Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá lindonas. Tenho alguns capítulos já escrito dessa fic e irei solta -los sem demora até que eu chegue na segunda fase. Bjs



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O pai de Victoriano buscou uma mão de Inês para segurar ternamente, enquanto sorria para ela. Estava encantado e começava entender o filho, por mostrar tanto interesse pela jovem. Ela era linda, uma linda menina mulher. E ele sorriu mais pensando nos netos. Com certeza também seriam lindos.

E assim, sem soltar a mão dela. Ele disse.

— Fernando : Então você é a famosa, Inês, que roubou o coração do meu filho.

Ele sorriu e Inês, olhava ele segurando a mão dela. Até que subiu seu olhar e o encarou. Os olhos do futuro sogro dela eram tão iguais como os de Victoriano . Inês, via que o senhor, de cabelos grisalhos e pele branca, se mostrava ser bom homem enquanto lhe sorria com sinceridade. Até que a mulher do lado dele de sorriso falso, ainda pegada no braço dele, disse.

— Bernarda: Olá, Inês. Seja bem vinda a nossa família, querida.

Bernarda então cumprimentou com um beijo e um abraço Inês que fez ela se soltar de Victoriano. Com um sorriso forçado, Bernarda dava as boas vinda a jovem que sabia que tomaria logo o seu lugar naquela casa. O que ela achava que era injusto. E quando se afastou, arqueou uma sobrancelha, desafiando ver Inês fazer aquilo se fosse capaz.

Ela sabia que, Victoriano tinha tido muitas namoradas e nenhuma ele levou a sério. E eram totalmente diferentes de Inês.  E que Bernarda, julgava Inês como uma pobre coitada perto das outras. E por isso, sentia que ela não seria palha pra ela.  E Bernarda sorriu internamente. Estava certa, que Inês rápido estaria fora da fazenda e fora da vida de Victoriano. Porque sem uma noiva, não teria ninguém para tomar o lugar dela que ela achava que tinha o direito naquelas terras todas e que Fernando esquecia dela quando mencionava que só o filho com sua futura esposa seriam os verdadeiros donos daquele lugar.

Então se o problema era as futuras esposas. Ela resolveria, começando por Inês que era a primeira a chegar tão perto, de tomar o “trono“ dela.

E sorrindo sentindo que seu coração bobo deixava de bater como um louco estando na frente do pai de Victoriano e sua madrasta, Inês disse por sentir que era realmente bem vinda.

— Inês : Obrigada por me receberem .

E Fernando pegou no rosto dela e Inês suspirou tímida com o contato sem esperar buscando os olhos de Victoriano que sorria. Ele via que claramente o pai dele tinha aprovado a nora . E então, Fernando soltou o que faltava.

— Fernando : Terei netos lindos com esses seus olhos, minha jovem, Inês.

Inês sorriu sem jeito ficando toda vermelha e Victoriano disse, passando o braço na cintura dela.

— Victoriano : Está constrangendo minha namorada, pai, com esse assunto de netos.

Fernando riu e pegou agora na mão de Bernarda que encarava, Inês.

— Fernando: Nunca duvidei do seu bom gosto. É como seu pai.

Ele beijou a mão de Bernarda. E ela disse, sorrindo para todos.

— Bernarda: Então acho que já podemos entrar. Adelaide fez um almoço especialmente para você, Inês, e o pedido de logo mais.

Inês então procurou os olhos de Victoriano e depois voltou a olhar os olhos da madrasta dele e perguntou.

— Inês : Que pedido?

E Fernando disse.

— Fernando : Não vamos estragar a surpresa, querida.

E Bernarda também disse, duvidando que Inês não sabia que pedido ela se referia.

— Bernarda: Claro que não. Mas vem comigo, querida? Vamos na frente e deixamos os homens conversar um pouco.

Bernarda nem esperou Inês decidir ir com ela, levou a mão na costa dela e a fez andar para entrada da casa. Bernarda fingia rir feliz, enquanto Inês olhava mais aquela parte da fazenda, toda encantada .  E quando já entravam . Bernarda parou, olhou nos olhos de Inês e disse soltando todo o veneno que estava segurando todo aquele tempo.

