Vermelho Escuro escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 18
18. O jato Cullen


Notas iniciais do capítulo

Voltei, era pra ter postado muito antes, mas houve alguns imprevistos. Me perdoem!! Retorno essa semana ainda com mais capítulos! ♥



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Capítulo 18 - Lembrar

Pov Edward

O que começa errado tende a terminar errado”, alguém vivia lhe dizendo isso, mas como um homem persistente, Edward não dava ouvidos ao que julgava serem devaneios de alguém amargurado. Ele estava feliz e tudo de errado que já houvera em seu passado havia sido realizado através do amor, não julgou que amar jamais poderia ser um erro. Mesmo que Irina tivesse um namorado naquela época em que eles se conheceram – mesmo que ele tivesse tido um caso com ela no processo, não imaginou que isso também pudesse colocar em risco a felicidade que eles tinham. E realmente não pôde. Agora, mais que nunca, ele percebia que ela havia colocado em risco. A única culpada de tudo que aconteceu depois que eles assumiram uma relação, havia sido ela. E ler mentiras sobre sua própria vida com ela estampada nas colunas de fofoca em jornais e revistas era humilhante para ele.

— Você conseguiu falar com ela? — Esmagando fortemente o aparelho telefone em suas mãos, Edward encarou o homem de pé a sua frente.

Ele estava em cima da hora de seu julgamento, mas não sabia como entrar e conseguir defender seu cliente quando sua cabeça estava longe o suficiente da questão.

— Ela se divorciou de Aro há três meses. — Jasper lhe respondeu.

— Mas você conseguiu vê-la? Eu preciso resolver isso antes de viajar. — Insistiu Edward.

Sua irmã estava no encalço de Irina. Jessica quase perdeu o alvo de sua atenção se essa manhã não tivesse dado uma entrevista a um talkshow informando que havia “perdido” o bebê que esperava graças ao caos que sua vida havia se transformado. Mas na cabeça do advogado, de todos os males ela era o menor.

— Ainda não conseguimos localizar Irina. — Soou Jasper em voz baixa. — Mas vamos acha-la, Edward.

Ele suprimiu um rosnado. Tudo estava sempre ao se alcance, tudo estava sempre sob seu controle e agora ele parecia não poder controlar nada em sua vida. A única parte que ainda lhe trazia conforto e segurança era Bella e Marie, mas seu coração batia inseguro. O pensamento que ele estava prestes a perdê-la era recorrente e lhe causava sensações desconhecidas. Ele achou que um dia amou Irina, mas ele não fazia ideia do que era o amor até Bella chegar trazendo Marie para sua vida.

— Senhor Cullen? — Edward ouviu a jovem chama-lo.

Tratava-se de sua segunda secretária, ela carregava papeis em suas mãos e andou apressada até ele. Eileen respirou fundo quando passou um bloco de folhas para seu chefe, Edward olhou aliviado com aquilo e sorriu para Jasper.

— Consegui. Jessica e Irina estão proibidas de falar meu nome, de Isabella ou Marie, até mesmo sobre o caso, com risco de multa de até 5 mil dólares a cada vez que for descumprido.

Jasper andou até ele, batendo em seu ombro e ambos respiraram fundos. Ele sabia que seu amigo também estava aliviado por isso.

— Eu vou dar boas notícias para Alice e Bella. Eu te vejo daqui a pouco no aeroporto, levarei sua garota em segurança, amigo. — Jasper disse abraçando Edward.

O suspiro de alívio por saber que podia contar com seu amigo era reconfortante, ele sabia que não precisava responder para deixar Jasper ciente do quanto ele esta agradecido. Apenas observou seu amigo se afastar e encarou sua segunda secretária, sabendo que precisaria estar preparado para a audiência.

Ao entrar no tribunal, sentiu, como sempre sentia, que tudo estava sob seu controle. E era uma sensação indescritível.

Em algum determinado momento do julgamento, Edward soltou uma risada baixa quando o advogado de defesa tentou desmoralizá-lo e intimidá-lo ao citar os escanda-los envolvendo sua vida pessoal, foi quando ele viu que seu caso estava ganho. O desespero do seu colega de profissão lhe deu a chance exata de atacar o ponto fraco usando a própria testemunha de acusação contra a defesa e levando sobre ele o veredito de inocente.

