Vermelho Escuro escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 14
14. Sim ou Não




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Capítulo 14 – Sim ou não

Pov Edward

Edward sentiu a ponta dos seus dedos tremerem um pouco quando ela segurou forte a sua mão. Fazia muito tempo que ele não experimentava aquele tipo de felicidade, ele não fazia ideia de como era sentir aquele medo terrível de ter estragado tudo e finalmente conseguido consertar. E agora, mais que tudo, ele sentia o medo de volta.

Ela tinha os olhos doces ao encará-lo, Isabella também tinha aquele mesmo sorriso inocente que ele já havia visto antes, anos atrás, no rosto de outra mulher. Mas ele sabia que ela era diferente, que ela já tinha sobrevivido a coisas terríveis e talvez por isso se sentisse de alguma forma conectado a ela.

Quando deixou sua casa, sem saber o que faria, porque ela passou o dia ignorando-o, ele se sentiu adolescente novamente, sendo rejeitado pela sua primeira paixão. Foi por isso que ele entendeu que o impacto que ela estava causando em sua vida era diferente. Ele nunca havia transado com ela, ele nunca havia a beijado, mas de alguma forma ele estava ligado a ela sentimentalmente e coisas assim não aconteciam com homens como ele. Isso nunca havia acontecido diretamente com ele. Foi quando ele percebeu que todos os seus planos de somente tê-la em sua cama, nunca seria o suficiente.

— Então Edward, o homem que não namora ninguém, quer me namorar? — Ela sussurrou para ele, em um tom sarcástico, um tom que ele merecia ouvir.

Bella estava sentada em seu colo após ele a puxá-la contra sua vontade. Edward abraçou as pernas dela e as acarinhou por cima da calça de moletom que ela estava usando. Ela que estava deitada em seu ombro, brincava de dar pequenos beijinhos em seu pescoço, o que estava provocando seu membro entre suas pernas. E ambos tinham consciência disso.

Quem diria que eles estariam assim em apenas algumas horas após ele se declarar para ela?

— Eu disse apenas que nós poderíamos tentar isso de namorar... — Ele falou, soltando uma risada.

Levantando a cabeça, ele viu quando ela o encarou e deu um sorriso travesso para ele.

— Então o homem que não anda com ninguém em publico queria tentar “isso” de namorar?

Era óbvio que ela estava se divertindo com o fato de ele não namorar, Edward percebeu isso quando ela soltou outra risada com o desconforto que ele sentia. Ele revirou os olhos jogando ela no sofá e se levantando.

— Se você não quer, é só dizer... — Murmurou, se afastando dela.

— Ei, não foi isso que eu disse... — Ela se levantou e foi até ele.

Edward estava parado na janela, observando a calçada da entrada do prédio de Bella. Ali, ele viu que dava para ver perfeitamente quem ia e quem vinha. E soube exatamente o ponto em que esteve parado mais cedo tendo um impasse com Jessica.

— É isso que você está insinuando. — Ele continuou.

Foi surpreendido quando os braços franzinos de Bella abraçaram sua cintura e ela apoiou sua cabeça em suas costas. Edward não conseguiu mais ficar bravo e alisou as mãos dela em sua barriga.

— Mas não é isso. Só acho que você não está pensando bem nisso... — Ela sussurrou para ele, sem soltá-lo.

Edward continuou a fazer carinho na mão dela, observando o céu. Fazia frio e um vento gelado soprava nele.

— Eu penso em tudo. Eu sou um advogado. — Ele disse fazendo-a rir.

Sentiu quando ela se soltou dele, puxando-o. agora ficando de costas para a janela, Edward podia encará-la perfeitamente. Ela continuava com um sorriso congelado em seu rosto, ele percebeu que ela também estava feliz, como ele estava. Mas algo ainda incomodava-a, apesar disso.

— O melhor advogado, aliás. — Ela o bajulou, fazendo-o rir.

— Então, não há nada melhor nesta cidade, acredite em mim. — O sorriso diminuiu um pouco no rosto de Bella e ele se arrependeu de ter dito isso. — Eu estou brincando, Bella. Certamente há caras melhores que eu e com certeza você estaria melhor com algum deles e...

— Shhh... — Ela colocou seu dedo indicador nos lábios dele, o calando. Ficando na pontinha dos pés, Bella depositou um beijo cálido nos lábios dele. — Eu sei que você está brincando. E apesar de ser sim, bastante prepotente, você tem consciência dos seus defeitos. Mas você é um homem de muitas qualidades, Edward. E eu, particularmente, não tenho do que reclamar de você. Eu ainda não sou uma das mulheres da sua lista que você enganou, pelo contrário, você só me ajudou e me fez bem.

— Eu não vou enganá-la. — Ele rebateu rapidamente.

