Deus Salve a Rainha escrita por Lady Led


Capítulo 8
Espero que você primeiro salve a si mesma, depois venha para mim.




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O coração de Amália se enche com algo que ela nunca experimentou na vida até aquele momento. O corpo de Catarina tão próximo ao teu faz com que ela prenda a respiração para não sentir aquele perfume que emana do seu corpo, tão tentador. Ela acha que é dessa maneira que a princesa conquista todas as pessoas. Deve ter algo cruel rondando aquele perfume, algum tipo de bruxaria.

“Você vai me deixar ir embora, Catarina.” Seus seios estão ofegantes, fazendo um movimento de ir para cima e para baixo, e Amália quer cruzar os braços porque o olhar da mulher a sua frente em cima deles faz com que suas pernas percam toda a sua função de a segurar de pé na terra.

“Vou, é?” Catarina segura o ombro de Amália com as mãos gelados. Os dedos magros cutucando o osso. Ela está tão gelado que a pele quente da ruiva que arrepios profundos correm o corpo dela, fazendo com que seu pulso acelere com a mudança de temperatura tão brusca que está vivenciando naquele pequeno local da sua pele. “Me conte mais de como deixarei que você corra por ai com um segredo meu.” Sua língua sobe e desce dentro da boca, e Amália sente sua garganta rachando por um instante, seca demais para que a saliva que ela está tentando engolir consiga passagem.

“Eu guardarei o seu segredo.” Ela diz, os seios agora indo e vindo em uma velocidade mais calma, quase como se o ataque que as batidas do seu coração haviam feito contra as suas costelas fossem nada mais do que apenas a imaginação dela de instantes atrás. “Não contarei para ninguém.”

“Não somos mulheres burras, Amália.” Catarina ainda está muito próxima dela, respirando o mesmo ar. “Diga-me o que você quer em troca.”

Sua cabeça roda em milhares de cenários. Amália não queria nada mais em troca do que sair dali, se esconder em seus aposentos durante todo um dia, deitar-se na cama com Afonso, beijando seus lábios de uma maneira que a fizesse conseguir esquecer o que é que estivesse passando na sua mente.

“Afonso.” Amália diz em um impulso. Ela se pega mordendo a língua assim que o nome sai de sua boca, afinal, Catarina está sorrindo de um jeito mais radiante do que em momentos anteriores.

“Você tem que ser uma menina muito ingênua para achar que eu ainda quero algo com Afonso.” Ela está próxima demais de Amália. Seus seios cobertos e empinados estão empurrando os seus por sobre a camada de roupa, e a ruiva se esquece como respirar por alguns instantes enquanto percebe que a pele dela também erradia frieza naquele local.

“Nós deixe em paz, Catarina.” Sua voz não é nada mais que um sopro jogado pelo ar da sala. Ela tem medo da mulher que está a frente dela, mas tem mais medo que está sentindo naquele momento. Tem medo de que o corpo dela a traia, porque ela sente a necessidade de sentir mais ainda o calor da mulher. “Só isso que peço.” 

“Só isso, querida?” Catarina a olha, a olha como quem enxerga a alma dela e os desejos ocultos que ela está trazendo naquele corpo que ela não sabe como lidar. Sua garganta está seca, os lábios rachadas estão implorando para algum tipo de atenção antes que ele se danifique mais. Os cabelos ruivos estão embaraçados e jogados sobre os seus ombros, caindo pelas costas.

Ela quer apertar a cintura de Catarina que está tão próxima a dela, e sugar a sua respiração junto com a dela, para sentir que gosta tinha a maldade que seus lábios conheciam tão bem. Amália quer sentir o veneno correndo pelas veias dela como quem se deita com a morte e não tem medo pois ela é apenas uma velha amiga.

“Eu só quero ficar em paz.” Ela quase não consegue soltar. As mãos de Catarina parecem ser fantasmas quando ela toca o seu braço esquerdo, segurando levemente o pulso magro. Amália sente o desejo quase monstruoso de cair no chão, e implorar para que Catarina a deixe em paz, porque ela não pode lidar mais.

Catarina lhe lança um sorriso, um sorriso que Amália nunca tinha visto em seus lábios e na sua feição. É um sorriso que faz com que o coração da mulher ruiva quase caia e se quebre com a simplicidade e pureza que contém nele. Aquele sorriso no rosto de uma princesa tão cruel quanto a Catarina quase se parece com uma careta, uma pintura que não tem como objetivo algum estar parecido com a realidade.

“Então em paz você ficará.” Ela leva o corpo para trás, arrastando seus pés sobre o chão de concreto e mármore do castelo. As panelas que estão penduradas em ganchos enferrujados na cozinha tintilam sobre o vento forte que passa por elas naquele momento. Amália se sente estranha com aquele vento, o corpo se sente jogado em um redemoinho ou dentro de um lago que ela sabe inevitavelmente que se afogará por não saber nada.

Amália puxa a roupa para mais perto de seu corpo, cobrindo toda a pele que ela conseguir no instante que o corpo de Catarina, já a passos do dela, se aproxima rápido como uma flecha. As mãos magras da princesa estão em seu rosto, e os lábios estão presos nos delas antes que Amália se lembre de apenas respirar ou fechar os olhos.

É um segundo apenas, ela sabe, mas parece que o tempo havia parado. Os lábios de Catarina são suaves, e por incrível que pareça estão quentes sobre os dela. Ela quer gritar, quer se afastar e quer arrancar as roupas, todas as coisas ao mesmo tempo.

Mas Catarina já está se afastando dela, jogando o cabelo longo e escuro por sobre os ombros enquanto seus olhos voltam a ficar nublados de raiva e ódio.

Amália não sabe como reagir, o seu coração está vacilando as batidas, e causando tanto estrago dentro dela que ela acha que as costelas irão se partir, que a sua pele irá se abrir e o corpo começará a virar pó, rachando pedaços pequenos por pedaços pequenos. Ela não sabe o que sente, não sabe e não quer saber porque o corpo em vez de estar em total repulsa está esquentando, se aquecendo quase como um forno.

“Fique longe de mim.” Ela quer se virar e gritar no rosto de Catarina, mas o sorriso vitorioso e cheio de poder e de veneno está em seus lábios novamente, fazendo Amália querer estapear aquele rosto magro como a morte que está a frente dela. “Nunca mais se aproxime de mim.”

“Seu desejo é uma ordem.” Catarina faz uma falsa reverencia, como ela sempre faz para debochar da posição de futura rainha de Amália. Seus cabelos caem novamente sobre os ombros, e ela endireita o corpo, mais rígida e altiva do que sempre. Os pés de Catarina a levam até a escada, e Amália quase entra em combustão quando os ombros delas se chocam quando a princesa passa por ela para subir as escadas que levam até o salão e ao corredor em direção aos quartos.

Os joelhos de Amália querem ceder, querem derrubar o corpo magro e tremido dela no chão, esmagando tudo que ela está sentindo dentro do seu corpo. Amália toca os lábios com a ponta dos dedos finos, e chora, por que Deus sabe o quanto ela havia gostado daquilo.


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Notas finais do capítulo

SIM, EU SUMI! DESCULPAS.

Mil desculpas por isso, mas eu estava em bloqueio e bem, a faculdade começou de novo e eu estava tentando me colocar nos trilhos. Espero que vocês entendam ♥

ENTÃO, O QUE ACHARAM DO CAPÍTULO? Não esquece de comentar.

XOXO, Led.