Vermelho Escuro escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 10
10. Enxergando atráves da fenda


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora meninas. Aguardo ansiosa o comentário de vocês! Adoro lê-los, fico rindo com as teorias que vocÊs fazem. Fiquem a vontade para deixar sugestões!



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Capítulo 10

Pov Edward

Enxergando através da fenda

Domingo costumava ser seu dia preferido no passado. Ele acordava cedo, era um hábito que nunca foi sacrifício. Deliciava-se com um café da manhã completo com sua família, as risadas animadas de sua irmã contando alguns fatos constrangedores da semana fazia seu dia já começar perfeitamente. Também havia outro motivo que fazia seu rosto enrubescer, seu peito estufar de prazer e alegria e as batidas eufóricas de seu coração não havia sido problema. Mas esses fatos eram de um passado distante e hoje sua realidade era outra.

Grunhiu maus dizeres quando o sol atravessou as janelas de seu quarto e ele observou a mulher que abria as cortinas com ímpeto. Aquela mulher que era dona de olhares afetuosos, mas que em alguns momentos de fúria eram ferozes.

— Já passa das onze da manhã. — O tom de desaprovação acompanhavam a decepção que o rosto dela transmitia.

— Acho que hoje é domingo, talvez eu esteja enganado, mãe. — Respondeu Edward.

Se levantou contra vontade, já sabendo que aquela era uma batalha perdida e sabia que se sua mãe estava em seu apartamento em pleno domingo ao invés de comandar mais um almoço de família que ele nunca comparecia era porque a situação era um pouco tensa. Se tratava de uma intervenção, ele sabia bem disso, pois já havia vivenciado momentos assim antes.

Ele era um adulto, mas não para sua mãe. Ela ainda o tratava como um menino que precisava de extrema atenção. Isso o irritava um pouco, principalmente quando ela atravessa um muro que ele erguia sobre ele e o mundo exterior, mas aquela era sua mãe e ela enxergava perfeitamente através da fenda.

Edward lavou seu rosto, encarando-se no espelho que ocupava quase a parede inteira de seu banheiro. Era um banheiro grande demais para uma pessoa... Suspirou pensando nesse fato. Nessa manhã, apenas alguns minutos acordado, ele já havia restaurado um peso emocional que fazia tempo que não aparecia nas manhãs de domingo. Exceto aquelas que ele acordava de ressaca. E esse era uma manhã atípica de domingo.

— Ao menos não encontrei você desmaiado em uma poça de vomito. — Ele ouviu a mãe rosnar do lado de fora do banheiro.

Após escovar os dentes, Edward a encarou. Ele olhou seu quarto e percebeu que a mãe já havia juntado a confusão de gravatas que estava espalhada em sua poltrona em um canto do quarto e a roupa de cama estava perfeitamente dobrada.

— O que você faz aqui, mãe? — Ele perguntou calmamente.

Ao contrário do que seu espirito impaciente sempre lhe ordenara, Edward era cuidadoso para falar com algumas pessoas que eram importantes em sua vida. Acontece que ele não queria ser interrompido hoje, era domingo, havia tido um dia difícil e não esperava viver sob forte pressão assim que acabara de acordar. Mas sua mãe não parecia se importar com isso. Os lábios torcidos da mulher parecia ser uma resposta mais que óbvia para ele.

— Eu deveria trocar as fechaduras. — Ele continuou quando ela permaneceu em silêncio.

— Sim, sim, eu encontraria uma chave de qualquer forma. — Revirando os olhos, Esme lhe respondeu. — Eu sou a única mulher em sua vida, Edward. Isso é um pouco humilhante, você não acha?

Uma risada fria fora lançada diretamente para sua mãe, que ignorou. Ela continuou o encarando de uma forma que ele odiava. Ela havia feito isso em toda sua infância e Edward sabia que ela conhecia todos os seus pontos fracos, todos os seus segredos, sabia quando ele contava uma mentira ou até mesmo quando omitia a verdade.

— Você é a única com a chave da minha casa, mãe.

Contornando-a, ele fez o caminho para a saída do quarto. Conhecendo sua mãe como ele conhecia, sabia que no andar de baixo estaria esperando por ele o café da manhã e não se enganou quando encontrou as portas da varanda da sala aberta e a mesa do café da manhã tardio preparada. Ele, porém, não prestou muita atenção no café da manhã que sua mãe havia preparado. Estava mais impressionado em como hoje estava fazendo um bom dia. O sol já estava forte pela hora da manhã e a vista para o mar que ele tinha era privilegiada. Ao fundo ele podia ver até alguns navios. Edward só desejou estar dentro de um deles, distante da sua realidade que esse domingo em especial lhe trazia.

