Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 50
Capítulo 50




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/762064/chapter/50

Olá lindas, eu queria ter aparecido com atualização no início da semana, só que estive doente, mas antes tarde do que nunca né kk então aqui está o capítulo 50. Número de capítulo no qual para mim em minhas histórias, sempre é o divisor de águas e com acontecimentos significativos, o que nessa história não fiz diferente. Enfim espero que gostem!!!

 

 

Inês rendida, levou apenas alguns minutos para buscar sua bolsa e deixar também a fazenda, assim como Victoriano tinha feito.

Quando em quase 1 hora depois ela chegou na clínica, e soube que Santiago a esperava na sala dele.

Ela então suspirou ainda ansiando por uma conversa com seu psiquiatra e que se aquela fosse a oportunidade de tê-la, a agarraria.

Dentro de seu consultório, Santiago em pé e de frente para sua mesa, esperava por Inês. Desde que sentiu sua ausência naqueles quase 3 dias, havia deixado claro aquele recado de que a queria antes de tudo em sua sala quando ela resolvesse aparecer. Assim comunicado de sua chegada, ele a esperava.

Ele ouviu então batidas leves na porta. Não tendo dúvidas de quem era, deixou que passasse.

Assim Inês entrou sob o olhar dele atento nela.

Santiago passou a mão no queixo que tinha barba por fazer e analisou. Inês estava linda. O que não era novidade, mas tinha algo mais em seu semblante. Saúde talvez? Seus cabelos caídos nos ombros e pele bem corada evidenciava a ele mais uma vez que muito em breve ela não seria mais uma paciente dele.

—Santiago: Olá Inês. Bom dia.

Ele então falou enquanto cruzava os braços em frente de seu peito e espantava seus pensamentos.

Inês viu o homem grande de pé envolvido em seu jaleco branco, lhe olhar sério depois de falar. Assim então ela ainda ao meio da sala, disse.

—Inês: Bom dia, doutor Santiago.

Santiago então de repente saiu de onde estava e deu a volta em sua mesa, para se sentar na cadeira.

—Santiago: Acho que veio para se voluntariar, não é assim?

Já sentado atrás da mesa, ele mexendo em suas coisas, disse.

Inês segurou as mãos nervosas e então o respondeu desconfiada.

—Inês: Sim. Houve algum problema?

Santiago então tomado pela raiva que tinha, levantou a cabeça, dizendo.

—Santiago: Sim. Devido a sua ausência, acabou que tivemos que procurar outra pessoa. Somos uma equipe Inês, assim precisamos trabalhar com ela completa.

Ele pegou um papel e uma caneta também e voltou a dizer.

—Santigo: Assine aqui por favor e deixe seu uniforme com a responsável dele.

Inês ficou sem ação por alguns segundos, enquanto Santiago era levado apenas por sua raiva de não ter tido ela naqueles dias de sua ausência.

Longe dali Bernarda ia ao médico. Ao seu lado um capataz dirigia carro da fazenda.

Ela estava calada. Quando pediu que lhe preparassem o carro para sair, não imaginava que nele viria um personagem significativo de seu passado.

Assim com eles parado em um sinal vermelho no semáforo. Ela resolveu dizer.

—Bernarda: Que maldição está fazendo de regresso nas terras que jamais poderia voltar a pisar, Zacarias?

O homem e antigo amante daquela mulher e em sua época mais proveitosa, ele tinha que assumir, sorriu de lado.

Com os anos passados, agora ele tinha apenas um pouco mais da idade que Bernarda teve quando havia conhecido ela. E agora ela era uma senhora, quase uma idosa e que mancava andando com a ajuda de uma bengala. Ele tinha muito a observado mesmo de longe desde de sua chegada na fazenda.

Assim entre os dois, ele apenas julgava que o tempo havia sido generoso apenas em um lado deles. O dele, lógico.

—Zacarias: Vim para me tornar o capaz chefe da fazenda.

Ele então disse com firmeza. Bernarda sorriu de lado. O via sendo o mesmo medíocre, pobre e caipira que conheceu por vê-lo ainda desejar tão pouca coisa. Assim ela disse.

—Bernarda: Que eu saiba, Victoriano já tem alguém para esse posto e não tirará. Artêmio é do tempo de Fernando naquelas terras.

Zacarias deu de ombros sabendo que sua oportunidade de conseguir o que queria estava do seu lado e que a usaria sem dúvida.

—Zacarias: Você vai conseguir isso para mim Bernarda.

