Dusk Till Dawn escrita por dracromalfoy


Capítulo 16
Capítulo Dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Como vocês estão?
Confesso que com tudo que está acontecendo, eu estava 0 a fim de pensar em fanfic, mas no final foi a única coisa que me distraiu.
Porém, não podemos ignorar o que está acontecendo, por isso deixo aqui para vocês saberem como é possível ajudar a causa #BlackLivesMatters (https://vidasnegrasimportam.carrd.co/)
Enfim, aproveitem o capítulo, abraços.



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DUSK TILL DAWN

Capítulo XVI

 

Eu não menti quando disse que tive um casamento muito feliz junto de Amos Diggory. Na verdade, seria totalmente desonesto se eu não deixasse claro para quem viesse a interessar, que Amos se esforçava todos os dias para me fazer a mulher mais feliz do mundo – mesmo que não fosse necessário muito esforço para isso.

Os primeiros anos em Nova York foram de muita estranheza. Mesmo que eu não comentasse com ninguém, lá pelos meus dezenove anos, quando ainda estava no segundo ano da faculdade de Direito, eu pensava muito sobre como seria minha vida depois de formada, passava pela minha cabeça que talvez eu voltasse para o Reino Unido, mas no fundo eu sabia que não seria coerente fazer isso. Eu teria muito mais oportunidades nos Estados Unidos, onde meus professores tinham contatos extremamente importantes e que poderiam me ajudar a crescer no mercado de trabalho. Sem contar, que eu estava aos poucos, me habituando ao país e fazendo uma nova vida ali.

Por isso, quando me mudei para Nova York, eu sabia que era a melhor coisa a se fazer. Retornei para Hogsmeade diversas vezes, a fim de visitar minha mãe, e ela, também me visitou várias vezes. Mesmo com a distância e a correria do dia-a-dia, ainda éramos muito próximas.

Os anos se passaram sem nenhum tipo de conflito ou grande acontecimento, minha carreira como advogada estava se tornando mais sólida e eu vinha conquistando cada vez mais espaço no mercado de trabalho e meu nome era um dos mais relevantes do momento.

Marlene morava algumas quadras a frente de Amos e eu, com sua esposa Mary e seu filhinho Henry. Convivíamos todos como uma verdadeira família. Estávamos, inclusive, planejando ter um filho também. Várias foram as noites que conversávamos sobre como seria ter um bebê, como ele ou ela seria próxima de Henry e quais nomes poderíamos pensar em colocar.

Porém, em determinado momento, eu sentia que as coisas não estavam mais indo tão bem. Já fazia oito anos desde minha saída de Hogsmeade, eu estava casada há cinco anos e, como disse, estava feliz.

Existia uma questão acerca da felicidade e eu sentia que era realmente algo para se parar e pensar a respeito. A felicidade não é constante e nem permanente, não reconheceríamos a verdadeira felicidade se não tivéssemos tempo de tamanha tristeza, a ponto de sermos capazes de fazer essa comparação. A grande questão era que eu tinha medo do que podia escapar entre meus dedos sem que eu percebesse. Eu estava passando por um momento de premonição, como se sentisse que aquilo que eu estava vivendo estava prestes a desmoronar, sentia que algo me escapava, algo estava me puxando para longe de tudo que eu construíra.

Falei sobre isso com Marlene algumas vezes, mas ela não se sentia assim e não via da mesma forma. Para ela, eu estava sendo paranoica e que não deveria ficar pensando em coisas ruins. Eu concordava com ela, mas também não conseguia tirar aquilo da cabeça.

Amos estava distante, mas eu não sabia se isso era coisa da minha cabeça ou não, ele parecia fechado e pra baixo o tempo todo, mas sempre que eu questionava sobre isso, ele voltava à normalidade e dizia que não era nada.

Eu queria muito acreditar que estava tudo bem, mas sabia que algo estava acontecendo – ou estava para acontecer.

