Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 57
Capítulo 57




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Olá lindas, eu sei que eu tenho outras fanfics para atualizar e ainda estou nesta, é que eu escrevo ela há muito tempo e gostaria ao menos de dar uma adiantada nela nesse período que estarei de férias, para que quem sabe ao final do ano, ela ser minha próxima fanfic finalizada. Enfim, espero que estejam gostando das atualizações seguidas. Beijos!

 

 

Inês quando viu que Bernarda não acordava, ouviu gritos depois mãos em cima dela.

Diana a puxava para um lado, Constância se ajoelhava ao lado de Bernarda e tudo então ficou em segundo plano. Ela sendo esquecida enquanto Bernarda recebia atenção.

Depois ela viu dois capatazes aparecerem, Cassandra de telefone na mão, e ela apenas em um canto da parede analisando o que tinha feito. E não se arrependia, mas pensava no que aconteceria depois. Bernarda parecia respirar, o rosto dela apenas tinha um corte em seu lábio inferior e algumas vermelhidões espalhada na pele branca.

Inês olhou suas mãos tremulas, sentia agora dores nela, depois escondeu a mão que tremia sem controle nas costas. A outra ela arrumou os cabelos, e disse.

—Inês: Eu sinto muito.

Quando ela disse, ela olhou para filhas que a ignorou. Inês apenas ergueu a cabeça. Não sentia por Bernarda, sentia pelo que tinha feito da noite antes tranquila. Mas o que poderia fazer? Tinha a absoluta certeza que Bernarda estava sim em posse da única foto que tinha de seu filho. Não haveria outra pessoa ali capaz de querer lastimá-la tanto quando o assunto era o passado e seu filho sequestrado.

De pijama, um vestido de mangas e com os cabelos grisalhos presos ao alto da cabeça, Inês viu com esses trajes, Adelaide aparecer. Inês jurou que Adelaide ia até Bernarda como todos estavam e um capataz a levantava nos braços. Inês observou ele andando com ela para longe, as filhas também indo junto e ela piscou sentindo lágrimas enfim deixarem seus olhos.

Mas depois sentiu um toque no seu braço, olhou quem a tocou, e era Adelaide. A senhora foi em quem mais a interessava, e era Inês. Falou com ela, mas Inês nada entendeu, apenas sentiu em seguida sendo guiada novamente para dentro do quarto.

Assim Adelaide bateu a porta trancando-as, e pareceu que todos o caos que existia naquela casa, ficou fora do quarto. Adelaide a conduziu até a cama, e Inês sentou ficando imóvel, por um tempo parecendo longe dali.

A senhora pareceu andar para lá e para cá depois, Inês viu ela com um telefone na mão que havia tocado. Ela falou e falou e depois o telefone foi desligado.

Assim então, Inês sentindo a calmaria tomando-a, disse por fim.

—Inês: Ela me roubou a foto do meu filho, Adelaide. Eu só fiz o que ela merecia. Sei que estão pensando que estou louca, que provavelmente Santiago já está a caminho para me controlar com aquelas malditas injeções, mas a realidade é que fiz consciente, eu fiz porque quis. Acredite em mim ao menos você, porque já sei que todos terão seu lado.

Adelaide caminhou até Inês. Para ela, Inês não precisaria se defender de nada, portanto ela disse certa.

—Adelaide: Eu acredito em você menina. Já te vi inúmeras vezes em crise e necessitando ser controlada, mas dessa vez sei que não é necessário.

Ela sentou ao lado da cama, e buscou uma mão de Inês para seguir. Visando que único ali fora deixarem Inês e Bernarda juntas tempo demais naquela casa.

—Adelaide: Inês, todos já sabiam que entre vocês duas existem fortes atritos. Victoriano assumiu esse risco ainda assim. Não vou deixar que te culpem. Bernarda teve o que mereceu!

