-la ali mesmo, em frente a sala de Slughorn, sem se importar com as consequências que se seguiriam.

— Você já fez uma horcruxe, não é mesmo, Thomas? - ela perguntou, em um tom de quem já sabia a resposta. Riddle sentiu seu sangue gelar. Como ela sabia? - E agora, que fazer outra. Mas sei que não irá parar por aí. Por isso conversou com Slughorn hoje, não foi? Para poder tirar uma pequena dúvida que possuía, não?

Ele ergueu a varinha, apontando para ela.

— E o que pretende fazer, Mors? - ele cuspiu o sobrenome dela - Pretende me chantagear? Me ameaçar? Coloque-se em seu lugar, sua garota tolinha. Não há nada que você possa fazer contra mim! Mas eu posso fazer da sua vida um inferno! Se eu quiser que você caia, você estará no chão. Se eu quiser você morta, em um segundo sua respiração cessará. Se eu quiser que você sinta dor, você estará de joelhos implorando pela morte! Compreende isso?

— Não vim ameaçar você, Thomas. - o tom de Mors não estava alterado. Mas ela parecia agora quase... divertida - Vim lhe dar um aviso, ou melhor, um conselho.

— Que conselho? - ele respirou rapidamente. Sua raiva aumentava a cada minuto que passava.

— No dia em que você nasceu e sua mão, Merope Gaunt morreu, era para você ter partido também. Não iria sobreviver. - ela disse e ele se encontrou sem fala - Mas a Morte não o levou, ela teve pena de um garoto que teria um futuro tão grandioso e uma vida tão longa pela frente. Ao contrário do que muitos pensam, a Morte é piedosa também. - os olhos cinzentos ficaram mais intensos - Mas você está destruindo a sua vida, por temer a Morte. Tentando evita-la, você morrerá. Não consegue compreender.

Aura Mors havia se aproximado mais dele. Seus narizes quase se tocavam. Ele podia sentir a respiração fria da garota tocar seu rosto. Frio parecia emanar dela, como a névoa de um espírito. Ele abaixara a varinha sem nem ao menos notar e mal sentia suas mãos tremerem. Ele estava assustado. A última vez que se sentira tão assustado antes fora aos onze anos, quando o maldito Dumbledore o encontrara pela primeira vez.

Mas Mors não passava a mesma sensação que Dumbledore. Ela parecia ser algo único, diferente e frio. Mas ao mesmo tempo, havia simpatia em seu olhar e ela relaxou sua expressão severa. O Herdeiro de Slytherin se sentia paralisado, sem saber se por um feitiço ou não; mas voltou a si quando a mão gélida e pequena de Mors segurou a sua e a ergueu.

Ela observou o anel em seu dedo, com pesar, e apertou sua mão carinhosamente.

— Pense em tudo isso, por favor. - ela murmurou.

Ele ainda não conseguia se mexer enquanto a observou se virar e andar pelo corredor.

— Quem é você...? - ele murmurou, não esperando que ela fosse ouvir.

Mas Aura Mors parou e virou para olhar por cima do ombro, comum sorriso leve.

— Eu sou a única que você não pode derrotar, Thomas Riddle.


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Notas finais do capítulo

Bem, esse foi dos infernos! No bom sentido kkkkkk

Comentem e digam o que acharam!!!!



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