Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 47
Capítulo 47




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Olá lindas! Voltei e não vou prometer estar sempre aqui, na verdade eu estou quase indo embora de vez. Eu estudo e ainda vou começar outro curso, aí muito em breve quem sabe como é isso, vem estágios, trabalho e etc. e assim a vida vai ficando mais corrida. Mas por enquanto estarei ainda me esforçando para escrever e não por obrigação, mas porque eu gosto mesmo e é um hobby que para me distrair quando for preciso, eu quero ainda ter esse escape. Enfim, agora fiquem com o capítulo e espero que gostem!!!


Em um momento Inês se via nos braços de Victoriano, mais uma vez naquele dia, noutro, estava em uma sala de espera de um hospital esperando notícias do rapaz que ele havia atirado.

E não era qualquer rapaz. Era ele. Era Carlos Manuel. O jovem que despertava nela tantas lembranças do amado filho que tinham tirado tão covardemente dos braços dela.

Primeiro quando o viu ferido e viu de quem se tratava, sentiu suas pernas bambas. O coração ficou mais apertado e acelerado como que se estivesse preste a sofrer uma crise de um nível que ela era ciente que teria que ser controlada como já não havia necessidade mais.

O que a fez sentir o chão outra vez foi a necessidade de buscar ajuda para aquele rapaz que gemia de dor com seu ombro sangrando e o corpo encurvado. Claro, ele não só tinha levado um tiro dado por Victoriano como também caído de um muro de quase 2 metro de altura.

Ela olhou no canto Victoriano conversar com Vicente. O amigo e compadre deles tinha que estar lá para ver o que mais uma vez o temperamento e a impulsividade de Victoriano o tinha levado a fazer, além do mais estava atento para saber se ele precisaria logo de um advogado. Que essa parte estava nas mãos de Carlos Manuel, que decidiria se o ataque que havia sofrido seria levado por ele como tentativa de homicídio ou simplesmente defesa, que era o que Victoriano estava disposto a declarar. Que defendia sua segurança e de sua família dos invasores de sua propriedade. O que Inês julgava não ser mentira, só não aprovava ele ter usado uma arma sem ao menos ter certeza do que acontecia e quem ele atirava.

Ela assim tocou a testa e depois olhou uma de suas mãos que tremia. Estava de nervos abalados e não era para menos.

Assim ela fechou as mãos ao lado do corpo e ouviu passos vindo até ela.

E depois a voz de Victoriano que disse.

—Victoriano: Isso parece que vai durar a noite toda, morenita. Não quer ir embora? Vicente pode te levar.

Inês o olhou. O mirou e decidida em se manter ali até saber do estado de Carlos Manuel, ela disse.

—Inês: Não. Vou ficar Victoriano até saber como está Carlos Manuel.

Victoriano suspirou ciente que Inês não faria o que ele queria. Pensou então no jovem e lembrou que soube da identidade do rapaz graças a Alejandro. O filho de Loreto que estava também em algum canto daquele hospital e com sua filha mais velha ao lado e ele bufou descontente com o que estava acontecendo.

Deveria estar em casa. Naquele momento já dormindo ou fazendo amor mais uma vez com Inês, o que seja, mas longe dali. Só que sua paz foi tirada quando o filho de Loreto teve a infeliz ideia junto ao amigo de invadirem suas terras e deu no que deu. Ele não pensou e atirou contra os jovens rapazes que poderiam ser o filho dele.

O que fazia sua consciência pesar, mas não o suficiente para se ver como o único culpado ali. Os tolos rapazes também eram culpados.

Ele então se afastou e passou a mão na cabeça, até que olhou para o corredor e Vicente do outro lado também fez o mesmo e assim ambos viram o passado deles em pessoa caminhar em direção deles.

Loreto vinha aparentemente com pressa e logo atrás dele, estava Alejandro e Diana.

Inês também olhou e sentiu suas pernas bambearem. Seus olhos buscaram rápido Victoriano o que ela pôde notar seu corpo todo rígido e as mãos em punhos cerrados ao lado do corpo. O que menos ela queria era ver aqueles dois homens se enfrentando no meio daquele hospital.

Que criando forças ela foi até Victoriano e agradeceu por ver Vicente fazendo o mesmo movimento em direção dele. Pensava que se eles resolvessem se atacar precisariam de todo reforço para separa-los.

