Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 48
Capítulo 48




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/762064/chapter/48

Olá lindas, eu lutei para terminar esse capítulo e postar ainda hoje, mas batalha vencida e aqui está ele!! Boa leitura.   

 

 

Victoriano estava tão vermelho e cego de raiva e ciúmes, que naquele momento que viu Inês só desejou arrancá-la dali de uma vez e leva-la a milhes de distância de Loreto.

Não podia acreditar que ele a havia beijado. E ela? Ela não o tinha contado!

Ele foi solto pelos seguranças enquanto um levava Loreto para o outro lado do hospital. E assim que pode se aproximar dele, Inês o questionou.

— Inês: O que estava acontecendo aqui?

Vicente soltou um riso irônico e a respondeu.

—Vicente: O que acha Inês? Aparentemente, Loreto e Victoriano não deixaram de ser o que eram há 20 anos!

Inês olhou nos olhos de Victoriano. Havia saído do quarto de Carlos Manuel determinada em voltar para ficar com ele, por isso ia apenas comunicar a ele que iria para casa apenas para se alimentar e trocar de roupa, mas que depois voltaria para o hospital. Queria ficar com Carlos Manuel e esperar ao lado dele os resultados de seus exames restantes, ainda mais por aquela descoberta que o pobre rapaz era órfão.

E estava certa que nada a impediria nem mesmo a cena que assistiu entre Victoriano e Loreto.

Que então assim, ela disse determinada depois que ouviu Vicente.

—Inês: Se não se recompor, pedirei que alguém da fazenda me leve embora Victoriano, mas que também me traga de volta. Porque quero estar aqui ao lado de Carlos Manuel.

Victoriano riu. Tinha passado a mão no queixo em um gesto impaciente. Assim, suspirou e olhou para o lado vendo Vicente que falava ao celular. Que quando o viu, desligar, ele disse firme.

—Victoriano: Vamos todos embora! Não temos mais nada que fazer aqui. Loreto está com seu protegido e ele está fora de perigo, então isso basta, Inês!

Ele pegou no braço de Inês. Não se moveu com ela mas pegou e ela então disse firme, buscando os olhos dele.

—Inês: Não me ouviu, Victoriano? Eu regressarei e nada, nem você me impedirá que eu faça isso.

Assistindo a cena, Vicente passou a mão na cabeça. Agora parecia que era Inês que protagonizaria outra briga ali no meio do hospital. Que por graça, ela puxou o braço das mãos de Victoriano e andou na frente para sair do hospital.

Victoriano então trocou duas palavras com Vicente em uma despedida rápida e saiu atrás de Inês, com seu compadre tomando outra direção. Afinal, graças aos temperamentos ali, não sabiam se Carlos Manuel de fato foi convencido a não denunciar formalmente Victoriano. E Vicente precisaria só checar isso e também ir para o lado de sua mulher que estava aflita na espera dele.

Quando colocou os pés na rua o brilho do sol saudou Inês. E ela caminhou firme indo para o lado que estava a caminhonete dele.

E parou quando chegou até ela. Victoriano chegou em segundos logo atrás, destravou o carro e abriu a porta para ela.

Ele estava em silêncio. Ainda de cara feia, enciumado e com raiva. Por isso quando ela entrou ele bateu a porta e deu a volta para o lado dele.

E quando ambos ficaram lado a lado naquele carro grande. Ele tornou-se pequeno e com pouco ar.

Inês já morria de vontade de perguntar o porquê da briga que viu, enquanto Victoriano se controlava para não a questionar ali mesmo do porquê Loreto insinuou que a tinha beijado.

E o pior era que ele não tinha precisado falar o que de fato haviam se beijado. Apenas sua simples insinuação do gosto dos lábios dela, já o tinha desnorteado.

Ele assim ouviu Inês respirar fundo ao seu lado e ele segurou firme no volante.

Será que ela tinha gostado do beijo?

Sua mente parecia que ia explodir até que ouviu toques de uma música tomar todo o carro.

Inês tinha esticado a mão e ligado o rádio.

