Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 53
Capítulo 53




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Olá o capítulo está bem grandinho. Espero que gostem, ah e com o final gostaria de saber. Entre o dilema de Inês e Victoriano, quem tem a razão? Mas não tem só isso, ando preparando o terreno para as verdades aparecerem, porém como escrevo muito e ainda não tenho tempo para fazer mais frenquentemente, não posso dizer quantos capítulos faltam para tudo vir átona.

 

 

 

 

Pela manhã, Inês acordava. Acordava sentindo o cheiro de loção pós-barba, também sentia o cheiro de hálito fresco próximo ao rosto. Com isso, ela abriu os olhos e se deparou com Victoriano.


Ele sorriu para ela quando notou que ela acordou. Depois, ele desvendou um lado do ombro dela, descendo a fina alça da camisola delicada e de tons claro que ela usava. Assim então depois de depositar um leve beijo em um seio dela, ele disse.

—Victoriano: Não queria ir viajar essa manhã ainda como estamos e como ficamos ontem depois de nossa conversa, morenita.


Inês piscou apenas ouvindo ele e conciliando tudo que acontecia após acordar e até sentir que poderia raciocinar diante da conversa que tinham. E como ela apenas levou uma mão em um lado de seus cabelos arrumando-os, Victoriano voltou a falar enquanto revelava algo em uma de suas mãos.


— Victoriano: Olha o que eu arrumei para fazermos amor, hum. Podemos optar por esse método por enquanto.

Quando Inês viu um plástico azul pequeno na mão de Victoriano, sentiu que todo seu sangue voltava a circular imediatamente em seu cérebro. Não lhe trazendo apenas coerência, mas também raiva, quando notou que o que ele tinha na mão, era um preservativo.


Ela então sentou rápido no mesmo momento que com uma mão o afastava, dizendo.

—Inês: Eu não vou usar isso Victoriano e você não vai decidir isso por mim!

Victoriano sentou. Ele vestia um roupão de banho macio e preto, deixou o que trazia na mão em cima do colchão, e repetiu sério.


— Victoriano: Eu não quero mais filhos, já disse.


Ele respirou fundo depois de falar. Tinha conseguido aquele preservativo naquela manhã, de uma forma discreta e rápida. Ter muitos homens abaixo de seu comando por trabalharem em suas terras, lhe dava certo tipo de intimidade e regalias, e aquilo era uma delas. Que estando em um casamento de mais de 20 anos nunca teve que recorrer àquele método de proteção. Até então aquele momento.


Inês ergueu a cabeça quando o ouvi, saltou da cama em seguida e ao lado dela, ela disse, elevando mais seu tom de voz.


—Inês: Eu já entendi isso! Já entendi que não terei voz, que não terei escolha, que não irá me ouvir nem conversar para que cheguemos a um acordo Victoriano! Eu disse que estava indecisa, e ainda estou, mas o que faz está sendo um absurdo. Não está me dando uma escolha e eu a tenho!


Victoriano ficou de corpo todo rígido, se levantou rápido, a encarou e a respondeu duro.


— Victoriano: Eu não vou te dar essa escolha! Não vou dar a escolha para que se encontre na mesma situação que esteve quando ficou grávida de Constância e descobriu que ela era menina, Inês! Não vou!
Inês se afastou levando as mãos nos cabelos, quando parou e baixou as mãos e em seguida torceu os lábios em fúria, ela o respondeu.



—Inês: Não pensa, não pensa que eu também posso estar desejando apenas em voltar a ser mãe sem fazer escolhas sobre o sexo de nosso filho, Victoriano? Não pensa que se recebo a oportunidade de ser mãe de mais uma menina, eu poderia consertar meu erro? Eu iria amá-la desde o primeiro momento e amamenta-la com afeto, por não desejar errar mais?

Ela piscou mais de uma vez depois de falar, fez isso quando sentiu lágrimas lhe vindo aos olhos e respirou fundo em seguida. Victoriano fez o mesmo. Respirou fundo depois de ouvi-la, mas nada lhe fazendo voltar atrás e apenas visando outra opção para o dilema dela, ele disse.



— Victoriano: Está certo. Quer mais uma filha? Quer dar a ela afeto, carinho? Podemos adotar! Muitos bebês esperam pais como nós em orfanatos e não seria a primeira vez que optamos pela adoção, não é mesmo?

Ele se calou depois de falar e mencionar Diana na conversa ainda que seu nome não houvesse sido falado. Inês por sua vez negou rápido com a cabeça e em desespero por não estar sendo compreendida por ele, ela rebateu nervosa.


—Inês: Eu não quero assim! Se Deus e a vida está me dando ao menos mais uma oportunidade da hipótese de ser mãe outra vez e fazer direito, eu quero gerar minha filha ou meu filho, eu quero assim, Victoriano!
Victoriano a olhou calado. A olhou calado por alguns segundos até responde-la baixo e frio demais.


— Victoriano: Sinto não poder dar o que quer então.

Depois de falar, ele deu as costas para deixar aquela conversa com sua decisão mais uma vez exposta. Inês então andou, lhe tocou no braço e o fez virar para olhá-la quando disse.