— Eu trouxe um presente. — Atrás de si ouviu a voz da mãe.

Edward se virou com calma a encarando. Ela segurava consigo uma caixa preta retangular acetinada com um laço verde escuro. Quando ele tocou, encarou sua mãe com seriedade no mais profundo silêncio. Ela se sentou em uma das cadeiras sob a mesa e se serviu com um pouco de suco de laranja, enquanto ele encarava a caixa.

Se sentando, Edward desfez o laço. Havia papel cetim que envolvia ao parecia ser vidro com um relevo atrás. E quando finalmente conseguiu desfazer o embrulho, seus olhos caminharam sob o presente que sua mãe havia lhe dado. Seus dedos tateou o vidro e ele encarou sua mãe.

— O que isso significa? — Edward perguntou.

Os olhos eram confusos.

— É um porta-retratos. — Esme disse calmamente.

— Sim, eu sei. Mas está vazio.

Ela assentiu, como se aquilo fosse bem óbvio. Edward olhou ao fundo da caixa, vendo o verso de uma fotografia e não estava entendendo onde sua mãe queria chegar. Ele deixou o porta retrato sob a mesa e tirou a foto do fundo da caixa. Descobriu se tratar de suas fotografias, ele virou a primeira para si, dando de cara consigo mesmo. Reconheceu a foto. Fora da primeira vez que recebera seu premio pela Ordem dos Advogados. Ele estava sério segundo uma placa de aço e um certificado, um sorriso congelado e frio que nem exibia sua fileira de dentes perfeitos.

Foleando, ele passou para a segunda foto. Sobressaltou-se em sua cadeira, encarando a fotografia. Teve o ímpeto de atirar longe, mas seus dedos travaram fortemente, fincando naquela foto. E ali ele encarou... Sentando no sofá da sala de Isabella, ele segurava um copo de café do Starbucks, sorria espontaneamente para a garotinha ao seu lado na foto que segurava uma rosquinha em sua mão e acenava alguma coisa para ele com a outra, retribuindo o mesmo sorriso. E não passou despercebido que ao fundo da cena Bella encarava a interação dos dois com um sorriso tímido no rosto.

Quem havia tirado aquela foto? Como ele não percebeu isso?

Rosalie. O nome piscou em sua mente. Ela era a única pessoa com interesse em tirar uma foto sua em um momento vulnerável e mostrar para a mãe. Edward faria ela pagar por isso.

— Não estou entendendo seu jogo de metáforas, mãe. — Dizendo rudemente, ele jogou as fotos na mesa como se elas não fossem nada.

— Não é um jogo, Edward. — Pausando, Esme o encarou profundamente antes e suspirar. — Jogo é a forma como você conduz sua vida, filho.

— E por que a minha vida incomoda tanto a vocês? — Edward se levantou quando ralhou para a mãe.

Ele segurou fortemente o parapeito da varanda, encarando o mar e tentando controlar a onda de raiva que viria a seguir.

— Porque você não é feliz, Edward. — Dizendo novamente, Esme não se levantou.

Ela parecia à imagem da força e resistência sentada em sua cadeira, calmamente, observando a reação explosiva de seu filho.

— E você acha que ser feliz é isso aí? — Ele se virou apontando para a imagem sob a mesa.

Naquele dia que ele finalmente havia conhecido a filha de Bella, na qual a defendeu dos olhares furiosos de sua mãe e permitiu que a menina comesse quanto doce quisesse, naquele dia que ele se sentou ao lado daquela menina e eles conversaram como adultos, porque ela sabia conduzir uma conversa com perfeita maturidade quando perguntava o que era a quinta emenda. Era óbvio que ela tinha acertado um ponto nele que há muito tempo ninguém tocava. Aquilo havia mexido com ele, mas não significava nada além do que havia sido. Uma interação entre adulto e criança! Era assim que ele via, era assim que ele queria que fosse. Não gostava de crianças, se um dia gostou, queria a todo custo entender isso! E além do mais, Marie não era uma criança, ela era quase um alienígena super inteligente investigando a vida na Terra, então gostar dela era quase que permitido... Era quase obrigatório.