Inês chorou e ao mesmo tempo riu. Depois apenas chorou, chorou copiosamente enquanto Adelaide a abraçou. A consciência de saber que Victoriano e as filhas a culpariam e achariam a enferma de sempre ali, fazia Inês sofrer.

Momentos depois, elas se separaram, Adelaide afagou os cabelos de Inês e disse.

—Adelaide: Tudo bem, Inês. Sabemos que isso terá consequências, mas estarei nelas com você e contra essa infeliz mulher. Mas tem que se acalmar, se Santiago chega e te encontra assim, não conseguirei impedir que ele te receite algo.

Inês limpou os olhos assentindo. O que ela menos queria era ficar inconsciente, fora de área para que não pudesse se defender e Bernarda seguir sendo a vítima. Iria lutar por sua verdade, pela foto de seu menino, e sim, aceitar as consequências de seus atos, mas não dominada mais por malditos remédios.

Assim então ela disse.

—Inês: Só tenho você acreditando que Bernarda pode sim ter pego a foto do meu filho, Adelaide. E eu quero ela de volta, quero a foto do meu filho e essa mulher terá que me entregar!

Ela andou limpando mais os olhos ao mesmo tempo que queria se acalmar.

Bateram na porta, depois ouviram a voz de Santiago. Inês então trocou olhares com Adelaide, depois fazendo um gesto positivo para a mulher abrir a porta.

Inês respirou fundo. Correu para tomar um copo de água que ficava na jarra acima de móvel ao lado de sua cama. Encarou o móvel decidindo se tomava ao menos um dos remédios ali, porque temia que Santiago fosse mais um a vendo como louca.

Assim ela optou em não pegar nenhum, e depois levantou a cabeça, deixando o copo no lugar e viu Santiago apressado, entrando com uma maleta na mão, dizendo.

—Santiago: O que aconteceu Inês?

Ele fez um gesto que a chamava para os braços dele. Inês arisca estendeu os braços a frente do seu corpo impedindo a aproximação dele, e disse.

—Inês: Eu não quero que me aplique nenhuma de suas drogas, fique longe de mim com qualquer seringa que tenha nessa maleta Santiago! Fique longe de mim!

Santiago parou, levou depois sua maleta até a cama dela e depois disse, de braços abertos.

—Santiago: Estou sem nada, olhe.

Inês cruzou os braços, olhou na porta onde Adelaide antes ficara, depois suspirou e disse para senhora.

—Inês: Adelaide, poderia ver onde estão minhas filhas e o que fizeram com Bernarda? Eu vou ficar bem.

Adelaide olhou o médico, depois voltar a olhar Inês, e disse.

—Adelaide: Preciso mesmo saber o que está acontecendo antes que Victoriano volte a ligar. Eu já volto querida.

Inês suspirou agora sabendo que com quem antes Adelaide falava ao telefone, era Victoriano.

Momentos depois, ela ficou só com Santiago. O médico voltou a mexer na sua maleta quando ela disse rápido.

—Inês: Eu disse sem remédios!

Santiago se afastou da maleta, ergueu as mãos em forma de redenção quando disse.

—Santiago: Mas algo temos que fazer, já que bateu em uma mulher idosa até que perdesse o sentindo, Inês.

Ela andou depois que o ouviu, e disse baixo.

—Inês: Talvez ela tenha fingido. Ela não é igual comigo como é com os demais de minha família, Santiago. Tenho certeza que ela não irá poupar esforços para me fazer de vilã.

Inês suspirou depois que falou. Ficou então vendo a noite pela porta da varanda aberta, e ouviu passos que vinha até ela e depois Santiago falar.

—Santiago: Ela não gosta de você mesmo. Já percebi, mas ainda não deixa ter sido errado o que fez Inês. Isso me preocupa como seu médico. Essa senhora foi levada ao hospital.

Santiago enfiou as mãos ao bolso da calça depois que falou algo que deduzira com alguns minutos de conversa com a senhora, e ficou ao lado de Inês, olhando agora a noite, assim como ela.