—Inês: Somos casados, Victoriano! Deveria também me dar voz. Meu corpo me pertence. Não serve apenas para que sacie seu desejo como ia fazer e da maneira que você decidia, usando isso!


Ela olhou com desprezo para o que tinha na cama, e Victoriano então fez o mesmo para depois voltar a olhá-la e dizer.


— Victoriano: Você mesma diz que está indecisa, poderíamos usá-lo até vermos onde isso tudo nos levará.

Ele depois de falar mais manso, a tocou em um dos braços alisando-a, torcendo chegar a convencê-la. Inês duvidando das palavras dele, se esquivando, ela cruzou os braços e disse.


—Inês: Quer me enganar. Quer me dar essa opção provisória quando sei que se depender de você ela será definitiva, Victoriano. Você não quer filhos, se eu decidir que quero, mão me dará. Por Deus, acaba de me dizer isso. Então não vai me enganar ao tentar me induzir a usar isso quando você já tem a palavra final.

Victoriano bufou mas fechou os olhos em uma prece interna quando voltou a falar e a mirou.



— Victoriano: Estou certo que não tenho outra opção a não ser buscar medidas drásticas. Isso que fala com tanto desprezo, poderia nos ajudar, também até nos trazer experiências novas. Nunca as usamos. Você nunca a usou.

Ele se esforçou agora a sorrir. Sabia por sua boa memória que nada seria melhor do que fazer amor com ela da forma que sempre fizera. Lembrava muito bem de sua juventude antes mesmo de conhece-la quando o que tinha apresentado a ela, não saia de seu bolso e carteira e como aquela experiência não era nada comparada ao sexo livre de qualquer empecilho entre eles. Assim o que falava era puro fingimento. Uma falsa expectativa apenas para convencê-la.

Inês deu de ombros mirando o preservativo pequeno mais gigante no significado para eles. E então assim voltando a olhar Victoriano nos olhos, ela o rebateu.


—Inês: Está certo, eu nunca usei e nem quero. Entre fazermos amor sem isso e com isso, prefiro a primeira opção. Não sou ingênua Victoriano, claro que sei que não seria comparado ao sem.

Ela deu um sorriso irônico, depois deu as costas para ele, e ele se aproximou dela apostando suas últimas fichas, ao falar enquanto levava as mãos em seus braços.



— Victoriano: Esse que tenho é simples. Mas não sabe as variedades que hoje encontramos em uma farmácia. Existe até de diferentes sabores, cores e extras sensíveis. Não quer viver mais essas experiências comigo, hum?


Ele alisou os braços nus dela, levou o rosto próximo aos cabelos dela e os cheirou ali depois de falar. Inês fechou os olhos. Tremeu, mas voltou a razão quando o respondeu, virando-se.

—Inês: Não. Você não me seduzir. O problema aqui não é só usar isso, é que se sente no poder de decidir tudo quando o assunto é eu e nosso casamento, e eu te dei esse poder Victoriano. Eu dei desde do dia que nos conhecemos. Eu me tornei tão dependente de você que você tomou esse posto e segue nele. Mas chega! Chega!


Depois de falar, ela andou para longe dele. Entrou no banheiro e bateu a porta ao fechá-la. Ao ir até a pia, ela se olhou no espelho e encarou sua imagem. Estava ofegante, tinha os cabelos revolto e os olhos brilhando demais, e enquanto se olhava, ela ouviu barulhos no quarto.

Deduzia que Victoriano havia quebrado algo, chutado ou ao menos jogado qualquer coisa que ela não conseguiria definir sem ver. Mas ainda assim, ela não saiu do banheiro. Posicionou suas mãos firmes no mármore da pia e percebeu que lhe faltava ar enquanto seu coração acelerava. E notou que se encontrava no início de uma crise que há muito não tinha.



Victoriano entrou no closet que dividia com Inês. Pegou um par de roupas limpas, depois sapatos e tudo rápido, largou na cama até e voltou para buscar uma mala.


Estava furioso. Inconformado por verem as coisas com Inês saindo dos trilhos novamente. Os meses passados pareciam apenas terem sido uma pausa para o que agora começavam a viver.


Ele parou o que fazia quando viu o móvel ao lado da cama grande dele e de Inês. Ali era o lugar onde Inês guardava todos os remédios ao alcance de suas mãos. Ele então notou que já não a via tomando-os com frequência. Eles a acalmavam, eles a dominavam depois de uma crise, mas só diante dela.


Ele então se sentou em cima da cama e passou a mão na cabeça. Inês não era furiosa daquela forma, não tomando os remédios. Ele então apertou os olhos e quis esmurrar algo quando se viu desejando ela dominada por aqueles infelizes comprimidos.

Dentro do banheiro, Inês havia se despido enquanto tentava regular sua respiração e toda frustração e o pânico que sentia. Assim, ela abriu o chuveiro com água em abundância, e mergulhou seu corpo abaixo do jarro quente de água.


Ela então começou a chorar enquanto seu corpo todo tremia.


Alguns minutos depois, ela saiu do banheiro. Estava enrolada em um roupão e tinha uma toalha nos cabelos. Ela olhou todo o quarto vazio e apenas com o cheiro de Victoriano e seu perfume ao ar.