— Não é comigo a preocupação. Nem com você, nós somos adultos e vamos superar o que der errado...

Edward suspirou pela vigésima fez essa noite, ele começou a entender o ponto de Bella e a puxou para seus braços, abraçando-a com força. A sua forma de demonstrar suas intenções era se comprometendo com ela. Ele não estava ali para brincar com ela, apesar de não ter ideia de como seria. Fazia muito tempo desde a última vez que ele esteve em um relacionamento e estava morrendo de medo de fracassar.

— Marie é o seu medo? — Ele perguntou baixinho para ela.

Bella assentiu, e ele há apertou um pouco mais em seus braços.

— Ela me ganhou primeiro que você. Não há com o que se preocupar, amor... — Edward sussurrou para ela e segurou o rosto dela, vendo-a corar com o apelido carinhoso. Ele realmente estava apaixonado, fazia muito tempo que havia dito isto para uma mulher. — Eu a quero na minha vida tanto quanto quero você.

Os olhos de Bella lacrimejaram e Edward secou uma lágrima fujona e ela sorriu.

— Você não acha que isso é muito precipitado?

— Não. Eu não acho. Então, você gostaria de ser minha namorada? — O sorriso imenso que ela exibira a ele e o ímpeto de beijá-lo profundamente, respondia sua pergunta.

— Não faça eu me arrepender, Cullen.

— Não farei, Swan.

A promessa foi selada entre eles com um beijo.

— Agora você deveria ir se trocar, pois estamos atrasados para o nosso primeiro encontro.

— Primeiro encontro, como assim? — Ela perguntou e Edward sorriu misteriosamente, ignorando a pergunta dela e Bella o encarou antes de ir para o quarto.

Ele se sentou novamente para esperar por ela, pegou seu celular no bolso da calça e procurou nas chamadas recentes o número que ele queria.

— Oi, eu estou aqui... — Ele sussurrou para a pessoa do outro lado da linha. — Obrigado pelo seu conselho.

— E está tudo bem, filho? — O homem perguntou.

— Está, pai.

Enquanto esteve desesperado durante seu dia, houve apenas uma pessoa que ele resolveu que valia a pena procurar para conselhos sensatos. Uma única pessoa que ele sabia que diria a verdade sobre as coisas e não veria além de ilusões sentimentais. O homem que o criou como um filho soube lhe dizer que ele estivera muito tempo se comportando como um menino amedrontado e que estava à hora de tomar as rédeas da própria vida.

— Ela aceitou... — Ele disse sem conseguir realmente acreditar naquilo. — Eu espero não estragar tudo.

— Oh, Edward... Eu estou muito orgulhoso de você, filho. Sua mãe ficará tão feliz!

— Ah, pai... Foi por isso que eu liguei. Bella e eu estamos saindo agora e é provável que isso esteja em algum lugar amanhã. Nós iremos para a Rosie em seguida, contar para a Marie, eu não gostaria que vocês descobrissem por outras pessoas que não fossem eu ou Bella.

Houve um silêncio do outro lado da linha. Edward ouviu passos e olhou para trás e viu Bella.

— Você já está tão diferente, como isso foi possível? — Carlisle comentou com a voz afetada. — Eu finalmente reconheço o menino que eu criei. Sua mãe já está aqui ao meu lado ansiosa. Mande lembranças para a Bella e divirtam-se essa noite.

Edward desligou o celular e se levantou para apreciar sua namorada. A cena que ele viu lhe agradou muito. Bella estava com os cabelos soltos, o que era raro de se ver. O rosto um pouco corado devido ao choro, mas absolutamente linda. Calça jeans escura, botas e também usava uma jaqueta de couro.

— Achei que a gente podia ser aquele casal piegas que combina roupa. — Ela sorriu para ele, quando ele esticou a mão para ela.

Edward a tomou em seus braços e beijou seus lábios.

— Adorei a ideia de ser um casal que combina roupas. — Ele disse. — E a propósito, você está linda.

Ela corou um pouco mais antes de Edward pegar seu capacete e saírem do apartamento de Bella.

Desceram pelo elevador e Bella arregalou seus olhos quando viu a moto que Edward estava, ele percebeu que ela ficou nervosa e soltou uma risada. Pegou o capacete preso no suporte da Honda que ele pilotava.

— Não dá para irmos andando? — Ela perguntou um pouco tremula.

Edward soltou uma risada e fez que não com a cabeça, hesitante Bella subiu na garupa dele após colocar seu capacete. Ele conduziu as mãos dela até a sua cintura e o agarrou com força, só depois de garantir que os joelhos dela estivessem firmes ao seu redor, ele deu partida.