Não era tonta e sabia que assim que saísse do carro uma bomba iria explodir. E essa bomba seria Victoriano enciumado. E que ela estava certa que só seria aquele o motivo que o viu se atacando com Loreto.

A música que começou a tocar na rádio fez ambos respirar fundo. Os toques dela trouxeram logo boas lembranças de um tempo onde tudo parecia errado e ao mesmo tempo tão certo.

Inês suspirou fechando os olhos e de repente estava completando 18 anos novamente e estava em um parque e nos braços do homem que seria seu amor e sua escolha a partir daquele dia.

No sé lo que me hiciste pero me fascinas

Me gustas demasiado no puedo evitarlo

Dentro del corazón te llevo todo el día

A donde sea que voy, te siento aquí a mi lado

Ela sentiu Victoriano tocar na perna dela. A mão quente e grande, deu um leve aperto, subiu e desceu e ela então o mirou.

Ele ainda olhava sério a direção, chegavam perto da estrada de terra que os levariam para a fazenda e assim quando entrou nela, Victoriano, a mirou de lado e os olhos se encontraram.

Os olhos dele bem verdes cristalinos, a mirando fez ela suspirar mas não desviar deles.

— Victoriano: Gostou do beijo que Loreto te deu? Achou que eu não ia saber, Inês? Pensou que ele não ia se vangloriar? Onde foi, hum? Como foi? Quando aconteceu?

Inês esticou a mão novamente até o painel do carro e baixou totalmente o volume da rádio.

Estava certa o que pensava. Que assim que voltou a estar reta, buscou olhar Victoriano que já voltava sua atenção para a direção.

Os dois braços abraçavam firme o volante, o corpo rígido mostrava como ele estava. E assim ela disse.

—Inês: Não aconteceu como pensa. Seja o que Loreto disse, não tem motivo para ficar assim, Victoriano.

Victoriano deu um riso irônico e a respondeu sem olhá-la.

—Victoriano: Só quero que responda minhas perguntas Inês.

Ele soou firme e Inês odiou que ele soubesse daquele beijo de Loreto naquele momento que estavam e que a conversa fosse com eles dentro de um carro. Assim, então ela o respondeu firme.

—Inês: Deveria ter guardado elas para quando chegássemos. Aqui não é um bom lugar para termos essa conversa.

—Victoriano: Então gostou? Me traiu Inês?

Agora ele virou para ela. Segundos depois ele tinha desligado o carro. E apenas a mirava com eles parado na estrada.

Inês o mirou sem temer seu olhar, mas sentida. Sentida por aquela pergunta. Por pensar que Victoriano necessitava faze-la, a conhecendo mais que ninguém e ainda sabendo mais que ela, do que Loreto era capaz. Que então assim, ela disse rápido e ainda com seu tom de voz firme.

—Inês: Ele me beijou, mas não correspondi. Eu o esbofeteei em seguida e só não contei, porque aconteceu ontem pela manhã quando eu estava pronta para entrar na empresa e te ver, Victoriano. Eu não queria que o que houve fosse mais um motivo para uma nova discussão depois daquele maldito anel.

Levou apenas 5 segundos para Victoriano assimilar tudo e dizer, com mais ódio de Loreto que antes.

—Victoriano: O fato que o esbofeteou, não me consola, Inês! Fez o mesmo comigo! Não percebe? Não percebe que a história está se repetindo?

Inês incrédula com o que ouvia, abriu a boca e fechou até poder falar com raiva do que ouviu.

—Inês: Nada está se repetindo! Ele me beijou e eu rejeitei porque Loreto não me interessa, Victoriano! Não deixe seu ciúme te cegar!

Ao redor dele só tinha verde e terra. Assim, ele então tirou rápido o cinto e a respondeu.

—Victoriano: Loreto quer te tirar de mim, Inês! Essa é a verdade e eu sei que não te faço feliz. Não como prometi. Aquele maldito não vai desistir até ter o que quer!

Agora ela se soltou do cinto de segurança também e disse, quando o viu bater com uma mão duas vezes no volante.

—Inês: Pare de dizer besteiras sem saber o que penso, sem levar em consideração o que sinto, Victoriano! Você é o homem que amo! Só você!

