Capítulo 9

Pov Bella.

A noite parecia uma eternidade, Bella revirou-se de um lado para o outro, tentando fazer o menos de atrito possível entre seu colchão e cama. Sua última intenção era fazer algo que pudesse acordar sua filha. Tinha sido muito difícil fazê-la dormir depois de tanto doce e ela xingou Edward mentalmente quando a filha debateu com ela sobre a quinta emenda quando não quis tomar banho. Não foi nenhuma novidade quando sua filha disse a ela, novamente, que havia voltado para sua opção numero um de profissão: seria uma advogada. Mas agora sua inspiração era Edward Cullen.

Bella desistiu de dormir e se levantou da cama, havia algo estranho no seu peito batendo forte desde que policiais a abordaram dizendo que o homem que ela julgou amar tanto estava morto e que ela era a principal suspeita desse crime. Ela não ficou surpresa, porém. Estava em choque e não reagiu quando foi algemada e arrastada para fora como um animal. Ela sabia que naquele momento tinha perdido seu emprego e achou estranho que isso fosse a única coisa a preocupa-la nesse momento.

Edward havia encontrado uma brecha. Ele estava trabalhando de forma incansável para defende-la e ela odiava a forma como isso tinha a seduzido. Por muito tempo nenhum homem havia sido por ela, nenhum homem havia protegido ela de tudo de ruim que havia acontecido e agora um completo estranho repreendia sua filha  e a menina obedecia. Fazia uma amizade magica com sua filha – aquele homem que disseram a ela que ele não gostava de crianças – e agora ele estava defendendo sem cobrar nada. E o pior de tudo, a confissão que ele lhe fizera mais cedo estava rondando sua cabeça.

Pensando em mim? Não, não mesmo. Ela não tinha nada para que Edward Cullen perdesse seu tempo pensando nela, assim julgava. Não poderia acreditar naquelas palavras doces, principalmente quando viu os olhos desafiadores dele provocando-a, fazendo-a perder o sentido. Fazendo até com que ela o comparasse com seu ex. A única coisa que até então eles tinham em comum era a pele branca, os olhos verdes e o ego do tamanho do mundo. E agora ele estava morto, de que valeu ter tanto ego?

Bella andou para a cozinha e quase gritou quando viu a imagem iluminada apenas pelo reflexo da geladeira.

— Jasper, que susto! — Ela suprimiu um grito, levando a mão até o pescoço e apertando o interruptor da cozinha.

— Me desculpe, Bella. Não imaginei que alguém pudesse vir aqui agora...

— Ah... Está tudo bem. — Ela declarou mais calma.

Em pensar que parecia ter passado meses em apenas um dia. Não fora ontem que sua amiga chegara em casa animada dizendo que Jasper havia a convidado para jantar na mansão Cullen com seus amigos para comemorar a vitória dele e de Edward no caso do governador? Então aqui está ele, de calça de pijama, sem camisa e com o rosto um pouco avermelhado pelo susto que Bella lhe deu.

Como tudo estava rápido! Bella analisou.

— Perdeu o sono? — Jasper perguntou quando Bella estendeu a mão para pegar a garrafa de água da mão dele.

— Na verdade ele não deu nem as caras até agora.

Com um suspiro ela colocou a água no copo e virou um copo de uma vez só. Ouviu Jasper puxara cadeira da cozinha e se sentar. Ela escorou no balcão da pia e o encarou.

— Achei que você ficaria mais tranquila, Edward vai resolver as coisas. Não importa o que jogarem em cima de você, ele é bom, ele vai resolver.

Bella bufou assentindo.

— Eu não estou preocupada com isso, Jasper... — Murmurou Bella. — Na verdade eu tenho certeza que ele resolve isso com uma rapidez assustadora. Ele é mesmo bom.

Ela riu um pouquinho consigo mesma vendo como ele defendeu Marie para ela ter seus lanches. Por alguns segundos sua mente de menina sonhadora visualizou um cenário perfeito ali. Um pai coruja e uma filha mimada. Aquilo era o que ela sempre quis para sua filha, ela nunca havia deixado nenhum homem se aproximar de sua filha daquele jeito, até então.

— Então o que houve? — Questionou Jasper.