Ele riu a olhando. Seus braços estavam em uma regata jeans, mostrando os pelos grisalhos de seus braços grossos enquanto ele dirigia. Assim Bernarda encarou antes de olhar nos olhos do homem e rir novamente e dizer em seguida.

—Bernarda: Está louco. Não tenho nada a ver com isso.

Eles viraram uma rua rapidamente demais. Bernarda fez cara feia, enquanto ouviu Zacarias dizer em um tom mais firme.

—Zacarias: Você não tem escolha! Vai me ajudar a chegar a ser o capataz de Victoriano e ainda me arrumar dinheiro Bernarda. É isso, ou contarei a ele que fomos amantes e que ainda mais, que matamos a mãe de Inês!

Bernarda ficou vermelha e disse cheia de raiva.

—Bernarda: Eu não matei ninguém seu imbecil!

—Zacarias: Não será isso o que vou dizer! Você escolhe!

Bernarda bufou enquanto sentia seu corpo todo em uma intensa erupção de ódio.

Inês desacreditada no que tinha acontecido, voltou para fazenda desolada, mais que isso, voltava furiosa.

O dia estava apenas em seu início, mas pensava que ele estava sendo um péssimo dia para ela ter se levantado da cama.

Ela na parte de trás do carro enquanto ele era guiado por um outro capataz, alisou as têmporas em um cansaço mental.

"Não seja tão negativa, Inês". Ela então corrigiu rapidamente seus pensamentos.

Estava aflita em pensar que tinha perdido a fonte de suas distrações durante o dia. Sendo voluntária na clínica de Santiago, a tinha dado um motivo para ser útil em algo, além de se manter longe de seus pensamentos mais perturbadores quando estava sozinha na fazenda e até de deixa-la longe do sótão.

O que iria fazer agora?

—X: Está tudo bem com a senhora, dona Inês?

Ela então ergueu a cabeça quando ouviu a voz grossa do capataz de Victoriano falar com ela.

Ela então prontamente assentiu com a cabeça e se pôs a olhar seu lado da janela.

Meia hora depois, ela chegava novamente na fazenda.

Passou então pela porta da casa. Todos estavam fora dela, menos ela. Todos estavam sendo útil em algo menos ela.

Assim ela bufou espantando os pensamentos que tinha na mente e subiu as escadas decidida a não se entregar à eles, muito menos se render a uma cama que poderia passar o dia todo nela no meio de suas lamurias.

Afinal, havia se desentendido com Constância, Victoriano, existia uma visita inoportuna entre sua família e agora aquilo. Mas não se renderia e nem ficaria onde estava para ser engolida pelas coisas que a afligia.

Já no quarto, ela entrou no closet e momentos depois saiu com uma roupa de montaria nas mãos.

Longe dali e momentos depois.

Em sua fazenda que vivia com o marido e filho, Diana Maria estava na sua horta, quando foi avisada que tinha uma visita.

Ela então deixou a ferramenta que movia a terra de um lado para outro, se levantou, tirando as luvas que usava também, que enquanto fazia sorriu para Inês que ia até ela em um caminho de pedras.

As duas comadres se cumprimentaram quando já estavam juntas e Diana Maria disse.

—Diana Maria: Que bons ventos á trazem aqui, Inês.

Ela sorriu e Inês suspirou em ver a plantação de legumes e verduras de Diana Maria.

—Inês: Precisava fugir dos meus pensamentos, comadre.

Assim então depois dela falar, Diana Maria disse.

—Diana Maria: Bom, então veio no lugar certo. Vamos almoçar enquanto conversamos.

Assim as duas mulheres saíram dali conversando.

Na empresa Sanclat

Victoriano a deixava com intuito de almoçar na fazenda. Ele então pegava a chave de seu carro em cima da mesa dele, quando Diana entrou dizendo.

—Diana: Sei que se levantou de mau humor papai, mas quero te fazer um convite para que almoce comigo e que conversemos.

Victoriano olhou sua filha mais velha, sério, respirou fundo e certo do que ela gostaria de falar com ele, ele disse.

—Victoriano: Não adianta, nada que tenha que falar para mim sobre seu namoro com o filho de Loreto, vai me fazer com que eu aceite, Diana.

Ele cruzou os braços depois que falou. E Diana ergueu a cabeça e disse firme.

—Diana: Se decidir se manter firme em sua decisão papai, eu sairei de casa!

Ela ofegou depois de falar e Victoriano a olhando incrédulo, apenas disse.

—Victoriano: Quê?