Inês ficou de lado, e de braços cruzados ela disse, em tom de surpresa.

—Inês: Hospital? Eu não bati nela tão forte assim.

Ela andou agora preocupada se ao invés de terminar aquela noite em um hospício seria levada a uma cadeia.

Santiago então a olhando, a respondeu.

—Santiago: Ou talvez ficou tão descontrolada que perdeu a razão e não percebeu a gravidade da situação.

Inês virou para ele. O olhou irritada, irritada por todos ali apenas a enxergarem como uma louca, sendo que naquele momento ela só foi mais humana que qualquer outra pessoa sana em seu lugar seria. Assim então, ela o respondeu.

—Inês: Estou tão cheia de todos vocês me verem como uma louca, como doente o tempo todo quando é visível que estou me recuperando!

Ela torceu os lábios com raiva e não o olhou mais. Santiago então depois de um tempo em silêncio, apenas disse.

—Santiago: Está tomando ao menos seus remédios?

Inês revirou os olhos. Não estava tomando-os regularmente e quando tomava não fazia na indicação certa.

Assim então ela tocou os cabelos, e disse.

—Inês: É melhor você ir, Santiago, como vê não tem nada a quem ou que controlar aqui.

Ela andou indo até a porta do quarto. Santiago foi até a maleta dele enquanto conversava.

—Santiago: Então quer dizer que foi fria suficiente para agredir uma idosa porque quis.

Ele falou um pouco alto, depois tirou rápido uma injeção pronta da maleta, colocou dentro de um bolso da calça e se afastou.

Inês estava de costa e abriu a porta que Adelaide havia fechado antes de ir. Depois voltou a mirar Santiago, com ele já indo até ela. Assim ao lado da porta, ela disse firme.

—Inês: Sim, e não me arrependo. Ela me roubou a foto do meu filho. E sabe do que falo e do que descobrir a existência dela significou para mim, Santiago.

Santiago levava as duas mãos no bolso da calça, enquanto uma destampava a seringa, a manuseando com a mão escondida. E assim então ele a respondeu.

—Santiago: Isso é você que diz. Existe alguma prova que ela fez isso Inês?

Inês baixou a voz, perdendo um momento a firmeza de sua verdade, quando disse.

—Inês: Não, não tenho. Mas sei que quando ela está aqui sempre algo acontece para que me leve ao meu passado relacionado ao meu filho, ou ela mesma me provoca usando minha dor contra mim.

Santiago parou muito próximo dela, quando disse.

—Santiago: Acho que deveria voltar a tomar seus remédios, a voltar a ter regularmente suas consultas comigo e parar de pensar que está melhor, porque não está, é mera ilusão de sua mente Inês. Você nunca vai melhorar como pensa, pare de se enganar.

Inês abriu a boca e fechou. Fechou juntamente com sua cara quando o ouviu, não gostando nada do tom de seu médico muito menos das palavras dele. Foi até debate-la quando se viu nos braços dele e uma seringa na mão dele.

Ela gritou se debatendo em seguida, e depois sentiu a agulha entrar em um de seus braços. Santiago a abraçava por trás, seu braço forte e grande a imobilizando assim, e dessa forma, ele disse com a boca muito próxima do ouvido dela.

—Santiago: Não se debata, a agulha vai quebrar em você, Inês. Quieta querida.

Inês não se importou e tentou morde-lo, mas também Santiago não se importou, lançou a seringa no chão quando já havia aplicado nela o remédio, e a pegou pelos braços fazendo ela olhá-lo, quando ele disse bravo.

—Santiago: Eu poderia te machucar!

Ele então a trouxe mais para o corpo dele. Inês ainda consciente se sacudiu e gritou contra o peito dele.

—Inês: Me solte! Me solte Santiago! Não poderia me aplicar essa maldita, maldita...