Ele era uma visita frequente em seu apartamento. Mas ele nunca havia ficado para dormir, ela sabia que ele e sua amiga trocaram alguns beijos, mas Alice nunca havia falado nada sobre sexo. E Bella vendo como Jasper parecia preocupado com ela, então entendeu que ele estava mesmo com Alice e era realmente o que ele queria. Poucas vezes havia visto esse brilho que vê agora nos olhos de Jasper.

— Estou preocupada com a Marie. Ela nunca falou muito sobre pai. Ela perguntou uma vez ou outra, mas essa noite ela prestou atenção no que Rosalie disse.

— Sobre a semelhança entre ela e Edward?

— Sim. — Bella bufou, lembrando-se do que a filha lhe perguntou enquanto ela dava banho na menina. — Ela quis saber se Edward era pai dela.

— Oh...

Aquilo pareceu surpreender até Jasper, ele soltou uma risada divertida assentindo para Bella.

— Eu acho que ele adoraria.

— Não diga besteiras, Jasper. — Ela rebateu rapidamente revirando os olhos. — Ele nem se quer gosta de crianças...

— Ele gosta de dizer que não gosta Bella. — Jasper disse seriamente. — Edward tem uma história difícil, como você... E ele levantou muitos muros e contou algumas mentiras para si mesmo, porque era a única forma dele continuar.

Aquilo a surpreendeu. Ela queria perguntar qual era a história de Edward, mas era evidente que Jasper não diria. Mas a defesa em favor de Edward havia mexido com ela, era fato.

— Você sabe, ele gosta de você.

— O quê? — Questionou ela, agitando-se para pegar mais água na geladeira, tentando fugir do assunto. — Você diz por ele advogar para mim? Provavelmente por você. Ele já viu que você e Alice estão com um pé no altar, então não quer uma quase cunhada com uma irmã delinquente na cadeia para manchar o nome de sua família.

Jasper deu uma risada outra vez, se levantando para beber mais água.

— Bella, Bella, Bella... — Cantarolou ele. — Se você quer fingir que não está vendo... Tudo bem, até Marie já percebeu.

Jasper deixou a sós cozinha, ao sair, continuou dando risada. Fazendo com que Bella ficasse mais confusa do que já estava. Ele deveria estar delirando, ela queria que fosse um delírio da parte dele porque no mundo normal que ela vivia pessoas como Bella e Edward nunca ficariam juntos e mesmo que ficassem, estariam fadadas a darem errado. Afinal... Ela já havia vivido uma história semelhante a esta e agora... Está sendo acusada de mata-lo.

Fechando seus olhos com força, ela se lembrou de como tudo isso começou...

— Você vai chegar atrasada, Isabella. — A voz áspera era um alerta, o terceiro daquela semana.

Juntando seus livros rapidamente, fechou sua mochila e encarou os olhares nervosos que seu pai lhe lançava. Ele acenou para a mesa, onde ela viu um sanduiche enrolado em plástico sufilme. Sorriu para seu pai, que revirou os olhos. Ao passar pela saída, sentiu que o homem bagunçou seus cabelos e sorriu um pouco mais sabendo que ele estaria menos furioso com ela agora.

— À noite temos o aniversário do Billy para irmos, não se esqueça de nos esperar arrumados. Sua mãe vai sair mais cedo das aulas de reforço. — Murmurou o homem.

— Pode deixar chefe.

O carro ganhou força pelas ruas de Forks e Isabella colocou o cinto de segurança. Estava indo para sua aula, mas seu coração estava palpitando e o sorriso exuberante em seu rosto era por outro motivo. Até seu pai percebeu quando a deixou em frente à escola e viu o rapaz de cabelos loiros e olhos claros esperando por ela ali. Ele parecia tão ansioso quanto Bella.

— Tome cuidado. — Disse seu pai, encarando o garoto. — James. — Cumprimentou Charlie.

— Senhor Swan. — Respondeu o garoto.

Bella soltou uma risada pela seriedade do pai. Estava tão animada de finalmente poder namorar James livremente e ter o consentimento de seus pais, sentia que agora tudo daria certo entre eles, afinal, finalmente o chefe de policia da cidade havia dado sua benção e Bella sabia que no fundo seu pai gostava de seu namorado, apesar de fingir que não.