Que então assim, Victoriano disse de voz grossa e peito cheio de testosterona.

—Victoriano: O que está fazendo aqui, Loreto?

Loreto riu de lábios de lado ao ouvi-lo. Quando soube por uma ligação de Alejandro o que tinha acontecido no meio daquela noite, havia precisado de alguns longos minutos para digerir o que escutara. Victoriano Santos tinha baleado o próprio filho sem saber. E como ele poderia prever que o encontro de pai e filho seria daquela forma?

Como gostaria que o rapaz tivesse se debatendo entre a vida e a morte apenas para ter aquele triunfo sobre seu inimigo sim e rival também.

Ele então olhou do lado de Victoriano, Inês ali com os olhos aflitos tendo as mãos em uns dos braços dele. Inferno, sabia que se Victoriano tivesse ferido gravemente Carlos Manuel e com a verdade em seguida vindo átona, ela nunca o perdoaria.

Nunca perdoaria tal ato contra seu querido filho desaparecido e entregue aos braços dela daquela forma, baleado pelo próprio pai de sangue.

Que se contendo apenas com o que tinha em mãos como triunfo, seu papel de salvador ali, ele disse de voz firme.

—Loreto: Tenho como mais um filho o rapaz que covardemente, atirou Santos! Então estou aqui e não sairei até que a justiça seja feita!

Victoriano bufou cheio de raiva, olhou Alejandro depois Diana e quando voltou a olhar para Loreto, ele o respondeu da forma que antes falou.

—Victoriano: Justiça? Seu filho delinquente junto ao amigo igual a ele, invadiram minha propriedade! O que fiz foi defender o lar onde tenho minhas filhas e minha mulher!

Inês quando o ouviu suspirou nervosa. Não via os jovens como delinquentes apenas dois irresponsáveis que fizeram algo típico de suas idades. Mas que não querendo qualquer discussão, ela disse antes que Loreto falasse algo respondendo Victoriano e aumentando assim o clima ruim que estavam.

—Inês: Não vamos brigar, muito menos aqui. Não é o momento. Então por favor os dois, se acalmem.

Vicente concordando com ela, também disse

—Vicente: Inês tem razão. Vamos ficar calmos e depois veremos o que fazer.

Victoriano então bufou outra vez e tendo mais nada a falar, apenas disse.

—Victoriano: Fique aí do seu lado Loreto que ficaremos do outro! Diana, venha!

Ele só olhou firme para filha que assentiu ainda que Alejandro quis segurar ela ao seu lado. Ela andou quando viu o pai dar as costas junto com Inês que então ficando agora só Loreto e Alejandro vendo as 4 pessoas tomando distância deles e logo se acomodando do outro lado da sala, Alejandro disse.

—Alejandro: Diana me ama papai, mas o pai dela insiste em querer nos separar!

Ele apertou as mãos em volta do corpo fechando elas e então se virando para ele e dando as costas aos demais, Loreto disse sério.

—Loreto: Seja homem filho. Seja a pedra no sapato desse homem que eu estarei aqui te dando apoio para qualquer coisa que queira fazer. Só seja homem, filho. Seja homem!

Ele deu dois tapas de leve no rosto do filho e depois em um gesto afetuoso, ambos encostaram as testas e ficaram calados.

De longe, Victoriano observou o gesto de Loreto com o filho. Ele ficou olhando sem notar que seu olhar havia fixado demais nos dois. E lembrou do passado. Loreto tinha algo que ele de novo não tinha. Ele tinha agora um filho homem, um parceiro, um companheiro. Enquanto os olhava, Victoriano pensava que mesmo que era pai de 3 lindas filhas e padrinho de um jovem rapaz, daria tudo para ter seu Fernando com ele e poder fazer o que via Loreto fazendo com o filho.

Que quando ele resolveu parar de ser a plateia de Loreto com o filho, ele olhou para frente e percebeu que assim como ele assistia a cena de pai e filho, Inês também assistia, mas a dele como telespectador.

Ele então olhou nos olhos dela vendo um brilho formado por lágrimas de uma evidente tristeza.