Ela então suspirou e pensou que daquela vez o que havia provocado seu estado abalado havia sido ele. Sua crise iniciada e ainda ali mais fraca, mas ainda evidente em tremores de sua mão, havia sido despertada por aquela mais uma discussão.

E tudo porque ela gostaria de ter o direito de escolher se queria voltar a ser mãe, em uma escolha que ele nem dava a ela. Desconsiderando sua escolha de uma maneira autoritária e fria.

Ela então caminhou até a gaveta do móvel que continha seus medicamentos, que temendo ficar pior, juntou rapidamente cincos comprimidos na palma de uma mão, encheu o copo que esteve ao lado de um jarro de água fresca e os tomou em seguida.


Victoriano andava pela casa e não andava de bom-humor. Estavam apenas no início de uma semana que para ele nada trairia mais de bom. Tinha desistido fácil dela, mas mão desistido de seus objetivos.

Assim então ele bateu na porta de um quarto. Depois olhou o relógio que trazia no pulso que marcava 07:15 da manhã. Bem cedo para iniciar ela em uma discussão acalorada e de quebra de braço com Inês.


A porta então foi aberta. Bernarda parecia tão desperta como ele. Estava arrumada claramente para sair, e ele então disse.


— Victoriano: Temia ter de acordado.


Bernarda negou com a cabeça ofertando a ela um sorriso.


— Bernarda: Essa manhã começo minhas radioterapias. Quer entrar? Ou me espera pegar minha bolsa e conversamos lá embaixo?

Victoriano suspirou com pesar. Julgava que tinha acolhido a viúva de seu pai abaixo de seu teto e de sua família para ampará-la no momento difícil que ela passaria, mas não ali estava ele para buscar amparo e não dar. Mas que ainda assim ele disse.

— Victoriano: Se tiver um tempo Bernarda, queria que conversamos no seu quarto mesmo.

Bernarda fixou o olhar nele e julgou naquele momento que algo acontecia e que os sons que escutou vindo do quarto dele e de Inês ainda que não conseguiu ouvir nitidamente, havia sido uma briga entre eles.

Que assim então ela o respondeu.



— Bernarda: Claro que tenho, meu querido. Entre .



Victoriano entrou, quando Bernarda deu espaço para ele passar.


Ele então suspirou sentindo um sentimento de egoísmo que lhe vindo ao peito quando buscava a senhora doente para auxiliá-lo. Mas só confiando nela naquele momento, ele começou falando.


— Victoriano: Sei que está aqui por ter sido a esposa de meu falecido pai e eu não permitir jamais que passasse pelo que vai passar, sem meu apoio e de minhas filhas que tanto a amam. O problema é que sua presença aqui nesse momento não é só uma forma de prestarmos apoio a você, Bernarda, eu também estou temendo que logo necessitaremos de você.

Bernarda já tinha o coração acelerado quando no início das palavras de Victoriano imaginou que seria expulsa como da última vez que esteve ali fora. Já estava amaldiçoando Inês em pensamento quando as palavras de Victoriano mudaram e ela passou entender o que ele queria. Que então assim, ela pegou levemente em um braço dele e disse.

—Bernarda: O que está acontecendo? Sabe que te amei desde do início como filho, Victoriano. Estou aqui, me peça o que quiser querido. Somos uma família, não?

Ele esperou a resposta dele, quando o viu se afastar e passar nervosamente as mãos no rosto. Depois ele se voltou para olhar na direção dele e a respondeu.


— Victoriano: É Inês. Vou viajar essa manhã. Tardarei ao menos uma semana para voltar e eu gostaria que me informasse sobre qualquer coisa que possa passar aqui e que a cuidasse em minha ausência, Bernarda.

Bernarda de um genuíno e largo sorriso, quando o respondeu.


— Bernarda: Eu ouvi que brigavam. Mas ela desde que estou aqui a vi tão sana. O que aconteceu?

Victoriano suspirou outra vez e agora demonstrou impaciência ao lembrar o que acontecia com eles.


—Victoriano: Ela está sana, está melhor e já há mais de um mês. Só temo que esse quadro logo mude. E sobre brigarmos, o motivo de nossa briga é que me traz esse temor.

Bernarda fixou o olhar nele e o instigou mais a falar.


— Bernarda: E que motivo é?

Victoriano sentou no sofá próximo a cama, levou algum tempo para responder e quando fez disse seco e com certa raiva.

— Victoriano: Inês quer outro filho e eu sei muito bem o quanto ela pode ser obcecada com esse assunto. E por isso tomei uma decisão que é por esse motivo que vou viajar e pedir que seja meus olhos em minha ausência, Bernarda.

Bernarda foi até ele, se sentou ao seu lado tocou-lhe o ombro e disse.


—Bernarda: Eu serei seus olhos aqui, mas que decisão fala que tomou?

Victoriano a olhou e sem temer de fazer aquela confissão, ele disse.


— Victoriano: Vou fazer vasectomia.


Bernarda então sorriu.

Victoriano conversou um tempo mais com Bernarda até que procurou por suas filhas que já estavam à mesa do café, menos Constância que já havia ido a aula.