Ao deixar o tribunal, seu cliente estava sorridente ao seu lado. Eles desceram enormes escadas, apertaram a mão antes de se despedirem no meio de mar de jornalistas e paparazzi questionando tanto quanto a audiência que julgava se um grande magnata da nata de Seattle havia agredido verbalmente e fisicamente sua esposa, quanto sobre a questão de Jessica e Irina. Machismo e feminicídio era urrado pela chuva de sangue sugas que seguiram Edward, enquanto seus seguranças abriam o caminho até ele conseguir entrar em seu carro.

Aquilo precisava acabar.

Era mais que o inferno que ele estava passando e jamais pensou que vivenciaria momentos tão perturbadores como este. Nunca pensou que sua vida seria revirada de uma forma não descabida para todos que tivesse o interesse e que sua foto estaria estampada em jornais não por boatos ou por seu trabalho: e sim por calunias tidas como verdade, espremidas através de uma mulher que já havia provado não ter nada a perder e que prometeu se vingar dele.

Ele entendia sobre Jessica, mas Irina...? Era confuso entender por qual motivo ela estava fazendo tudo isso visto que ela o deixou. Foi sua escolha zombar dos sentimentos dele, deixando claro que o filho que ela carregava não era dele e por mais que ele passasse por cima do próprio orgulho para tê-la, não era a ele que ela queria. Edward ainda conseguia ouvir os gritos dela em seu ouvido, enquanto naquela madrugada em que eles romperam ela confessou que nunca o amou entre outras coisas cruéis que quebraram o coração dele em dezenas de pedaços incalculáveis.

— Tem alguém nos seguindo? — Bufando, ele perguntou ao segurança, que dirigia rapidamente.

— Uma moto e dois carros. Mas já vamos despistá-los quando entrarmos no estacionamento do Empire.

O hotel que Edward gostava de encontrar suas amantes. Ele sabia que aquilo daria o que falar quando vissem seu carro entrando ali, mas era exatamente o que ele queria que eles pensassem. Quanto mais tempo achassem que ele estivesse dentro do hotel, mas tempo de paz ele teria até embarcar com Bella.

Quando seu carro fez a curva entrando rapidamente no estacionamento do Empire, Edward sabia que ele teria segundos para agir rapidamente antes que os parasitas que o perseguiam descobrisse sua manobra para despistá-los.

— Embry está esperando no Volvo, senhor Cullen. — Seu segurança lhe disse rapidamente.

A essa altura Edward já tinha se desfeito do se paletó e de sua camisa. Vestiu a camiseta de mangas e o casaco que fora deixado propriamente ali para essa ocasião. Seus jeans também já subiam por suas pernas enquanto seu segurança descia e cumprimentava o segurança pessoal de Edward depois de Emmett e Seth.

Quando Edward desceu do carro, colocou um boné e óculos escuros que Embry lhe estendeu. Guardou sua carteira no bolso da calça jeans e xingou a si mesmo por ter se esquecido de colocar os tênis, mas respirou fundo sabendo que tinha tudo que precisava nas suas malas, já comportadas no porta-malas do Volvo.

— Precisamos ir, saída em um minuto, Sam. — Embry murmurou para o outro segurança. — Vamos rápido, senhor Cullen.

Edward o seguiu, sentando no banco de trás do Volto. Os vidros não eram tão escuros quanto os da BMW, esse era um carro novo que ainda não estava no radar dos paparazzi e ele contava com isso.

— Essa merda vai dar certo, Embry?

— É o que esperamos, senhor. — Edward ouviu o apito vindo do cronometro do relógio de Embry e sabia que era o tempo para ambos deixarem o estacionamento por saídas diferentes.

Edward respirou fundo quando não viu nenhum veiculo seguindo o seu. Ele pegou seu celular e discou o número que havia decorado nos últimos dias.

— Deu certo? — Foi à primeira coisa que perguntou apressadamente quando foi atendido.

— Deu. — Ele percebeu alivio na voz dela. — Estou com Jasper. Emmett está nos segundo em outro carro em uma distância segura, Seth deixou o estacionamento do shopping com meu carro habitual da última semana.