Inês viu muito bem Victoriano olhando Loreto mostrando assim o desejo de fazer o mesmo que ele fazia com o filho homem dele. O que tal cena a fez sentir que a vida lhe dava um soco. Que apesar de não ter Victoriano sempre revelando a falta que Fernando fazia nem o desejo mais de ser pai de um filho homem, estava ali o desejo estampado nele e também a tristeza.

E o que ela fez quando viu que o olhar de Victoriano voltou até ela, ela desviou os olhos e emitiu um som baixo dizendo que buscaria por ar longe dali.

Victoriano entendendo o que acontecia com ela, fez que ia atrás dela, mas Vicente também notando o que passou o segurou o tocando no ombro dele.

—Vicente: É melhor deixar ela, Victoriano.

Quando ouviu Vicente falar, Victoriano passou a mão na cabeça e disse com pesar.

—Victoriano: Eu não fiz por mal. Eu...

Vicente respirou fundo sabendo que nem ele e Inês tinham culpa do buraco ainda existente dentro deles com a falta de seu primogênito, o respondeu compreensivo.

—Vicente: Eu sei. Estamos todos de cabeça quente essa noite, vamos dar um tempo a ela também.

Victoriano assentiu logo em seguida e resolveu sentar em um sofá azul onde Diana sentou e mexia no celular.

Ela falava com Cassandra por mensagens, que na fazenda estava aflita ao lado de Constância.

Que então assim depois de suspirar, Victoriano disse baixo, mas com seriedade.

—Victoriano: Espero que dessa vez entenda os problemas que seu envolvimento com o filho de meu inimigo traz para nossa família, Diana.

Confusa, Diana o respondeu firme.

—Diana: Só o odeia porque ele foi um ex-namorado de minha mãe, papai! É ciúme o que tem!

Victoriano ficou vermelho, virou a cabeça para o lado que via Loreto de costa para eles e disse, depois que voltou a olhar a filha.

—Victoriano: É mais que ciúme! Você não sabe nada Diana. Não sabe da vida tampouco de minhas razões para seguir com minha ordem! Se afaste de Alejandro e agora de uma vez por todas!

Diana engoliu em seco.

Longe dali, Inês procurava a saída do hospital. Sentia vontade de gritar, de correr dali ou simplesmente de sentar em um canto escondida e chorar até sentir que estava forte de novo para voltar até Victoriano e a filha.

Não queria mal ao jovem que era filho de Loreto, mas começava mais ainda pensar que de fato Victoriano tinha razão ele trazia o passado átona na vida deles que trazia Loreto e a história passada junto a que ela tentava todos aqueles anos superar.

Já fora do hospital ela olhou o céu estrelado. Era bem tarde da noite então o único movimento que via era poucas pessoas que passava saindo e entrando no hospital, e assim pôde respirar aquela calmaria que sentia que precisava.

E pensou em seu psiquiatra, gostaria de ter Santiago ali com ela e contar a ele o que Carlos Manuel aparecendo na vida dela daquela forma mais próxima do que na clínica que ela podia evita-lo a perturbava também. Sabia que expondo a ele sem mentiras o que se passava dentro dela, ele não a julgaria como ela pensava que se revelasse a Victoriano que ainda não tinha deixado a ideia de Carlos Manuel lembrar o filho deles muito de sentir o que sentia quando pensava nele, sim ele julgaria e não a entenderia.

Era tudo tão perturbador que estava certa que Alejandro, Loreto e Carlos Manuel, deveriam estarem longe dela e de sua família.

Ela assim passou alguns minutos ali se acalmando, até que ouviu logo atrás dela alguém chamá-la. Era Diana que avisava que já tinha notícias de Carlos Manuel.

No quarto que Carlos Manuel estava.

Ele não estava sozinho. Em observação depois de ter passado por um eletro da cabeça e vário outros exames, Loreto estava com ele.

Carlos Manuel estava envergonhado, apesar de tido sorte por mais um pouco o tiro dado por Victoriano não ter alojado no osso de seu ombro que o faria precisar assim de uma cirurgia, não tinha raiva do pai de Diana por também se sentir culpado pela situação passada.

Mas Loreto não concordava. Queria caos, sangue e dor, por isso ele disse.

—Loreto: Filho, você tem que denunciar Victoriano Santos. Ele pode voltar a fazer isso com você ou com outro, até com Alejandro!

