A Bela Fera escrita por HeyIvye


Capítulo 4
Revealing his true side


Notas iniciais do capítulo

Eu nunca sei o que dizer nas notas do capítulo ksksks Mas enfim, boa leitura lindíssimxs...



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Logo após a refeição, Taeyong me deu um passeio pelo enorme castelo como prometera momentos antes. Ao todo o Castelo tinha 17 cômodos e um grande sótão que não foi incluído no passeio. Minha curiosidade mordeu um pouco quando me falou que aquilo estava fora dos limites mas consegui segurar-me de perguntar a razão. Já havia me intrometido o suficiente.

Falando em intrometer...

— Partirei hoje mesmo após o jantar. Disse, enquanto caminhávamos de volta ao salão principal após retornar do corredor proibido. – Agradeço imensamente sua hospitalidade porém não devo continuar lhe sendo um estorvo aqui.

Taeyong me olhou surpreso e por um momento pensei ter visto algo parecido com... O quê? Tristeza. Não estou certo. Porém ele rapidamente colocou uma expressão neutra de volta em seu rosto.

— Você de forma alguma é um estorvo Jungwoo. É certo que não recebo visitas a um longo tempo e tê-lo aqui tem sido muito interessante.

Ao chegarmos à sala de descanso, sentei-me em uma poltrona enquanto ele acendia a lareira e se mantinha falando.

— Não me incomodo em tê-lo aqui. Além do mais, está ferido lembra? Precisa curar-se para seguir viagem, caso contrário isso infeccionará e poderálhe fazer muito mal.

Considerei suas palavras por um instante e vi que ele estava sendo sincero. E também tinha razão, não poderia seguir viagem a cavalo com ... MEU DEUS, O CAVALO.

Ofeguei, me levantando rapidamente da cadeira. Eu havia deixado meu cavalo amarrado na árvore a quase dois dias. Eu havia esquecido totalmente dele. Taeyong assustou-se com meu ímpeto e seguiu atrás de mim quando comecei a correr em direção a porta da frente. Antes de alcanÇa-la, congelei lembrando da grande fera que poderia estar solta nos jardins. Teria ela, a essa hora, devorado meu cavalo? Estava tão consternado que nem percebi que Taeyong chamava meu nome até que senti suas mãos no meu ombro. Me virei e encontrei seus olhos preocupados em mim.

— Você está bem? O que houve?

— Sim sim, estou bem eu só... Lembrei que havia deixado meu cavalo do lado fora em frente ao portal. Com tudo o que aconteceu esqueci-me completamente desse fato.Passei as mãos pelos cabelos, perturbado. Como iria retornar para casa? Jamais conseguiria o percurso a pé. Não tinha provisões para tal. Morreria de cansaço e frio. A frustração foi então, mudando gradualmente para raiva em minha cabeça. Kim Taeyong me feriu, comprometeu o meu retorno para casa por causa das porcarias daquela rosas. Me virei para ele e vi que estava falando algo comigo que eu simplesmente não conseguia absorver na névoa de raiva. Em uma explosão repentina, o empurrei com ambas as mãos e comecei a gritar sobre como estava perdido e ferido por culpa dele, daquela COISA HORRENDA lá fora e das malditas flores. Gritei a plenos pulmões, culpando Deus e o mundo pelo meu infortúnio, longe de casa e com possibilidades reduzidas, não saberia o que fazer. Eu estava perdido, eu estava perdido.

De repente senti um tapa forte na minha bochecha. Olhei para cima em Taeyong e percebi que havia me ajoelhado no chão durante meu surto. Ele franziu a testa para mim e pude jurar que por um momento seus olhos brilharam um verde oliva profundo, o que não poderia ser possível visto que Taeyong possuia olhos castanhos.

— Só para que você saiba, seu cavalo não foi feito de refeição para "coisa" alguma. Ele está no estábulo na parte de trás do castelo e muito bem alimentado e saudável. Aliás,- Me olhou dos pés a cabeça com desdém - não graças a você.

Um arrepio subiu pela espinha de Jungwoo. A voz do Taeyong havia ficado ainda mais grossa, saindo quase como um rosnado. Ele então, virou as costas e seguiu até às escadas e foi possível ouvir a porta bater alto no andar de cima. Taeyong havia sido gentil com ele desde o início e ele o havia levado ao limite.

Jungwoo suspirou, ainda um pouco chocado com a situação. Algo no fundo da sua mente clicou de que havia algo errado mas não poderia dizer ao certo. Como alguém pode ser tão calmo e gentil em um minuto e no seguinte suas palavras saírem duras e ásperas daquela forma? Não que ache que está do lado certo, sabia que precisava redimir-se mas não fazia ideia de como faria isso. Toda a sua vida, pelo menos desde que se entende por gente, fora acostumado a ser acatado de todos os modos. Nunca recebera de ninguém além de seu pai, nem mesmo de sua mãe, quaisquer palavras malcriadas ou repreensão. Ainda assim, por sempre ter procurado fazer a vontade de seu pai, raramente esteve no fim desta ao contrário de seu irmão Donghyuck. Estar se sentindo culpado ou errado lhe eram sentimentos estranhos.

