Back to you-Reneslec escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 4
Desespero


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/259q8GTczuQ-Renesmee luta contra Aro.
https://youtu.be/dobvRk_QP8o-Renesmee luta contra Caius.



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P.O.V. Alec.

Eu informei os Mestres de que a Cullen havia passado mal e que eu havia mandado Jane ao hospital para roubar bolsas de sangue.

—Você... o que?!

—Mestre, se ela morrer... estamos perdidos! Os Cullens vão nos esfolar vivos! Especialmente Isabella.

—E o que ela tem?

—Sangramento no nariz. O nariz dela está sangrando como uma fonte e ela está inconsciente, se continuar sangrando daquele jeito capaz que morra.

—E o que desencadeou o sangramento?

 Tirei as luvas e permiti que Aro lesse meus pensamentos. Me foquei naquele momento na cozinha.

—Magnífico. Ela não estava brincando ou mentindo sobre a coisa de ser bruxa.

—Alguém tem que ir até o quarto dela e ficar com ela.

—Eu vou.

Quando eu cheguei, ela estava tossindo, estava se afogando no próprio sangue.

Tive que sentá-la na cama, tinha sangue pra todo o lado.

—Irmão.

—Trouxe o sangue?

—Trouxe.

—Me dá.

Eu furei a bolsa e forcei o sangue pela goela dela.

—Vamos! Vamos Cullen, reage!

Depois de dez minutos contados no relógio ela finalmente começou a engolir.

Vi suas íris irem de seu costumeiro castanho chocolate para um azul frio e morto. Ela realmente estava com sede.

Bebeu vinte bolsas de sangue duma vez.

—A quanto tempo você não...

—Desde que eu cheguei.

—Você podia ter morrido, sabia?

—Melhor eu do que outra pessoa.

Eu fiquei meio chocado.

—Não pode estar falando sério!

—Muito sério! Eu vou limpar essa bagunça.

Ela começou a tirar o lençol da cama, tirou toda a roupa de cama. E começou a raspar o sangue de lá com as unhas.

—O que está fazendo?

—Tirando a mancha.

 Encheu uma bacia com água fria e detergente, e enfiou a roupa de cama lá dentro. Fez ela afundar bem na água.

—Daqui a trinta minutos eu tiro isso dai. Agora, vou ter que dar um jeito no colchão. 

Ela carregou o colchão pra fora, jogou água fria encima dele e depois vinagre branco e esfregou com um escovão.

—O que ela está fazendo?

—Eu não faço ideia Dimitre.

—Tirando a mancha de sangue do colchão.

Respondeu ela.

Dai, atirou mais água no colchão.

—E como você vai dormir nisso ai?

—Relaxa, eu vou secar.

Ela abriu a mão e foi fechando-a em punho, devagar. Enquanto o fazia, o colchão soltava fumaça.

—Pronto. Seco á vapor.

 Carregou o colchão de volta para dentro e fez o mesmo com a roupa de cama. A mancha tinha sumido e estava tudo seco e ela arrumou a cama rapidinho.

 Me lembro de como me senti quando a pequena Cullen estava morrendo naquela cama. Sangrando, sem parar como uma condenada.

Eu me senti... desesperado.  Só havia me sentido assim, uma única vez em toda a minha existência. Quando estava prestes a ser queimado vivo.

 Não me lembro bem de como ou o que aconteceu, mas lembro-me de como me senti.

—Se não se alimentar direito você vai morrer.

—Meu filho, sou descendente de Amara Petrova e Katherine Pierce, eu sempre sobrevivo.

Levei-a até os Mestres.

—Você sabe lutar?

—Melhor que você eu aposto.

—Eu gosto de um desafio. Leve-a ao pátio de treinamento.

—Vamos.

—Vamos parar no meu quarto primeiro, tenho que trocar de roupa e pegar umas coisas.

Ela colocou uma roupa que parecia o personagem de algum desenho animado. Então, pegou uma espada japonesa com umas escrituras estranhas e uma arma de fogo.

—Agora podemos ir. E o nome da espada é Katana.

—Percebe que vamos lutar não é?

—Eu sei o que vamos fazer.

Nós chegamos ao pátio de treinamento e Mestre Aro riu.

—Quais são as regras?

—Não existem regras.

—Ótimo.

No início ela apanhou feio, mas depois... ele apanhou feio. A espada cortou sua pele impenetrável.

Ele ficou muito ferido.

—O que é isso?

—Nada de regras, lembra? Você mesmo disse.

Depois ela lutou contra Marcus e meteu bala nele que também foi derrotado, ficou severamente ferido.

—Relaxa, arranque as balas e se alimente. Vai ficar bem. Próximo.

Quando chegou a hora de lutar contra Caius, a híbrida lutou com uma fúria que eu acho que nunca havia visto em ninguém. Foi um confronto violento e nós com certeza não vimos aquilo vindo.

Ela deu um pulo alto para se desviar do golpe de Caius e quando desceu, a espada atravessou o crânio dele. E pra fechar com chave de ouro, ela torceu a espada atravessada no crânio do Mestre Caius.

—Morra bastardo. 

Ela arrancou a espada do crânio dele e botou fogo no resto.

—É, ela não vai curar. E eu não me arrependo.