— Bernarda: Não pense que você com essa carinha de pobre coitada, me engana. Sei que você é uma interesseira!  Aproveite enquanto pode, porque  Victoriano, logo verá isso!

Inês abriu a boca arregalando os olhos em choque pelas palavras de Bernarda . E nervosa pronta para responde-la, uma mulher que parecia ter a idade da mãe dela, apareceu na sala que estavam e disse.

— X : Já chegaram, senhora?

Bernarda que estava de costas para Adelaide e de frente para Inês. Se virou e sorriu, segurando o braço agora de Inês como que não tivesse acabado de falar suas grosseiras palavras a ela. E disse.

— Bernarda: Sim, já chegaram. E essa é a querida, Inês. Que logo fará parte da nossa família. Não é mesmo, querida?

Inês buscou os olhos de Bernarda, desacreditada. A mulher estava sendo sínica com ela. Voltava tratá-la bem diante de alguém, esquecendo que acabava de ofende-la claramente por saber que ela não fazia parte da classe de Victoriano. E esse era o temor que Inês tinha. Ser chamada de interesseira parecia ser esperado já que eram de mundos tão diferentes. Mas o que surpreendia Inês, era por Bernarda ter feito aquilo com elas sozinhas depois de tratá-la bem ao chegar. E que por sinal, ela ainda não teve a chance de se defender. E do jeito que estava, ela sentia vontade de chorar, queria ir embora e deixar Victoriano para traz.

Mas Adelaide lhe sorriu de um jeito acolhedor. Ela havia percebido nos olhos da jovem que algo não passava bem. E podia jurar que Bernarda tinha algo a haver. Já que a mulher sabia como podia ser venenosa a patroa que servia.

E assim ela disse.

— Adelaide : Seja bem vinda, Inês. Victoriano andou falando muito de você. Qualquer coisa estou a sua disposição.

Bernarda revirou os olhos. E depois disse dispensado a protegida de seu marido.

— Bernarda: Bom. Eu acho que já pode ir fazer seus deveres de doméstica, Adelaide.

Bernarda então buscou os olhos outra vez de Inês. Sorriu e depois voltou a dizer.

— Bernarda : Como eu estava dizendo...

Mas dessa vez, Inês não disposta ao ouvia-la falou rápido.

— Inês : Senhora não me conhece. Então seja o que for dizer, não vou permitir que me ofenda novamente. E por isso vou embora agora mesmo!

Inês então deu meia volta, disposta realmente ir embora de qualquer forma, quando viu os dois homens entrar . Bernarda sorriu, fingindo a delicadeza de antes. Mas séria, Inês buscou os olhos de Victoriano que já não sorria mais quando a viu daquela forma.

E então, ele disse, baixo só pra ela ouvir, enquanto Bernarda ao lado deles fingia que arrumava a argola da blusa de Fernando para ouvi-los.

— Victoriano: Passa algo, morenita?

Inês então olhou de lado vendo Bernarda, e pensou que não adiantaria nada dizer o que ela havia dito a ela. Afinal, Inês sentia que estava debaixo do teto de Bernarda e se a mulher a achava interesseira, ela que devia sair .  E então decidida em realmente ir embora, ela voltou a olhar nos olhos de Victoriano.  E depois disse, pronta pra pedir pra ele levá-la.

— Inês : Victoriano, eu...

Mas outra vez, ela ouviu a voz de Adelaide que avisava que o almoço estava servido. E então, Victoriano a levou com um sorriso no rosto todo orgulhoso para sala de jantar. O tempo que havia ficado sozinho com o pai, só o ouviu dirigir elogios a Inês e mostrar a ansiedade de vê-lo casado de uma vez.