— Oi gatinha! — James disse assim que Bella deixou o carro e lhe abraçou.

— Oi amor! — O entusiasmo, o coração acelerado e a sensação de plenitude acompanhou aquela frase.

Bella suspirou antes de beijá-lo.

♥♥♥

Uma semanas depois.

Ao entrar na recepção do enorme prédio que Edward mantinha seu escritório, Bella sentiu aquela velha sensação em seu peito. A nostalgia por se lembrar do escândalo que havia feito nesse lugar fez seu rosto corar quando ela se dirigiu a recepcionista, dizendo que Edward Cullen estaria esperando por ela. Obviamente aquela mulher parecia não tão surpresa assim, quando assentiu para Isabella lhe entregando um crachá de visitantes e dizendo que o senhor Cullen estaria esperando por ela.

Ultrapassando a catraca de segurança, o frio em sua barriga não diminuiu, só aumentou. Era a primeira vez que ela veria Edward novamente após uma semana. Tinha falado ao telefone com ele umas duas vezes, mas nada demais, apenas para dizer algumas coisas que se lembrou da noite em que James morreu. Não se reconheceu quando ligou a segunda vez e não tinha absolutamente nada a dizer. Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos e ela se surpreendeu quando ele perguntou por Marie, em seguida se viu contando que havia sido demitida e Edward imediatamente se ofereceu para conferir as contas de sua rescisão para saber se Bella estaria recebendo tudo que ela tinha direito.

Uma entrada rápida pelo elevador e Bella desembarcou no andar de seu advogado, ainda admirada por ele estar sendo tão solicito com ela. Perguntou-se se Jasper tinha alguma razão no que lhe dissera há uma semana.

— Bom dia, estou aqui para ver Edward... — Dissera de modo inseguro para a primeira pessoa que encontrou no andar dele.

Sabia que era uma de suas secretárias, havia sido instruída por Alice de como deveria agir e para onde ir assim que saísse do elevador. Seguiu para a esquerda e andou poucos passos até ver a primeira recepção que antecedia uma sala.

— Bom dia. Isabella Swan?

— Sim, sou eu.

A mulher deu um meio sorriso tirando do gancho um telefone em cima de sua mesa.

— Isabella Swan está aqui para ver o senhor Cullen. — Avisou.

Bella estava curiosa demais por aquele lugar, olhou ao seu redor, deixando que a secretária daquele homem poderoso fizesse seu trabalho. Ela sentiu-se ainda mais insegura quando a mesma a conferiu de cima a baixo. Alice havia a vestido essa manhã. Ela tentou protestar um monte de vezes quando sua amiga lhe passou um vestido cinza chumbo de mangas cumpridas e saltos médios, odiou-se ainda mais porque deixou que Alice arrumasse seu cabelo solto e fizesse uma maquiagem exagerada demais para aquela hora da manhã, mas rendeu-se porque consistia apenas pó de arroz e lápis de olho, um pouco de blush e gloss labial.

— Senhorita Swan? — Uma segunda voz a alertou.

Outra secretária de Edward surgiu da sala que ela esteve observando antes. Isabella assentiu caminhando na direção dela, que deixou a porta aberta para que ela passasse. Não precisou trocar nenhuma palavra com aquela mulher para saber que ela estava lhe levando até Edward. Dentro da sala daquela secretária, havia outra porta e ela sabia que era do escritório dele.

A secretária bateu duas vezes antes de abrir.

— Senhor Cullen, a senhorita Swan chegou. — Disse a mulher da maneira mais profissional do mundo, beirava a frieza.

Torcendo o cenho, Bella revirou os olhos e passou por ela. Parecia que a mesma ainda procurava uma autorização de Edward para abrir a porta e deixa-la entrar. E ele não disfarçou a risada com a atitude dela, isso a irritou um pouco.

— A velha Bella. — Sarcasticamente ele disse. — Obrigada, Valerie. Providencie café para nós, por favor.

— É muita burocracia para vê-lo. Quase pensei que estivesse pronta para ter uma audiência com o presidente.

— Eu sou o presidente. — Ele disse encarando-a, apontando a cadeira em frente a sua.