Na manhã de um domingo, Amos estava no mercado comprando algumas coisas que precisávamos e tinham acabado, antes de ir, ele me deixou na casa de Marlene com o carro e pegou Henry para dar um volta. Minha amiga aproveitou para pedir que ele buscasse algumas coisas para o almoço. Aproveitei sua ausência para tocar no assunto com Marlene novamente.

— Não sei, Lily — começou, colocando alguns legumes sobre a pia. Iríamos almoçar juntos. —, Amos me parece perfeitamente normal, talvez esteja um pouco mais magro, mas só isso.

— Sinto que ele está escondendo alguma coisa. — Confessei. Não queria parecer paranoica, mas não conseguia tirar aquilo da minha cabeça e manter aquilo para mim estava me deixando louca. — Você não percebe porque o vê poucas vezes! Mas está claro para mim que algo está acontecendo.

— Você tem razão, você mora com ele então talvez eu não consiga ver nenhuma diferença, mas você pediu minha opinião. — Lembrou, me entregando uma vasilha para guardar na geladeira. — O que acha que ele pode estar escondendo?

— Não sei. Pode ser qualquer coisa, não é? Mas não sei. Amos sempre conversou comigo sobre tudo, Lene, nós não temos segredos um do outro, entende? — Marlene maneou a cabeça, mas não disse nada. — Acha que ele te contaria? Se estivesse me escondendo alguma coisa, acha que ele iria conversar com você sobre isso?

— Lily, você está desconfiada que Amos esteja te traindo? Ou algo assim?

Fiquei boquiaberta por alguns segundos, pensando sobre o que dissera. Eu havia pensado nessa possibilidade? Não saberia dizer, porque muitas coisas se passaram pela minha cabeça, mas não cheguei a realmente focar em nada, ou teorizar. Simplesmente sentia que algo estava errado, mas não sabia o que.

— Eu não estou dizendo isso, só estou aflita. Muito.

— Bem, ele sabe que somos muito amigas e que eu não acobertaria nenhuma atitude desse tipo, então, respondendo sua pergunta, acho que ele não me contaria. Mas também não acho que Amos seria capaz de fazer algo que te machucasse. Sinceramente, Lily, ele te ama muito, qualquer coisa, além disso, parece irreal para mim.

O assunto parecia encerrado ali. Amos chegou após alguns minutos com Henry pulando do seu colo para mostrar à mãe os doces que ganhara.

— Mamãe olhe só o que ganhei do meu padrinho — dissera ele todo feliz, pulando com a sacola cheia de guloseimas. — Olha, madrinha!

Marlene o pegou no colo e o colocou em cima da mesa, jogando todos os doces ali para ele se divertir escolhendo qual iria comer primeiro. Ela até tentou intervir que ele deveria esperar o almoço, mas ele estava muito animado para dar atenção.

— Comprei tudo que pediu, Marlene. — Amos disse, terminando de pegar as compras e colocando tudo sobre o balcão. — Onde está a Mary?

— Está correndo, inventou de fazer isso agora, disse até que vai começar uma dieta.

— Que bobeira! — Amos riu, abraçando-me pela cintura. — Henry estava me contando sobre a escola nova, tem se adaptado muito bem, não é, Lene?

Amos, embora estivesse próximo a mim e com a casualidade de sempre, não me olhava direito. Minha cabeça ficava me dizendo que eu estava exagerando e que era apenas coisa da minha cabeça, mas eu vivi com aquele homem por anos, como eu poderia estar louca? Quando eu conhecia seus movimentos, seus jeitos, suas manias?

Resolvi deixar isso para lá momentaneamente e fui brincar com Henry na sala enquanto Marlene terminava de cozinhar. Chamei Amos, mas ele não deu atenção e ficou conversando com Marlene na cozinha. Enquanto Henry se entretinha, eu ouvi o murmúrio dos dois cochichando na cozinha. Cheguei mais próximo, tentando não fazer barulho, mas só ouvi Marlene dizendo:

— Se não quer me contar, tudo bem, mas a Lily está aflita com alguma coisa e você não ajuda se fazendo desse jeito! Trate de acalmá-la mais tarde, ouviu? — Amos resmungou alguma coisa que não fui capaz de ouvir, mas ouvi quando Marlene continuou exasperada: — Não estou dizendo que não acredito em você, só... Sei lá! Acalme ela. Ela está insegura com alguma coisa, ok? E você é um bunda mole.