Ela sentiu o corpo se esmorecer, seus olhos começarem lentamente pesar. Santiago que viu o corpo dela perdendo as forças, a sustentou pela cintura, depois a tirou do chão e caminhou com ela até a cama.

Quando deitava o corpo dela na macia e grande cama, Inês já tinha os olhos fechados perdida na inconsciência da medicação. Santiago então a admirou. Ela estava ali dormindo, com os cabelos negros, revoltos e espelhados, a cabeça caída levemente de lado e um braço para fora cama. Ele então arrumou o braço dela. Fez com cuidado, depois olhou ela toda e sorriu.

Sorriu, levando uma mão ao rosto dela. Com o dorso da mão, acariciou a pele dela, depois desceu mais os dedos e foi aos lábios.

Lábios quais nunca teria e morria por prova-los uma vez apenas. Ele então tirou rápido a mão de onde estava. Levou à cabeça e passou eles bagunçando-os em uma angustia mortal, ao menos para sua alma solitária e por 18 anos ter colocado os olhos em uma paciente de um modo nada profissional.

De repente a mão dele voltou a tocá-la, ele moveu a cabeça dela de um modo que ficasse reta e evidenciasse melhor todo seu perfil. Então não pôde mais e a beijou.

Adelaide deixou cair a bandeja que trazia de café e chá quentes ao chão quando ao meio do quarto viu a cena. Santiago estava debruçado sob Inês, a beijava na boca enquanto claramente ela estava indefesa.

Com o som, Santiago se afastou em seguida. Sua pele estava branca como o papel, seus olhos pareciam querer deixar a orbita deles, que nervoso, ele tentou dizer enquanto lutava para que sua voz saísse.

—Santiago: Não é o que a senhora está pensando.

Adelaide se abaixou, não se importando com as dores que tinha nas pernas e pés por terem sido molhados pelos líquidos que trazia, pegou parte de uma caneca quebrada e disse, fazendo dela uma arma.

—Adelaide: Eu sei o que vi, e quero que você se afaste dela agora mesmo se não chamarei os homens de Victoriano e eles mesmo tomarão conta de você, seu maldito espertalhão!

Santiago se afastou da cama com as mãos erguida, Adelaide correu até Inês certificando que naquele momento ela realmente não estava consciente por ter sido claramente medicada, assim então ela olhou com mais raiva o psiquiatra dela e disse.

—Adelaide: A medicou sem que ela permitisse! Eu ouvi muito bem ela dizer que não queria!

Santiago pegou sua maleta, a fechava quando a ouviu e disse, sem olhar para senhora.

—Santiago: Sempre a mediquei dessa forma, não só ela como todos meus pacientes que apresentam risco a alguém ou a si mesmos.

Ele assegurou com raiva e olhou a senhora e depois olhou Inês.

Adelaide tocou no rosto de Inês e quis chorar. A via como filha, e como uma mãe iria protege-la. Assim então ela ainda com parte da caneca em uma mão, e Santiago sendo ciente disso, disse.

—Adelaide: Sempre quando precisou sedá-la, alguém estava por perto. Então isso torna sua ação irresponsável e antiética doutor!

Ela ficou toda rígida e Santiago riu dizendo.

—Santiago: Parece ter muita autoridade aqui, se não passa de uma criada. Eu vou embora!

Adelaide ainda onde estava, apenas disse firme.

—Adelaide: Sei o que vi e vou contar!

Ele que já dera as costas para ela, apenas disse.

—Santiago: Será sua palavra contra a minha.

Ele então caminhou para fora do quarto. Quando não pôde vê-lo mais, Adelaide conseguiu respirar mais calma. Olhou então Inês e depois buscou cobri-la. Em seguida olhou a bagunça que fizera e pensou tudo que teria que resolver na ausência de seus patrões na casa e até das filhas deles.

Com isso traçou um plano na cabeça. Beijou Inês na testa, e antes de sair do quarto fechou a porta com a chave, daquele modo garantido a segurança dela.

