Vermelho Escuro escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 7
7. Inocente ou culpada?


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAA eu fico surtando com os comentários e teorias de voces!!! cONTINuem comentando, adoro saber a opiniao de vcsss e desculpe nao estar tudo certino aqui, mts teclas nao estao funcionando no meu teclado! ):



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Capítulo 7 

Pov Edward.

Sentado em uma poltrona, Edward respirou fundo encarando o homem engravatado com uma feição bem irritada. Ele preferiu ter aquela conversa a sós, Alice estava do lado de fora e tinha implorado para participar daquele pedido muito particular, mas Edward vetou sua presença na sala do juiz. Não era todo advogado que tinha uma oportunidade como aquela. Esse era um mérito que ele havia conquistado com o passar dos anos e dos muitos favores que fizera ao decorrer de sua carreira, alguns favores que ele se orgulhava e outros nem tanto assim. Mas nada que fosse fazer sua consciência pesar. Pela primeira vez era a hora de pedir.

— Filho, você sabe que esse caso tomou grandes proporções. Ainda não são nem nove da manhã e os jornais já noticiaram o crime bárbaro. Nós temos um suspeito com fortes indícios para este crime. Será um escândalo meu nome envolvido em qualquer ato que liberte esta moça.

Despretensiosamente Edward assentiu, era um argumento muito coerente aquele que ele ouvia, mas estava acostumado a lidar com situações como essa, principalmente a abafar escândalos e o juiz a sua frente sabia perfeitamente disso.

— Eu a conheço, asseguro ao senhor que ela não foi responsável por isto. — Disse calmamente.

Sua voz transparecia sossego e segurança, ele observou o homem mais velho à sua frente. Ao redor dos olhos havia uma infinidade de rugas que demonstravam cansaço pelos anos do judiciário. Os cabelos grisalhos também eram presentes mostrando a experiência daquele homem. Era conhecido por ser um juiz justo, popularmente aceito e ovacionado pela sociedade. Mas Edward sabia que por trás daqueles olhos que falsamente emanavam justiça, existia um homem que guardavam segredos sujos que chocariam a sociedade de Seattle. E pela primeira vez em sua vida, Edward não hesitaria em revela-los.

O juiz parecia pensar com muita cautela no que havia sido dito, ele analisou as expressões do homem que encarava o pedido de soltura de Isabella Swan, aguardando apenas a assinatura de um juiz para ser validado.

— Você está mesmo nesse caso? Ela não aparenta fazer parte de seu grupo de clientes. — Analisou o velho homem.

Edward assentiu.

Isabella realmente não fazia parte de seu seleto grupo de clientes. Eles incluíam os ricos e bem sucedidos de Seattle. Ele sabia que aquela mulher que passara a noite na prisão não poderia pagar meia hora de seu tempo, mas não entendia a necessidade que ele tinha em querer ajuda-la, inocente ou não. Ele simplesmente não conseguia controlar o instinto dentro de si, que só estava esperando uma oportunidade para se aproximar dela e sanar todas as suas dúvidas e curiosidades, como por exemplo: por que ele estava tão fissurado nela?

— Eu estou mesmo nesse caso e cuidando para que minha cliente não saia em nenhum tabloide sensacionalista de notícias tendenciosas. O senhor sabe como eles são, não é? — A inclinação dessa pergunta fez com que o homem a frente de Edward assentisse rapidamente.

— Tenho certeza que você vai conseguir inocentá-la. — Adiantou-se o juiz. — Mas veja bem, Edward...

— Eu vejo bem. — Acabando com sua paciência, Edward o cortou. — Se o senhor não puder fazer isso embasado na justiça, considerando que minha cliente é ré primária, tem residência e empregos fixos, uma filha esperando por ela em casa e estava do outro lado da cidade na hora do crime, faça como um favor pessoal a mim, Phillipe.

O homem arregalou seus olhos um pouco, parecendo surpreso com o tom rude e firme que Edward havia usado.

— Eu... — O juiz havia tentado argumentar novamente, mas apenas um olhar frio de Edward o deteve.