— Eu acho. — Esme se levantou agora, caminhando para ele. — Filho, hoje você faz 28 anos. Eu dei esse presente a você, porque eu quero que você reflita sobre a vida que você tem e sobre a vida que você pode ter. Edward, amar não é ser fraco. Amor é fortaleza, querido. Você está perdendo momentos preciosos de sua vida com essa resistência tola.

— Você mais que ninguém sabe o que eu penso sobre isso. — Ele disse friamente, encarando a mãe.

Esme suspirou outra vez, assentindo. Ela tocou sua mão no peito de Edward e alisou sua camisa de algodão que ele vestia, ele se afastou um pouco e se virou para o mar.

— Irina traiu você e o isso o quebrou, eu sei. Essas coisas acontecem, Edward...

— Ela não simplesmente me traiu, mãe. Ela me humilhou. Ela me envergonhou tão profundamente que quando eu encontro qualquer pessoa que me conheceu naquela época, eu sei que eles riem do idiota que eu fui nas mãos dela. — Ele interrompeu sua mãe, despejando sobre ela o que ele pensava.

Odiava falar sobre isso, porque odiava se lembrar de o que acontecia quando confiava nas pessoas. Principalmente mulheres: elas eram letais, cruéis, prontas para fazer qualquer coisa que pudesse para conseguir o que querem. Sua primeira experiência na adolescência lhe demonstrou isso. E a primeira experiência na fase adulta o fez entender finalmente que não seria diferente com ninguém.

— É isso que você não entende Edward. A culpa não foi sua, Irina foi à vilã dessa história. Ela traiu, ela mentiu. Não há nada para você se envergonhar, você foi honesto e leal a ela, a relação que vocês tinham e ela não valorizou isso, ela perdeu, não você.

— Ela perdeu? Francamente. Ela encontrou um cara com mais dinheiro que eu, casou com ele e garantiu uma boa pensão e herança pelo resto da vida dando um golpe da barriga. Que quase foi em mim!

Ao lembrar-se daquilo, de tudo que aconteceu, ele não podia acreditar. Ainda não conseguia acreditar que aquela mulher que tinha pesadelos agitados durante a noite e acordava chorando poderia ter sido capaz de enganá-lo por tanto tempo. Ela havia mentido, traído, iludido e ele nem imaginou o porquê disso tudo até finalmente perceber que não tinha o porquê. As pessoas eram mesmo ruins e isso não havia nenhum tipo de explicação. Hoje ele não ficaria surpreso se Isabella aparecesse namorando algum sócio seu, de repente, após ele descobrir que o filho que ela esperava não é dele. Porque as mulheres são capazes de algo assim. O que ele não entendia era porque associava-a como uma hipotética traidora, se nunca se quer a beijou. Porque não considerar Jessica a traidora, já que na noite anterior ela havia se declarado apaixonada por ele?

— Ótimo, foi melhor assim Edward! Você preferia ter se casado com ela e descoberto de outra forma, após anos, que o filho que você ama não é seu? Eu sei que isso foi horrível, filho. Mas coisas ruins acontecem para coisas boas chegarem.

— E chegou. Veja minha vida, mãe. Hoje eu sou o homem que naquela época Irina queria se casar, aliás, eu sou ainda mais rico e influente que o homem que ela resolveu me trocar. Eu posso ter a mulher que eu quero, porque eu iria querer ter aquilo? Uma mulher que já vem com uma bagagem!

Esme o encarou assustada, ela se afastou por alguns segundos do filho, tentando conter o choque que o asco que as palavras dele transmitiam.

— Aquilo ali não é um a mãe com uma bagagem! É uma família, Edward! — Ela gritou com ele. — É por isso que você e Rosalie tem um pai hoje em dia! Porque no passado um homem não me viu como uma mulher com uma bagagem, ele me viu como uma mulher que merece ser amada e respeitada! E viu um menino lindo a qual ele se apaixonou, cuidou, amou, protegeu, educou! Ele amou sua irmã quando concordou comigo que deveríamos adotá-la! Carlisle o criou melhor que isso! Eu criei você melhor que isso!