Depois que levou a chave aos peitos, saiu com pressa. Abaixo na escada, ela ouviu a porta fechar, depois abrir novamente e assim olhou para um capataz da fazenda.

Era Zacarias que entrava na casa. Ela então perguntou.

—Adelaide: Tem notícias das meninas?

Zacarias parou, tinha sido ele carregar Bernarda até um dos carros da fazenda e leva-la junto com as filhas dos patrões ao hospital. Assim ele disse.

—Zacarias: Vão ficar com Bernarda no hospital. A propósito, pelo que entendi ela não vai morrer.

Ele riu depois que falou, depois viu Adelaide séria quando disse.

—Adelaide: Bom para Inês.

Zacarias olhou para cima, cruzou os braços nus e peludos sobre o peito, e disse.

—Zacarias: E cadê ela?

Adelaide mostrou-se mais séria, mas dessa vez soou com raiva quando disse.

—Adelaide: O psiquiatra dela a sedou. A sedou de uma forma errada e ainda peguei ele...

Ela se calou, e agora quem ficou sério foi o homem à frente dela.

—Zacarias: Pegou ele fazendo o quê?

Adelaide suspirou agora sabendo que tinha que contar apenas o que viu para própria Inês ou Victoriano, e o respondeu.

—Adelaide: Nada. Volte para seu lugar. Se precisarmos de você nós chamamos.

Ela fez que ia andar, mas o capataz bruto, a pegou pelo braço e disse.

—Zacarias: Diga mulher. O patrão não está, a patroa não pode também fazer nada, assim temos nós mesmos que resolver as coisas aqui.

Adelaide olhou o rosto dele, pensou que se tivesse um homem ali entre elas Santiago nunca tinha se atrevido a beijar Inês. Assim então ela sentiu raiva de sua covardia como homem e disse.

—Adelaide: Peguei o psiquiatra beijando Inês, e ela estava desacordada.

Zacarias soltou uma maldição, depois soltou também o braço da mulher, mexeu no chapéu rapidamente e disse frio.

—Zacarias: Preciso resolver umas questões. Melhor que fique na casa essa noite.

Adelaide assentiu mesmo que não precisava daquela ordem, quando disse.

—Adelaide: Não sairei daqui até que as meninas voltem.

Zacarias fez um aceno para ela antes de ir, depois andou rápido até a porta. Lembrava ao entrar na casa que havia cruzado com o pomposo do médico, que nem ao menos lhe havia mirado nos olhos com toda uma arrogância que seu doutorado lhe dava.

Assim então ele se apressou também fazendo ele chegar segundos depois até a caminhonete que deixara à frente da casa, e quando chegou entrou nela cantando pneu.

Santiago dirigia na estrada de terra de volta a sua residência. Sentia que tinha posto tudo a perder, pois não era tonto que vendo a maneira como a criada de Inês havia a defendido e estado pronta para ataca-lo, ela ia contar a todos o que viu.

Tinha perdido o controle, a razão e com isso errado. Victoriano daquela vez cobraria o que ele tinha feito e Inês deixaria definitivamente a clínica.

A estrada de terra qual dirigia, estava escura, apenas o farol do carro iluminava o caminho. Assim, Santiago apesar de perturbado interiormente, dirigia com cuidado quando foi ultrapassado por um carro em alta velocidade.

Momento depois ele viu o carro parar virado, impedindo assim que ele seguisse. Santiago então parou seu próprio carro, mas não desceu dele até que viu alguém sair do carro em sua frente.

Zacarias bateu a porta do carro do seu patrão deixando os faróis ligados iluminando seu alvo. Depois quando viu que era olhado pelo médico esnobe, ele gritou para ser ouvido.

—Zacarias: Inês acordou! Precisa que volte à fazenda!

Santiago o olhou confuso, apenas conseguindo entender melhor o nome de Inês sendo insinuado e a palavra volte. Assim então ele saltou do carro, falando alto também.

—Santiago: O que disse, peão?

