Capítulo 17

Pov Bella

Edward teve uma noiva.

Ela sabia que não era exatamente sobre isso que seu cérebro devia tá rodando, afinal, bem a sua frente seu namorado parecia destruído. A feição pálida de Edward não entrava em contraste com o branco de sua camisa. Era uma cor uniforme. Rosalie o abastecia com água e Isabella segurava roboticamente à mão dele.

Quem é Irina?

Novamente, não devia ser sobre isso. Mas algo completamente desnecessário como questionamentos e desconfianças femininas queria aflorar. Ela nunca foi uma mulher que julgou outra mulher, estava realmente se perguntando como Jéssica poderia ter feito isso a ela sem ao menos conhecê-la, mas agora, vendo como Edward estava estarrecido com a matéria tendenciosa sobre sua ex-noiva, Bella começou a imaginar o que estava impulsionando essas mulheres e quantas outras viriam a público para isto.

— Isso é um pesadelo. — Ela o ouviu dizer.

Rosalie passou a mão pelos ombros do irmão, segurando firmemente. Bella gostaria de dizer algo, mas nesse momento, sabia que se abrisse a boca estaria arruinando uma oportunidade maravilhosa de se manter em silêncio.

Então focou seus pensamentos novamente em Jéssica. Que tipo de mulher humilha a outra por causa de um homem? Era nítido que ela havia se tornado sua inimiga pessoal, mas Edward não era o troféu que elas estariam disputando. Não mais. Era sobre a honra e o caráter de Bella.

Edward se levantou, afastando-se. Bella iria atrás, mas Rosalie a segurou pelo braço.

— O deixe ir, nós precisamos conversar. — Disse sua cunhada.

Na verdade, Edward precisava contar a ela o que prometeu dizer no tempo certo. Infelizmente parecia que agora a vida não estava mais dando a ele a oportunidade de manter sua privacidade.

— Sobre Irina e o filho não assumido? Outro filho não assumido? — Murmurou Bella.

— Não é filho de Edward. — Disse Rosalie.

Isabella assentiu, prestando atenção no que ela dizia. Sua cabeça estava pesada e ela estava tendo um dia terrível. Se quer havia almoçado e tinha perdido a reunião com seu ex chefe, mas sabia que agora de qualquer forma estava arruinada para conseguir emprego até em um bar sujo no subúrbio de Seattle

Queria poder ir para sua casa, deitar na cama e abraçar sua filha e ter um pouquinho da normalidade que ela sempre amou ter, e a estabilidade emocional que adquiriu com o passar dos anos. Da paz que havia sido conquista através de muita renúncia.

— Olha, Edward precisa muito de você agora. — Murmurou Rosalie.

— Eu estou aqui. — Respondeu Bella. — Mas eu não posso ajudar se ele não falar comigo.

— Irina foi a primeira namorada séria dele. Eles se apaixonaram muito jovens, Edward era só um menino com um sonho, Irina era uma garota mais velha e muito ambiciosa, mas ela era uma boa pessoa, apesar disso. Ela sempre foi boa com ele.

— Mas? — Questionou Bella.

Tudo parecia vir com um mais. Edward era igual a ela: ambos eram quebrados. Ambos conheceram pessoas destrutíveis que se aproveitaram daquilo que eles tinham de bom e usaram contra eles, levando embora qualquer inocência boba. E ela sabia que o que estava acontecendo com ele agora poderia ser uma porta de entrada para o homem que ele havia sido antes dela aparecer. Bella não sabia o que faria se Edward voltasse a se isolar e agir como o Edward que as manchetes sensacionalistas descreviam.

— Mas o traiu. Ela o enganou da pior maneira, ela o humilhou, Bella. — Rosalie parecia fria ao dizer isso.

Bella sentiu uma pontada em seu peito ao encarar a loira que desviava o olhar dela.

— E ainda assim... — Retornou Rose — Ele a perdoou. Ele a amava mais que tudo, então ele a perdoou e ela estava grávida. Mas foi demais quando ele descobriu que o filho que ela esperava não era dele.

— Céus...