— Nesse caso me refiro ao presidente dos Estados Unidos e não desta empresa…

— Neste caso, eu não sou o presidente.

Ele parecia bem humorado, percebeu Bella após se sentar. Ela deixou sua bolsa na cadeira ao lado e o encarou profundamente, sentindo seu estomago revirar.

— Como você está, Isabella? — Ele perguntou quando viu que ela não diria nada. — Espero que bem, eu tenho boas notícias.

— Quais notícias?

Seu bem estar não era importante. Revirando seus olhos para o suspense que ele fazia, Bella tentou apenas saber o que aconteceria com ela.

— Seu advogado nada além de muito competente entregou ontem seu álibi a justiça. — O sorriso convencido no rosto dele demonstrava o quanto aquilo havia sido fácil. — É claro, você ainda terá que dar seu depoimento, mas isso é fácil.

— E então... Eu estou fora disso?

O rosto dele ficou sério, abandonando o tom divertido, Edward consertou-se em sua cadeira e seu pensamento pareceu ficar distante. Bella queria poder lê-lo, mas ele parecia tão alheio a tudo aquilo. Parecia ter viajado para outra dimensão e ela não entendia exatamente o por quê.

— Vamos ver... Você já está querendo se ver livre de mim?

Por alguns segundos ela pensou se era aquilo que ele estava pensando. Sua cabeça giro ainda mais, porque ela voltou para aquela conversa que Alice havia interrompido, onde Edward iria confessar algo a ela, há uma semana. O jeito como ele havia lhe segurado, o jeito como ela havia reagido e o perigo que ela sabia que correria se isso fosse para o caminho errado.

— Quanto mais rápido, melhor. — Deu a mesma risadinha sarcástica que ele amava lhe dar.

— Eu concordo. Até porque meu tempo é ouro.

Ela se sentiu um pouco mal por isso.

— Edward... Sobre isso, eu preciso saber como vamos fazer com seu pagamento. Eu faço questão. Eu só preciso ter isso resolvido para encontrar outro emprego. Jasper ficou de...

— Não há nada para pagar, Isabella. — Ele parecia muito sério ao cortá-la. — E se você persistir a isto, eu ficarei sinceramente ofendido.

— Ofendido? — Ela não havia entendido, ele assentiu.

Bella assentiu um pouco confusa, não sabia porque isso poderia ofende-lo ou quem sabe ferir seu orgulho. Ele era um profissional e ela queria pagar por seus trabalhos, mesmo que isso fosse parcelado, ela estava grata.

— Certo... Vamos falar sobre o que realmente importa. O que James fez a você para que você dissesse aquelas coisas no e-mail que você mandou a ele?

Bella sabia que essas questões surgiriam e estava disposta a contar a Edward. Sabia que finalmente teria que revelar o que viveu no período em que se relacionava com James. E não havia outra escolha. Ele parecia muito ansioso para saber dessa história e Alice lhe convenceu de isso seria crucial para sua defesa.

— Eu estava na escola quando o conheci. Era nova, nunca havia namorado antes e James é... Quer dizer, era mais velho... Era fascinante para mim tudo que o envolvia. Foi muito fácil me apaixonar, ele era experiente e sabia muito bem o que dizer e fazer para me envolver.  Eu não percebia que algo estava errado até descobrir que eu estava grávida.

— As pessoas ao seu redor viam que algo estava errado? — Edward perguntou calmamente.

Ele estava depositando 100% de sua atenção no caso. Bella se sentiu desconfortável com a maneira que ele lhe encarou, assentiu rapidamente pigarreando e se mexeu em sua cadeira.

— Alguns amigos viam isso... James era muito possessivo e se ele sentisse que algo o ameaçava, reagia rapidamente. Mas ele não fazia nada demais além de gritos e apertões no braço em público.

— Estou entendendo... — Murmurou Edward. — E seus pais?

— Ah... Nem desconfiavam! Adoravam ele, meu pai foi até resistente no começo, mas depois... James era o namorado perfeito.

Acenando com a cabeça, os lábios de Edward se retorceram e ele assentiu;

— Ele batia em você. — Constatou o obvio. — Ninguém via isso? As marcas?

