Sohan e eu estávamos juntos, finalmente. 

Depois de muitos anos negando um sentimento, eu finalmente me dei conta de que ainda o amava. E era um amor puro e tão natural, como se realmente nós dois pertencêssemos um ao outro.

Eu vivia cercada por casais que se amavam e se completavam perfeitamente: meus pais, meu irmão e sua esposa, meus avós Mike e Sara, meus tios Nilima e Sunil, e sempre sonhei em viver um amor assim, para a vida toda. Eu imaginava que reconheceria esse amor quando ele surgisse. 

Quando conheci Robert, fiquei encantada por ele. Robert era bonito, mais velho e experiente e muito inteligente. Eu o amei, mas não me senti especial com ele. Ainda assim, achei que eu quisesse passar a minha vida com ele. 

Robert foi o meu primeiro relacionamento sério, foi o primeiro homem para quem eu me entreguei de corpo e alma, mas ele não me modificou. Então um dia eu percebi que não era ele. 

Eu não pretendia encontrar outro, estava ocupada demais para buscar um amor naquele momento. Mas ele veio, tão naturalmente quanto um suspiro. E ele me tocou, como nenhum homem havia tocado antes, porque ele tocou minha alma. 

Nós estávamos felizes, vivendo esse amor, reencontrando nossa velha amizade, há tanto tempo deixada de lado, descobrindo-nos e conhecendo-nos. 

Sohan e eu estávamos juntos há poucos dias, mas era como se estivéssemos juntos a vida toda. Havia tanta cumplicidade em nossa relação, que eu me sentia muito mais forte e segura. 

Embora eu quisesse estar com ele o tempo todo, eu tinha um trabalho a fazer. Mais do que isso, eu tinha uma missão, e não estaria plenamente feliz e realizada, antes de fazer o que eu precisava. Então, parti para a Índia

A primeira coisa que eu fiz, foi a mais óbvia: implantar os projetos de modernização na empresa. Sohan e eu já tínhamos providenciado tudo nas últimas semanas e eu precisava apenas supervisionar. Assim que os novos equipamentos chegaram à sede indiana, com a ajuda dos gerentes daquela unidade, foram selecionados os funcionários que receberiam treinamentos específicos e aqueles a quem ofereceríamos cursos mais completos. 

Eu queria que todos os funcionários estudassem, então implementei uma escola dentro da sede da empresa. Contratei professores para ensinar desde a alfabetização e fiz um levantamento de todos os funcionários da empresa. Fizemos adequações nos horários de trabalho para que todos pudessem estudar. Passamos a oferecer escola também aos familiares de nossos funcionários, para que os filhos destes também estivesse qualificados para, no futuro, trabalharem em nossa empresa ou em outra.

Demoramos cerca de um mês para implementar todos os projetos na empresa. Ao final, eu me senti realizada, porque a primeira fase da minha missão de vida estava terminada. Durante aquele mês, eu estive longe de Sohan, e sentia sua falta. 

Nós nos falávamos todas as noites. Depois do trabalho, ligávamos nossos computadores e passávamos horas diante da tela, falando sobre o nosso dia, assim como fazíamos quando crianças. Era maravilhoso ver como Sohan ainda era o mesmo menino que foi meu melhor amigo. Ele agora era um homem inteligente, forte e lindo, mas mantinha a pureza daquela criança. Ele ainda era tão carinhosos, atencioso e cuidadoso. Eu o amava, cada dia mais, mas ainda não tinha dito isso a ele. 

Eu sabia que Sohan viria até a Índia em breve, como presidente da empresa, para ver de perto os novos projetos e inaugurar a nova fase das indústrias Rajaram na Índia. Estávamos preparando uma grande festa, e eu estava ansiosa para revê-lo. Sohan chegou de surpresa alguns dias antes da festa.

Eu não quis morar na casa onde Nilima viveu. Era grande demais e eu preferia ficar em um apartamento pequeno. Para aquela mansão, eu tinha outros planos. Naquele dia, eu cheguei em casa e depois de comer e tomar banho, fui para o quarto com o meu computador, sentei na cama, como de costume e liguei para Sohan, mas ele não me atendeu. Achei estranho, mas imaginei que ele ainda estivesse no trabalho. Fechei o notebook, deitei na cama e acabei cochilando. Acordei com o som do interfone. Pensei que fosse alguém da empresa. Atendi logo.

— Oi?

— Oi linda! Sou eu, Sohan. Não consegui ficar nem mais um dia sem você. Por favor, abra a porta para mim?

Meu coração começou a bater tão forte, que parecia que iria rasgar meu peito. Minha respiração ficou mais rápida e minhas pernas bambearam. Eu fechei os olhos e sorri. Não consegui dizer mais nada. 

Apertei o botão para abrir o portão, então fui até à porta. Ouvi os passos de Sohan subindo rápido as escadas, então eu o vi apontar no último degrau. Ele parou e olhou para mim, segurando um buquê de tulipas amarelas, minhas favoritas. Ele suspirou e abriu um sorriso largo, de perder o fôlego. 

Senti meus olhos arderem e as lágrimas descerem pelo meu rosto. Corri para ele, jogando-me em seus braços. Sohan apertou seus braços ao redor de minha cintura e me ergueu do chão, carregando-me de volta para o meu apartamento, então me colocou de volta no chão.

— Por que você está chorando Priyatama?

— Por que eu não sabia que estava com tantas saudades. Eu não sabia o quanto eu precisava de você. Eu amo você Sohan!

Ele sorriu emocionado, tocou meu queixo suavemente e aproximou seu rosto do meu, olhando nos meus olhos, então tocou seus lábios nos meus suavemente e nós nos beijamos com carinho e emoção. 

— Você não sabe como é bom ouvir isso dayita. Eu também te amo. 

Então, durante toda aquela noite, nós trocamos juras de amor. E eu me senti completa novamente.