O veiculo foi escolhido com cuidado para esse momento, assim como o trajeto que Edward estivera fazendo em velocidade alta para o centro da cidade. Tudo tinha sido perfeitamente calculado por ele. Estava refazendo o mesmo caminho que fizera anos atrás, o caminho que o tinha o levado para as ruínas, mas agora, com sorte, ele encontraria um pouco de felicidade no meio do monte de caos que viveu sua vida até a chegada de Isabella Swan nela.

Ao diminuir a velocidade, ele parou em frente ao seu lugar preferido. Ele adorava vir aqui e passar um tempo com sua família, era aqui também onde se vendia a melhor pizza da cidade.

Bella foi a primeira a descer e tirar o capacete.

— Nós vamos comer pizza? — Ela perguntou, um pouco surpresa.

Edward desceu da moto e sorriu ao tirar seu capacete. Quando ela menos esperou, ele se aproximou, segurando o rosto dela e beijando seus lábios. Ele nunca se cansaria de fazer isso, e com sorte, nunca teria que parar.

— Vamos pedir para viagem. — Informou ele.

Ruborizada, Isabella assentiu. Eles estavam tendo plateia ali, alguns clientes que entravam no restaurante observavam com olhares curiosos o novo casal da cidade. Bella sentiu-se um pouco invadida, era como se eles a conhecessem e de algum modo soubesse de onde ela vinha e como pareciam incompatíveis aos olhos públicos.

— A gente não podia simplesmente ligar para o delivery? — Murmurou ela.

— E perder a chance de exibir minha namorada incrível? — Edward respondeu, sorrindo para ela.

Edward segurou a mão dela e fizeram seu pedido no balcão de atendimento. Ela o viu mexer em seu celular antes de escolher os sabores.

— Você pode colocar duas famílias, uma vegetariana e a outra de mozarela e pepperoni. Qual sabor você gostaria da sua, querida?

Ela parecia confusa pela quantidade de pizza. A atendente lhe encarava com um sorriso impaciente.

— Margherita, por favor. — Ela pediu.

— Mais uma família de margherita, e... Marie tem alguma preferencia por doce? — Ele perguntou a ela.

Os olhos de Bella brilharam em curiosidade e ela sorriu.

— Chocolate branco.

— Você pode colocar uma calzone de chocolate branco, uma família de morango e chocolate branco e outra de chocolate preto.

— Nós estamos indo para a casa de Rosalie? — Sem mais aguentar de curiosidade, ela perguntou.

— Sim.

Edward pagou após indicar o endereço da entrega. Ao retornarem para a moto, Edward logo deu partida e duas ruas depois estava estacionando na portaria de Rosalie.

Ele sentiu as mãos tremulas de Bella, quando ela apertou com força a sua e ambos andaram em direção ao elevador de Rosalie após cumprimentarem os seguranças e porteiros. O andar de Rosalie fora indicado por Edward quando ele apertou o botão de número 12.

— Eu não achei que nós faríamos isso hoje... — Bella sussurrou, apertando ainda mais a mão de Edward.

— Estamos entre amigos que possivelmente já sabem... Ou já imaginam. Você acha que Alice não falou assim que chegou? Rosalie também esteve comigo hoje.

— E o que a sua irmã pensa disso? — Insegura, ela quis saber.

Edward suspirou quando a porta do elevador se abriu.

— Todos te amam, Bella. O problema sempre vai ser eu... — O tom sombrio que Edward usou fez ela o encarar.

Andaram pelo corredor que antecedia a porta de Rosalie, mas antes que Edward tocasse a campainha, Bella o impediu.

— Algo ruim aconteceu na sua vida também... — Constatou ela. — Algo que você quer esconder de todos e que você finge que não tem relevância para a pessoa que você é hoje.

Edward a encarou, sentindo-se desconfortável. Ele não gostava de falar sobre isso, não era algo que ele pudesse se sentir confortável para compartilhar. Mas sabia que uma hora ou outra isso viria à tona e não queria que ela soubesse por outra pessoa. Ou por alguma revista sensacionalista.

— É verdade. — Admitiu. — Mas eu gostaria de falar sobre isso ao meu tempo, tudo bem?

— Claro... — Ela sorriu para ele, apertando sua mão.

— Eu só quero que você saiba que estou disposto a fazer tudo diferente com você. Pela primeira vez, em anos, eu trouxe alguém para apresentar a minha família. E isso me faz muito feliz.

Ela o abraçou pela cintura e Edward finalmente tocou a campainha.

— Quem é, Emmett? — Edward ouviu o grito de sua irmã antes que a porta fosse aberta.

Seu cunhado e seu amigo de longa data sorriu para ele e em seguida para a garota sorridente ao seu lado.

— São Edward e Bella! — Gritou o próprio Edward e ele parecia exuberante e feliz ao noticiar isso.


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