Bella estava surpresa. Ela não imaginava que aquilo pudesse ir tão longe.

— Irina mudou quando Edward teve conhecimento disso. Ela ficou irreconhecível, eu não sei dizer, mas... Era como se nós não a conhecêssemos. Ela foi dura com Edward e o deixou. Ele ficou tão arrasado, Bella. Ele se fechou, mudou, ele nunca mais foi o mesmo... Até você. Ontem ele estava simplesmente radiante. Eu não o via tão feliz daquele jeito há anos.

Resfolegando, Bella secou uma lágrima e assentiu para Rosalie. Ela se sentia da mesma forma, sentia-se segura, não havia dúvidas de que aquilo era certo. A intensidade como tudo acontecia. Lamentava por ter tanta atenção desnecessária sobre eles nesse momento.

— Ninguém merecia passar por isso... — Sussurrou Bella.

— É verdade. Ninguém merecia sofrer uma decepção tão grande com alguém que ama tanto. — Concordou Rosalie. — É por isso que estou dizendo isso a você, Edward guarda essa história na profundeza de sua alma como um assunto proibido. Eu não devia conta-la a você, mas à medida que isso veio à tona de uma maneira tão suja, eu precisava dizer. Como também preciso ter certeza que nesse momento você não o deixará, por mais difícil que ele seja durante esse processo.

— Rosalie — Segurando os braços dela, Bella a encarou — Eu não vou deixá-lo. Eu nunca o deixaria em um momento como esse.

Ela garantiu. A loira assentiu e parecia aliviada. Bella sorriu para sua cunhada, finalmente virando as costas e sem ser impedida por Rosalie, saiu a procura de Edward.

Passando pela sala de estar, encarou Marie que ainda dormia tranquilamente no sofá de couro branco. O seu desenho ainda tagarelava na tv. Bella queria um pouquinho da paz do sono de Marie para Edward.

Seguindo a diante, subiu as escadas com calma para não acordar sua filha e tentou se recordar de quais das portas eram o quarto de Edward. Até achar uma entreaberta no corredor.

O barulho da água corrente ecoava pelo quarto e ela soube que ele estava no banho. Sua mão tremeu um pouco pensando se iria até ele. Bella hesitou, dando espaço ao homem. Encarou ao redor do quarto e suspirou. Nostalgia a alcançou. Ela passou a mão sob a colcha forrada na cama perfeita de Edward, parecia que ninguém dormia ali de tão arrumado que estava. Ela sentou-se na beirada da cama e suprimiu a vontade de se aproximar do travesseiro dele e inalar seu cheiro.

O barulho da água cessou e ela retesou o corpo sob a cama. Minutos que pareceram horas se passaram até que a porta no fundo do quarto fosse aberta e Edward saísse de lá dentro de um roupão branco.

Ele pareceu um pouco surpreso por vê-la ali e ela se sentiu como uma intrusa, mas aquele era seu namorado e Bella não permitiria que ele a afastasse, por mais que precisasse de espaço, aquele não era exatamente o momento ideal para isto.

— Oi... —- Ela murmurou para ele, levantando-se.

Percebendo que Edward continuava parado, olhando-a seriamente, próximo a porta do banheiro, ela andou até ele e segurou sua mão.

— Eu... — Murmurou ele.

A voz séria pesou sob os lábios dele. Era óbvia a irritação que transpassava sobre ele.

— Eu não sou exatamente o tipo de boa pessoa no mundo. Então eu entendo que o karma venha. Mas isso parece um pouco injusto até para mim. — A frase saíra quase como um rosnado.

Bella assentiu rapidamente e concordou com isso.

— Até para você por quê? Edward, você é um homem maravilhoso...

— Eu não sou. — Rebateu duramente.

Isabella suspirou.

Ela puxou a mão dele para a sua, mesmo contra a vontade dele, segurou com firmeza e olhou dentro dos olhos verdes e irritadiços.

— Você pode se julgar como quiser, mas eu não admito que você tenha pena de si mesmo. Você é maravilhosa para mim e para minha filha. Isso torna de você o homem mais incrível que já passou pela minha vida.

