Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 43
Capítulo 43




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Como estou me sentindo muito produtiva de ontem para hoje com minhas fanfics, não podia deixar atualizar essa minha bebê também. Espero que gostem do capítulo.

Inês respirou fundo. Tinha que se controlar. Por isso fechou os olhos e puxou o ar e o soltou pela boca em segundos, que quando voltou a olhar os dois homens em sua frente ela disse.

—Inês: Eu o conheço, Santiago.

Inês mirou Carlos Manuel que a olhava e também a reconhecia, e lia assim com sua linguagem corporal, que ela não parecia bem.

Que então assim, ele disse.

—Carlos Manuel: Sim, nos vimos uma vez. E a senhora está bem?

Carlos intrigado fez um gesto de tocá-la no braço. Inês se esquivou do toque rápido demais e levou a mão na cabeça, buscando o olhar de Santiago, que antes dela dizer algo, ele também disse ao ver aquele comportamento estranho dela.

—Santiago: Inês. O que sente? Parece mal.

Inês não mirou mais Carlos Manuel. Aqueles olhos dele tão verdes e tão parecidos com os do homem que ela amava, era como se fossem sua perdição. A perdição da razão dela que a fazia comparar aquele desconhecido com seu marido e lembra-la assim do seu filho sequestrado. O que ela julgava que loucura era o nome do que sua mente fazia e a tornava vítima.

Pensava que tinha que respirar longe daquele rapaz. Pôr seus pensamentos no lugar. Já que ouviu que a partir daquele momento sempre que estivesse na clínica, o veria. Veria aquele jovem rapaz que provava que podia transtorna-la.

Assim ela sentiu agora as mãos de Santiago nos ombros dela. Ele se pôs na frente dela, e a olhou atento, com um olhar de um médico analisando sua paciente.

Ele havia falado de novo com ela, mas ela perdida em seus pensamentos, nada entendeu.

Carlos Manuel, tinha o mesmo olhar. Agora podia entender o sentimento que aquela mulher havia despertado nele a primeira vez que a viu. Ela sofria de algum transtorno psicológico. Um que o intrigou buscar saber mais dela.

—Santiago: Carlos Manuel. Vou levá-la até meu consultório. Depois nos vemos.

A voz de Santiago o fez torna-lo de seus pensamentos.

—Carlos Manuel: Claro. Espero que fique bem, senhora, Inês.

Inês olhou para trás, abriu a boca e seus olhos umedeceram o olhando. Carlos levou as mãos no jaleco que usava e então, viu Santiago levar a mão nas costas de Inês, fazendo ela andar com ele.

Ele analisou aquele cuidado. Lembrava que seu falecido pai conheceu o pai de Santiago e o nome de sua clínica sempre teve boas críticas que por isso poderia julgar aquele cuidado quase afetuoso do médico com aquela mulher que ele começava a simpatizar de uma forma estranha. Que por isso não podia julgar Santiago, se ele nem mesmo a conhecendo pela primeira vez, já teve vontade de fazer o mesmo com ela. De protegê-la e cuidá-la. O que pensava que sentiu mais ainda olhando em seus olhos triste naquele momento.

Ela teria depressão? Havia internações para casos assim. Inês teria sido uma paciente daquela clínica? Essa era sua condição psicológica?

Em todo caso das perguntas que fazia, Carlos Manuel sabia que todos, assim como ele, tinham seus fantasmas que poderiam levá-los a condições psicológicas terríveis se não houvesse nenhum tipo de ajuda.

Ele passou a mão no cabelo. Inês já estava mais distante e agora via ela conversar enquanto andava com Santiago e pensou que ao menos a voz dela havia voltado.

Momentos depois, Santiago abria a porta da sala dele, e deixava Inês entrar. Que quando ela entrou, ele disse, fechando ela por trás dele.

—Santiago: Inês. O que foi aquilo lá fora? Não me disse que andava nesse estado.

Inês de costa para ele, derramou algumas lágrimas dizendo.

—Inês: É ele. É ele aquele rapaz que disse e que me recordou tanto meu Fernando.

Ela virou para ele. E Santiago respirou com pesar. Via que Inês havia falado sério quando havia dito o que o jovem despertou nela, só não imaginava o tamanho da intensidade que ele poderia causar nela.

—Santiago: Inês. Ele é só um desconhecido. Ele não pode te deixar assim. Você não pode permitir. Vai vê-lo mais vezes e não pode agir como...

Inês o olhou rápido e passou por cima da voz dele, dizendo.

—Inês: Como uma desquiciada? Uma louca? Pode dizer. É meu médico, sabe mais do que ninguém que essa é minha mais viva condição. Que vivo na corda bamba entre a insanidade e minha razão desde que me tiraram meu filho, Santiago.

Santiago respirou fundo ao ouvi-la que desejando acalmá-la, ele disse.

—Santiago: Eu ia dizer como os pacientes que temos internado Inês. Essa condição que não deve voltar a estar. Está tomando seus remédios? Eu os diminui, mas acredito que terei que voltar com as quantidades de antes.

Inês lembrou que não tinha tomado remédio durante a noite mas temeu dizer a ele. Então apenas disse.

—Inês: Não é preciso. Eu estou tomando eles e estava bem. Apenas quero ir embora. Não estou em condição de ficar o resto do dia, Santiago.