Constância na escola estava distante. No pátio dela, ela estava sentada em um banco sozinha, enquanto olhava os jovens de sua idade sorrindo, conversando e ela sem ninguém ali, na verdade sem ânimo de ir até onde sua amiga mais próxima estava. Havia sido tão grossa com a garota no meio das primeiras horas que teve que escolhia se manter longe dela.

Assim, ela sentiu seus olhos sendo fechados por mãos masculinas. Que sorrindo ela disse.

—Constância: Aí, Emiliano, para que sei que é você.

Robby Montesinos, saiu de onde estava e aparecendo na frente de Constância, ele disse de cara feia.

—Robby: Caramba, Conny sou eu.

Ela deu de ombros sem saber o que dizer e ele apenas a propôs.

—Robby: Vou matar aula depois. Se quiser vir comigo me encontre no final do corredor quando o sinal tocar.

O rapaz falou e deixou Constância com a ousada proposta em mente.

Na fazenda de Diana Maria e Vicente, as duas mulheres compartilhavam de um bom almoço.

Que entre muita conversa de temas familiares e femininos, Diana Maria por julgar Inês bem para falar do que pretendia e no meio dos assuntos que tinham se referiam a elas como mulheres, ela disse.

—Diana Maria: Me diga Inês, vou te fazer uma pergunta. Uma que me fizeram. Na verdade, foi minha médica que fez.

Limpando sua boca com o guardanapo, sentada de frente para sua comadre em sua sala de jantar, Inês a questionou em seguida.

—Inês: Que pergunta?

Diana Maria tomou um pouco de seu vinho, para depois falar.

—Diana Maria: Ainda quer ser mãe?

Inês suspirou, pegou seu copo de água e pensou. Pensou não o suficiente para ter uma resposta certa e então disse.

—Inês: Por que dessa pergunta?

Diana Maria pensou no motivo da pergunta que lhe traziam dúvidas como uma mulher na idade que ela já tinha. Até que as compartilhou.

—Diana Maria: Bom, fui ontem na minha médica e ela me perguntou se eu ainda gostaria de ser mãe, que se sim agora seria a hora porque depois já não daria. Sou 1 ano e meio, mais velha que você, então pensei que isso se implicaria a você também, Inês.

Inês olhou Diana Maria séria. Puxou o ar do peito enquanto sua mão ia para sua taça também de vinho. Bebeu dela com calma enquanto formulava sua resposta na cabeça. Até que ela resolveu encarar Diana Maria mais um vez e lhe responder, séria.

—Inês: Não sei. Eu uso o DIU desde que Constância tinha 3 anos, Diana Maria. Victoriano e eu decidimos assim já que tomo muitos remédios e não seria seguro usar apenas os anticoncepcionais como antes.

Diana Maria suspirou e então seguiu no tema.

—Diana Maria: Entendo, Inês. Eu e Vicente optamos pelo uso dos anticoncepcionais. Mas agora minha médica me fez pensar nessa hipótese.

Diana Maria depois de falar, comeu um pouco de sua comida. E Inês a olhando, disse.

—Inês: E você ainda quer filhos? Vocês dois só tem Emiliano.

Inês deu um leve sorriso. Apesar do tema recordá-la ações que a envergonhava, não faria com que esse peso caísse em cima de sua comadre e amiga, se ela desejava desabafar com ela. Que assim, depois de Diana Maria ouvi-la ela a respondeu.

—Diana Maria: Eu não quero e Vicente parece satisfeito apenas com Emiliano.

A mulher sorriu aparentemente aliviada depois de falar, e Inês a respondeu.

—Inês: Bom, então isso é uma boa notícia, não.

Diana Maria assentiu e então lembrando da resposta de Inês ela disse.

—Diana Maria: Sim, é. Mas ainda me respondeu com um não sei, Inês. Você ainda quer mais filhos?

Inês empurrou seu prato para o lado e enquanto enchia sua taça mais de vinhos, mais certa do que antes quando ouviu tal pergunta, ela respondeu Diana Maria.

—Inês: Não. E tenho certeza que Victoriano também não iria querer. Não depois de nossa experiência traumática com o nascimento de Constância.

Entendendo do que aquela fala significava tentando alertar sua comadre, Diana Maria disse.

—Diana Maria: Se é assim, deveria ir à sua médica Inês. Já leva mais de 10 anos que o DIU. Ele deve ser trocado nesse período.

Inês suspirou sabendo muito bem daquela informação e podendo lembrar que estava preste a fazer aquilo quando sua médica ginecologista resolveu ir embora.

Que assim, ela respondeu.