Ela pareceu surpreender ele, o gelo nos olhos dele pareceu derreter por alguns segundos.

— Você diz isso porque não me conhece muito bem. — Mas retornou rápido.

— Não, eu digo isso porquê é a verdade. Não tente minimizar o fato de que para nós, você é um homem bom. É por isso que eu estou aqui no seu quarto agora, é por isso que eu sou sua namorada. Edward, eu não quero ocupar um lugar básico na sua vida. Eu não quero que você me deixe de lado quando os problemas vierem, eu não quero que você se afaste. Eu quero ser sua amiga, quero te certificar do quão valioso você é. E quero chutar quem ousar dizer ao contrário. Eu estou aqui e eu não vou embora. Eu sou sua amiga, eu estou do seu lado. Eu confio em você.

Ah.

Ela arfou segurando o rosto dele com força. Os olhos de ambos eram repletos de lágrimas, enquanto os de Edward acompanhavam uma profunda surpresa. Ela sorriu puxando seu rosto para si e beijando docemente os lábios daquele homem. Ele era dela, não no sentido possessivo da palavra. Ele não era sua propriedade, ele não era um objeto que ele possuía. Quando ela dizia que ele era dela, era somente porque ele a completava. Somava com suas imperfeições, se encaixava nas suas qualidades e compartilhavam as mesmas inseguranças. Ele era dela porque o corpo reagia da mesma forma, sentimento era recíproco e o querer era mútuo.

Quando se afastaram as sombras nos olhos dele desapareceram e ela suspirou aliviada.

— Esse devia ser o momento mais feliz das nossas vidas... — Edward suspirou para ela. — Mas eu estou arruinando tudo... Obrigado por estar ao meu lado, Bella.

— Você não está arruinando nada. Isso não é responsabilidade sua. E quer saber? Edward, eu estou aqui, não importa o que aconteceu no nosso passado. Esse é o nosso momento e eu me recuso a ser infeliz. E apesar de tudo que está acontecendo, eu me recuso a não sorrir, não sentir o frio na barriga quando você me toca e não ficar em êxtase quando você me beija. Que se dane o resto e o que dizem... Deixem os outros pensarem o que eles quiserem pensar. Eu não me importo.

— Eu não quero que eles digam nada sobre você. — Ele sussurrou.

Bella intensificou o aperto no rosto dele.

— Eu não me importo então não se importe. Se eu pudesse... Iria para um lugar bem longe com você e Marie.

Ela reparou o nariz dele franzir ao ouvir a frase dela e meio segundo depois surgiu um sorriso maroto no rosto dele, aqueles que apareciam no rosto das crianças quando elas aprontavam algo.

— Eu tenho uma audiência em uma semana. Em seguida, posso remanejar minha agenda e estar livre para uma pequena pausa... — Ele murmurou para ela, segurando sua cintura.

Bella o encarou, pensando no que vinha a seguir. Seu peito apertou um pouco, mas o frio na barriga fora inevitável.

— O que isso quer dizer? — Ela finalmente perguntou.

— Que você tem razão. Esse momento é nosso e devemos vive-lo o mais plenamente possível. O que você acha de conhecermos a ilha de Esme?

Bella deixou um sorriso desacreditado se espalhar. Viajar, do nada, para uma ilha? Céus... Aquilo não fazia parte da sua rotina. Ela precisava de um emprego, precisava pagar as contas e não podia continuar dependendo de Alice. Edward parecia insano ao sugerir isso.

— Edward eu... Não tenho condições de viajar nesse momento... Eu...

— O que te impede Bella? Seria bom para Marie sair desta confusão, ela adoraria uma semana ou duas na praia. E mais, você não tem nada que a prenda aqui. Está sem trabalho no momento e...

— É exatamente isso. Eu tinha uma reunião hoje com meu ex chefe, mas com tudo isso...

— Ex chefe?

Ele franziu os lábios encarando-a e Bella prendeu a respiração, não gostando do tom que a conversava estava levando agora.

— Sim, eu queria meu emprego de volta. Eu tenho uma filha, Edward...