E assim, em uma mesa se sentou os quatros. A mesa cumprida, estava cheia de alimentos e muito bem decorada. E ainda que não fosse acostumada a sentar em mesas como aquelas, muito bem educada, Inês se comportou perfeitamente bem e tentou responder Fernando na mesma euforia que ele lhe falava, já que na mente dela ela só pensava nas palavras de Bernarda que ainda lhe sorria falsamente diante do marido e enteado .

E ela falou pouco, da onde vinha com quem morava. E se surpreendeu quando Fernando deu entender que em pouco tempo deixaria a empresa sanclat  nas mãos de Victoriano . O que a fez entender que ela trabalharia para ele se aceitasse o que ele disse que iria conseguir com o pai, mas que na verdade aquela decisão também seria dele. O que ela devia ter pensado naquela hipótese.

E assim, Victoriano buscou com os olhos, os olhos do pai, estava nervoso e já queria voltar atrás no pedido de casamento, pelo menos naquele momento. Ele tinha medo de Inês falar não.  Ainda que a pouco tempo, ela tinha declarado que o amava também. E ele sentia que começava suar e ouviu o pai dele pedir uma champanhe.

Ansioso por aquilo, Fernando Santos, assim que visse sua nora com a aliança de noivado, já ia começar arrumar tudo para deixar a empresa no comando de Victoriano e organizar sua mudança de país. Já que ainda que tivesse outros imóveis dentro e fora da cidade do México, não ia seguir no país, muito menos na fazenda depois de vê -lo casado. Fernando, queria ver Victoriano virando o homem, o homem que ele havia o criado. Queria vê-lo fazendo mais dinheiro e lhe dando de uma vez seu neto homem como já era tradição na família dele. Apenas os primogênitos bem sucedidos davam aquele orgulho e passavam seu legado nos negócios para seus primeiros filhos. Foi assim com ele e com Victoriano não seria diferente.

Bernarda do lado de Fernando e na ponta da mesa como senhora da casa. Se corroía toda de raiva. O momento que ela achou que demoraria mais, por saber como o jovem que era seu enteado, chegar, ela estava ali preste a contemplar ele. Ela seria substituída da sua pose de senhora, e por uma pobre coitada ainda que ela não negava que Inês era “ bonitinha” mas não para tomar o lugar dela.

Além do mais, Bernarda jurava que ela não se encaixava no mundo deles. Era claro pra ela só olhando para Inês aquilo. E ela riu internamente subestimando, Inês. 

E Inês viu Victoriano se levantar assim que a champanhe foi posta ao gelo sobre a mesa. E ele levou a mão no bolso, e quando tirou uma caixinha vermelha veludada dele. Ela entendeu tudo o porquê de estar ali, o porquê do tal pedido e o ataque de Bernarda. Pois ela sabia que ao dizer sim seria mais ainda considerada uma interesseira.

Mas olhando os olhos de amor de Victoriano, sentindo aquela intensidade toda que ele mostrava. Ela sentia que seu coração acelerava mais e que seu corpo tremia. E se levantou da forma que estava e olhou sem saber que sua resposta trilharia uma extensa história de amor ao lado do homem que a amava daquela forma tão desenfreada.

Victoriano pigarreou nervoso mas não se permitiu amarelar. Desde do início deixava claro sua intenção para Inês, não a queria por curtição a queria para toda uma vida.  E então ele tomou fôlego e começou a falar.

— Victoriano: Inês. Sei que me chama de louco. Que acha uma loucura tudo que estamos fazendo tão rápido, tão inesperado que às vezes parece ser até inexplicável pra você o que sinto. Porque nem eu posso explicar como nasceu o que sinto por você então pouco tempo . Só sei que a cada dia o que sinto fica mais forte mais intenso! Mas sei que o sentimento que sinto é mais belo o mais bonito que já senti por alguém. Você diz porque você, como se não fosse digna de ser amada por mim. E eu me pergunto será que sou merecedor do seu amor? E eu agora quero saber dessa resposta vindo de você, morenita. Só você pode me dizer nesse momento se sou ou não . Se acha que sou. Te farei a mulher mais feliz desse mundo.  Quero que me responda, se aceita se casar comigo.