Mary chegou logo depois, então a conversa foi interrompida e eu voltei para a sala sem fazer nenhum barulho.

Almoçamos todos juntos e foi muito divertido, deixei minhas preocupações de lado assim que engatamos numa conversa agradável, Mary era muito engraçada e era difícil focar em qualquer preocupação com ela por perto. Nem poderia pensar em minhas suspeitas assistindo a Amos brincar alegremente com Henry, fazendo-o dar gargalhadas gostosas.

Aquele domingo marcou nossa última reunião de plena felicidade.

Chegamos em casa apenas à noite, pois passamos a tarde toda na casa de Marlene, relaxando e jogando conversa fora. Amos colocou as coisas que tinha comprado na cozinha enquanto eu tomava banho, depois, enquanto eu arrumava minhas coisas para trabalhar no outro dia, ele tomava seu banho e eu aproveitei para arrumar também nossas camas.

Pensei em tocar no assunto, mas estava realmente exausta, então me deitei, virei para o canto e tentei me forçar a dormir.

Amos deitou-se ao meu lado e estava completamente imóvel, virei para ele e estava deitado olhando para teto, pensativo.

Tentei fechar os olhos novamente, mas ele me chamou.

— Lily?

Olhei-o e o encontrei encarando-me. Sua expressão estava vazia, quase não se parecia com o Amos que eu conhecia. Ajeitei meu corpo mais junto ao seu e ele me abraçou, aninhando-me no seu peito.

— Eu não queria te deixar preocupada e foi justamente por isso que não falei com você antes. — Começou, embora quisesse, eu não consegui olhá-lo nos olhos, apenas senti meu corpo congelar, aflita pelo que viria a seguir. — Pena que sempre fui um péssimo mentiroso.

— O que está havendo, Amos?

— Eu acho que estou doente, Lily.

Levantei-me na mesma hora, sentando-me na cama e o encarando. Se eu pudesse ver minha expressão, acredito que seria de puro horror. Por um momento, não pude encontrar palavras para falar nada.

— M-mas...

— Ei, calma. Eu não tenho certeza, talvez não seja nada grave e talvez nem seja nada, talvez eu esteja bem. E é exatamente por isso que eu não queria te contar, porque sabia que você iria ficar super preocupada.

— É claro que eu fico preocupada! Assim como você ficaria se fosse eu no seu lugar! Amos, o que você tem? Ou o que você acha que tem?

— Eu não sei, não tem como saber até os exames ficarem prontos. Meu plano era pegar esses exames, ir ao médico e ter certeza que estava tudo bem, caso estivesse, eu não iria nem comentar nada com você, mas, como eu disse, sempre fui um péssimo mentiroso e você sempre muito esperta. Eu sinto muito se te deixei aflita ou pensando várias coisas. Sinto muito mesmo, meu amor.

Eu o abracei o mais forte que conseguir, aliviada por ele ter falado comigo sobre aquilo, mas dez vezes mais preocupada ao saber o que realmente estava escondendo.

— Quando esses exames vão ficar prontos? E o que te fez pensar que talvez estivesse doente, você foi ao médico? Sentiu alguma coisa?

— Acredito que na sexta-feira. — Disse, suspirando. — Eu tive alguns sangramentos. Meu nariz começou a sangrar diariamente, a gengiva também e...

— E você emagreceu muito. Deus, como eu pude ser tão...

— Lily, isso não é sua culpa, por favor...

— Não é minha culpa, mas porra Amos nós moramos juntos, dormimos juntos, nós estamos juntos sempre e eu não notei isso? Como pude ser tão imprudente? Eu deveria saber que você perdendo tanto peso poderia...

 — Poderia ser qualquer coisa, não é algo incomum e nem foi tão exagerado, ok? Pode ser apenas uma anemia, falta de vitamina ou sei lá. Lily, não quero que se preocupe.