— Bella! Eu estou aqui agora. Eu estou com você, céus, você não está desamparada. Eu vou cuidar de vocês em todos os sentidos.

— Eu não quero o seu dinheiro e você me ofende insinuando isso. — Ela respondeu rapidamente, Edward recusou um pouco.

Ele parecia confuso com ela.

— Céus, eu não estou te comprando, Isabella. Foi você que acabou de dizer que quer ser minha amiga, o que diabos você espera de mim? Quero ser seu amigo também, oras!

— Edward... Eu... — Ela suspirou fundo, pensando calmamente no que diria para não complicar as coisas. — Eu só quero poder fazer isso sozinha. Eu agradeço.

— E você quer fazer isso naquele bar?

O silêncio pesou um pouco. O tom enojado que ele falava deixou Bella constrangida e isso ficou óbvio até para ele. Por alguns segundos ela nem soube o que dizer, queria apenas cavar uma cova e se enterrar nela de tanta vergonha que sentia.

— Claro... Uma garçonete e um advogado. É realmente tão destoante quando dizem nas matérias.

— Bella, eu não quis dizer isso...

— Bom, você disse. — Ela rebateu, cruzando os braços.

Edward suspirou e passou a mão pelos cabelos. Se ele conseguia ser o idiota que sempre foi? Conseguia, Bella percebeu. E ele também parecia perceber isso aos olhos dela.

— Eu me expressei muito errado e peço desculpas. Isso não tem nada a ver com você e sim com o fato de que eu não quero que minha namorada fique trabalhando de madrugada num ambiente como aquele...

— Percebe quanto isso soa machista? — Ela o interrompeu.

— Só quero proteger você.

— Machista novamente.

Edward a encarou com os olhos arregalados. Ela permaneceu encarando-o também, sem desviar o olhar nem um minuto se quer.

— Eu não quero ser machista com você... — Ele sussurrou. — Eu só quero o melhor para você. E eu não vejo como o melhor possa ser servir bebidas para homens bêbados. Essa não é sua única escolha, Bella.

— Por enquanto essa é, ou era. Graças a Jéssica e agora Irina. — Ela disse, parecendo lembrar Edward tudo que estava acontecendo.

Eles estavam tendo a primeira discussão como casal com apenas 1 dia namorando. Era muita pressão, Bella sentia-se como se fosse surtar a qualquer momento.

— Escute, essa não é. Eu posso dar um telefonema e...

— Edward. — A voz firme de Bella o deteve. — Não faça isso, não continue essa frase. Não estrague tudo querendo controlar minha vida. Você acabou de entrar nela e isso não é uma escolha sua. Aonde eu trabalho é uma escolha minha.

Ele a encarou completamente surpreso.

— Não seja tão radical assim. Você acabou de se formar Bella. Você nunca esteve no mundo dos negócios antes e eu não quero que você se ofenda com isso. Mas todo primeiro emprego na área profissional que você estudou precisa de uma indicação. Não seja orgulhosa. Eu passei por isso, Rosalie passou por isso. Alice passou por isso! Recentemente Jasper encontrou um novo emprego para ela. Não se sinta ofendida só porque eu me ofereci para ajudá-la, Bella. Estou com você, é o mínimo que eu posso fazer para ajudar. Não fique aborrecida porque eu me ofereci para ajudá-la nas finanças até que você possa encontrar um emprego bom para você. Eu não quero que você seja dependente de mim e eu admiro isso em você, o exemplo que você dará a Marie... É admirável e me faz entender o motivo de ter me apaixonado. Mas o seu orgulho e a sua teimosia não são seus maiores encantos.

Ele tinha sido completamente honesto, ela poderia dizer isso. E tinha sido como um tapa sem mão.

Bella soltou sua respiração pesada e descruzou os braços, assentindo. Seu orgulho era grande, mas o medo de ser controlada por um homem era maior ainda. Mas aqui estava ele se mostrando outra vez diferente de James.

— Tudo bem... — Bella suspirou derrotada. — Me desculpe.

Edward sorriu ternamente para ela, abraçando-a.