Edward riu com a ênfase que ela deu, sabendo que estava odiando andar com motorista, segurança em um carro que seu namorado havia lhe dado de presente. Mesmo após uma discussão e muita recusa e explicações. E foi obvio que ela surtou muito mais quando leu na internet que o modelo da sua BMW era blindado e um dos carros mais caros e seguros do mundo.

— Deu tudo certo com você também? — Ele sabia que ela estava revirando os olhos por causa de sua risada.

Seu peito estava mais sossegado agora, sabendo que eles iam se encontrar em segurança e que demoraria até que alguém tivesse notícia de onde eles estariam em algumas horas.

— Deu sim, amor. Está tudo bem. Eu vejo você daqui a pouco. — Ele a ouviu resfolegar.

Ao fundo havia música infantil, risada que ele sabia que era de Marie e vozes animadas que ele reconheceu sendo de Emmett e Jasper.

Quando desligou, focou em mandar uma mensagem para Rosalie. Ele estava cobrando-a novamente pelos motivos que Irina estava aparecendo para foder sua vida. Tinha toda sua equipe focada nessa questão e não descansaria até ter tudo isso resolvido, não importava o preço que ele tivesse que pagar.

Cada vez com a cidade grande distante da visão de Edward, ele focou no caminho para o aeroporto privado de onde sairia seu jatinho rumo à Ilha de Esme. Imaginou como seriam as duas semanas que viveria a sós com Bella e Marie e sentiu um leve tremor nas pálpebras com as possibilidades que estariam disponíveis para ele.

Quando o carro reduziu a velocidade e Edward finalmente abriu as portas, Bella já estava lá esperando por ele. Mas, a primeira a recepciona-lo, era Marie. Aos gritinhos de “Edward” ela correu para o seu colo.

O abraço havia sido apertado e ele espalhou beijos pela bochecha da garotinha, fazendo-a rir.

— Você demoooorou! — Ela enrolou um pouco sua língua na reclamação, fazendo Edward rir.

Ele caminhou com ela em seu colo, em direção a Bella, enquanto sorria para a menina na tentativa de explicar.

— Eu estava trabalhando gatinha, sinto muito por ter feito você esperar. Está pronta para andar de avião?

Ao chegar perto suficiente de Bella, se surpreendeu quando ela andou os poucos passos que faltava e abraçou os dois. Marie de risada ao sentir o impacto do corpo da mãe empurrando o seu, mas estava se divertindo com isso.

— Eu também senti sua falta, linda... — Edward murmurou sincero.

Mesmo que ela não tivesse dito nada, ficou claro que a atitude de Bella era regida por um terrível desespero em ter ficado longe dele. A reação de Edward correspondia a saudade dela à altura.

Selaram os lábios rapidamente sendo acompanhados de um muxoxo de Marie e algumas risadas da pequena plateia ao seu redor.

— Que bom que você chegou. — Bella finalmente disse, ignorando as reações de sua filha e seus amigos.

Edward a puxou para a si com o braço livre e beijou o topo da cabeça de Bella, abraçando-a mais forte, tanto quanto Marie. Ali, ele sentia-se em paz. Estava com o seu mundo em seus braços.

— Vocês são a minha família agora, amor. Eu sempre vou voltar para vocês. É uma promessa.

Com os olhos lacrimejados, Bella assentiu, se inclinando para beijá-los novamente.

— OK. OK. O piloto está pronto! — Emmett gritou interrompendo o casal. — E antes que apareça alguém para estragar a paz dessa família linda, vocês precisam embarcar.

Ele se afastou um pouco de Bella e observou que Embry entregava suas malas para o carregador do aeroporto e sabia que estavam sendo guardadas no jatinho.

Ao colocar Marie ao chão, Edward abraçou Emmett e depois a Jasper.

— Cuidem de tudo enquanto eu estiver fora. — Murmurou para os dois. — E eu espero por vocês no final de semana que vem.

— Estaremos lá, cara. — Jasper deu um pequeno soco no ombro de seu amigo.

— Ei, tirem muitas fotos, hein Bella! — Emmett murmurou rindo para ela.