—Inês: Minha médica deixou o país no início desse ano e confesso que não fui mais ao ginecologista depois disso.

Diana Maria arregalou os olhos. E então disse.

—Diana Maria: Por Deus, Inês. Não pode se descuidar de sua saúde feminina. O que vai fazer amanhã por esse horário? Poderíamos ir na minha médica.

Inês sorriu gostando da ideia, e disse.

—Inês: Pelo que te contei não tenho nada para fazer nesses dias, já que deixei de voluntariar da clínica. Então aceito a proposta de irmos.

Diana Maria abriu um sorriso animado e então a respondeu.

—Diana Maria: Bom, então amanhã teremos um dia de mulheres.

Ela esticou a mão e tocou na mão de Inês. Depois o silêncio voltou a estar entre elas.

E quando já comiam um delicioso bolo de sobremesa, Inês disse entregando que em sua cabeça a conversa que antes tiveram seguia, ela disse.

—Inês: O que aconteceria se eu não fosse ao médico amanhã?

Diana Maria parou para olhá-la, e rapidamente a respondeu.

—Diana Maria: O quê? Mudou de ideia? Ah, Inês não me diga que se tornou à essas mulheres que tem horror de ir ao ginecologista? Nossa saúde não pode ser descuidada.

Ela então depois mirou séria Inês, que rápido limpou a boca em um guardanapo e voltou a falar.

—Inês: Não é isso. Me descuidei sim depois que minha médica se foi a outro país, mas não é isso. Na verdade, minha pergunta, é mais sobre outra coisa... Eu estou correndo risco de ficar grávida, comadre?

Diana Mara fez um bico como que se soubesse a resposta óbvia daquela pergunta. E disse.

—Diana Maria: Pelo que sabemos o DIU pode chegar há dez anos de proteção e por sorte, até mais. O que acho que esse é seu caso, Inês.

Inês deu de ombros quando pensou em suas circunstâncias e a respondeu baixo.

—Inês: Ou são os remédios que tomo e que deixam infértil.

Ela depois de falar, mexeu com o garfo o resto do bolo que tinha em seu prato. E Diana Maria a observando a questionou mais uma vez.

—Diana Maria: Então quer ter filhos? Parece chateada. Inês. Talvez não tenha sido uma boa ideia eu falar disso com você.

Inês ficou séria quando ouviu Diana Maria. Odiava aquilo de ser poupada em certos temas e se exageradamente cuidada como que se fosse uma invalidade ou uma pessoa sem o poder de discernimento algum. Que então assim, ela a respondeu firme.

—Inês: Por favor, não pense que me fez mal nossa conversa, Diana Maria. Você só me fez pensar nessa hipótese.

Diana Maria respirou mais aliviada, e recebendo um sorriso de Inês, ela disse.

—Diana Maria: Vamos na médica amanhã, tirará todas as dúvidas que tiver e depois converse com Victoriano como eu fiz com Vicente.

—Inês: É isso que vou fazer.

Em um restaurante. Victoriano puxou a cadeira da mesa, para Diana sentar e depois fez o mesmo.

Durou alguns minutos para que o garçom chegasse com o menu para os 2 e Victoriano pedir um drink para ele e água para Diana, os servirem, para ele dizer quando já estavam sozinhos.

—Victoriano: Agora podemos falar sobre essa loucura que me disse de deixar nossa casa, Diana. Sua casa por direito, filha.

Ele bebeu um pouco de sua bebida ainda de corpo tenso como havia ficado na sua sala ao ouvir sua filha mais velha lhe jogar tal bomba. Diana fez o mesmo com sua água, bebeu dela e sustentando sua pose, ela disse.

—Diana: Não é loucura, papai é a verdade. Se não deixar que eu tome minhas próprias decisões abaixo de seu teto, tomarei longe dele.

Depois de ouvi-la, Victoriano respirou fundo, fundo demais e disse sério.

—Victoriano: Conversamos sobre minhas razões de não te aprovar com esse rapaz, filha. Sua mãe ela...

Diana fez um sinal com a mão para ele parar de falar. Que assim, ela disse certa que a desaprovação de seu namoro vinha mais do lado do pai do que da mãe.

—Diana Maria: Ela está tentando seguir com a vida dela sem se prender ao passado papai. Eu vejo os esforços dela. Então eu não tenho o porquê fazer isso com um passado que nem é meu.

—Victoriano: Está sendo egoísta.

Victoriano depois de falar bebeu mais de sua bebida, nada contente.