Portanto, esperaria Taeyong se acalmar e lhe pediria desculpas. Talvez ele possa fazer o jantar hoje? Será que conseguiria? Pensando nisso se levantou do chão e marchou até a cozinha com tal objetivo em mente. Limparia sua imagem ainda hoje. Jungwoo odiava estar errado.

—--***---

Como diabos isso pode ser tão difícil? Jungwoo olhava para a "sopa" na grande panela como se esta lhe houvesse insultado. Não entendia. Havia seguido tudo segundo o que viu na infância nas longas horas que passava observando sua Ama na cozinha.

Ela o colocava no balcão ao lado dela e lhe contava várias histórias enquanto seus dedos ágeis preparavam o que tinha que ser a melhor refeição de toda a província. Por ser curioso, em dado momento Jungwoo pediria para lhe explicar como se fazia aquela comida tão perfeita. Ele se dedicou muito em ouvi-la, lembrava perfeitamente cada passo, sua memória não falhava. Como pode ter dado tudo tão errado?

Ele olhou novamente para dentro da panela, passou as mãos pelos cabelos e passeou os olhos pelo enorme cômodo. Ele havia feito uma verdadeira bagunça preparando a porcaria dessa sopa e ela estava simplesmente horrível de olhar... E de provar também.

— Bela maneira de se redimir Kim Jungwoo, é bem capaz de Taeyong expulsá-lo daqui depois disso.

Estava tão preocupado em se auto-recriminar que não percebeu a figura parada no limiar da porta o observando com um sorriso. Quando se virou na intenção de se livrar da comida horrenda, deu de cara com Taeyong na porta, seu sorriso se alargando ao ver que havia sido visto.

Jungwoo engoliu em seco.

— Eu... Hum... Queria fazer algo para comermos no jantar. Falou, evitando os olhos do outro, mirando diretamente nos botões em sua camisa larga.

— Queria dizer que sinto muito por ter irritado você daquela forma antes, e o jantar seria um acordo de paz. Jungwoo finalmente encontrou coragem em subir o seu olhar e encontrou Taeyong parecendo divertido com toda a situação.

Fechou a cara imediatamente ao ver que estava sendo motivo de chacota e dirigir-se novamente a lixeira*** para jogar tudo fora quando ouviu Taeyong chamar seu nome.

Parou, olhando para trás e o viu se aproximando dele.

— Espere, não jogue tudo fora. Tenho certeza de que ainda podemos salvá-la.

Ele tomou então a panela da minha mão colocando-a de volta no balcão de pedra. O observei enquanto pegava uma concha das várias penduradas e provava do conteúdo na panela. Esperava uma cara feia mas ele permaneceu com o rosto em branco até que falou:

— Por incrível que pareça ela não é um caso perdido. Nosso jantar ainda pode acontecer mas preciso que você me ajude.

— O que eu posso fazer? Já quase estraguei tudo.

Falei, cruzando os braços de forma petulante fazendo-o rir.

— Não precisa fazer mais nada em relação a comida, mas vai ter que arrumar a sua bagunça enquanto eu faço minha mágica aqui. Disse apontando para a panela.

Consenti com um aceno e comecei caminhar pela cozinha arrumando o que estava fora.

—--***---

A refeição havia ficado de fato deliciosa, Jungwoo estava impressionado com o que Taeyong havia feito porém nunca admitiria tal fato. Sentia que precisava manter um pouco do seu orgulho depois de ter pedido desculpas oficialmente durante o jantar. Chega disso por hoje.

Agora eles estavam silenciosamente trabalhando em conjunto para retirar a mesa e lavar a prataria utilizada. Para Jungwoo era estranho estar fazendo coisas tão mundanas agora é isso lhe parecer tão.... Familiar. Um sentimento estranho passou pelo seu peito cada vez que suas mãos se tocaram na execução da tarefa e ele estava com medo de analisar aquilo a fundo. Não poderiam afeiçoar-se de qualquer forma que seja, além de que em breve quando se curasse estaria indo embora dali e não planejava retorno em um futuro próximo. Não que ache que está se afeiçoando a Taeyong, só devia ter certeza de que aquilo se mantesse como gratidão entre dois estranhos por uma dívida de vida. Apenas.

— Eu gostaria de ver suas rosas novamente. Falei baixinho, ainda fingindo estar concentrado na limpeza dos pratos. -Se você me permitir, é claro. Gostaria de vê-las. Podia sentir seu olhar queimando em mim e mesmo com seu silêncio me mantive firme. - E... Eu gostaria de ouvir o que tem a me dizer sobre elas.


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Notas finais do capítulo

Juro que trago mais um cap amanhã ♥



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