— Que horas vai buscar esses exames e passar no médico? Quer saber, não importa, vou desmarcar tudo que tenho para sexta e irei ficar com você.

Amos me puxou para perto dele novamente e me abraçou, beijou-me, e ficamos daquele jeito por um bom tempo, até nos deitarmos novamente. Fiquei acariciando seus cabelos até que ele pegasse no sono. Meu peito doía, minha garganta estava fechada como se algo a travasse, doía também, devido ao choro que eu lutava para segurar. Parecia exagero estar abalada por uma situação remota que poderia não ser nada, mas eu me sentia um grande lixo e fracasso. Meu marido estava sangrando pela casa e eu nem havia notado, havia perdido peso e não me incomodara com isso.

Fiquei acordada por várias horas, não saberia dizer em que momento eu consegui finalmente dormir, mas sei que Amos não me soltou em nenhum momento.

A semana que se passou foi muito difícil, as horas não passavam, os dias pareciam intermináveis. Amos havia me dito que preferia que eu não comentasse nada com Marlene ainda, pelo mesmo motivo que ele não havia me contado antes: não queria que ela ficasse preocupada por algo que poderia não ser nada. Assim como Amos, eu não era uma boa mentirosa e nem conseguia esconder coisas importantes por muito tempo, por isso evitei ao máximo de ir até a casa de Marlene naquela semana.

Por volta da quarta-feira, Marlene apareceu na minha casa quase na hora de dormir, porque precisava urgentemente que eu cuidasse de Henry, pois havia tido uma emergência no hospital veterinário em que trabalhava e Mary e ela estavam correndo para lá.

— Desculpe mesmo Lily, a Mary foi na frente para preparar tudo e eu vim trazer Henry. — Desculpou-se, entregando-me o menino adormecido abraçado com um patinho de pelúcia. — Onde está Amos?

— Já foi se deitar.

— E como vocês estão? — Perguntou curiosa. — Conversou sobre aquilo que estava te deixando aflita?

— Não, está tudo bem, eu acho. Escute, vou colocar o Henry na cama, tudo bem? Antes que ele acorde.

Marlene me encarou com uma expressão esquisita, mas não dei atenção. Coloquei Henry deitado ao lado de Amos, um pouco mais distante, para o caso dele se virar e coloquei a grade para que ele não caísse. Compramos aquela grade justamente para os dias em que Henry dormisse em casa – que eram vários, já que o garotinho era apaixonado pelo padrinho.

— Preciso ir agora, Lily — avisou Marlene, pegando sua bolsa. — Qualquer coisa me ligue, tudo bem? Muito obrigada de novo. Mais uma vez vocês estão me salvando. Amanhã cedinho passo para pegá-lo, ok?

— Não se preocupe, Lene. Henry é uma criança maravilhosa, não dá nenhum trabalho.

Marlene me tomou em seus braços e me abraçou forte, ficamos assim por alguns segundos. Quando a soltei, eu tinha lágrimas nos olhos.

— Lily, o que foi?

— Ah, não é nada, me desculpe. De repente fiquei emotiva. Não se preocupe com isso. Vá, você vai se atrasar.

Marlene se despediu de mim jurando que iríamos conversar no outro dia sobre aquilo.

Tranquei a casa novamente e fui para o quarto me deitar, tirei a grade da cama e me deitei ao lado de Henry, que dormia graciosamente entre Amos e eu. Assim que coloquei a cabeça no travesseiro, os pensamentos voltaram para me atormentar.

Era tudo muito esquisito, quantas vezes eu mesma já não ficara doente e fizera vários exames? Amos, a mesma coisa. Era algo comum, estávamos sempre fazendo exames, indo a consultas, ficamos doentes um par de vezes, não conseguia entender por que eu estava com tanto medo, por que chorava o tempo todo e me sentia como se estivesse à beira de um precipício. Acreditava que o motivo disso era bem simples, eu estava há algumas semanas sentindo-me assim, como se algo estivesse prestes a acontecer. Não acreditava em premonições ou coisas do tipo, mas o que mais explicaria aquela aflição e medo de algo que não acontecera ainda?