Victoriano, depois de suas palavras abriu a caixinha que tinha na mão. Nele tinha um anel dourado com uma pedra ao meio de brilhantes que causaria inveja em qualquer solteira de plantão que o olhasse. Victoriano, tremia  emocionado, como nunca havia ficado diante de uma mulher. Ele sabia que seu casamento sairia cedo pela pressão do pai que tinha. Mas quando ele pensava naquele momento, achava que seria ele ao automático, que seria apenas um pedido para formar uma aliança com uma mulher que o tornaria mais um homem de bem, pai de família e a frente dos negócios que tinha. Mas ali, ele via que era completamente diferente. Não havia imaginado que pediria em casamento a mulher que via em sua frente todo nervoso e esperando ansiosamente para seu sim...

Enquanto, Inês. Depois que o ouviu estava como uma gelatina mole.  Seu coração estava acelerado, queria chorar mas de amor, de agradecimento. Sentia que tinha encontrado o amor que ela desejava depois de já mocinha um dia encontrar. Talvez o conto de fadas sim existia, mas que nos tempo reais do que estavam, os cavaleiros perseguia suas damas até conquistá-las como Victoriano tinha feito com ela. O amor dele tinha a golpeado em cheio e ela queria dizer sim como sentiu que podia no dia de seu aniversário, aonde os sentimentos dele havia ficado tão claro como água. 

E deixando algumas lágrimas cair.  Inês só conseguiu dar a única resposta que seu coração gritava .

— Inês : Sim. Eu aceito, Victoriano. Eu aceito seu amor, aceito se casar com você.

Ela o abraçou chorando. Parecia um sonho e que se fosse, Inês não queria acordar dele. Nos sonhos mais bonitos dela de como era o amor, ela só pensava que ele era sentido por alguém que seria dono do seu coração para sempre e que faria desse alguém o pai dos filhos dela e que juntos formariam uma família feliz, onde nada mais passava importar, a não ser aquele amor e os frutos dele.

E Bernarda vendo o casal abraçados, enquanto segurava com sua mão esquerda uma faca de seu talher. Sorria forçadamente. Inês claramente não tinha levado a sério as palavras dela.

Enquanto Fernando, já de pé  abria o champanhe. Estava feliz e queria comemorar com o filho e sua nora aquele acontecimento.

Aquele amor de Victoriano e Inês, realmente não era impossível mas não significava que não teriam seus obstáculos como os mais grande amor tinham.

E assim ...  Dias passou . Inês era noiva, noiva de Victoriano Santos . Os preparativos do casamento começava acontecer, e Inês estava disposta a se casar com Victoriano da forma que ele escolhesse, e ele havia escolhido que fosse em uma grande festa na fazenda .  E mesmo que aceitasse que o casamento dela fosse como ele gostaria que fosse, ela só deixou nas mãos dele e de Bernarda, que ajudava nos preparos, o que deixava Inês desconfiada se ela fazia realmente de coração. Mas nada Inês, dizia e nem exigia nada. Já ia ter um casamento dos sonhos que às vezes ela tinha medo de acordar dele e ver que não era real. E só por estar vivendo aquele sonho bastava para Inês.

E em uma tarde, Victoriano nas terras da fazenda ensinava Inês, cavalgar.

Em cima de um cavalo marrom, ela estava na frente e ele atrás dela. As mãos de Victoriano abraçava o lado do corpo de Inês, segurando as rédeas do cavalo enquanto ele trotava lento. Com muito custo ela tinha subido no cavalo e agora com o sol quase baixando voltavam para o estábulo para levar o animal de volta ao canto dele.

E naquela tranquilidade, enquanto Victoriano cheirava por trás os cabelos de Inês, o ouviu ela chamando ele.

— Inês : Victoriano, meu amor.

Ele sorriu, amava ouvi-la chamando assim. E ansiava em tê-la o despertando com esse chamado de uma vez.

E então ele a respondeu.

— Victoriano: Sim, morenita.