Bella soltou uma risada longa e fechou seus olhos com força e quando voltou a encarar Edward, sabia que estava olhando de uma maneira fria e distante para ele.

— James não era burro. — Disse ela. — Ele chutava minhas costas e socava meu peito. Ele jamais deixaria um hematoma no meu rosto ou em algum lugar que eu não pudesse cobrir. Ele batia minha cabeça contra as paredes e não importava se eu estava inconsciente, ele não parava de bater até sua raiva ter passado.

O silêncio reinou entre eles por alguns instantes até Edward arfar, sem ter o que dizer.

— Ele quebrou meu braço uma vez, um pouco antes de eu engravidar. E acho que meu pai chegou a desconfiar, mas ele acreditou na história estupida sobre eu ter caído da escada.

— Isso... Era frequente? — Edward perguntou.

Sim, ele estava muito afetado com essa história e Bella não pensou que ele ficaria tanto assim. Afinal, ele já deveria ter presenciado coisas assim e Bella jurava que ele tinha perfil de um agressor. Seu rosto enrubesceu nesse instante, não sabia o quanto era capaz de julgar mal uma pessoa até agora.

— No começo não, mas depois... Tudo era motivo.  Se eu usasse batom demais ou sorrisse demais. Se eu me atrasasse ou me adiantasse. Se eu conversasse com algum amigo ou amiga, caso visse ele conversando com alguma mulher. Não haviam razões.

— Por que você não terminou com ele? Ou melhor, por que não o denunciou?

Isabella gargalhou.

— Você acha que é fácil? Enquanto ele me espancava, ele me ameaçava de todas as formas. Todas as ofensas sobre eu não ser bonita o suficiente. Sobre eu não ser boa o suficiente e como ninguém ficaria comigo, até porque eu não sabia fazer nada direito. Eu era literalmente uma merda para ele.

— Isso era o que ele queria que você pensasse, Bella... — Edward sussurrou.

— Eu sei, hoje eu sei. Mas naquela época, bom... Eu não sabia. Mas quando eu engravidei eu acabei com aquilo. Eu tentei. Mas foi tão difícil, meus pais não aceitaram e ele saiu como a vitima. Foi questionado até a paternidade de Marie. Uma humilhação.

— Esse verme...

Ela sabia que ele diria “teve o que mereceu”, mas por algum motivo Edward não concluiu aquela frase, ela assentiu, sabendo que agora ele estava conhecendo um pouco dela e ela se sentia terrivelmente nua contando suas maiores fraquezas a ele.

— E quando Marie nasceu?

— Foi complicado. Mas eu terminei a escola e fugi. Foi a melhor escolha que eu fiz, mas só iniciou outro tormento. James passou a nos perseguir e não importava quanto eu mudasse se endereço ou telefone, de alguma forma ele me encontrava... Até que eu finalmente deixei todo meu passado para trás. Eu sabia que alguém passava meus dados a ele, então eu nunca mais falei com ninguém daquela maldita cidade.

Edward assentiu, tentando unir os fatos. Bella suspirou.

— Mas ele me achou novamente, estava tão exausta... Só queria que essa merda toda acabasse e se ele chegasse perto de mim ou da minha filha eu faria tudo aquilo com ele. Eu realmente faria.

— Certo. Não diga isso novamente, nem para mim. Eu não quero nenhum policial de merda querendo indiciar você por isso.

Bella assentiu, vendo Edward suspirar. Ela havia finalmente contato a ele o que não gostava de dizer para ninguém. Ela preferia não se envolver emocionalmente com nenhum homem para nunca precisar revelar seu passado a ele. Estava se sentindo um pouco mais aliviada por ter sido honesta com alguém de fora depois de tantos anos. Mas não sabia como faria quando chegasse a hora de ter que contar essa história para sua filha.

— O que você acha do meu caso? — Perguntou ela.

— Acho que estou grato por quem fez isto. — Edward disse, surpreendendo Bella. — E fique tranquila, isso respingou apenas uma gota em você. Eu prometo que vou tirar esse lixo de uma vez da sua vida.

E pela primeira vez, depois de anos, Bella sentiu uma paz tremenda que a promessa daquele homem lhe transmitiu. Ela ficaria segura.