Quando Diana seguiu com seus argumentos.

—Diana: Desculpe, papai, mas essa é minha decisão e falei com Cassandra.

Victoriano a encarou quando a ouviu e então lutou para não falar alto, quando disse bravo.

—Victoriano: O que tem ela nessa história, Diana?!

E Diana ainda que com o olhar intenso que tinha do pai sob ela e seu rosto se tornar mais vermelho, ela disse.

—Diana: Ela se alegrou muito com minha ideia e se ofereceu em ir comigo.

Victoriano deu uma risada irônica, chamou o garçom com dois estalar de dedos e depois voltando a olhar firme para Diana, ele disse sério.

—Victoriano: Então está a usando? Não meta sua irmã nisso, Diana. Cassandra é doce e tranquila! Deixe ela fora disso!

Diana bufou enquanto agora via Victoriano bravo pedir mais bebida para o garçom que apareceu ao lado dele e levou seu copo apenas com gelos. Que quando voltaram a estar sozinhos, ela disse.

—Diana: Papai, Cassandra também cresceu e ela só apenas gostou da ideia de termos um lugar só nosso.

Victoriano respirou fundo. Viu Diana virar o rosto para o lado quando ele pôde ver que ela segurava o choro já toda vermelha e perdendo toda sua euforia. Assim, ele se rendendo, disse baixo.

—Victoriano: O que quer que eu faça para deixar que pense essa besteira de deixar nossa casa e que meta ela na cabeça de sua irmã, hum?

Diana então o olhou e já chorando, ela o respondeu com um olhar de suplica.

—Diana: Que me deixe tomar minhas próprias decisões e uma delas é namorar Alejandro sem precisar esconde-lo, papai. Se eu errar, será para meu crescimento. Deixa-me crescer, papai.

Ela então buscou toca-lo no braço. E Victoriano não soube o que responder enquanto via os olhos chorosos de sua filha brilhando esperançosos.

Assim, minutos depois os pedidos deles chegaram e Victoriano fez que o almoço com a filha dele e o assunto que o teve contra parede, convertesse em assuntos de negócios. Falara deles e acabaram até rindo quando comentaram coisas que faziam graças para eles e que viam na empresa.

Assim, Victoriano pensou que tomava tempo para digerir onde Diana o tinha colocado como pai.

Mais tarde.

Inês já havia tomado dois copo e meio de vinho.

E Diana disse.

—Diana Maria: Veio a cavalo Inês, já chega de beber.

Ela tirou a taça de vinho da sua comadre, que estava sentada no sofá da sala dela e ela em outro.

Inês então suspirou rendida e disse, o que se passava em sua mente.

—Inês: Não quero voltar para casa. E me sinto péssima por isso.

Ela desabafou e fechou os olhos pensando em todos os assuntos que lhe rodeavam a cabeça.

—Emiliano: Mãe. Madrinha.

Emiliano entrava na casa pela porta da frente. Ele chegava da Sanclat e quando a porta bateu atrás dele, ela se abriu novamente com Vicente passando por ela.

— Vicente: Inês. Está aqui?

Ele sorriu, mas ao mesmo tempo pensou em Victoriano que o conhecendo sabia que já deveria estar preocupado em não tê-la em casa, ainda mais com o temporal que ele viu formar quando chegava.

—Inês: Sim, aqui estou.

Inês falou tirando Vicente de seus pensamentos e recebendo Emiliano em seus braços, quando ela ficou de pé para recebe-lo.

Longe dali. Victoriano chegou em casa quando já se dava um raio.

Ele bateu a porta. E sala ele viu que só estavam Bernarda junto com Constância.

—Victoriano: E onde está todo mundo?

Ele então perguntou e tirou encima de si, seu terno.

E Constância o olhando, o respondeu.

—Constância: Cassandra e Diana estão no quarto, e a mamãe. Bom ela não está.

Victoriano assim que deixava sua roupa em uma parte do sofá, olhou intrigado para sua filha menor e disse rápido.

—Victoriano: Como assim ela não está? Vai chover!

Ele passou então a mão na cabeça. Bernarda viu ele se transformar em pura agonia, revirou os olhos discretamente e disse.

—Bernarda: Por Deus, Victoriano, Inês é uma adulta. E além do mais, não tentaram ligar para ela?

E Constância que a ouviu, logo disse.

—Constância: Cassandra ligou, mas ela deixou o celular no quarto.

Victoriano bufou mais. Pensou que com sua atitude de dar um gelo em Inês, em nenhum momento tentou falar com ela pelo dia. Assim não sabia como tinha ido seu dia muito menos como ela estava.