Ela pegou no braço dele e ele então a olhou.

—Victoriano: Eu não te devolvi nosso filho e isso não te faz realmente feliz comigo Inês! E não negue! Não minta!

Inês riu de lado, se iam lavar roupas sujas ali, ela se sentiu dispostas a fazer aquilo também. Que então ela o respondeu.

—Inês: Eu vi como olhou o filho dele. Eu vi como olhou Loreto junto ao filho. Se pensa que falha, eu também penso igual. O filho homem que tanto quis, não está com você e não pude lhe dar outro, Victoriano.

Victoriano então bufou nada feliz. Respirou fundo duas vezes e depois que fez, ele disse.

—Victoriano: Certo agora vamos tocar em nossas feridas.

Inês cruzou os braços e sem mirá-lo, ela rebateu.

—Inês: Elas já estão sendo tocadas desde que Loreto reapareceu. Vamos ligue o carro quero estar em casa.

Ela em seguida colocou o cinto novamente e ele não fez isso. Apenas ligou o carro e voltou a dirigir.

O caminho restante foi rápido e quando Victoriano entrou com o carro dentro da fazenda, Inês não esperou como de costume ele descer primeiro e abrir a porta para ela. O que ela fez e quase saltando do carro entrou para dentro da casa.

Minutos depois Victoriano a seguia de rosto vermelho e com pressa.

—Victoriano: Inês, ainda não terminamos nossa conversa!

Ele a mirou assim que falou. Inês já subia a escada e assim ela parou o mirando.

—Inês: Terminamos sim, Victoriano! Já tirou suas próprias conclusões antes de me ouvir, então não há mais nada que eu deva falar!

Ela então voltou a subir e ele foi atrás dizendo.

—Victoriano: Claro que há! Quero saber se ia me contar que Loreto a beijou! Eu quero saber Inês!

Inês seguia firme até o quarto ainda que pôde ouvir Victoriano com sua voz estrondosa parecer muito mais alta com a casa aparentemente vazia.

Victoriano então entrou no quarto assim que ela entrou também e a viu de braços cruzados no meio do quarto.

Ele ofegante sentiu que precisava respirar mais lento, enquanto ela depois de passar a mão em seus cabelos negros, disse.

—Inês: É melhor que deixe de gritar. Logo nossas filhas estarão invadindo nosso quarto.

Ela torceu o lábio de lado descontente com aquela briga que parecia que seguiria a manhã toda. Enquanto ele depois de bater a porta atrás de si, ele disse.

—Victoriano: Estamos sozinhos. Elas nesse momento devem estar juntas no aeroporto esperando por Bernarda.

Inês então riu sem vontade. Bernarda ali no mesmo teto que ela naquele momento era como a cereja do bolo que faltava. E o que desgraçadamente ela havia esquecido novamente daquela visita sem hora e nem data de acabar.

O que seu pensamento a fez sentir o pior dos seres humanos. Afinal, o que sabia era que Bernarda padecia de um câncer. E não se dá as costas para uma pessoa que trava essa árdua luta ainda que seja um inimigo lhe pedindo ajuda. Pois era assim que ela via Bernarda.

Que então assim, ela andou pelo quarto dizendo.

—Inês: Ótimo vou ter mais alguém para me julgar!

Ela abriu com raiva a gaveta do criado mudo ao lado da grande cama que dormia com Victoriano. E ele ali do lado dela, observou ela começar a tirar alguns comprimidos das cartelas de remédios que ela havia tirado da gaveta.

E vendo ela fazer aquilo, fez seu sangue tornar ao estado normal como que se lembrasse aquele momento que a mulher que amava tinha seu estado emocional tão frágil como pétalas de rosas, tão instável como uma pessoa que enfrentava transtornos. O que era sua realidade desde que ela havia perdido a razão há mais de 20 anos.

Que então assim, ele disse manso agora vendo ela encher um copo de água que havia ficado próximo a uma jarra toda a noite ali no móvel.

—Victoriano: Ouça, Morenita, eu não quero mais brigar.

Inês riu assim que ouviu ele a chamar manso por seu apelido carinhoso.