Carlos Manuel se sentou melhor no seu lugar. Vestia uma camisola toda branca que deixava suas costas nua, só não mais embaixo ainda por terem deixado ele com sua cueca boxer, e o manteriam assim caso precisasse de mais exames até terem certeza se em sua queda não houve nenhum dano apenas dores musculares que ele sentia em seu corpo todo doer, sem dizer sua cabeça que uma virada simples de lado tudo doía.

Assim sabia que o preço de ir na onda de Alejandro daria a ele no mínimo mais um dia naquele hospital e de vestido. Que assim, firmando sua decisão ele respondeu Loreto.

—Carlos Manuel: Loreto, sei que se preocupa, mas estou aqui porque também provoquei o que houve. Alejandro e eu nunca deveríamos invadir a propriedade daquele homem, pai de Diana.

Loreto fechou a cara. Pensava que nem de longe Carlos Manuel tinha o temperamento de Victoriano. Ele era todo como Inês. Como sua querida Inês. Ele era passivo e gentil e também pelo que sabia, havia até herdado os transtornos dela e sua família.

Que assim ele apenas disse firme.

—Loreto: Está bem. Não denuncie, mas eu vou fazer com que Alejandro faça isso. Aquele infeliz atirou também contra meu filho. Podia ter sido ele no seu lugar, e juro que se fosse, eu o matava!

Carlos Manuel suspirou fazendo um movimento que fez suas costelas protestarem. E quando ia falar algo, ele e Loreto ouviram alguém bater na porta. Ela se abriu devagar e quem apareceu nela foi Inês.

Ela entrou devagar com os dois a olhando. Loreto se pôs todo vermelho e rígido. Ele testemunhava mãe e filho no mesmo lugar sem saberem que esse laço de sangue os unia. Enquanto Carlos Manuel, apesar de saber que ela era mãe de Diana e seria mais que natural ela estar envolvida no que houve depois dela também tê-lo socorrido, se surpreendeu ao vê-la ainda no hospital e o visitando.

Se surpreendeu porque já estava se acostumando desde que a viu na clínica e sua reação nervosa denunciar que ele causava desconforto a ela, desde então tê-la o evitando nos poucos momentos que podiam se cruzar na clínica. Além de que, Santiago o tinha deixado ciente de seu quadro emocional e de sua história e então o que ele poderia despertar nela. Assim não queria ser ele nenhum causador de suas recaídas.

Não queria ser ele mais um mal na vida daquela mulher que tinha já suas dores e fantasma.

E então assim, ele pigarreou vendo ela o olhando como que se buscasse força para falar e até mesmo para se manter ali como que se ele fosse um leproso e ela lutava para não correr dali. Que mesmo assim cheio de compaixão, ele disse para dar fim aquela tortura.

—Carlos Manual: Senhora, Inês, eu quero que me perdoe pela besteira que fiz hoje. Foi errado invadir onde a senhora vive com seu marido e filhas.

Inês suspirou depois que ouviu a voz dele, mas se perdeu quando olhou nos olhos dele. Aqueles olhos tão bonitos, verdes claros como os do homem que amava.

Pensava que se Victoriano tivesse o filho deles com ele e com aqueles mesmo olhos não estaria vislumbrando um outro pai com seu filho, como testemunhou ele fazendo. E pensar assim fez ela se revoltar com a vida que lhe tirou seu menino e nunca mais o devolveu nem ao menos para dizer que ele já não mais vivia para ela poder descansar.

E então ela não se controlou. Como sempre enfiada naquele passado, naquele buraco que ela sempre cavava para sair dele ou ao menos respirar na borda dele como andou fazendo aqueles meses, ela chorou. A lágrima desceu sem ela permitir e Carlos Manuel quis sair da cama e socorrê-la.

Ver ela naquele modo só dava mais desejo nele de cuidá-la. Um desejo estranho. Como o que ele tinha por sua mãe adotiva que havia falecido. Um desejo de um filho que ama muito seus pais e em uma situação como aquela se vê em papéis invertidos ao saber que seria a vez deles de ampará-los.