Ele então passou a mão no rosto que se avermelhava, até que o telefone da sala tocou. Ele o pegou rápido e do outro lado da linha, Vicente disse.

—Vicente: Inês está aqui conosco, Victoriano. Te conheço por isso estou avisando para não se preocupar. Eu e Emiliano a levaremos embora.

Vicente andou dentro do escritório dele, desapertando sua gravata. E Victoriano quando o ouviu, suspirou tendo os olhares de Bernarda e Constância sob ele.

E então ele disse rápido.

—Victoriano: Vou seguir nossa ligação em meu escritório, Vicente, não desligue.

Ele segurou na mão o telefone, olhou as mulheres e apenas disse.

—Victoriano: Ela está com Diana Maria. Já venho.

Ele então sem mais, caminhou até o escritório e se trancou nele para então dizer em seguida.

—Victoriano: Como ela está? A percebeu abalada com algo, Vicente?.

Ele então disparou suas perguntas. Vicente analisando como viu Inês, disse.

—Vicente: Quando cheguei ela parecia animada junto de minha Diana, Victoriano. Também notei duas taças de vinho entre elas. Para mim, ela está bem e ainda chegou cavalgando. Não se preocupe mais, homem. Foi para isso que te liguei.

Quando o ouviu, Victoriano respirou fundo e apenas disse.

—Victoriano: Claro, claro. Obrigado Vicente.

Ele então largou o telefone na mesa. No silêncio de seu escritório ele tirou a gravata, suspirou deixando ela ao lado do telefone e foi até o bar de bebidas.

Encheu um copo de conhaque, em seguida ele tomou um longo gole dele.

Pensava que não sabia aonde aquela vez as coisas levariam ele e Inês, só sabia que não podia ver mais que o maior perigo ao casamento deles era a insanidade dela e temida por largos anos por ele. Agora parecia um problema muito concreto. Uma distância imposta, um perigo eminente e até com um nome e tudo. Loreto era esse nome. Entretanto ele era apenas um problema. Outro dele, tinha o nome de Diana no meio ameaçando deixar a casa e ainda com Cassandra.

Ele irritado, bebeu mais. Casamento não era só sexo e ter filhos não era só dar a um homem e uma mulher o título de pais.

Ele respirou fundo levando ar ao peito, enquanto pensava.

Não demorou muito para que ele ouvisse chuva bater na janela. Assim, ele caminhou de copo na mão e sentou no sofá que na noite anterior havia feito ele de cama.

Enquanto a chuva caía, junto da noite. Longe dali. Carlos Manuel, estava frente à sua escrivaninha.

A chuva batia em sua janela forte, enquanto ele tinha seu notebook ligado e fichas de pacientes. Ele suspirou relendo mais uma vez a ficha de uma adolescente. O caso dela era tão intrigante. Na verdade era como que se visse na idade dela outra vez.

E ele sabia quem era ela. Na verdade, soube antes de ler mais dela como seu futuro terapeuta, que ela era filha de Inês com Victoriano, claro, conhecendo o homem apenas depois. Assim, Santiago o tinha apresentado ele á mãe dela, sem saber que já tinham se visto. Ele o apresentou como futuro terapeuta de sua filha.

E por fim, mesmo já sabendo muita coisa dela, a menina ainda não havia ido em nenhuma terapia com ele. Também, agora era ele que não colaborava para que ela fosse. Não estava indo ao trabalho e para ele, dois dias eram muitos dias perdidos.

Ele então fechou a ficha dela pensando que tinha que fazer algo para que ela fosse as terapias que já tinham iniciado.

E que mundo pequeno parecia aquele. Pois estava mais enfiado na família da namorada de seu amigo do que ele próprio.

O celular dele tocou na mesa, o tirando de vez de seus devaneios.

—Carlos Manuel: Alejandro. O que me conta de bom.

Ele disse rindo por parecer que tinha invocado seu amigo naquele momento.

E do outro lado da linha, Alejandro se jogava na cama do seu quarto. E depois disse.

—Alejandro: Eu consegui, cara, consegui que Diana colocasse o pai dela no lugar dele e já estamos namorando oficialmente outra vez.

Carlos Manuel sorriu e depois disse.

—Carlos Manuel: Fico feliz por vocês.

Um silêncio se fez entre eles, até que agora usando seu notebook, ainda estando no meio daquela ligação, Carlos Manuel ouviu, Alejandro dizendo.