Os gritos de sua mãe o surpreenderam, Edward ficou completamente aturdido encarando Esme, que derrubava algumas lágrimas silenciosas. Ele se culpou completamente, aqui estava sua mãe, tentando ajuda-lo de alguma forma, mesmo que em sua cabeça ele dispensasse ajuda, mas como sempre ele era autossuficiente demais para ouvir um conselho.

— Mãe... Eu...

— Não mesmo. Você não sente muito. Você é incapaz de sentir muito, Edward. — Ela disse o cortando. — Afinal, é isso que você quer que a gente acredite. Que você se tornou um homem tão desprezível a ponto de chamar uma criança de bagagem.

— Eu só não quero ter filhos... — Ele sussurrou.

Esme assentiu secando as lágrimas, mas não desviou seus olhos dele.

— Mas você quer Isabella. — Ela disse duramente.

Edward estava pronto para abrir a boca e negar, mas isso seria uma mentira tremenda. Já havia passado daquela fase de negações consigo mesmo, agora ele estava tentando lutar contra a vontade ensandecida que ele tinha de tê-la.

— Eu quero. — E pela primeira vez confessou em voz alta.

— Só que dessa vez você está iludindo a si mesmo, Edward. Porque tudo que você fez por ela não é gesto de quem está puramente atraído sexualmente por alguém.

Ele soltou uma risada fria, entendendo onde sua mãe pretendia chegar. Em partes, até concordava. Ela era sua obsessão, o fato de ela não querê-lo aumentava isso em dez vezes mais. Mas ele sabia também que isso acabaria uma vez que ele satisfizesse sua vontade com ela. Se fosse boa, poderia tê-la por mais algumas vezes até que finalmente se cansasse dela.

— E você acha o que? Que eu, logo eu, estou apaixonado por ela? Francamente. — A risada continuou.

Sua mãe também soltara uma risada fria que o fez se calar.

— Não... Eu acho que você, logo você, está prestes a receber uma lição preciosa da vida. Espero que você aprenda. — Ela disse, encarando-o. Esme limpou suas mãos molhadas de lágrimas em seu vestido e continuou encarando seu filho antes de concluir. — De qualquer forma, elas são muito boas para você. Espero que ela nunca lhe dê a chance de tê-la em sua cama.

Edward viu sua mãe se afastar em silêncio, mas antes que Esme cruzasse a porta da saída, ela virou para encará-lo:

— Feliz aniversário, Edward. Espero que você aprecie seu dia como você gosta de estar: sozinho.

 

xXxXx

Sentindo-se terrivelmente baqueado, Edward entrou em um bar afastado da cidade. Não passava das nove da noite e ele já estava alterado. Acontece que depois que sua mãe deixou sua casa após a conversa pesada que eles tiveram, Edward tratou de desligar seu celular a fim de não ser mais incomodado por ninguém. Ao invés de tomar uma xicara de café, sua primeira refeição do dia foi uma dose de whisky duplo sem gelo. Ele não parou nessa dose, porém. Pediu comida e almoçou sozinho. Tentou ligar para Jessica quando começou a anoitecer, mas o celular da mesma só dava desligado. Ele sentiu que aquela era a praga da mamãe Cullen.

Seu apartamento era uma confusão de copos quebrados e garrafas estouradas quando ele decidiu que iria comemorar seu aniversário sozinho. Esse era o primeiro ano que sua mãe não fazia uma festa surpresa – que ele prontamente descobria antes – aquelas festas que ele sempre odiava, mas ia para agradá-la. Porém, não deixava de dizer a todos que era um saco comemorar seu aniversário. Esse ano parece que seu desejo havia sido realizado, mas ele nunca se sentiu tão vazio como hoje.

Deu-se por suficiente, dirigiu mesmo que alterado para o bar mais afastado e quando finalmente se sentou no balcão, encarou a garçonete que parecia bem mal humorada.

— Whisky duplo sem gelo, por favor. Vocês tem Macallan*?

A garçonete o encarou, soltando uma risada mórbida.

— Que tal o velho e bom Bourbon? Você não está em Wall Street.

Revirando os olhos, ele assentiu. E virou as duas doses como se fossem água. O álcool desceu rasgando sua garganta, mas não era tão desconfortável como a primeira vez. Ele sabia que o dia seguinte renderia mais que dor de cabeça.

— Afogando as mágoas? — A mulher perguntou quando o serviu outra dose.

— Comemorando. — Edward respondeu.

— O divórcio? — Ela riu.

Edward viu a mulher pegar um próprio copo e servir-se de uma dose.