Mas Loreto foi mais rápido quando viu Carlos Manuel querendo tirar a cobertinha que o cobria. Assim, ao lado de Inês, ele a abraçou de lado. A cabeça dela parou em seu largo peito enquanto ele afagava ela em um dos braços dela, ele olhava Carlos Manuel que a olhava com um olhar que ele tinha certeza que o que via acontecer era apenas o chamado de sangue.

Um mexia com o outro. Se abalavam sem saberem o porquê, mas Loreto sim sabia e se arrepiou, ainda por cima de sua maldade se arrepiou por entender o poder que os unia ali falando mais alto que tudo. E entendeu que ele tinha que agir antes que ambos entendessem o que se passava.

Ele teria que ser o herói entre eles dois. Apenas ele.

Fora dali. Victoriano passou a mão na cabeça depois de andar de um lado para o outro.

Inês não deixou que fosse ele falar com Carlos Manuel quando foram liberados para entrar no quarto dele. Temendo que a situação se complicasse quis ela checar antes como o rapaz estava e tentar interceder para que ele não fizesse denuncia alguma. E agora Victoriano estava na recepção depois de pedir a conta de todos os gastos que Carlos Manuel precisaria ter na internação e nos exames que ele passava. Sem consultar ninguém no que ia fazer, ele quis pagar o custo de onde ele colocou o rapaz.

Que pensando nele melhor, começou o ver como uma vítima da situação. Talvez, só talvez ele não era um delinquente, não depois de Diana dizer a ele que ele era um médico da clínica de Santiago. Um rapaz tão jovem como ele era já tinha certo uma profissão tão importante e seguia ela. O que o fez pensar que os pais dele poderiam estarem orgulhosos pelo filho prodígio que tinham.

E fazendo o que fazia, pagando a conta Victoriano pensava que seria seu pedido de desculpas. Assim esperava que fosse entendido.

Diana chegou cheia de sono perto dele. Se despedia para ir embora com um capataz que havia ido busca-la que então assim, ela disse por saber do compromisso que havia sido dado a ela ao amanhecer que estava cada vez mais perto.

—Diana: Já vou indo papai. E não se preocupe as 9:30 pegarei minha vó Bernarda no aeroporto.

Victoriano suspirou. Com a noite que estavam tendo havia esquecido completamente da viúva de seu pai que só foi lembrado quando falou com Cassandra ao telefone.

Ele então olhou a hora. Estava exausto e ainda querendo saber o que seria ainda daquela noite que Inês ainda não deixava o quarto de Carlos Manuel muito menos via Loreto em canto algum.

Enquanto no quarto que Carlos Manuel estava. Inês tentava se recompor, o que fez depois de se afastar de Loreto e lembrar nos braços de quem se encontrava. Que então assim, ela disse.

—Inês: Loreto gostaria de ficar a sós um momento com Carlos Manuel.

Novamente Loreto sentiu seu corpo todo tenso e disse.

—Loreto: Inesita, não acha melhor deixar essa conversa para quando amanheça? Graças a Victoriano, Carlos Manuel quase morreu. Acho que ele precisa descansar enquanto esperamos seus exames. Não é filho?

Depois de falar, Loreto mirou Carlos Manuel, que o jovem mirou Inês no momento que ela também fazia o mesmo. Ao pé da cama, ela pegou suas próprias mãos segurando-as e olhando com os olhos lagrimejados ele. Pensou por uma parte que Loreto tinha razão e também se martirizou que entrou ali também para pedir que ele fizesse nada que prejudicasse Victoriano.

Parecendo então um ato egoísta de sua parte. Mas que depois pigarreando, ela ouviu Carlos Manuel dizer.

—Carlos Manuel: Não. Eu quero também falar com a senhora Inês, Loreto. Deixe nós a sós por favor.

Inês pela primeira vez se viu sorrindo dentro daquele quarto, enquanto Loreto ficou vermelho. Que vencido, sabia que não poderia fazer nada apenas sair do quarto e pensar no que fazer diante da situação que acontecia. Inês e Carlos Manuel iriam se aproximar. Ele tinha certeza disso.

Quando a porta se fechou. Inês ficou ainda ao pé da cama, quieta, ansiosa.

Carlos Manuel a olhava, notando todo seu nervoso diante dele e sabendo o motivo.

Que então assim ele começou falando.

—Carlos Manuel: Sei que estar diante de mim te desestabiliza senhora. Então vamos ser rápidos.