—Alejandro: Eu também quero que seja feliz. Por isso amanhã à noite vamos sair em casal. Vou arrumar uma amiga para tirar esse atraso seu, Carlos Manuel e não vai poder dizer não.

Eles riram alto, até que Carlos Manuel disse surpreendendo Alejandro.

—Carlos Manuel: Dessa vez não vou ir contra. Preciso mesmo distrair minha cabeça depois desses 2 dias, irmão.

—Alejandro: Pois bem, amanhã vamos se divertir, irmão.

Inês chegou em casa de carona, junto de Vicente e Emiliano, deixando assim sua égua na fazenda deles. Assim, ela bateu a porta quando entrou.

Eram 22:30 da noite quando ela chegava. E na escada ela encontrou Constância que a esperava.

A menina estava sentada e quando a viu tirou algo de seu jeans e disse quando a teve próxima.

—Constância: Fez tanta questão por esse anel ter estado comigo, mas o deixou onde estava, mamãe. Não sei então se fez aquilo no café da manhã, para me ver triste ou apenas para ter o gosto de me punir, ou sei lá o quê. Ás vezes não te entendo.

Inês abriu a boca e fechou, tocando no corrimão da escada e ficando ali ao lado da filha.

Não sabia o que dizer diante do que ouviu e do que ela segurava. Assim, apenas tentou fazer o que sua consciência lhe pedia.

—Inês: Filha, me perdoe por essa manhã, eu não deveria ter falado com você do jeito que fiz.

Constância deu de ombros e lhe estendeu a mão com o anel.

—Constância: Toma. Agora faço questão que o pegue, mamãe.

Inês então voltou a falar baixo.

—Inês: Filha, querida.

Ela não fez movimento para pegar o anel. Assim, Constância se irritou, se levantou e disse.

—Constância: Senão pegar vou ser grossa e jogá-lo ao chão.

Inês a olhou e apenas disse.

—Inês: Jogue. Eu mereço que me trate assim filha.

Constância cruzou os braços quando a ouviu e as duas ficaram se olhando.

Até que ouviram passos e viram Victoriano parado as olhando, ao alto da escada.

—Victoriano: Está acontecendo algo aqui?

As duas os olharam em silêncio. Inês limpou uma lágrima que sentiu descer um lado de seu rosto e Constância resolveu falar.

—Constância: Nada papai. Já vou dormir. Boa noite aos dois.

Ela deu só um passo à frente e deu o anel na mão de Inês.

Inês segurou com força aquele infeliz objeto e depois viu sua filha adolescente subir a escada passando pelo pai.

De repente Inês teve a certeza que jamais poderia arriscar a engravidar novamente para ter a oportunidade de fazer a mais um filho o mesmo que havia feito à sua filha menor.

—Victoriano: O que Constância te deu?

Victoriano a tirou de seus devaneios assim que falou a encarando.

—Inês: O anel de Loreto.

Inês então falou seca. Victoriano desceu devagar as escadas indo até ela.

—Victoriano: Esse anel só foi apenas o início dos problemas que agora temos, Inês. Percebe?

Inês assentiu, dizendo.

—Inês: Está distante de mim desde de ontem pela noite.

Victoriano já próximo dela, respirou fundo e a respondeu sério.

—Victoriano: E me fez pagar por isso me fazendo sentir meu próprio veneno, chegando apenas agora em nossa casa.

Inês ergueu o olhar para mirá-lo e se defender, dizendo.

—Inês: Não fiz de propósito. Tive uma manhã ruim e fui visitar Diana Maria. Tivemos um dia agradável e passei da hora, Victoriano.

Victoriano se deixar de olhá-la a respondeu.

—Victoriano: Dos copos dos vinhos também.

Ele analisava toda seus gesto e olhar e Inês se afastou, tocando no cabelo.

—Inês: Como sabe? Só foram 3 taças e meia.

Ele riu ao ouvi-la e disse, certo que o vinho que Vicente disse que ela tinha tomado não tinha ficado apenas em uma taça.

—Victoriano: Seus olhos dilatados estão te entregando. Te conheço tanto Inês que até isso não me deixa passar, ainda que esteja se sustentando muito bem em pé não sendo acostumada beber sei que 3 copos já são motivos para uma dor de cabeça te abençoar pela manhã.

Inês suspirou sabendo que o que ele dizia era a mais pura verdade, que diferente dele poderia beber em diferentes intervalos do dia e se manter sóbrio.

—Inês: Vamos subir.