—Inês: Agora volto a ser sua Morenita.

Ela baixou o copo vazio de água sobre o móvel e então ele disse.

—Victoriano: Sempre foi e sempre será. Se estou nervoso e disse besteiras, é porque estou cego de ciúmes Inês.

Ele passou uma mão na cabeça respirando fundo, e como a viu em silêncio ele seguiu.

—Victoriano: Pensa que é fácil saber que meu pior inimigo beijou minha mulher? Que beijou você, Inês!

Inês respirou exausta daquela conversa e o respondeu.

—Inês: Isso aconteceu porque ele forçou. Eu não quis, Victoriano! Deve acreditar em mim e não mais me fazer perguntas tontas como as quais me fez ainda no carro!

Ela bufou e caminhou mirando seu robe em cima do sofá do quarto.

Victoriano segurou no braço dela, a parou e disse de corpo rígido e a olhando nos olhos.

—Victoriano: E se fosse eu, hum? E se descobrisse que uma mulher me beijou? Como ia se sentir?

Inês ficou calada. Seu olhar passou entre a boca dele e seus olhos verdes e lábios novamente até voltar ao olhar dele, que depois de um longo suspiro, séria ela o respondeu.

—Inês: Eu morreria de ciúmes. Me mata por dentro sequer pensar que outra mulher te beijou e você aceitou.

Depois de falar, ela sentiu uma dor no peito junto ao medo que sua fala se tornasse real. Enquanto Victoriano disse.

—Victoriano: Então deve me entender nesse momento Inês.

Inês sacudiu a cabeça puxando seu braço em seguida e disse.

—Inês: Eu entendo em partes. Já disse que Loreto me beijou e não o contrário e eu rejeitei.

Victoriano respirou fundo enquanto em sua mente só criava imagens em como acabar com Loreto em mil maneiras diferentes.

—Victoriano: Me conte como foi e onde!

Ele então voltou a falar firme.

—Inês: Eu já disse enquanto estávamos no carro.

Inês tinha o robe dela na mão quando o respondeu e Victoriano atento a ela, a respondeu.

—Victoriano: Quero ouvir de novo, Inês. Quero saber até onde foi a ousadia desse infeliz!

Ele então caminhou, a tocou no braço a alisando nele e Inês fechou os olhos cansada de várias maneiras já que tinha passado a noite em claro.

—Inês: Só me deixe então tomar um banho antes que meus remédios façam efeitos.

Victoriano suspirou agora preocupado e tomou o rosto dela, dizendo calmo.

—Victoriano: Te fiz tomar tudo aquilo. Me perdoe.

Ela tocou nas mãos dele, e o mirando nos olhos ela disse.

—Inês: Não foi sua culpa. Eu estava precisando deles desde do que houve essa noite.

Victoriano riu sem vontade ao ouvi-la.

—Victoriano: O que foi causado por mim quando atirei naquele rapaz.

Imagens de Carlos Manuel ferido tomou a mente de Victoriano, fazendo ele se afastar de Inês diante de uma inquietude sem explicação.

—Inês: O que houve só não foi culpa sua e Carlos Manuel tem a consciência disso, que por isso ele não vai fazer qualquer denúncia, Victoriano.

Victoriano parou para olhá-la. Dessa vez sua mente o levou sob a fúria que sentiu ao ter que deixar no meio da noite o conforto de seu quarto junto de Inês. Que então assim, ele a respondeu.

—Victoriano: Então acha que eu devo agradece-lo e pedir desculpas por não tê-lo recebido junto do filho de Loreto, com um buquê de flores depois deles invadir nossa fazenda?

Inês revirou os olhos com a ironia dele e o respondeu em seguida.

—Inês: Acho que deveria reconhecer que também errou com humildade diante dele, assim como ele fez diante de mim.

Victoriano riu de lábios fechados e sem um pingo de humor e depois viu Inês sumir de sua visão quando ela entrou no banheiro do quarto.

Que sozinho, ele passou a mão na cabeça e andou até a varanda do quarto. Ele ficou ali por alguns minutos, olhando o pátio e o amanhecer cada vez mais claro e forte em suas terras. Até que saiu dali e foi até o banheiro onde Inês estava.