Estávamos todos em choque. Ela não matou os outros Mestres, mas assassinou brutalmente o Mestre Caius.

—É boa não é?

—O que?

—A sensação que se tem quando alguém que você ama, um membro da sua família é brutalmente assassinado bem na sua frente e você não pode fazer merda nenhuma pra impedir. Isso foi pela Tia Irina, seus cretinos. Eu acho que... nem se compara né? A minha tia era inocente, mas o Caius... o filho da puta tava se afogando em sangue inocente e merecia uma morte bem lenta e bem dolorosa. Eu fui misericordiosa.

Alguns meses se passaram, Aro queria fazer algo contra ela, mas sabia que simplesmente não podia.

—Que tal outro baile?

—Que tal uma festa? Bailes são... ultrapassados. E á propósito, eu te perdoo.

—Me perdoa pelo o que?

—Por ter tentado assassinar a minha família. Engraçado, Caius era o que eu mais odiava e eu tive misericórdia dele. Tirei sua vida. A morte é simples, fácil... a vida é mais difícil. Viver, trancado nesse lugar, sendo prisioneiro da escuridão, sem poder ver o sol,  as pessoas, sem poder viver de fato. Acho que esse é o pior e mais cruel dos castigos.

—Falando nisso...

—Sim. Sim é verdade. Minha família pode sair ao sol. Com os meus pais e tios foi obra da minha mãe, mas os primos Denali... fui eu.

—Pode fazer conosco?

—Posso.

Aro deu um sorriso, mas então... ela completou:

—Mas, não vou. Essas pessoas lá fora não merecem isso. Elas nunca deveriam ter que conhecer tamanho mal.

—O que quer dizer com mal?

—Eu não vou libertar vocês nesse mundo. Vocês não conseguem se conter, seu único prazer é matar, torturar e destruir.

—Eu juro por Deus que se você não me der o que eu quero...

—Não devia falar o nome de Deus. Você não deveria usar palavras cujo significado e poder você não compreende. Não posso libertá-los nesse mundo e não vou.

Ela se virou para sair e Aro a atacou. Agarrou-a pelo pescoço.

Então ela enfiou a mão no bolso de trás da calça e injetou algo no pescoço de Aro.

Ele a largou, caiu de joelhos e seus olhos se fecharam.

—Ele vai acordar. Da próxima vai ser veneno de lobisomem. Acho que já passou da hora de botar tudo isso no chão. De acabar com tudo.

Ela saiu.

As horas foram se passando, mas ele não acordava.

Eu fui procurá-la no seu quarto, mas ela não estava lá. O dia estava lindo.

Eu a encontrei sentada no balanço, tomando sol.

—Ele só vai acordar amanhã. A substância que injetei nele leva vinte e quatro horas pra sair do organismo.

Ela começou a se balançar.

—É incrível que mesmo em meio á toda essa feiura, á toda essa morte... pode haver algo tão lindo e tão vivo quanto esse jardim.

Eu vi uma lágrima escorrer dos olhos dela.

—Porque está chorando?

—Porque estava pensando no Jacob. Ele era meu amigo, meu melhor amigo e ele morreu pra me proteger.

—Quem é Jacob?

—O lobo. Lembra? Do dia em que nos conhecemos lá na clareira? Eu estava encima de um lobo enorme.

—Eu me lembro. Me lembro do cheiro também. Era horrível.

Ela riu. Mas, então ficou séria.

—Estávamos na reserva. Caminhávamos na beira do riacho, perto da fronteira quando... aquele vampiro, acho que era um recém criado.  Veio atrás de mim. Eu tinha machucado a minha perna.

Ela começou a chorar.

—O cheiro do sangue o trouxe. Ele tentou me atacar... Jacob se transformou, se colocou na frente do vampiro... eles brigaram e então... ouvi o estalo. O vampiro havia quebrado o pescoço dele. Ele voltou a forma humana e... foi naquele dia que eu descobri que era bruxa. Fiquei tão... puta da vida.  Dei um grito que ainda ecoa nos meus ouvidos, nos meus pesadelos em noites de tempestade. O vampiro voou longe. Eu quis que ele queimasse e ele queimou. Eu quis que ele morresse e ele morreu. Depois daquele dia, eu comecei a treinar. Aprendi a falar latim, aramaico e todas as outras línguas antigas, comecei a testar os feitiços do grimório e todos funcionaram. Dai, uma bruxa amiga da minha mãe veio me ajudar.

—E?

—E? Genevieve me ensinou a canalizar, a sifar,  tirar poder das chamas, da água, da terra, me ensinou que eu conseguia literalmente sentir  a vida que emanava das coisas. Mas, como uma boa meia vampira, isso me concedeu uma infinidade de dons negros.

—Dons negros?

—Eu falo com as cobras. Chama ofidioglosia, é extremamente raro e extremamente... das trevas. Quando fico com medo, com raiva... faço tempestades de escalas inimagináveis, com ventos de mais de sessenta quilômetros por hora. Posso fazer alguém sangrar pelos olhos até morrer. Tipo, a Bloody Mary. E eu descobri que a avó da minha bisavó, praticamente inventou a magia negra. E por mais que nunca vá admitir isso pra mais ninguém... eu gosto.


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