Zacarias cuspiu no chão enquanto caminhava até o médico. Que quando esteve diante dele, Santiago teve o rosto acertado por um forte soco.

O médico se virou contra o capô do carro, cuspindo sangue ali. Depois foi levantando pelas mãos de trabalhador braçal de Zacarias. Assim, então o peão o gritou.

—Zacarias: Sei o que fez com minha patroa e vamos conversar sobre isso mais do meu modo!

Santiago arregalou os olhos quando viu outro punho indo em direção do seu rosto.

No hospital.

Diana suspirou exausta da espera. Estava ali junto com suas irmãs.

Assim então ela disse, encostada em uma parede.

—Diana: Até quando vamos esperar?

Constância estava quieta, sentada em uma cadeira almofadada. Havia chorado por vários motivos, por isso sofria de dor de cabeça, mas sentia outra dor maior.

Tinha a sombra de seu irmão desaparecido na família novamente, na verdade ali no meio dela e sua mãe. Aquela infeliz verdade que descobriu lhe tirando de novo o brilho de seus olhos e seu sorriso. E tudo perto de seus 18 anos. Perto de sua festa tão desejada e vivendo uma semana de constante intimidade com a mãe que seu irmão lhe roubara desde de sempre, desde de sua vida indesejada por uma mãe que não a queria.

Diana cutucou Cassandra. As duas assim olhou para a irmã mais nova, e Diana disse.

—Diana: Tudo bem Conny?

Constância levantou a cabeça, mas nada falou. Assim suas irmãs se olharam novamente e Cassandra foi sentar ao lado dela.

—Cassandra: Tudo vai ficar bem. Nossa vó vai ficar bem, nossa mãe também. Deixamos ela com Santiago. Ele vai cuidar dela até voltarmos.

Constância saltou de onde estava. Se mostrou então tremula e aos choros, quando gritou as duas.

—Constância: Eu estou nem aí para as duas! Elas estragaram minha semana! Mas eu culpo mais esse irmão que não conhecemos! Eu o odeio, o odeio tanto!

As duas mais velhas foram até ela quando a viram cobrir os olhos e chorar.

—Diana: Calma-se, Conny. Por favor.

Constância empurrou as duas, soltou um palavrão desconhecido para as mais velhas e depois saiu dali.

Diana levou então as mãos nos cabelos em histeria, e disse.

—Diana: Por Deus, onde está nosso pai?!

Em um aeroporto de Nova York, Victoriano aguardava a resposta se conseguiria mesmo um voo de volta ao México ainda naquela noite.

Tudo havia acontecido muito rápido. Recebeu uma ligação de Cassandra nervosa e contando a ele o que estava acontecendo. Ela exaltada não sabia dar respostas precisas do estado das duas mulheres envolvidas naquela crise familiar. Depois que havia dito que voltaria para casa, se arrumando e arrumando as malas as presas, Constância ligou. A ligação dela foi a mais histérica ainda, clamando pelo pai em lagrimas e praguejando a existência de um irmão que não conhecia.

A ligação de Constância, para Victoriano, havia sido a mais alarmante e esclarecedora. Para ele, Inês havia entrado em uma forte crise quando não achou a foto do filho deles e brigado com Bernarda. Apenas quando conseguiu falar com a que mais parecia equilibrada, ele entendeu a realidade dos fatos. Adelaide o havia explicado que Bernarda havia sido levada ao hospital por Inês ter a atacado de forma física. Assim a senhora ficou de cuidá-la enquanto as filhas ficaram a cargo de Bernarda no hospital.

Victoriano assim estava em uma pilha de nervos, dando voltas e voltas na sala de espera do aeroporto, de passaporte na mão, querendo urgente voltar para casa. Uma casa que estava pegando fogo sem ele.

Ele passou assim a mão na cabeça. Se culpava por ter feito Inês tratar daquele assunto da foto sem ele. Confiou por telefone seu bom estado, que juntos poderiam ter seriedade naquela nova busca.