Assim ele se despediu das mais velhas, e enquanto caminhava até seu carro já preparado e em sua espera com um de seus capataz ao volante, ele de celular na mão olhou para varanda do quarto dele com Inês.


Tudo ainda estava fechado e ela com certeza ainda estava dentro dele.

Ele então respirou fundo enquanto guardava seu celular no bolso do terno que usava. Tinha também mandado uma mensagem à Constância, prometendo trazer presentes e um pedido de desculpas por não ter ido a tempo se despedido dela.

O que também não tinha feito o mesmo com Inês. Acreditava que uma despedida só daria a ele e ela, mais uma round sobre a discussão com o tema que estava lhe tornando uma assombração.


Ele então deixou a mala dele ser posta no porta-malas e entrou no carro. Depois que o seu capataz entrou também e tomou a direção, ele disse.


—Victoriano: Antes de irmos ao aeroporto, iremos à clínica que minha esposa se consulta.


O capataz assentiu e Victoriano olhou o relógio no seu pulso mais uma vez.



Ele era um homem inteligente e bem informado para saber que sendo casado e optar por uma vasectomia para não gerar mais filhos, ele precisava de uma permissão de Inês como esposa. Uma permissão assinada por ela e de caráter formal. Mas também sabia que ganharia o direito de realizar a cirurgia sem autorização dela, se ele conseguisse um laudo médico provando que a mulher que era casado por questões médicas e prejudicais a ela mesma, não poderia gerar mais filhos. E isso Victoriano sabia que conseguiria com Santiago. Anos de um maldito tratamento sem cura, daria a ele ao menos aquela regalia. A prova de que Inês era incapaz psicologicamente de voltar a ser mãe.




Mais tarde. Na clínica. Em uma normal manhã, Santiago foi informado que em sua sala Victoriano Santos o esperava.

Ele mais que imediatamente, deixou a ficha que tinha de um paciente qualquer na mão de uma enfermeira e caminhou de passos largos até sua sala.

Desde que havia dispensado Inês há uma semana de seu posto de voluntária, ela não tinha retornado a clínica. E não era que ele não quisesse, ela apenas havia faltado na consulta que teriam. Com isso ele só temia que aquela visita repentina de Victoriano trouxesse notícias ruins vindo dela.


Assim então ele escancarou a porta da sala e Victoriano de pé virou-se o olhou.


—Victoriano: Finalmente.


Victoriano então disse em um tom áspero e impaciente. E Santiago ainda em estado de alerta, apenas disse.


—Santiago: Inês está bem? Me diga que sim.



Victoriano depois de ouvir Santiago e identificar sua excessiva preocupação, levou ar ao peito e necessitou olhar o chão por alguns segundos enquanto enfiava as mãos ao bolso para não se ver socando o médico com elas. E depois então ele disse com acidez nas palavras.


—Victoriano: Ela estaria melhor se estivesse fazendo seu trabalho.


Santiago então fechou a porta atrás de si, dizendo apressado.


—Santiago: Então ela não está bem, é isso? Veio me buscar para controla-la? Poderia me ligar que eu iria até ela como das outras vezes.


Ele caminhou com pressa até a mesa dele na intensão de pegar o que era preciso e se dirigir até a Fazenda.


Victoriano então notando seu intuito, disse rápido.


— Victoriano: Inês está bem por enquanto que para evitar que eu veja ela aqui mais uma vez ou que volte controla-la como um ser irracional com suas malditas injeções, é que estou aqui.


Santiago parou tudo o que fazia. Mirou o homem grande, mas não muito diferente dele mesmo e há alguns metros de distância dele, e respondeu em uma atenção profissional.


—Santiago: Se especifique.

Victoriano então sem rodeios começou.


—Victoriano: Inês está voltando a querer outro filho. Obviamente eu não quero. E estou aqui para que me ajude nisso.


Santiago então deu um sorriso nervoso e disse, agora arrumando vários papéis na mesa dele.


—Santiago: Sou um médico psiquiatra não um terapeuta para que resolva seus problemas conjugais com ela.

Victoriano deu outro sorriso mas nada amável, e rebateu as palavras dele da mesma maneira que fora respondido.


—Victoriano: Acontece que esse problema meu com ela têm muitas chances que torne seus se ela vivenciar o que passou na gravidez de Constância. Que a propósito, já faz 18 anos que ela voltou ser sua paciente e não houve melhoras ao ponto que eu não tema precisar trancá-la aqui novamente!

Santiago parou tudo o que fazia, ergueu a cabeça e saiu de trás da mesa onde tinha se colocado. Assim caminhando até Victoriano ele começou responde-lo.

—Santiago: O que Inês sofre, não tem cura, tem controle e é controlando que impedimos que ela se torne esquizofrênica, Victoriano Santos. Sabe que quem históricos dessa doença como ela tem, pode ser despertada em qualquer momento. Assim é a esquizofrenia. Ela desperta em qualquer estágio da vida. Basta apenas uma faísca e Inês nunca mais voltará a ser a Inês que hoje tem e graças ao meu trabalho como médico!