Ele cheirou e beijou um lado do pescoço dela e Inês se sentiu se arrepiar toda. Victoriano estava com umas carícias depois de noivos mais ousadas, o que despertava quentura em todo corpo dela.

Mas se concentrando no que queria dizer. Ela disse.

— Inês : Não quero deixar minha mãe sozinha, mesmo que ela negue a morar conosco.

Victoriano beijou o ombro dela. Pensando que tão pouco ele queria deixar a sogra só. Iriam morar sozinhos na fazenda e teria espaço suficiente para ela com eles.  E então, ele disse afirmando que também já tinha falado com Constância sobre ela morar com eles .

— Victoriano: Ela é teimosa. Já disse a ela que morará conosco. Mas não se preocupe, Morenita. Pegaremos sua mãe mesmo que amarrada e faremos ela morar conosco.

Inês riu virando de lado para olha -lo e disse o que mais a preocupava em não aceitar a decisão que a mãe dela tinha tomado de morar sozinha.

— Inês : Ela não tem saúde para viver sozinha.

E Victoriano, curioso em saber qual era a doença que ele havia percebido que a mãe de Inês padecia, ele finalmente perguntou.

— Victoriano: O que ela tem? Sei que toma muitos remédios e o que até agora não me deixou ajudar com eles. Queria ajudá-las, Inês.

Inês olhou seu anel de compromisso que brilhava no dedo, depois de ouvir Victoriano. Não esquecia de ter levado o nome de interesseira por Bernarda. E por isso ela tinha certeza que para a madrasta dele, ela ainda não passava de uma caça fortuna. E Inês queria seguir provando a ela que aquilo não era verdade.  E provava ainda que tivesse aquele anel na sua mão direita que não podia fazer ideia de quanto valia, não pedindo nenhum centavo dele e não aceitando nada mais do que simples presentes que Victoriano começou dar para ela, como ursos e flores que ela amava .  E então, ela disse.

— Inês : Não tem obrigação em fazer isso.

Victoriano quando a ouviu, fez o cavalo parar. E a olhou nos olhos e disse bravo.

— Victoriano: Vou me casar com você. Sua mãe é minha sogra. É meu dever ajuda-la, Inês!

Inês encarou o olhar dele sério sobre ela sem medo. Com o tempo, ela conhecia mais ele e via que ele se exaltava fácil quando era contrariado. Mostrava isso no tom de sua pele que rápido se avermelhava e na sua voz que engrossava mais, o que lhe tirava um pouco o ar e não era de medo.  E assim, ela o respondeu com o rosto ainda virado para ele.

— Inês :Minha mãe não está mais tendo crises e as vendas dos pães e doces que ela faz, está dando lucros e também temos nossa pensão.

Victoriano puxou o ar do peito tentando não ficar mais nervoso. Ele queria saber até quando Inês seguiria negando qualquer ajuda ou algo que ele de bom agrado quisesse dar a ela. Tão teimosa como era, ele sabia que seria difícil ela entender de uma vez que tinha sim que aceitar tudo que ele quisesse dar a ela já que logo mais dividiriam tudo. Mas quando isso acontecesse, a história mudaria. Ele a mudaria. E depois que pensou o que pensava, ele disse 

— Victoriano: Vamos nos casar . O que é meu vai ser seu. Quero lembra-la disso!

E Inês olhando de volta para frente, disse.

— Inês : Até lá, não quero que tenha obrigações comigo. Só tente entender.

Victoriano alisou os braços dela.  E de novo esfregou seu rosto nos cabelos dela, aspirando o aroma deles, ficando em silêncio só ouvindo ela respirar enquanto ele tentava se acalmar . Até que ele se afastou quando algo invadiu a mente dele. E novamente como estava, ele disse.

— Victoriano: Apenas me responda, Inês, se deixava Loreto te ajudar. Quero saber se  isso que faz é só comigo ou não.