Ela então sem querer saber mais de conversa, diminuiu a distância entre eles, estendeu as mãos no peito dele com uma ainda mantendo o anel de Loreto. E como ele apenas suspirou, ela voltou a dizer.

—Inês: Necessito de um bom banho de banheira e não reclamaria se eu tivesse sua companhia.

Victoriano então se olhou, antes de dizer.

—Victoriano: Como vê, já visto pijama. Já tomei banho, morenita.

Inês então puxou as mãos das dele sentindo sua visível rejeição.

—Inês: Como quiser.

Ela então saiu e subiu a escada deixando ela para trás.

Quando ela entrou no quarto, fechou a porta, se encostou nela e depois olhou para uma de suas mãos. O anel de Loreto ainda estava nela. Ela então gemeu baixo e frustrada.

Andou então depois em pequenos passos quando sentiu lhe doer a cabeça.

Como Victoriano dizia, mas antes da manhã, uma dor de cabeça já queria tomá-los e que em hipótese alguma ela daria razão a ele de que ela era tão fraca para beber que três copos de álcool, lhe davam ressaca.

Assim ela foi até o banheiro. Seu primeiro olhar foi ao vaso sanitário. Ela então olhou a mão e com passos firmes e rápidos jogou o anel dentro dele e deu descarga.

Um objeto tão pequeno não tinha trazido à ela apenas problemas com Victoriano, mas também com Constância.

Ela então ficou assim vendo a água levar a joia para o esgoto e quando ela desapareceu, foi até a banheira, a ligou e depois começou retirar a roupa que tinha no corpo.

Se Victoriano estava disposto a seguir com sua frieza tampouco ela imploraria para que ele mudasse ideia e a fizesse dele nem que fosse por pena.

Victoriano quase 1 hora depois, ele subiu ao quarto dele com Inês, depois de encontrar no pátio da fazenda, Bernarda e ficar conversando com ela. Juntos falaram do pai dele já falecido e do passado quando foram uma família em 3.

Inês saia do banheiro se enrolando em um robe longo, rosa e decotado em V. Ela tinha os cabelos morenos presos ao alto da cabeça e alguns cabelos soltos frente à testa.

Victoriano a viu, a mirou de cima abaixo enquanto suas narinas se dilatavam sentindo seu maravilhoso perfume invadir o quarto.

Inês assim vendo sua mirada cristalizar de desejo, apertou as tiras do robe com força e riu de lado, dizendo.

—Inês: O que ver, poderia ter se fosse mais esperto aceitando meu convite, Victoriano.

Quando a ouviu, Victoriano disse sério.

—Victoriano: Eu não disse nada.

Ela deu uma risada sarcástica enquanto ele tinha o olhar presos nela e as mãos nervosas ao lado do corpo dele.

—Inês: Como diz que me conhece, assim te conheço Victoriano. Está lutando para não ceder aos seus impulsos.

Ela caminhou até ele, seu rosto foi até o meio do peito dele, onde era que sua altura perto da dele fazia ela ficar. Assim ela cheirou seu cheiro maravilhoso de homem e que tanto a excitava.

—Victoriano: Não vamos acabar nossos problemas na cama, Inês. Por isso te resisto.

Ofegante então Victoriano disse, justificando sua recusa de antes.

Inês levantou a cabeça e então o respondeu.

—Inês: Eu sei. Mas não é crime nenhum desejar terminar uma noite tendo alguns orgasmos, mesmo que as coisas não estejam bem.

Victoriano a olhou pensativo. Agora suas mãos nervosas lhe tocaram nos ombros. Ele as desceu nos braços, alisando-os e depois de respirar fundo, trocando seu olhar entre a boca dela e os olhos, ele disse.

—Victoriano: Talvez ainda haja tempo para que eu mude esse conceito então.

Inês então se afastou.

—Inês: Não. Não. Você está certo, quando disse nessa manhã que precisamos de um tempo até que tudo que estamos sentindo passe, Victoriano.

Quando ela já o deixava, ele pegou no braço dela.

—Victoriano: Morenita.

Ela mirou onde estava as mão dele e disse depois, o olhando.

—Inês: Vou descer para tomar um chá e depois a única coisa que desejarei é dormir. Boa noite, querido.

Inês então deixou o quarto em seguida e caminhou tranquila, até que ela avistou uma das suas filhas caída ao chão do corredor.

Ela saiu correndo até ela, enquanto também gritava por ajuda à Victoriano que a ouviu gritar e não duvidou em ir até ela. Assim ele também viu Cassandra caída de pijama ao chão, parecendo desacordada.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Sem Medidas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.