— Afinal, o senhor sabe o que é ter alguém por perto sendo acusado injustamente. Ou o caso do seu filho e da colega de escola que diz que ele a estuprou foi esquecido e superado facilmente?

Aquele era um dos pontos que ele odiava em sua carreira. Como ajudar corruptos a saírem livres de seus crimes sem serem ao menos indiciados por eles? Era isso que ele pretendia fazer com Isabella também. Evitaria um tribunal a todo custo.

Em silêncio ele viu o juiz Phillipe George assinar o pedido de soltura de Isabella Swan.

— Eu sabia que o senhor faria a coisa certa. — Edward observou o homem com a feição carrancuda ficar de pé.

Sem palavras da parte do juiz, os dois trocaram um aperto de mão rápido e com um sorriso vitorioso Edward deixou o gabinete do juiz.

Alice estava do lado de fora esperando por ele e parecia muito ansiosa, Edward respirou fundo tentando ao menos fazê-la conter aquela feição de entusiasmo quando ele assentiu positivamente, dispensando qualquer comentário. Tinha ficado bem claro que o juiz havia sim assinado o alvará de soltura de Bella.

Bella... O apelido parecia estar saindo no automático em sua cabeça, ele tinha medo de a qualquer momento soltá-lo para ela, como se os dois fossem íntimos, mas não deixava de passar pela sua cabeça a feição confusa no rosto dela quando eles se viram e ela praticamente o expulsou dali com seus olhos. Mas ele também sabia que ela não seria burra o bastante para manda-lo ir antes mesmo que estivesse livre. E se dependesse apenas de Alice ou até mesmo Jasper, a essa hora seu rosto estaria estampado em todos os jornais e ela seria linchada pelos populares caso fosse solta.

Edward tinha uma pequena mulher muito decidida atrás de si. Ele não podia negar que sentia falta da eficiência de Alice e até mesmo quase se arrepender de tê-la demitido, mas quando sentimentos assim se aproximavam, ele fazia de tudo para afastá-los, mesmo que para isso precisasse ser hostil com as pessoas ao seu redor.

Tirando seu celular do bolso de sua calça, ele atendeu rapidamente a ligação que recebia. Passou sua pasta para Alice, que segurava como se sua vida dependesse disso, com a mão livre tirou a chave do seu carro do bolso destravando o carro. Alice e ele entraram rapidamente.

— Rosalie? — Edward a chamou.

— Estou aqui. — Sua irmã respondeu atentamente. Ele colocou o celular no alto falante, entregando-o na mão de Alice.

Observou sua ex secretária colocar o cinto e rapidamente imitou os movimentos, ligando o carro e acelerando.

— Me diga o que você tem. — Ele perguntou. Quem o conhecesse bem, sabia que havia mais ansiedade em sua voz que ela poderia demonstrar.

— Eu olhei tudo, não achei nem sinal de fumaça de Bella nas câmeras de trafego e de caixas eletrônicos.

— Nada? Como assim? Ela disse que foi ao Starbucks e caminhou para o centro, em direção ao parque principal. Você olhou as câmeras de segurança nos postes de iluminação publica?

Edward fez uma manobra rápida, fazendo Alice debater-se em seu banco e xingá-lo em voz baixa. Rosalie bufou.

— Eu olhei tudo Edward. É como se Bella não tivesse saído de casa naquela noite.

— Rose, você olhou as câmeras próximo à cena do crime? — Foi Alice que disse, perguntando ansiosamente.

— Oi Allie. Sim, eu olhei. Mas é o subúrbio de Seattle, não havia muitas câmeras, algumas depredadas e as que tinha, nem sinal de Bella.

— Isso não é tão ruim assim. — Edward disse.

Com uma freada brusca ele parou o carro. Alice xingou novamente, encarando pela janela a fachada da delegacia de policia.

— Merda, como advogado você é um péssimo motorista. — Ela disse enfezada.

Edward deu uma meia risada quando ele a viu tirar seu telefone do viva-voz.

— Diga para ela continuar procurando, eu vou resolver isso. Você me espera aqui.