Ela já tinha o corpo todo sendo banhado pela água do chuveiro. Seus cabelos também caiam sobre os ombros encharcados de água. Victoriano então ficou por um tempo a olhando até que suas mãos tomaram vida própria e ele começou se despir sem sequer deixar por um minuto de olhá-la.

E foi enquanto movia as mãos em seus cabelos e tinha os olhos fechados, que Inês sentiu Victoriano abraça-la pela cintura. Seus braços em volta dela, seu corpo grande e forte encostando junto ao dela também, a fez suspirar fraca.

Que assim, sem precisar mirá-lo, ela disse.

—Inês: Tem que parar com esse seu ciúme, Victoriano. Eu nunca jamais, vou querer outro homem em minha vida que não seja você.

Victoriano sorriu, agora feliz, de peito cheio e ego inflado. Que assim, enquanto água caia também nele e sem largar o corpo de Inês, ele disse com a boca perto de seu ouvido.

—Victoriano: Prova para mim que o que diz é verdade, me deixando fazer amor com você aqui e agora.

Ele sorriu agora mais largamente. Inês sabia que ele acreditava em suas palavras e que só queria levar aquela conversa para outro lado. O lado que o favorecia e sentiu ele fazer isso quando uma de suas mãos encontrou o sexo dela.

Ele foi delicado com os dedos, enquanto a boca dele começou a passear no pescoço dela e em seu ombro nu.

Ela então virou a cabeça e o olhou e ele também fez isso.

—Inês: Beija-me, Victoriano.

Ele então a beijou. A beijou lento e depois foi fazendo com que o beijo se tornasse mais faminto como que se o ar dele dependesse do que vinha dos lábios de Inês. Ela suspirou e gemeu também, sentindo-o penetrá-la com os dedos.

Momentos depois ela colocava as mãos espalmadas na parede fria e Victoriano a penetrava com seu membro. Ela fechou os olhos quando ele começou se movimentar e gemeu com ele.

Tudo então tornou menor e insignificante enquanto os corpos se encontravam no mesmo ritmo e as bocas na mesma sintonia.

Assim as horas passaram.

Bernarda já estava na fazenda. Instalada, ela tinha um quarto, um lugar seu e sem data de ser desocupado. E na mesa de jantar, ela se fazia presente entre as filhas de Inês e Victoriano e com ele presente. Menos Inês.

Ela dormia até aquele horário. Dormia sobre os efeitos dos remédios que tinha tomado pela manhã. O que fez Victoriano ligar para Santiago surpreso ao notar que já não sabia mais quando a teve sobre o efeito deles para ficar na cama tanto tempo. Que preocupado passou o resto do dia em casa e sempre que podia a olhou dormir.

Assim, ele no meio do jantar assentiu com a cabeça sem saber para quê. Apenas viu Constância mover os lábios animada e lhe direcionar algumas palavras enquanto sua mente estava cheia. Longe dali.

Bernarda bebeu um gole de vinho de sua taça. O observava. E faria muito aquilo estava ali para impedir que Loreto fizesse o que tramava. E impediria nem que fosse o último ato de sua vida.

Inês se moveu na cama e depois sentiu uma mão em sua testa e então se arrastar para seus cabelos. Ela abriu os olhos e viu Adelaide a olhando.

A senhora quando notou que ela acordava se afastou e apontou para ponta da cama, que tinha uma bandeja com comida e disse.

—Adelaide: Te trouxe um lanche, menina.

Inês se sentou devagar. Totalmente desnorteada sem conseguir distinguir se havia dormindo por 15 minutos ou 3 dias.

Seu corpo estava coberto por uma delicada camisola branca, assim ela depois de arrumar os cabelos notou e então ela perguntou, enquanto devagar Adelaide trazia para o colo dela a bandeja com uma mesinha.

—Inês: Que horas são Adelaide? Onde está Victoriano?

Ela olhou para o lado dela. A última lembrança que tinha era deles dois deixando o banheiro para estarem na cama e depois os dois dormirem juntos.