Inês assentiu não conseguindo negar o óbvio e nem falar. Que por isso, Carlos Manuel seguiu.

—Carlos Manuel: Estou convencido que sairei daqui apenas com arranhões e a sutura que tenho no braço. Então não tem para quê seguimos com um problema que não foi tão grave assim. Por isso como estava dizendo a Loreto. Não vou fazer nada contra seu marido, senhora.

Quando Inês o ouviu olhou um dos braços dele. Parte de uma faixa branca no ombro dele aparecia como o curativo de ferimento dele. Ferimento que ela recordou o sangue vermelho que destacou quando ele retomou a consciência e pôde ficar de pé para estar ali naquele hospital. E ela não sabia se agradecia pela decisão dele ou se pedia desculpas pelo extremo dos acontecimentos daquela noite.

Pensou então nos pais dele que ao descobrirem que houve aquele problema que Carlos Manuel estava dando por encerrado, seguissem em outra proporção para tomar as dores do filho.

Que então assim, ela disse.

—Inês: Me pediu perdão quando entrei, mas eu que devo pedir em nome do meu marido e família. Não se atira em alguém se não tem certeza que realmente precisamos fazer isso. Sei que toda ação tem uma reação por isso entenderia se sua decisão fosse outra, Carlos Manuel. Então eu agradeço e te desejo melhoras de coração...

Ela se aproximou devagar, andou até ficar do lado dele na cama. Carlos Manuel respirou fundo encarando ela nos olhos e então ele sentiu ela lhe tocar de repente em um dos braços dele e dizer sentida.

—Inês: Você tem a idade para ser filho meu e de Victoriano e se fosse e nosso filho estivesse nessa condição que está agora, sei que ficaríamos furiosos. Então se seus pais quando souberem o que houve precisar de esclarecimentos, aqui estarei para prestá-las.

Carlos Manuel deu um curto sorriso. A mão de Inês fria, desceu e o segurou perto da mão dele fazendo uma leve caricia. E como ele olhava demais, ela deixou de fazer e depois cruzando os braços ela disse de voz agora embargada.

—Inês: Desculpe, você me lembra alguém que perdi.

Ela virou o rosto e mesmo que sabendo quem se tratava, Carlos Manuel evitando o assunto para respeitá-la, disse.

—Carlos Manuel: Sobre meus pais. Não se preocupe. Sou órfão, senhora.

Inês o olhou rápido e sentiu compaixão. Aquele rapaz ainda tão jovem seria sozinho?

Que então assim, ela disse cheia de sentimentos.

—Inês: Eu sinto muito. Mas se é assim. Não tem ninguém da sua família com você aqui?

Carlos Manuel negou. Mas não tinha os olhos tristes. Que então assim, ele a respondeu.

—Carlos Manuel: Não é como que se eu não fosse órfão antes deles morrerem. E já superei antes agora que já sou um homem faço o mesmo, senhora. Então não sinta muito, já passou.

Ele tocou em um dos seus braços cobrindo um pulso dele. O mesmo que Inês tinha tocado com sua mão gentil. Nele tinha a marca de suas dores enfrentada ainda em sua adolescência. E agora já forte o suficiente, pensava que elas tinham ficado para trás, mas por algum motivo sentiu vergonha que ela conhecesse seu passado negro e rebelde que seus pais adotivos tiveram que o salvar. Que por isso com as mãos no colo com sua postura ainda sentada, ele as manteve ali guardando suas cicatrizes dos olhares dela.

Que Inês no seu lugar buscava entender as palavras dele. Como alguém órfão se sente órfão antes de seus pais falecerem? Ela quis falar algo, quando ouviu a porta abrir e um senhor médico entrar falando.

—X: Ficará ainda mais que um dia no hospital meu rapaz. Precisamos descartar qualquer dano cerebral antes que volte para casa.

Inês abriu a boca preocupada e tomando a vez de Carlos Manuel responder por ele, ela disse.

—Inês: Dano cerebral? É tão grave assim a situação dele, doutor?

O médico que tinha uma ficha de exames nas mãos que eram de Carlos Manuel ajeitou os óculos que tinha nos olhos e começou a falar com ela de como se encontrava seu paciente.