— Se ele não tivesse ajudando tanto a Bella, eu o mataria, Rose. — Edward continuou andando, porém ouvindo o que sua secretária falava com sua irmã. — Sim, sim, eu também acho isso estranho, mas eu não vou questionar as intenções dele...

Afastou-se suficiente para que não conseguisse ouvir mais Alice, ele olhou para trás uma última vez antes de entrar, vendo Alice encará-lo de uma forma desconfiada. Ele sabia que ela e sua irmã falavam dele e sua intuição dizia que era algo relacionado à Isabella Swan, mas nesse momento ele iria ignorar qualquer tipo de comentário indiscreto sobre ele.

Edward continuou andando delegacia a dentro, até encontrar o responsável. Finalmente analisou o delegado em seu cargo. Ele viu alguns policiais cochicharem algo, mas ignorou isso. Estava sempre acabando com alguns casos da homicídios e estava acostumado com o clima de rivalidade daquele local. Ele nunca jogava para perder e aqueles homens deveriam saber disso.

— Bom dia, estou aqui para ver imediatamente minha cliente. E leva-la comigo. — Ele estendeu o mandato para o policial a sua frente, que pegou a folha e a leu antes de passar para o delegado.

— Juiz Phillipe George... Não estou surpreso.

Era o delegado que dizia, Edward também não estava surpreso que o olhar de Aro, o homem a qual ele tinha destituído a alguns meses do cargo tenente da narcóticos não estivesse amigável para ele. Na verdade, aquilo tão pouco importava. Ele havia passado sua noite em claro discutindo com Alice táticas de defesa, enquanto ouvia-a repassar algumas histórias do relacionamento entre James e Isabella, histórias bem superficiais ao seu gosto, mas Alice dizia que isso era dever de Bella de contar e não seu e ele respeitou. Se tinha uma coisa que ele admirava em alguém era a lealdade. Não importava o quanto à pessoa fosse mau caráter, se ela fosse leal com pelo menos 1 pessoa, tinha sua admiração.

— Warren, traga a senhorita Swan. — O delegado disse quando viu que Edward não diria nada a respeito.

Ele apenas bufou e bateu o pé pelos segundos restantes até que finalmente conseguisse vê-la. Agora, pela luz incandescente da entrada principal da delegacia, Edward podia vê-la melhor. Ela estava muito pálida, ele quase lamentou por não ver sob ela aquele tom de vermelho escuro que coloria a face daquela mulher furiosa que avançou sobre ele dizendo o quanto ele era estupido e prepotente. Pegou-se rindo ao lembrar-se da cena, mas parou quando ela cerrou o cenho para encará-lo.

Ali estava Isabella Swan, um pouco abatida por ter passado a noite na delegacia, porém o rosto dela era forte. Edward sabia que aquela era uma mulher que não se deixava derrubar e ele gostou disso. Viu o policial soltar os pulsos dela e caminhou dois passos para perto.

— Isso não era necessário. — Ele praticamente rosnou para o policial quando Bella gemeu de dor. Os pulsos vermelhos e inchados fez com que o coração dele acelerasse de ódio.

Eles haviam deixado ela a noite toda algemada, aquilo era crueldade.

— Eu determino o que é necessário em minha delegacia, Cullen. — Murmurou o delegado.

O tom desafiante daquele homem acendeu uma fúria que estava adormecida dentro dele, Edward cerrou seus punhos prestes a agir pela emoção, mas uma mão no peito dele o deteve antes que ele cometesse uma idiotice.

— Eu estou bem. — Ela sussurrou.

Ela não parecia bem, Edward constatou. O rosto pálido demais, a blusa de manga cumprida e fina branca estavam manchadas de algo marrom. A calça jeans preta estava parecia úmida, seu cabelo preso em um coque mal feito e as sapatilhas de um pano fino pareciam o uniforme perfeito da cinderela em algum filme da Disney.

— Vamos, por favor, vamos. — Ela continuou.

Só assim Edward percebeu que seu punho ainda estava cerrado. Com a feição exausta dela, ele cedeu, assentindo. A mão insistente em seu peito foi escorrendo por sua barriga até simplesmente soltar de seu corpo. O braço de Bella caiu em sem força para o lado do próprio corpo.