Adelaide serviu chá para ela que havia no bule e disse.

—Adelaide: Ele está lá embaixo. Jantando com as meninas e com Bernarda.

Ela suspirou depois de falar e Inês fez o mesmo. Ambas pensando na visita que tinham.

—Inês: Você disse jantar?

Inês então tentou olhar através de Adelaide para ver se via a noite pela porta da varanda.

Adelaide assentiu dizendo.

—Adelaide: Sim. Victoriano esteve preocupado porque dormia tanto. Mesmo que ele tentasse disfarçar. Mas estou aqui também para falar dessa nova visita...

Adelaide deixou de falar quando Inês tirou a mesinha sobre ela dizendo.

—Inês: Eu fiquei de voltar a ver Carlos Manuel no hospital. Meu Deus! Como eu pude dormir tanto!

Ela então saltou da cama, não se importando mais com nada, apenas pensando no rapaz e no que tinha proposto a si mesma de ficar com ele no hospital. E por fim percebia que estavam no final daquele dia e ela não tinha cumprido com seu propósito.

Que assim, Adelaide disse.

—Adelaide: Onde pensa que vai, Inês? Tem que comer algo e queria conversar sobre Bernarda estar conosco novamente. Não tomou remédios por esse motivo, não é?

Inês já caminhava para o closet e então disse.

—Inês: Claro que não, Adelaide. Eu não sou mais aquela jovenzinha boba que Bernarda acuava.

Em dúvida do que ouvia, Adelaide a respondeu ficando de fora do closet quando Inês entrou.

—Adelaide: Não precisa negar para mim, porque eu sei que aquela mulher te afeta e por isso estou aqui, menina.

Inês saiu com algumas roupas em mãos e a respondeu.

—Inês: Sabe que não sou essa menina mais que me chama e ás vezes você também é como Victoriano, Adelaide. Me tratam como algo quebrável que não é capaz de se cuidar, de se defender e isso é...

Ela parou de falar quando viu que falava demais e descontava em Adelaide, suas frustrações sobre os dias que viveu sobre tais condições e aceitara. Por isso ela pigarreou voltando a falar de outro modo.

—Inês: Eu sei que vocês se importam comigo e devem notar também que já não estou como antes, Adelaide. Então não se preocupe tanto, hum. Se preocupe com você em não trabalhar tanto e tomar seus remédios.

Com um leve sorriso, Inês olhou para mãos adoentadas de Adelaide e depois largou as roupas sobre a cama, foi até ela e lhe pegou na mão juntando uma mão na outra.

Longe dali no hospital.

Carlos Manuel virou a cabeça para um lado, totalmente entediado por estar ainda no hospital. Mas ainda lhe doía a cabeça e iam colocá-lo em uma máquina. Algo que o aterrorizava por ele ser claustrofóbico. Ele riu sem vontade pensando no exame. Era segundo seus conhecimentos e diplomas, um terapeuta que era capaz de tratar de pacientes com inúmeras fobias e ele era como um entre eles com um quadro que sabia reverter, mas que não gostava de abusar. Preferindo assim ficar longe de lugares fechados e de ficar confinado neles.

Mas nada ali poderia fazer. Tinha feito exames neurológicos e não achado nada que denunciasse a dor de cabeça, então partiriam para uma ressonância e só depois dela ele poderia enfim ser liberado e assim ele esperava.

—Alejandro: Fala aí cara, como você está?

Alejandro então entrou no quarto trazendo Carlos Manuel para dentro dele novamente.

Assim os dois bateram as mãos em um cumprimento e Alejandro procurou o sofá de couro no quarto para sentar.

E então ele disse.

—Alejandro: Sabia que o pai de Diana está pagando tudo isso aqui?

Carlos Manuel assentiu por descobrir tal fato por uma enfermeira que falou com ele quando ele quis saber como pagaria seu tratamento ali. Que então assim, ele disse.

—Carlos Manuel: Sabia e não fiquei contente. Não queria nem que seu pai pagasse meu tempo aqui imagina seu sogro.

Alejandro deu de ombros e disse em um pensamento alto.