Inês então, ficou nervosa e seus pensamentos foi em Loreto o que fez ela lembrar de alguns dias atrás que encontrou o tio dele, que disse bravo para ela esquecer Loreto que ele não a merecia. E que depois daquilo ela o deixou cair no esquecimento e não teve mais remorso. E não querendo trazer ele átona, com seu sumiço junto ao noivado dela com quem ela achou que era amigo dele. Ela disse. 

— Inês : É melhor não falarmos dele.

Mas Victoriano nada satisfeito insistiu.

— Victoriano: Mas ainda quero que me responda, Inês . Permitia que ele te ajudasse ?

Inês então ficou calada.  Ela permitia sim, mas quando era para permitir Victoriano, um bloqueio por ele ainda ter todo dinheiro que ela não tinha lhe vinha a mente junto com as palavras de Bernarda, novamente. E vendo o silêncio dela, Victoriano bufou aborrecido e desceu do cavalo tirando ela do cavalo também logo em seguida . Queria olha-la nos olhos para expressar sua indignação.

E quando a colocou no chão, ela tocou seus cabelos soltos e disse por vê-lo aborrecido demais.

— Inês : Está nervoso. Está todo vermelho! Não tem motivos para estar assim, Victoriano!

E Victoriano então bravo, a respondeu.

— Victoriano : Mas é claro que tenho, Inês ! Porque não me deixa ajuda-la mas a ele deixava? O que ele tinha de especial que eu ainda não tenho pra você?

Victoriano afobado pegou no rosto de Inês, e a beijou em um curto beijo. Desde que tinha colocado os olhos nela, havia feito perguntas do porque ela estaria com Loreto . E se comparou com ele. Nunca iria esquecer aquele momento.  E com a testa colada na testa dela, ele disse baixo.

— Victoriano: Eu te amo, não seja teimosa ainda mais! Se deixava Loreto te ajudar, porque não eu?

Inês de olhos fechados tocou nos braços de Victoriano. Era mais que teimosia, era a dignidade dela que Bernarda havia colocado a prova. E assim, baixo como ele. Ela o respondeu.

— Inês : Eram situações diferentes, Victoriano.

Victoriano então se afastou pegou nas mãos dela. E disse buscando os olhos dela.

— Victoriano : Claro que eram. Eu sou teu noivo, vamos nos casar e ele não passava de um namoradinho seu!

Com o final das palavras dele, Victoriano soltou as mãos de Inês, e levou na cabeça. Queria que Inês fizesse a vontade dele que seria o melhor para ela. Ele desejava ajuda -la, desejava ser mais do que Loreto, fazer mais do que ele fez por ela um dia.  E Inês desejando terminar com aquele dilema, disse.

— Inês : Vamos embora que não quero discutir com você, Victoriano.

Victoriano então segurou no braço dela, a beijou entre os cabelos e tentou insistir de uma forma mais terna por ver que ela não aceitava do jeito que ele falava.

— Victoriano : Inês , Inês meu amor. Eu te amo . Quero que saiba que se precisar de mim eu estarei pra você.  E se precisa de minha ajuda tem que aceitar.

Inês suspirou, e olhou nos olhos de Victoriano. Via que ele tinha todas as intenções boas em querê-la ajuda ela. Mas ainda assim, não queria aceitar se tudo estava sobre o controle dela.

— Inês : Já disse que não estou precisando. Tenho os remédios da minha mãe. E ela já não está tendo crises mais.

Victoriano soltou o ar do peito. Estava claro que não faria ela mudar de ideia. E então, ele disse um tanto aborrecido.

— Victoriano: Também não vai me dizer o que ela tem? Já quis perguntar, mas não queria ser invasivo .

Ele cruzou os braços na frente dela a espera de respostas. E Inês, suspirou virando o rosto. Como diria a ele que a mãe que tinha sofria de uma doença mental como aquela . Esquizofrenia era uma doença que mexia com todo sistema nervoso de sua mãe, que como levou a vó dela a beira da loucura ela poderia ser a próxima. E tomando coragem, para ser sincera com o homem que ia casar . Inês puxou o ar do peito o olhou nos olhos, e começou.