Santiago calou-se quando já estava apenas uma mão de distância de Victoriano. Que o marido que era Victoriano ao ser lembrado do diagnóstico da esposa, aborrecido e sentindo-se confrontado, ele respondeu rápido Santiago.


— Victoriano: Cale a boca, seu imbecil!

Todo vermelho, Victoriano depois de ofender o médico bufou. Santiago por sua vez estufou o peito e disse firme e em bom som.


—Santiago: Não permito que me ofenda em meu posto de trabalho, ainda mais se lhe digo apenas uma verdade que em todos estes anos deixei claro, Victoriano Santos! Inês não deve ficar sem tratamento e apoio psicológico nunca!

Victoriano bufou. Respirou fundo enquanto um silêncio entre ele e Santiago predominava. Até que depois de se afastar do médico e alisar o rosto com uma mão de uma forma impaciente, ele disse.

—Victoriano: Preciso de um maldito laudo com o que acabava de dizer. E preciso dele de uma vez para que juntos compactuaremos para que isso não aconteça. Para que Inês não volte a estar aqui.

Houve outro silêncio entre eles. Até que Santiago temendo a piora de Inês, logo disse.


—Santiago: Precisarei de alguns minutos para que eu junte tudo que eu preciso para te dar esse laudo.

Victoriano então mais aliviado ao ouvi-lo, disse.

—Victoriano: Tudo bem, vou sentar e esperá-lo.

Santiago então negou rapidamente e indo até sua mesa, ele o respondeu.


—Santiago: Não. Quero que espere longe de minha sala. Logo irei leva-lo, não se preocupe.

Victoriano bufou, enquanto o olhava se sentando. Assim então ele repetiu o que sempre quando tinha oportunidade, ele deixava claro ao psiquiatra.



— Victoriano: Eu não gosto de você. Sei que nutre sentimentos que não deveria por minha esposa, mas que se a deixo ainda que seja o médico dela, é apenas por ela. Apenas por ela!

Santiago sentiu a necessidade de revirar os olhos, e faria isso se fosse ainda ele Victoriano jovens de colegiais. Mas sendo maduros ambos os dois, ele apenas disse seriamente.




—Santiago: Posso agora começar trabalhar no que me pediu, ou tem mais alguma ressalva?


Victoriano então apenas bufou mais uma vez e em seguida saiu da sala.



Fora dela ele caminhou. Saiu até estar na área do jardim. O ar fresco bateu em seu rosto quente e tenso e ele suspirou. Suspirou enquanto tinha as palavras de Santiago em sua mente. De repente, o tempo o levou ao passado, ao passado que Inês lhe confessava de que mal sofria sua já falecida mãe e que um dia ela poderia chegar a sofrer também.


Victoriano passou então a mão no rosto e depois falou sozinho.


—Victoriano: Não posso te perder, Inês. Não posso te perder para essa maldita doença. Não podemos tentar ter outro filho se isso significa te colocar como ficou na gravidez de Constância. Não irei arrisca-la assim, morenita. Não posso.


Depois de falar ele enfiou as mãos ao bolso da calça e olhou o chão, quando ouviu.


— X: Victoriano Santos .


Ele se virou e então estava diante dele, Carlos Manuel.

De jaleco, o jovem e bonito rapaz ofertou um sorriso gentil ao homem mais velho que Victoriano era.


Victoriano em seu lugar não foi capaz de ofertar sorriso algum. Afinal era um poço de temores suficientes em relação a Inês e sua saúde, quando dava de cara com mais um.

Que saber que ela não estava se voluntariando na clínica mais, para ele havia sido uma alívio. Já que com isso estava certo que ela não veria mais o rapaz que ela associava ao Fernando deles. Ao menos não o veria frequentemente.


Com isso tinha adiado sua determinação de falar com Carlos Manuel para que se afastasse dela. Porém, ali não gostaria de perder a oportunidade de fazê-lo.


Assim então ele começou dizendo.


— Victoriano: Desde que deixei aquele hospital, tinha a intensão de falar contigo rapaz.


Carlos Manuel o olhou estranhamente, mas estendeu a mão a um banco o evidenciando e disse.


— Carlos Manuel: Não imagino o que seria, mas se quiser, tenho esse tempo livre para conversarmos. Vamos se sentar?



Victoriano olhou o banco logo atrás ao lado deles para sentar e negou.



— Victoriano: Prefiro ficar em pé.


Carlos Manuel então enfiou as mãos para dentro dos bolsos do jaleco e disse.


—Carlos Manuel: Como quiser então, senhor Santos.

Victoriano então não esperou sequer meia batida de coração, para ir direto ao assunto que queria, dizendo.


—Victoriano: Quero exigir que se minha esposa voltar a procura-lo, que a evite a qualquer custo.

Carlos Manuel deu um sorriso nervoso. Encarou o homem mais velho na sua frente. Certificou de analisar o que vinha antes de sua ordem. Buscou o porquê e sabia que não precisava ir muito longe por já conhecer parte da história de Inês e agora sendo o psicólogo de Constância passava a conhecer muito mais. Não só de Inês, mas da família Santos toda. Mas Victoriano aquele homem aparentemente forte e grosseiro em todas as vezes que se viam, para ele poderia ser um enigma interessante. Ele poderia ser apenas uma casca grossa por fora, o que necessitaria desvendá-lo em como ele seria por dentro.