— Nós iremos. Elas vão para o Instagram assim que for possível. — Disse Bella, rindo para o grandalhão.

Edward entrelaçou seus dedos com o dela e segurou na pequena mão de Marie.

— Façam uma boa viagem. — Recomendou Jasper.

Eles acenaram em despedidas enquanto andavam para o avião. Edward não comentou nada, mas viu o olhar surpreso de Bella, principalmente quando ela pareceu desconfortável após perguntar se o avião é mesmo dele. Na lateral, Cullen era escrito em letra de forma azul.

— Fique tranquila, em breve será renomeado. — Ele riu quando ela estalou os lábios em profunda vergonha.

Bella preferiu não responder, estava ruborizada, o que divertiu ainda mais Edward.

Eles se acomodaram no luxuoso jatinho. Era de um tamanho médio, extremamente confortável com acentos largos de couro bege que se transformavam em camas dependendo da inclinação. Ele mesmo se certificou de apertar o cinto de Marie enquanto ouvia as recomendações da pequena tripulação que viajaria com eles.

— Então, você vai me pedir agora para onde estamos voando? — Edward verificou o cinto dela quando o piloto avisou que levantaria vôo.

Era o primeiro voo de Marie. Ele deu uma risada quando ela se acomodou ainda mais junto a Bella, lutando contra o cinto. Suas mãos agarraram a mão de Bella, que cobria as pequeninas mãos de Marie e ele a encarou, passando uma segurança que ambos nunca havia sentido na vida.

Naquele momento ele também sentiu medo, um enorme medo de estragar tudo. Elas eram boas demais para ele, mais do que ele sonhou e certamente mais do que ele merecia.

O avião iniciou sua decolagem e ele sentiu o friozinho na barriga na qual já estava habituado. Marie parecia mais calma e Bella ainda o encarava esperando uma resposta.

Ele estava prestes a responder quando foram interrompidos por um dos tripulantes que trazia uma caixinha pequena de suco de frutas. Duas taças e champange. Os lábios de Edward se abriram num sorriso convencido quando Bella o encarou.

— Você gostaria de suco, querida? — Ele sussurrou para Marie.

Ela o olhou piscando seus grandes olhos verdes, assentindo. Mas parecia mais curiosa em debruçar-se sobre Bella para encarar a vista de Seattle que ficava cada vez mais distante.

Edward aceitou o suco que o comissário ofereceu e sorriu em agradecimento, tirando o canudo da embalagem e espetando na caixinha para entrega-lo a Marie.

— É alto, não é, filha? — Bella sussurrou para sua filha.

Edward riu um pouco enquanto ajudava o homem a abrir a garrafa.

— Champange... É realmente necessário? — A pergunta era insegura e um pouco confusa.

— Sim. Estamos comemorando... — Edward respondeu em resposta, retirando seu cinto.

Ele se inclinou para Marie para soltar o cinto dela.

— Que tal se a senhorita tiver sua própria janela, hein? — Ele sussurrou quando o comissário serviu Bella com uma taça.

— Eu posso ter uma janela? — Marie perguntou sem entender.

Edward se levantou estendendo a mão para ela. O voo estava tranquilo e estável, mas ainda assim quando Marie segurou a mão de Edward, não se levantou. Ele a levou do meio dele e de Bella, colocando-a na poltrona da fileira ao lado. Ela automaticamente se agarrou na janela, curiosa com a vista.

Voltando ao seu lugar, Edward segurou sua taça e o tripulante foi para o interior do jatinho.

— Isso é tão incrível... — Bella sussurrou, encarando-o. Ela acariciou o rosto dele ao sorrir.

— Só é incrível porque vocês estão aqui comigo. — Ele respondeu.

Segurando levemente as mãos dela, Edward beijou-as sedutoramente. Ele a viu estremecer um pouco e corar ainda mais.

— Obrigada... — Bella disse, ainda sussurrando.

— Pelo o que, amor?

O sorriso dela era ainda mais brilhante.

— Por nos escolher, bobo.

Essa foi à vez dele de sorrir, se inclinando para beijá-la.

— A sorte foi toda minha. — Murmurou roubando outro beijo. — E a proposito... Nós estamos indo para o Brasil.


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