 
— Inês : Minha mãe sofre de esquizofrenia, Victoriano. Ela pode perder totalmente a razão a qualquer momento. Por isso toma tanto remédios. Minha vó, sofria de esquizofrenia paranóica e se matou na loucura dela. E por isso em hipótese alguma não quero que ela viva sozinha.

Victoriano piscou várias vezes conciliando as palavras de Inês. Conhecia aquela doença e seus males e ouvir que a vó dela também já havia sofrido daquele transtorno, perguntou.

— Victoriano: Disse que sua vó também era esquizofrênica? A mãe da sua mãe?

E sem rodeios, Inês o respondeu.

— Inês : Sim.

Victoriano puxou logo o ar do peito já todo tenso com o que começava pensar . E novamente, fez mais perguntas.

— Victoriano: E qual é chance dessa doença estar na gênica da sua família, Inês?

Inês tocou os cabelos . Não estava gostando das perguntas de Victoriano. Pois as respostas delas ela sabia que podia afasta-lo dela. Mas ela sabia que não podia esconder dele algo tão sério já que iam se casar. E assim, ela o respondeu.

— Inês: Todas, Victoriano. Sou chamada de louca ainda que nunca viu, minha mãe também e minha vó muitas vezes antes de tirar a própria vida. Ainda quer se casar com uma louca?

Depois que fez sua pergunta, Inês com os olhos chorosos ficou olhando Victoriano. Ele via que ela estava abalada e lembrou naquele momento, de quando a impediu de atravessar a rua e a chamou daquele nome. De louca sem saber que ela sofria ataques de pessoas ignorantes que a chamavam assim.

E então, ele disse rápido o que pensava, não querendo vê-la como estava em sua frente.

— Victoriano: Você não é louca! Talvez nem tenha o gênesis dessa doença. Não fale besteiras, Inês!

E depois que sentiu uma lágrima correr de seu rosto, Inês ao limpa-la, brava. Ela o respondeu.

— Inês: Não duvido que eu tenha, Victoriano. A minha herança familiar é essa . Esquizofrenia!

Mais tarde . Victoriano, no quarto dele revirava gavetas, até que achou a pasta da informações que ele buscou de Inês. Ele não acreditava que tinha deixado escapar a história daquele male dela e sua família. Já que se a avó materna dela teria se matado a beira da loucura com aquele mal, tinha que ter algo escrito sobre e até laudos médicos.

E ele revirou as tantas folhas e achou a parte da árvore genealógica dela. Ter dinheiro, é ter informações e era isso que ele tinha na mão dele.

— Victoriano: Droga Inês, como deixei passar isso!

Ele suspirou pesadamente vendo que na família dela, teve mais casos de transtornos mentais do que ela tinha falado e sabia.

E na casa de Inês.

Ela estava deitada pensativa, olhando seu dedo de aliança. Estava aflita, depois que revelou do que padecia os que ela amava a Victoriano, ele mudou . A aflição tinha tomado conta do rosto dele e o silêncio prevaleceu quando ele a levou para casa de carro.

E ela chorou. Em pensar que talvez, ele ia ser mais um que a deixaria ao descobrir a história dela. Inês já tinha visto aquele filme passar com suas amigas enquanto seu primeiro namorado, Loreto, tinha ficado sabendo mas que agora Inês já não acreditava nisso, talvez ele também tinha visto que seria uma loucura casar com ela assim como Victoriano poderia estar tendo aquela noção também.

E Constância, entrou ao quarto para dar boa noite para filha, quando rápido a viu limpar os olhos das lágrimas .  E ela disse.

— Constância : Por que chora, hum?

Ela sentou na cama e Inês se sentou também de rosto virado pro lado. E mentiu o que era óbvio.

— Inês: Não estou chorando.

Constância tocou nos cabelos de sua filha, e com carinho ela disse .

— Constância: E eu sou a chapeuzinho vermelho.