— Então você aceita vir comigo para a ilha de Esme na próxima semana?

Ela o encarou. Bella pensou e suspirou, sabia que aquilo seria bom para Edward e consequentemente bom para ela também. Cedendo em seu orgulho, ela sabia que seria maravilhoso para Marie ficar longe de tantos conflitos que o relacionamento de sua mãe trouxera. E também, seria muito bom ter um tempo a sós com ele para conhecê-lo melhor.

— Eu aceito, senhor persuasão Cullen.

Ouvindo a risada dele, deixou que ele lhe enchesse de pequenos beijinhos por todo o pescoço e até o seu rosto e depois o liberou para que ele pudesse se vestir.

Edward entrou no closet e Bella voltou a se sentar na cama.

— Minha mãe vai ficar muito animada quando eu contar a ela que vamos para a ilha. Ela lamenta muito que seu paraíso não receba muitas visitas.

Bella mordeu seus lábios pensando no quão grandioso a ilha se tratava.

— Ela não vai se importar? — Bella perguntou um pouco mais alto como resposta.

— Claro que não, querida. Ela vai adorar.

Segundos depois ele estava de volta com shorts e uma camisa de manga branca. O cabelo de Edward havia secado um pouco e tinha aquele bagunçado natural que Bella achava super charmoso.

— Tenho certeza que Marie vai adorar mais ainda... — Bella riu — Então, onde fica a misteriosa Ilha de Esme?

Edward riu um pouco se aproximando dela e roubando um beijo.

— Isso é segredo. — Ele prometeu. — Só leve biquínis e protetor solar.

— Edward, nós estamos numa época de frio.

Olhando-a de soslaio, ela percebeu quando ele soltou uma risadinha misteriosa.

— Que tal se você tentasse usar um "amor" ou "querido", hein? Muito melhor que Edward. — Ele torceu o nariz, ignorando o comentário dela.

Essa fora sua vez de rir.

Ela se levantou para andar até ele, empurrando seus ombros e se jogando sob ele.

—Tudo bem, "amor".  Ela deu ênfase no amor, o fazendo revirar os olhos.

Antes que Edward pudesse rebater a ela, ouviram um grito do andar de baixo.

"Marie acordou".

Eles se entreolharam maliciosamente, esquecendo-se do caos que estavam a vida deles.

Nada mais importava, Bella pensou quando eles desceram as escadas e ao invés de Marie correr para seus braços, correu para os de Edward.

Eles eram o seu lar.

♥

♥

♥

Dois dias depois

Alice havia se levantado mais cedo que o habitual e Bella podiam perceber os olhares preocupados no rosto de sua amiga quando Bella estendeu para ela uma xícara com café.

— Jasper disse que vai chegar em dez minutos. Ele precisa estar mais cedo no escritório, por isso eu preciso ir mais cedo para o trabalho. Porque eu odeio esses paparazzi me seguindo até se eu vou ao banheiro.

Bella encolheu na cadeira. Estava difícil, mas lamentava mil vezes mais por isso estar atingindo pessoas ao seu redor que não tinham nada a ver com a história. Como Alice, Marie, Jasper e toda a família de Edward.

— Eu sinto muito.

— Isso não é culpa sua. — Disse Alice, mas isso não diminuiu a culpa de Isabella.

Tudo estava muito confuso. Ela tinha passado a primeira noite desse pesadelo resguardada na casa de Edward. Eles resolveram fazer uma cabana na sala de estar para distrair Marie quando Alice levou roupas para Bella e ela naquele mesmo dia e atualizou sobre como o quarteirão inteiro estava tomado de fotógrafos. Eles dormiram no chão da sala com Marie entre eles e uma pilha de travesseiros e lençóis espalhados por todos os lados.

Quando o dia amanheceu e Edward precisou voltar ao trabalho, Bella sabia que ela também tinha que voltar ao mundo real. Mesmo que ele insistisse para que ela ficasse ali, não cedeu. Marie não foi a escolha outra vez, porém.