Assim então ele o respondeu paciente.


— Carlos Manuel: Desde que vi sua esposa na última visita dela no hospital, que também não a vejo. Fiquei sabendo também que ela não se voluntaria mais aqui, e cheguei até a pensar que deixaria de ser acompanhada pelo doutor Santiago. Então não a vejo a não ser sua filha Constância. Assim não tem o que preocupar o me dar ordens, Senhor.

Quando o ouviu, Victoriano arqueou e uma de suas sobrancelhas o questionando.


—Victoriano: Minha filha?

Carlos Manuel assentiu, dizendo.

—Carlos Manuel: Sim, ela. Ela é minha paciente.

Victoriano então com suas armaduras mais baixa, disse baixo.


— Victoriano: Desconhecia essa informação.

Carlos Manuel então pensando em como a mente de Constância se encontrava cheia de problemática, ele o respondeu.



—Carlos Manuel: Ela é menor de idade, deveria estar mais pendentes dela e suas coisas.

Victoriano deu um riso seco, agora juntando novamente suas armaduras para usá-la, quando o respondeu.



— Victoriano: Agora acha que pode me criticar como pai?

Carlos Manuel negou com a cabeça, mirou bem nos olhos do homem que tinha os tons de um verde como os seus e disse.


—Carlos Manuel: Não estou criticando, apenas falando sobre minha análise médica. É o pai dela e se quiser ouvi-las estarei pronto para falar. A não ser que quer seguir com a exigência de que eu não me aproxime de sua esposa, que é uma mulher tão amável e gentil comigo. Não vejo nenhum motivo para que eu seja grosseiro com ela ao evita-la.

Victoriano riu. Riu sem vontade e se aproximou mais. Assim se viu que eram do mesmo tamanho. Altos iguais, apenas um mais novo e outro mais velho, mas ambos conscientes do que falavam de suas ideias e defendendo elas, assim como Victoriano faria ao justificar sua ordem, quando o respondeu.


— Victoriano: Não conhece a fundo minha esposa. Não sabe o quanto essa gentileza e amabilidade dela principalmente com você, é perigosa e preocupante para mim, rapaz. E eu me preocupo com Constância. Ela é minha filha, mas minha esposa tem quadros graves que tiraria dela uma mãe, então tenho que cuidar para que isso não passe. Tenho 3 filhas e não importa quantos anos elas tenham, eu sei que vão sempre precisar da mãe delas.

Victoriano se afastou e virou o rosto quando sentiu um estranho abalado junto com um aperto no coração. Algo angustiante e sufocante demais para que saísse em palavras. O silêncio então tomou conta dos dois. Até que Carlos Manuel mirando as costas de Victoriano, disse em melancolia.


—Carlos Manuel: Minha mãe também me faz falta. Muita aliás, por isso entendo e admiro que pense assim, ao tentar garantir o bom estado de suas filhas e esposa. Porém, suas palavras me intrigam. O senhor cuida delas, e quem faz isso com o senhor, Victoriano? Se posso tratá-lo assim.

Carlos Manuel se afastou olhando a grama verde ao chão, sentindo só depois que poderia ter passado da liberdade que aquele homem lhe dava o que era algo nulo, para falar como ele como falava. Victoriano então se virou rápido para ele, o analisou não muito feliz e disse.

— Victoriano: Como assim quem cuida de mim? Não preciso que ninguém faça isso. Estarei bem quando minha família estiver.
Victoriano bufou ao falar, e Carlos Manuel então se encheu de coragem outra vez para retrucar.


—Carlos Manuel: Quando me aproximei, falava sozinho. Mas isso seria absolutamente normal, se não fosse notado de longe por sua linguagem corporal que estava e está abalado por algum motivo.

Victoriano então rápido rebateu as palavras dele.


—Victoriano: Motivos que não te incumbem, Carlos Manuel. Não me analise, não sou seu paciente e ainda tenho mais que o dobro de sua idade. Eu poderia ser seu...


Ele não terminou de falar quando ouviu ser chamado por Santiago que trazia na mão alguns papéis grampeados um no outro.


Assim Santiago entregou a ele, e ele começou a folhear para verificar. Depois que fez tudo sob o análise de Carlos Manuel, ele disse.


— Victoriano: Eu não preciso dizer que ela não pode saber disso.

Santiago assentiu entendendo aquele silêncio e disse.



—Santiago: Não é conveniente que ela saiba. Assim eu não direi.


Victoriano respirou fundo, deu a mão para Santiago em agradecimento e antes de ir deu uma última olhada para Carlos Manuel, e disse firme.


— Victoriano: Faça o que eu pedi.

Ele então saiu. Santiago encarou seu jovem médico, e disse.


—Santiago: O que ele te pediu?

Carlos Manuel deu de ombro sentindo-se sem energia, e o respondeu.



— Carlos Manuel: Que eu não me aproxime da esposa dele.



Bernarda esperava Loreto. Estava em uma sala aparentemente não usada. Já que ela mirava a cadeira da mesa ainda com um plástico protetor e a mesa toda vazia de pertences.