Enquanto buscou serviços mais especiais e melhores na américa, se encheu de um renovo diferente. Com as altas tecnologias avançadas, ele sentia que daquela vez encontrariam Fernando e de fato teriam paz. Inês tinha razão, precisavam os dois daquela paz.

Fernando dado como vivo ou morto, o que importava era que teriam algo para lidar, um ponto final dado na tormenta que já levava mais de duas décadas.

Ele passou a mão na testa sentindo que suava. Fechou os olhos e lembrou das palavras de um dos profissionais que ouviu, quando buscou informações de como seriam as novas buscas. Usariam a foto de Fernando criança para reconstruí-la com recursos tecnológicos, dando assim um novo rosto: O rosto do menino já adulto.

Victoriano soube na hora que veria seu filho já adulto por uma foto e não pôde se sentir terrivelmente ansioso e esperançoso, além de saber que teria a oportunidade de tirar de Inês a obsessão que ela começava a nutrir por um desconhecido quando mirasse o rosto do filho deles e não enxergasse o de Carlos Manuel.

Ele resolveu sentar no sofá de couro e mirou uma televisão na parede. Ficou ali por um tempo em seus devaneios, quando uma moça uniformizada apareceu o chamando. Victoriano então saltou de onde estava, trocou duas palavras com ela e a seguiu.

No hospital.

Diana aguardava sozinha, enquanto Cassandra resolveu ir para casa ver como a mãe dela estava e deixar Constância nela.

Assim então, Diana viu um médico jovem aparecer, de óculos e uma ficha na mão.

—Diana: Doutor, por favor me dê notícias de minha vó.

O médico mexeu nos óculos, e olhou a ficha de exames que tinham realizado em Bernarda, portanto a espera dos resultados, resultaram na demora de notícias. Assim então, ele disse.

—X: Desculpe senhorita. Devo dizer que trago boas notícias. Sua querida vó está perfeitamente bem, sem lesões cerebrais e diante do hemograma que fizemos, em perfeito estado de saúde também.

Ele sorriu para Diana, que franziu o cenho quando disse.

—Diana: Como assim, ela está em perfeita saúde doutor? Minha vó tem câncer, essa foi nossa maior preocupação.

O médico quando a ouviu, revirando as folhas de exames feitos, disse.

—X: Aqui não existe nenhum câncer.

Diana sorriu nervosa, e disse.

— Diana: Olhe direito, doutor. Algo deve estar errado.

Adelaide estava com Inês. Tinha limpado a bagunça do quarto, primeiro o que ela tinha feito ao derrubar o que trazia na mão quando surpreendeu Santiago, depois o que Inês mesmo havia feito. E tudo apesar do barulho que uma vez ou outra havia feito no quarto, Inês seguia dormindo sob o domínio da medicação que Santiago havia aplicado nela.

Que em pensar no médico, Adelaide pensava em quem diria primeiro o que viu. Victoriano ou Inês quando acordasse?

Ela suspirou, via já tantos problemas naquela noite parar dar mais um. Mas ainda assim sabia que em um momento oportuno teria que dizer o que viu. Não podia deixar Inês enganada além de claramente correndo perigo.

Ela resmungou sozinha. Quando ouviu depois alguém entrar no quarto.

Era Cassandra.

Ela entrou, e depois falou baixo.

—Cassandra: Papai já conseguiu entrar em um voo. Graças a Deus.

Adelaide concordou com a jovem. E depois disse, indo sentar em um poltrona.

—Adelaide: E a velha, como está?

Ela abriu um livro que estava ali, depois de chamar Bernarda de velha como se ela não fosse também. Cassandra então sentando na ponta da cama olhando a mãe, respondeu.

—Cassandra: A senhora falando assim, só dá mais estimulo para que minha mãe encontre uma parceira nesse ódio inexplicável que ela tem por minha vó Bernarda, Nana.