Enquanto ainda no hospital. Victoriano estufou o peito quando viu Loreto se aproximar.

Ele tinha sentado de novo agora ao lado de Vicente que quando viu que Loreto apareceu na reta de sua visão e pareceu se despedir do filho que pegou a direção da saída do hospital, ele se preparou para que Loreto fizesse exatamente aquilo, ir ao encontro dele.

Que ficando de pé e Vicente fazendo o mesmo. Ele disse quando já teve Loreto em sua frente.

—Victoriano: Por que não vai embora? Já estou aqui e arcarei com todas as despesas como fiz da internação do rapaz que eu atirei por culpa de seu filho e aguardarei a decisão dele, já que ele é um homem que não precisa de sua defesa, Loreto.

Loreto cruzou os braços e riu. Ele estava em uma posição ao lado de Carlos Manuel que sabia que pertencia a Victoriano e isso o agradava muito. Que então, ele disse.

—Loreto: Não saio desse hospital até Carlos Manuel sair daqui você queira ou não, Victoriano.

Victoriano então bufou e Vicente disse.

—Vicente: Não preciso dizer para mantermos calmos se não vamos ser enxotados desse hospital, não é?

Victoriano não ligou para o que ouviu, que desconfiado depois de não gostar da resposta de Loreto, ele disse, querendo saber.

—Victoriano: De onde conhece esse jovem e por quê tanta afeição a ele, Loreto?

Loreto ficou tenso. Já não sorria mais que vendo que não tinha apenas os olhos de Victoriano em cima dele, mas como Vicente claramente tendo a mesma dúvida, ele sabia que não poderia vacilar dando entender que escondia a maior das verdades naquele momento.

Que então assim ele depois que pensou que tinha se recomposto, disse.

—Loreto: Ele é o melhor amigo de meu filho além dos pais dele terem falecido e antes serem meus amigos. Portanto o considero também como meu filho. Satisfeito?

Victoriano respirou fundo e andou dizendo.

—Victoriano: Satisfeito eu estarei quando não ter seu filho e você próximo da minha família!

Loreto deu um sorriso sem vontade. Lembrou da pedra que Victoriano estava sendo no caminho do seu filho e disse firme.

—Loreto: Sobre isso, temos uma conversa pendente, Santos! Pela manhã, fui até sua empresa para tê-la. Porque foi na minha, mas ao ir encontrei Inês no caminho...

Victoriano que tinha dado as costas girou rápido e disse com raiva no olhar.

—Victoriano: O que tem ela, seu infeliz? O que tem minha mulher?

Quando o ouviu, Vicente passou a mão na cabeça e viu de um lado um segurança olhando eles, fora alguns olhares de parentes de pacientes que estavam na mesma espera que eles.

Que Loreto sem duvidar sabendo que o que falaria desestabilizaria Victoriano, mudando sua estratégia, disse.

—Loreto: O que tem ela, é que os lábios dela continuam tão doces como antes.

Victoriano no segundo seguinte que ouviu Loreto, se tornou cego e surdo e Vicente incapaz de segurá-lo.

Que então assim, os dois homens, protagonizaram uma cena como a do passado quando Loreto descobriu que ele tinha beijado Inês, e ali o que mudava era o cenário que não tinha um chão de terra e sim um piso de um hospital e uma plateia enorme testemunhando os socos que começaram a trocar.

Uma briga na qual Inês testemunhou assim que apareceu na sala de espera. Ela levou a mão na boca antes de tentar correr até os homens o que fez Vicente segurar no braço dela, dizendo.

—Vicente: Deixa eles Inês!

Logo depois tinha 3 seguranças em cima dos dois e quando enfim conseguiram separar eles. O mundo de ambos começou a voltar ao normal junto com as dores. Que Loreto sentia no nariz que pulsava e doía em meio ao sangue e Victoriano sentia o maxilar doendo e também pulsando junto com o lábio dele que lhe davam um sabor de sangue na boca.

E foi assim que ele viu Inês com ele todo vermelho e ofegante e ela o olhando cheia de lágrimas nos olhos e visivelmente abalada. Na cabeça dele só passava imagens dela aos beijos com Loreto. Na cabeça dele era o passado lhe prestando contas pendentes. Só pensava que aquilo era seu carma.

 


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