Assim então ela ouviu a porta se abrir e se viro, quando viu Loreto entrando enquanto falava.


—Loreto: Tive que fazer com que nos reuníssemos aqui. Não queria muitas testemunhas sobre esse momento. Não nos convém.


Ele mexeu na gravata e apontou para mesa, indicando que Bernarda sentasse na cadeira à frente dela.

Bernarda puxou a cadeira para se sentar, enquanto dizia.


— Bernarda: Concordo. Só não entendo porque investiu seu dinheiro nessa empresa de lacticínios. A empresa de Victoriano sempre será a número 1.

Loreto então lembrou de como tinha sido sua compra e a respondeu firme.


—Loreto: Ele ia comprar, eu apenas comprei primeiro, minha cara.

Bernarda riu achando Loreto motivos de risos, e disse.



— Bernarda: Então tem dinheiro o suficiente para gastar assim, apenas por inveja.

Loreto fechou a cara estampando seu ódio por seu eterno rival e em todos os aspectos, e disse.


—Loreto: Tenho o suficiente para apagar qualquer serviço que eu necessite. E não é inveja quando aqui o único invejoso foi Victoriano quando me tirou Inês. Se não fosse ele, seria eu o casado com ela. Seria eu o pai das filhas que ela tem. Inês seria minha.

Bernarda ao ouvi-lo revirou os olhos e só pensou nos homens que para ela morreriam por Inês, incluindo o próprio psiquiatra dela. Algo que ela sempre deduziu pelas atitudes de Victoriano com ele, porém havia sido na conversa que tiveram, que ela teve certeza.

Assim então ela respondeu Loreto em tom de desprezo.



— Bernarda: Por Deus. Supere aquela louca. Não sei o que você nem Victoriano, muito menos o médico dela, viram nela.

Quando a ouviu Loreto se arrumou na cadeira, em estado de alerta e a questionou.

—Loreto: Médico? Que médico?

Bernarda revirou os olhos e apenas disse, querendo ir ao ponto do que a trouxe ali. Não só ali como de volta ao país.

— Bernarda: Isso não vem caso. Pedi para que nos víssemos para dizer que eu sei o que pretende e estou aqui para impedir isso.

Loreto riu de lado, não temendo em nada à mulher em sua frente, e disse.


—Loreto: E segundo você, o que pretendo?

Bernarda então se levantou enquanto o respondia.


— Bernarda: Pensa que sou ingênua, leiga quando lidou com você, Loreto? Em nosso último encontro evidenciou o que pretende. E é devolver o filho de Inês para ter crédito com ela. E só por cima do meu cadáver irá fazer isso!


Loreto gargalhou quando a ouviu, mas tão quanto riu, ele fechou a cara e a respondeu.


—Loreto: Não me tente a fazer isso, que está tão velha que eu faria isso mais fácil do que pensa.

Bernarda o olhou, com ela de pé e se equilibrando em sua bengala, e então o respondeu sem temor.

— Bernarda: Se quer me colocar medo, não conseguiu. Só quero que saiba que por mim fará qualquer coisa a Inês, não ligo, menos entregar Fernando a ela. Porque eu sei que quebrou nosso acordo e esteve presente na vida dele e ainda está, seu imbecil.

Loreto se levantou rápido enquanto Bernarda tinha o rosto em tom vermelho. Assim, então ele saiu de onde estava, dizendo.


—Loreto: Eu movi ás peças do meu próprio jogo apenas. Tivemos nosso motivo de tira-lo de Inês e Victoriano. Mas não foram iguais. Com isso tenho meus planos!


Ele ergueu a cabeça depois de falar, e Bernarda fez o mesmo ao responde-lo.

— Bernarda: Concordo. Mas discordo na ideia que quer devolver o filho dela!

Loreto foi até a porta, que abrindo-a, ele disse com um riso.

— Loreto: Eu nunca disse isso. Usá-lo é diferente de devolve-lo. Devolver o primogênito de Inês significa devolver o filho homem de Victoriano também. E isso nunca farei.

Bernarda o olhou de lado, desconfiada e então rebateu.

— Bernarda: Não confio em você e ainda que diga a verdade, graças a você, Inês e ele estão muito perto!

Loreto então pensou no jovem que segurando no trinco da porta, ele se defendeu.



—Loreto: Não foi graças a mim. Carlos Manuel quis viver aqui. Eu não poderia fazer nada.

Depois de falar, ele indicou saída para Bernarda e ela disse.



— Bernarda: Matá-lo seria uma hipótese a considerar. E porque já está me expulsando seu infeliz? Nossa conversa ainda está no início.

Loreto bufou fechando a porta outra vez e disse.

—Loreto: Eu tenho muito o que fazer ainda hoje e poderíamos seguir conversando, enquanto te levo a saída. Agora sobre o que sugeriu, se eu não necessitasse de Carlos Manuel faria o que diz.

Bernarda virou o rosto com raiva, e Loreto apenas seguiu.

—Loreto: Te liguei para estar aqui por algo também. Eu quero algo Bernarda. Por isso a chamei.

Bernarda o mirou descontente e agora ela mesma indo até a porta, disse.