Adelaide deu de ombro, quando disse, ignorando aquele assunto.

—Adelaide: Devo dizer que vocês foram muito frias quando eu cheguei e não vi nenhuma ao lado da mãe de vocês. Estou decepcionada.

Depois de falar ela virou o rosto, e Cassandra disse.

—Cassandra: Eu estava muito nervosa. Todas estávamos. Nossa vó tem câncer, é uma idosa e nossa mãe parecia muito sóbria quando a viu ao chão.

Adelaide fechou o livro, e soltou um risinho quando disse.

—Adelaide: Isso é verdade. Inês sabia o que fazia e porquê. Bernarda não é flor que se cheire. Não gostou da mãe de vocês desde que ela pisou nessa fazenda ao lado do seu pai.

Cassandra acariciou a perna de Inês que estava coberta, e depois disse.

—Cassandra: Não vou conseguir dormir, por que não me conta mais disso?

Adelaide suspirou. E então disse.

—Adelaide: Conto, mas antes vou buscar um cafezinho.

Cassandra assentiu, e depois viu a senhora sair do quarto. Assim ela tirou as sandálias que usava e deitou na cama, ao lado de Inês. Ficou então com as pontas dos dedos tocando na cabeça dela e brincando com seus cabelos.

Diana bocejou, esticada em um sofá. Ela buscou olhar a hora na tela do seu celular. Estava amanhecendo. Assim então ela se sentou, quando notou que dormira ali no quarto que Bernarda estava sobre observação, prometendo ser até aquela manhã.

Diana então ficou de pé, se espreguiçou e quando olhou para cama, Bernarda tinha os olhos abertos.

A senhora sorriu e estendeu a mão para que fosse pega. Diana por sua vez, cruzou os braços contra o peito e a questionou.

—Diana: Por que mentiu para nós que a senhora estava com câncer?

Na fazenda. Victoriano por fim chegava em casa. Ele subiu com a mala até o quarto. Subiu com pressa, quando então encontrou Inês dormindo na cama, ao lado dela Cassandra e em uma poltrona do quarto, Adelaide.

Ele suspirou, caminhou até deixar sua mala em um canto, depois foi até a Adelaide primeiro.

Adelaide acordou aos pulos, depois Victoriano a acalmou e exigiu que ela fosse descansar na casa dela, onde um de seus homens poderiam leva-la naquele momento mesmo. Depois foi até Cassandra, a despertou primeiramente estranhando seu tom amarelo no rosto, mas o abraço que ela dera nele foi tão reconfortante que deixou de lado qualquer coisa.

Depois então só ele e Inês ficaram ao quarto.

Ele a olhou dormindo pelo que sabia ser por efeito de sedativos. E ele então suspirou com pesar. Lembrava que na manhã que decidiu viajar, desejou ver ela daquele modo. E ele se sentia pior ainda com o pensamento que teve e que de um jeito ou de outro aconteceu. Inês estava outra vez sob o domínio de remédios.

Ele então se afastou, começou a desabotoar a camisa. Antes de qualquer coisa, antes de tocá-la e ter chances de conversarem sobre tudo que tinha acontecido na ausência dele, teria que tomar um banho e tirar a sujeira que levava no corpo de uma viagem e lugares cheio de pessoas.

Inês abriu os olhos. A primeira coisa que viu foi uma mala ao canto na parede. Ela piscou mais de uma vez para ver se o que via era real, depois sentou-se rápido.

Quando fez o movimento, se sentiu dolorida, mais entre seu tronco e braços. Levou então a mão em um deles, buscando em sua memória o que tinha acontecido. E de repente como um raio de luz, ela lembrou que Santiago havia sedado ela.

Quando então se levantou disposta a travar mais uma batalha, ela ouviu uma voz conhecida.

—Victoriano: Bom dia. Vejo que já acordou.

Ela então olhou em direção de Victoriano que apareceu, dentro de seu típico roupão de banho, vindo do banheiro. 

 


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