No outro dia, acordei bem mais cedo que Amos, porque não conseguia mais ficar na cama. Preparei o café da manhã e deixei tudo arrumado para quando ele acordasse. Sentei-me a mesa com uma xícara cheia de café, pois não dormira quase nada naquela noite. Quando Amos acordou, eu já estava na segunda xícara.

— Bom dia — proferiu Amos, coçando os olhos e espreguiçando-se. — Quando foi que Henry chegou aqui?

— Bom dia, querido. — Amos andou até mim e beijou o topo da minha cabeça, sentando-se para o desjejum. — Marlene o trouxe ontem à noite, precisou correr com Mary, tiveram uma emergência do trabalho. Como está se sentindo?

— Estou ótimo. Devo ter dormido umas dez horas essa noite. —Embora realmente tivesse dormido mais de dez horas naquela noite, Amos parecia abatido. — O que vai fazer hoje?

— Por incrível que pareça, meu dia hoje parece que será bem tranquilo. Tenho apenas uma audiência no período tarde.

Amos se remexeu desconfortável na cadeira, servindo-se de suco.

— Eu recebi uma mensagem da clínica agora pouco, meus exames estão prontos. Podemos buscar juntos, então?

— Claro. — Respondi tentando manter a tranquilidade. — Vou acordar Henry e dar um banho nele. Marlene deve estar a caminho para pegá-lo.

Amos ligou para Marlene para avisar que iríamos levar Henry e por isso ela não precisava ir até lá, eu tinha a impressão de que Amos tentava de todas as formas adiar o momento em que chegaríamos à clínica. Ele estava com medo. Também estava preocupado.

Marlene nos convidou para entrar e até tentou puxar conversa e, embora Amos estivesse tentando de todas as formas agir cordialmente e ser simpático, ele estava nervoso. Logo, não precisaríamos mais mentir ou esconder nada, então eu mesma me despedi de Marlene rapidamente e continuamos nosso caminho.

Durante o caminho, Amos ligou para o doutor para avisar que os exames estavam prontos e que poderia vê-lo naquele dia mesmo. Fiquei pensando comigo que para o médico resolver vê-lo imediatamente e sem horário marcado, poderia ser algum sinal. Afastei esses pensamentos e tentei manter a calma.

Na clínica, tudo foi tranquilo. Amos identificou-se e em menos de quinze minutos estava com todos os papéis em mãos. Tentei abrir o envelope, mas ele não deixou.

— Lily! Espere o médico abrir.

— Por que não podemos ver antes?

— Não vamos saber interpretar de qualquer jeito.

Chegamos ao consultório e Amos foi o primeiro a ser atendido, ele não queria que eu entrasse, tentou me convencer de todas as formas, mas eu acabei entrando mesmo assim.

Minha mãe sempre me dissera, quando eu era mais nova, para eu acreditar nos meus instintos. Naquele momento, eu queria a todo custo desacreditar. Pensei que Amos era novo, não poderia ser nada, pensei que estávamos juntos há pouco tempo, Deus teria misericórdia – eu nem mesmo era tão religiosa – pensei que eu já tivera sangramentos nasais quando era pequena, e era apenas uma inflamação ridícula que fora curada com pomadas incômodas. Eu tentei a todo custo me apegar a essas coisas, mas no final, não adiantou em nada. Pensamentos positivos nem sempre são úteis, às vezes servem apenas para nos iludir.

Se me perguntassem, eu não saberia repetir o que acontecera naquele dia dentro do consultório. Eu não me lembrava de quase nada, logo após sair. Lembrava-me de entrar, cumprimentar o doutor, sentar ao lado de Amos e agarrar suas mãos, apenas isso. O restante era como um borrão ou uma fita cassete onde o filme avançava incessantemente, sem conseguir prestar atenção a nenhuma das imagens ou falas, a única coisa que me lembrei de era de saber exatamente o que aquelas palavras significavam.

Amos tinha leucemia.

 


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Notas finais do capítulo

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