—Bernarda: Não vou lhe dar nada se facilitou que nossa vingança esteja ameaçada.

Ela abriu a porta com força, e Loreto ignorando a recusa dela disse.


—Loreto: Quero que me ajude a me aproximar de Inês. É difícil estar perto dela se ela não deixa aquela infeliz fazenda para nada.






Na fazenda


Inês acordava. Agora sentia cheiro de suco de laranja próximo a ela e ouvia uma voz amável, chamando-a.


Adelaide colocou a mesinha com lanches da tarde a um lado da cama. Era 15h e Inês ainda não havia deixado o quarto nem comido nada .

Por isso como se vivesse déjá vu de momentos como esses, sabia muito bem que Inês não gostaria que as filhas a testemunhassem daquele modo que ela se encontrava muito menos gostaria de ser incomodada.

—Adelaide: Inês, menina. Acorde. Precisa comer algo. Victoriano também já ligou mil vezes para saber de você.


Depois de falar, Adelaide ouviu ela balbuciar algo. Que como não entendeu, ela voltou a falar.


—Adelaide: O que disse menina?

Mais nitidamente então, Inês disse.


—Inês: Eu não quero falar com ele.


Ela se sentou com o rosto inchado de estar na cama e aspecto sonolento, e olhou a comida sem se sentir estimulada a tocá-la.


—Adelaide: O que houve com vocês? Ouvi cochichos entre e as meninas dizendo que estiveram brigando.

Inês assentiu rápido e confessou.

—Inês: É verdade esse cochicho. Eu estou pensando em ter mais um filho e ele não quer.

Adelaide que estava em pé ao lado da cama, sentou na ponta dela e disse com cuidado.


—Adelaide: Um filho? Porque isso agora.

Inês suspirou frustrada e disse.



—Inês: Até você vai ser contra, Adelaide?

Agora quem suspirou foi a senhora dizendo.


—Adelaide: Já vi que você está difícil para conversar hoje. Eu só quero entender do porquê de repente está querendo isso.

Inês suspirou outra vez mais rendida e querendo conversar, quando disse.


—Inês: Descobri que meus períodos férteis estão contados. Estou ficando velha e se eu quiser ser mãe, tenho apenas 24 meses para tentar. E gostaria que Victoriano fosse maduro o suficiente para conversar comigo sobre isso antes de me dar um não como deu.

Ela se deitou outra vez e olhou o teto. Adelaide então ajeitou mais a mesinha para lado dela incentivando-a a comer, e disse.

—Adelaide: Deve entender que ele te ama muito para não temer que se repita o que já passou.

Inês então voltou a se sentar e mirando-a a respondeu revelando todos seus sentimentos revoltos.

—Inês: Me amar não dá o direito dele tomar decisões por mim. Eu o entendo perfeitamente, na parte que o faz temer só não aceito que ele haja assim. Me sinto como já não me sentia mais.

Ela buscou a mesinha para o colo dela e tentar comer, quanto a Adelaide dizia.

—Adelaide: Se sente como?

Inês bebeu um pouco do suco fresco, e depois que fez e pensar em como se sentia, ela a respondeu.


—Inês: Como algo que ele vê frágil demais, quebrável, incapaz e ainda que ele não me veja como mulher nesses momentos, e sim como alguém que precise da proteção dele . A mesma que ele dá para nossas filhas.


Nova York




Victoriano estava em um quarto de hospital. Já no final da tarde, ele já estava pronto para passar pelo procedimento da cirurgia que passaria. Estava em leito e vestido apenas com uma camisola hospitalar.

O procedimento que passaria, seria uma cirurgia rápida, não muito invasiva e ainda eficaz. Tudo que o favorecia.



Ele assim olhou o celular. Havia falado com Cassandra quando tinha ligado para casa, enquanto ao ligar para o celular de Inês deu o dia todo na caixa-postal. Algo que não o surpreendia, já que ela nunca usava o celular a não ser se não tivesse outra opção e ainda por cima estavam brigados.


Assim não havia falado com ela, mas ainda assim tinha o conhecimento que ela havia passado o dia todo no quarto.


Ele então suspirou deixando o celular ao lado e logo viu seu urologista aparecer.


O senhor médico o sorriu, dizendo.


—X: Vim esclarecer mais uma vez a pós-cirurgia e como ela vai acontecer, Victoriano Santos. É fundamental que siga a pós certinho.


Victoriano assentiu sabendo que a cirurgia dele consistia em uma incisão no seus testículos com uma anestesia no local, e depois na pós-cirurgia uma semana de antibióticos e sem poder fazer esforços, e logo depois do prazo de sete dias, poderia voltar a sua rotina. Ou seja, para casa e para cama de Inês sem poder mais gerar filhos, ao menos se ele não revertesse a cirurgia. O que para ele não era uma opção.


—X: Deve lembrar que serão preciso de 30 a 35 ejaculações para que não possa mais fecundar um óvulo, depois também é importante que realize um exame comprovando a eficácia do procedimento e...


Victoriano apenas assentia enquanto o médico falava, por estar atento ao celular que vibrou e ter lido na tela o nome morenita.

 


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