—Alejandro: Acho engraçado que mesmo que tudo que houve não ter nada a ver com você, você consegue ficar no centro das atenções, Carlos.

Carlos Manuel estranhou o que ouviu e rebateu.

—Carlos Manuel: Lembre-se que se estou aqui é porque fui na sua ideia maluca de invadir a fazenda do pai da sua namorada.

Alejandro ficou de pé.

—Alejandro: Se fosse eu levar o tiro, Victoriano Santos me deveria desculpas e eu poderia chantageá-lo para ficar com a filha dele. Simples assim.

Carlos Manuel fez um gesto negativo com a cabeça e depois disse.

—Carlos Manuel: Esse seu pensamento não é um pensamento de uma mente saudável, Alejandro.

Alejandro riu dizendo.

—Alejandro: Agora quer dizer que vai me avaliar?

—Carlos Manuel: Então não diga besteiras.

De volta na fazenda. Inês só deixou o quarto quando tomou um pouco do Danone que Adelaide havia preparado para ela e comeu uma maça. E quando fez, vestida para sair e não querendo ser vista, ela disse enquanto descia a escada com a senhora logo atrás dela.

—Inês: Só avise que eu saí, quando eu já estiver longe, Adelaide. Não quero que Victoriano me impeça.

Ela depois de falar mostrou o celular na mão que segurava a bolsa e seguiu.

—Inês: Vou levá-lo. As meninas e ele podem me ligar.

Adelaide mesmo não contente em ter que esconder que ela saía, disse.

—Adelaide: E como vai? Vai pedir para um capataz dirigir para você?

Inês assentiu já de mão na porta e disse.

—Inês: Vou. Até logo, Adelaide.

Momentos depois.

Victoriano deixava a sala de jantar com um caminho em mente, até que ouviu atrás dele Cassandra dizer.

—Cassandra: Podíamos ver se a mamãe acordou e todos nós irmos para sala de jogos e ficar lá.

Constância bateu palminhas animada, pegou no braço direito de Bernarda e disse enquanto encostava a cabeça no ombro dela e andavam.

—Constância: Eu gostei da ideia. Vamos vó Bernarda.

Enquanto seguiam os passos de Victoriano indo para sala, Bernarda respondeu a caçula da casa.

—Bernarda: Querida, estou muito exausta, gostaria de dormir.

As 3 meninas pararam e Victoriano fez o mesmo agora se sentindo péssimo ao não dar mais atenção para a viúva de seu pai no estado que ela estava. Que assim, já no meio da sala ele disse.

—Victoriano: Quando será sua primeira consulta com o oncologista? Quando for quero estar contigo Bernarda, eu ou uma das meninas devem estar com você.

Ele então respirou fundo, olhou para escada e caminhou até o bar de bebida no meio da sala.

Bernarda foi até o sofá com as meninas a olhando com um olhar de cuidados e sentou devagar.

—Bernarda: Eu juro que não incomodaria vocês se a situação que estou não fosse grave.

Constância se aninhou nela e ao lado dela se sentando também, toda sentida quando a ouviu. Enquanto Diana disse.

—Diana: Não é incomodo, vó Bernarda. Somos uma família e é para isso que servimos.

Depois de encher o copo Victoriano disse concordando.

—Victoriano: Diana tem razão. Não íamos deixa-la sozinha em outro país nessa situação.

Ele tomou um gole da bebida que se serviu, olhando de novo para escada agora desconfiando que Inês não descia de propósito ou porque estava em crise. Afinal, não seria a primeira vez que a tinha sem querer estar junto deles por preferir ficar só. O que mudava daquela vez era que já fazia mais de 2 meses que não tinham tal atitude dela.

Adelaide então quando percebeu que todos deixaram a sala de jantar, fez sinal para que Victoriano a olhasse, enquanto ela estava em um canto da sala. Quando ele a notou, percebeu que algo passava, por isso enquanto tinha suas filhas em uma nova conversa com Bernarda, ele caminhou até a senhora e segundos depois sentiu seu corpo ser tomado pela mesma fúria que o fez socar Loreto no meio de um hospital.  

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Sem Medidas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.