 Edward retirou o terno cinza escuro que ele usava nessa manhã, ela observou absorta enquanto ele envolvia o corpo dela com seu terno. Discretamente, ele viu quando ela passou os braços pela peça e viu ainda mais, quando Bella abraçou a peça, parecendo que estava cheirando-a.

— Tudo que minha cliente viveu aqui está noite será anexada a denuncia que farei contra o detetive Warren e ao encarregado desta delegacia.  E como alguns aqui sabem, eu não perco minhas causas.

Ninguém disse nada, porém.

Edward amparou Bella para fora da delegacia. Ele viu ela praticamente correr para abraçar a amiga assim que a viu.

— Bella! — Alice gritou. — Meu Deus, meu DEUS, que pesadelo!

Ele parecia estar encarando uma cena dos filmes da Broadway, amantes incorrigíveis encontrando-se depois de anos separadas pela crueldade da vida. Aquilo pareceu incomodá-lo um pouco e como todas as coisas das últimas semanas, ele não entendeu e dessa vez não estava nem um pouco curioso para entender. Parecia meio doido se incomodar até com duas amigas se abraçando e talvez ele estivesse realmente ficando doido.

— Vamos. — Não conseguiu disfarçar porém a voz afetada quando as alertou para irem para o carro.

— Nós vamos com ele? — Ele não conseguiu evitar não ouvir o simples sussurro de duvida de Isabella Swan.

— Claro, temos muito para conversar, venha.

Alice abriu a porta da frente para Bella, que a encaro sem entender. Edward observava aquela cena com impaciência. Quando a mesma entrou e Alice fechou a porta, por alguns segundos eram só eles no carro. Ambos trocaram um olhar carregado, até Bella ser a primeira a desviar os olhos e Edward sorrir cinicamente.

— Você não foi ao trabalho hoje, Alice? — Questionou Isabella assim que sua amiga entrou ao carro

Edward continuou rindo cinicamente encarando Alice pelo espelho do retrovisor.

— É assim que se perde um emprego. — Comentou ele, ainda rindo e ligando o carro.

— Jacob é um chefe maravilhoso e muito compreensível, ele me liberou para ajudar no caso, ao contrário de uns e outros...

— Como se eu precisasse de uma estagiaria... — Edward a cortou.

— Você não ouse falar assim comigo, eu era aquela pedindo um alvará de soltura ás oito da manhã, enquanto você ainda devia estar na cama com alguma vadia! — Alice retrucou rapidamente.

— A parte mais fácil. Quem conseguiu aquela assinatura, hein?

Edward viu a mulher ao seu lado revirar os olhos e encará-lo rapidamente.

— A parte mais fácil uma ova! Passei horas da madrugada com Rosalie tentando achar algo para ajudar Bella e você foi para onde? Ficar com uma tal de Jessica!

— Isso não é da sua conta. — Edward rosnou.

— Calem a boca! — Bella gritou.

Automaticamente um silêncio surgiu entre eles. Edward estava com seu rosto pegando fogo por Alice ter mencionado Jessica, ele não saberia explicar, mas estava odiando sua ex secretária nesse momento. Principalmente por ver algo diferente no rosto de Isabella Swan agora, não era raiva, parecia mais ou menos como... Frustração.

— Eu agradeço sinceramente os esforços dos DOIS. E também o de Rosalie. Mas Deus sabe a merda de noite que eu tive enquanto um transava e outro trabalhava...

— Eu não estava transando! Quero apenas deixar isso claro. — Não sabia porque, mas ele fazia questão de explicar.

— Até parece... Bella sabe o grande promiscuo que você é, não precisa fingir. — Alice debochou.

— O que diabos você ficou falando de mim para ela? — Edward perguntou voltando a gritar com a ex secretária.

Bella, que até então apartava a briga, deixou seu corpo afundar no banco do passageiro e apenas fechou os olhos. Aquele era um carro confortável demais e não importava os gritos e a discussão infantil ao seu redor, ela não tinha pregado os olhos a noite inteira e no conforto do carro de Edward Cullen ela dormiu, embriagada pelo perfume amadeirado no terno dele.


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