E agora, ela não tinha para onde ir. Precisava atualizar a direção da escola de sua filha sobre o que estava acontecendo e até mesmo explicar a ausência da menina nas duas semanas seguintes que viajaria com Edward.

— Como você está com isso? Essa merda parece piorar a cada dia com mais namoradas rejeitadas de Edward surgindo. — Alice comentou, alertando Bella.

Sim, outras duas "namoradas" de Edward apareceram. Mas não era nada preocupante até então, ao menos elas não estavam inventando filhos rejeitados.

— Está tudo bem. Elas só querem 15 minutos de fama em cima de nós. — Pontuou Bella.

Era isso que ela repetia a Edward pelo telefone. Os dois estavam evitando se vir nos últimos dois dias para a segurança de ambos. Edward sabia que levaria uma confusão até Bella caso se aproximasse agora e vice versa. Eles se viam pelo face time e ele passou a última hora da noite anterior conversando com Marie por chamada de vídeo.

— Isso é verdade. — Concordou Alice. — Jasper me contou ontem a noite que está sobrecarregado com os casos de Edward agora que ele resolveu entrar de férias. Garota, você fez um milagre.

Bella riu um pouco e revirou os olhos para a amiga. Sabia que Ela estava brincando e que entendia perfeitamente os motivos para uma viagem às pressas.

— Eu sinto muito pelo Jasper. E se isso puder confortá-los, vocês podem ir nos encontrar na ilha de Esme no final de semana livre de vocês.

— Você é muito solidária, senhora Cullen. — Implicou Alice, fazendo Bella corar. — Já está convidando para a ilha da sogra. Tenho certeza que se você gostar de lá, Edward compra uma para você. Ou Marie...

— É mais fácil comprar para Marie. — Bella riu entrando na brincadeira de Alice. — Ele mostrou a ela ontem pelo facetime um pacote cor de rosa que ele comprou a ela.

Alice pareceu analisar Bella com cuidado e soltou uma risada.

— Ele é esperto, sabe conquistar os mais fracos primeiros... Pobre Marie...

— Sim, pobre Marie...

As duas soltaram risadas e Alice trocou um toque de mão com Bella antes de se levantar da mesa.

— Jazz já deve estar chegando e eu não quero foto do meu homem em nenhum jornal. Deus me livre concorrência.

Alice fez o sinal da cruz o que fez Bella rir ainda mais.

— Sendo assim, eu estou muito ferrada.

— Bella, bobinha, você sempre esteve ferrada, Edward Cullen sai no jornal toda vez que vence um caso. Acostume-se, seu homem sempre estará numa vitrine. Seja esperta, cowgirl!

— Sim senhora! — Bella riu para amiga e acenou em despedida.

Ela mexeu em seu celular, finalmente discando o número de Edward. Dois toques e...

— Oi meu amor, bom dia. Você já está de pé? — Ela devia contar que não dormiu a noite inteira.

— Alice me acordou fazendo barulho. Como você está?

Uma risada doce escapou do outro lado da linha e ela se sentiu um pouco em paz.

— Bem melhor agora. E você? Ainda é muito cedo, tente dormir um pouco mais.

— Hm... A noite. Tenho tanta coisa para fazer hoje e... Estou com saudades.

Ela admitiu um pouco tímida.

Realmente sentia falta dele. Miseravelmente ela sentia. Seu coração estava apertado e ela queria poder abraça-lo para se sentir em paz.

— Querida, acredite em mim, não há ninguém com mais saudades do que eu neste mundo.

— Eu sei.... — Ela bufou. — Nós vamos nos ver em três dias.

— Sim, três longos dias... — Reclamou Edward. — Como Marie está?

Bella deu uma risada calma agora, o assunto entre eles continuou e surgia muito fácil. Bella se sentia segura e em paz, mesmo falando com ele ao telefone. Edward era a força que ela estava precisando para prosseguir o dia e conseguir passar por tudo isto.

Ela ficou em silêncio ouvindo-o com devoção enquanto ele contava sobre seu caso e a audiência prevista para a sexta-feira.

Bella estava certa de que podia fazer isso para sempre, e com um pouco de sorte, faria.