— Não sabia que podiam beber durante o expediente. — Ele disse cinicamente.

— Se você for o dono, você pode.

Edward assentiu. Os dois brindaram rapidamente até a mulher virar sua dose. Então ele deu uma boa reparada nela. Não fazia o seu tipo, o tipo de mulher que lhe chamava atenção de cara. Ela era alta, estava vestindo uma camisa de manga que cobria demais seu corpo para ele opinar. E atrás do balcão, ele não poderia dizer se ela era gorda ou magra. Os cabelos ruivos estavam presos em coque mal feito e as sardas espalhavam-se por todos os lados de seu rosto.

— Hoje é o meu aniversário. — Ele disse quando ela lhe serviu outra dose.

— Então você está certo em comemorar. Feliz aniversário.

Ele maneou a cabeça em agradecimento, virando outra dose. Encheu seu próprio copo dessa vez e também da garçonete que o servia.

— A propósito, eu sou Edward. — Ele disse apontando seu copo para ela e bebendo novamente.

— Vai com calma, cara, isso não é água. — Ela disse. — E eu sou Lana.

Um monte de doses depois e Edward e Lana estavam em um beco nos fundos do bar. Edward beijava furiosamente os lábios da mulher, que inclinava ainda mais seu corpo em direção a ele. Automaticamente, ele enfiou aos mãos do botão da calça da mesma. Abaixando-a do jeito que podia. Lana gemeu um pouco mais quando ele apertou sua bunda.

Edward afastou-se dela e deixou que a mesma abrisse o botão da sua calça. Ele enfiou a mão no bolso, retirando sua carteira. Achou um preservativo junto com seu dinheiro e a menina deu uma risada bêbada.

— Você é inteligente... — Ela balbuciou.

Uma vez protegido, Edward investiu dentro dela contra uma parede de tijolos. Ela gritou com a fricção entre eles, Edward urrou contra o pescoço dela, sentindo-se um pouco zonzo. Não sabia exatamente como seguia-se equilibrar-se de pé e ainda segurá-la. E não sentiu absolutamente nada depois de um tempo. Os gritos mais altos da mulher demonstrou que ela havia chegado lá, mas ele estava sem nenhuma expectativa de que conseguiria chegar. Ao contrário disso, parecia que não havia nenhuma chance. Ele sentiu-se esfriar antes disso.

— Ei, vaaaamos lá... — Ela reclamou.

“Isso nunca aconteceu antes” ele poderia até dizer a frase que todos os homens diziam nesse momento. Mas ultimamente... Aquilo estava mais frequente que nunca. Acontece que sua mente está na ação e um minuto depois está concentrada em outro lugar, em outra pessoa e quando ele finalmente percebe que está acontecendo... É tarde demais.

— Está tudo bem. — Ele disse para ela.

Sentiu tudo rodar ainda mais quando levantou suas calças. Pegou a carteira caída no chão e quando voltou os olhos para a ruiva, viu duas dela.

— Você não está muito legal... — Ela cantarolou após soltar uma risada. — Vamos voltar lá e beber um pouco mais... E mais... E fazer isso outra vez e de novo...

Edward bebeu uma dose quando voltou ao bar.

Quis saber que horas eram, se concentrar em algo ou achar as chaves de seu carro, mas parecia bêbado demais para isso.

— Ei, Lana, nós já vamos fechar. — Ouvindo a voz de um homem, ele queria saber quem era, mas sua visão estava turva demais.

— Quanto eu te devo? — Ele perguntou, tentando se concentrar.

— Uma, duas... Três garrafas e meia... Caramba! — A menina ralhou para ele, que assentiu.

Tirando seis notas de cem dólares da carteira, ele estendeu para ela que assentiu.

— Ei, Eddie, você quer que eu ligue para alguém virrrrrr...

Ela estava tão bêbada quanto ele ou pior... Edward tentou se levantar, mas tudo girou ainda mais rápido. Ele tirou seu celular do bolso do blazer e o ligou.

— Sério Lana, eu já falei para você não beber durante seu turno. — O homem que Edward já havia esquecido que estava ali murmurou. — Cara, eu faço essa ligação para você. Quem você quer que eu chame?

Pegando o celular de Edward, o homem perguntou.

Ele não precisou pensar muito, até porque só vinha um nome a sua mente. O único por quem ele ansiou o dia inteiro.


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