Inês suspirou e então soluçou olhando aquele momento para os olhos de sua mãe, e deixando suas lágrimas avista dela.

— Inês : Contei a Victoriano a historia de nossa família . E ele vai me deixar, mamãe.  Sei que vai.

Constância respirou fundo. Queria acalmar Inês . Mesmo temendo vê aquilo que ela dizia acontecer. Havia confiado em Victoriano, ele não podia magoar Inês daquela forma. E então, ela disse tocando com as mãos o rosto de sua filha.

— Constância: Ei meu amor. Se acalme. Ele disse isso a você?

Inês fechou os olhos negando com a cabeça e depois respondeu a mãe.

— Inês : Não. Mas porque ele ficaria comigo? Se posso enlouquecer também.

Constância então, pegou nas mãos de Inês segurou entre as dela . Torcia que pelo que sofria ainda sendo jovem demais, Inês não sofresse também. E aquilo de fato podia não acontecer com ela. E assim ela disse.

— Constância: Talvez isso não aconteça com você, minha filha. Não é porque está vendo acontecer comigo que será o mesmo com você. Se Deus quiser essa doença maldita não vai te alcançar.

E Constância abraçou com força Inês depois de suas palavras e ela chorou mais nos braços dela.  E naquele afago, Inês disse sofrida.

— Inês : Eu amo, Victoriano. Se ele me deixar vou sofrer demais.

No dia seguinte.

Victoriano tinha revelado o que tinha descoberto sobre a história da família de sua futura esposa e mãe de seus filhos, ao seu pai. E naturalmente, Fernando pensou nos seus netos tão cobiçados por ele que poderiam nascer também com os gênesis da mãe.

E então ele aconselhou que Victoriano procurasse um especialista para consultar Inês, mas antes ele sugeriu o fim daquele compromisso. O que Victoriano, desesperado não aceitou optando pela segunda opção.

E assim ainda de manhã. Ele foi até a casa de Inês. Mas não a encontrou, só encontrando a sogra dele.

E Constância aproveitando que Inês estava na sua última semana de aula . Sentou com Victoriano na mesa e lhe pediu, depois que ouviu ele dizer que não queria só que Inês passasse em um especialista mas também ela.

E pegando na mão dele ela dizia.

— Constância : Não me importo comigo. Minha doença já está alojada em mim e me levando aos poucos. Só vou pedir, que quando eu não puder mais proteger minha filha estar com ela, que faça isso por mim, Victoriano. Nunca abandone Inês, cuide dela em nome do amor que mostra sentir por ela. Não a deixasse jamais sozinha. Me prometa isso? Me prometa que enquanto viver vai ama-la e protege-la. Me prometa?

Victoriano beijou a mão de Constância. E a respondeu, com toda convicção do que queria e do que sentia.

— Victoriano: Eu prometo. Inês sempre me terá. Sempre estarei com ela. Não se preocupe.

Constância sorriu, fechou os olhos e respirou agradecida. E depois disse. 

— Constância : Obrigada Victoriano. Não sabe o alívio que me dá. Inês é tudo pra mim.

Victoriano sorriu mas também triste. Tinha um carinho pela mãe de Inês e por isso o entristecia de vê-la doente.  E então, pensando no bem estar dela. Ele disse.

— Victoriano: Quero que também me prometa algo.

— Constância: O que ?

— Victoriano: Que vai viver conosco. Não poderá ficar só, e Inês não vai viver feliz longe da mãe dela. Faça isso por ela .

Constância baixou a cabeça e depois respirou fundo com aquela questão de ir ou não viver com sua filha depois de casada.

E mais tarde, abraçada com Victoriano ao fim do dia, na frente da vila. Inês disse expondo a angustia que teve.

— Inês : Achei que me deixaria. 

Victoriano procurou os olhos dela. Nunca seria capaz de fazer o que ela dizia. Era amor o que ele sentia por Inês, do mais intenso que ele achou que não poderia sentir. E então, ele a respondeu.

— Victoriano : Nunca irei te deixar, Inês. Eu te amo, morenita.


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