Santiago concordou que ela não poderia se manter daquela forma na clínica, que por isso ele disse.

—Santiago: Claro. Também acho melhor que vá para casa Inês. E posso levá-la porque também já vou. Vamos. Se calme.

Inês julgou a ideia a mais certa a se fazer. Ir embora com Santiago a pouparia tempo de espera até que algum capataz de Victoriano fosse buscá-la.

Que então ela disse.

—Inês: Vou buscar minhas coisas. Obrigada Santiago.

Santiago tocou em um braço dela. Queria abraça-la e ia fazer, até que Inês se afastou impedindo que o desejo dele fosse realizado e depois saiu da sala.

Santiago então caminhou até a mesa dele, pensativo. Ver Inês a beira de uma crise, o deixava revoltado por saber do porque ela era aquela mulher. A maldade que fizeram a ela, com seu diagnóstico julgava que jamais faria ela voltar quem era, mas também, tinha seu lado egoísta que dizia, que se ela seguisse sempre como estava, ela nunca deixaria de ser sua paciente.

Na verdade, ele pensava que nem saberia o que fazer se um dia tivesse que dar alta médica a ela.

Victoriano dirigia não de volta para empresa, nem para fazenda, mas sim para clínica. Queria pegar Inês e levá-la para fazenda e ter então uma conversa séria com ela. Ainda nervoso, ele só pensava em seu confronto com Loreto. As palavras dele não saiam da sua mente, principalmente a parte que ele disse que tiraria Inês dele. O que dava razões a ele de ter confiado que Loreto não tinha superado o passado deles. Ele ainda queria Inês. Ainda estava ressentido e por isso queria ela longe dele e estava ainda mais determinado em fazer Diana esquecer aquele maldito namoro que deixava Loreto dentro da família deles outra vez e ainda perto da verdade que ela não sabia.

Passou-se alguns minutos no trânsito, até que ele chegou na clínica. Respirava ainda em forma desregulada, enquanto procurava por Inês, até que perguntou dela por uma enfermeira e acabou soltando uma maldição quando ouviu a resposta.

Que possesso e de passos largos ele voltou para sua caminhonete, a ligou depois que bateu a porta, e dirigiu-se agora de volta para fazenda.

Inês suspirou, se sentindo mais em paz e protegida de suas emoções quando viu o portão grande da fazenda.

Ao seu lado estava Santiago que de fato a tinha levado para casa e por isso ele estava com seu carro estacionado aos poucos metros da entrada da fazenda. Que assim, ele disse pegando na mão dela.

—Santiago: Já chegamos, Inês. Está mais calma?

Sem soltar a mão dela, ele acariciou o polegar o dorso dela. Inês assentiu retirando a mão devagar e em seguida levando ela ao cabelo. Depois baixou a cabeça com as mãos nela e então desabafou.

—Inês: Eu não posso mais ficar assim, eu não quero voltar mais a ter crises, Santiago. Eu sou tão fraca.

Ela disse sofrida e levantou a cabeça em seguida para olhá-lo. Santiago, quis abraça-la outra vez, mas se contendo, ele apenas disse.

—Santiago: Não, você não é fraca Inês. É forte e por isso está aqui e não mais como minha paciente quando como me tornei seu médico. Venceu aquele quadro e se seguir com os cuidados devidos e suas medicações, seguirá bem.

Inês deu um gemido sofrido, virou o rosto depois de ouvi-lo pensativa, e enfim confessou.

—Inês: Essa noite eu não tomei eles. Sei que tem razão, eu não posso me descuidar. Estou à beira da loucura todos os dias, todos os dias corro o perigo de voltar a ser a paciente que tinha há 20 anos, Santiago. Essa é minha condição e tenho que aceitá-la.

Ela pegou na porta do carro para abrir e Santiago, sério, a respondeu.

—Santiago: Em hipótese alguma, volte a deixar uma só noite ou dia de tomar seus remédios, Inês.

Inês assentiu com a cabeça o vendo como médico lhe corrigir, e em seguida se despediu dele. Ainda dentro do carro, sozinho, Santiago a observou caminhar enquanto tinha suas mãos firmes no volante.

Não era bom sinal saber que Inês estava deixando de tomar os remédios, e não pensava como médico, não priorizava aquele momento a saúde de sua sanidade e sim a libertação do que a mantinha na vida dele.

Inês curada, ele deixaria de vê-la, deixaria de tê-la tão perto ainda que longe dele.

Victoriano na estrada de terra, dirigia levantando poeira, pensava que estava em um dia que lhe estavam provando a fogo sua paciência que para nada ele desejava ser aprovado naquele teste. Primeiro teve que passar pelo confronto e as ameaças de Loreto que o tinha deixado naquele estado, e agora sabia que Inês voltava para casa na companhia do médico que ele mais que ninguém sabia quais sentimentos ele nutria por sua mulher.

Mulher. Inês era dele, o tinha escolhido e para sempre seria assim e que esse sempre ele julgava que seria até que o ar lhe faltasse e já não estivesse na terra.

Na estrada ele avistou um carro se aproximando que vinha na direção da fazenda, com seu corpo todo rígido ele deduziu logo quem era, e teve certeza quando o carro ficou mais perto vendo Santiago por trás do volante o dirigindo. Ainda que não pôde ser visto por Santiago, pelo vidro de seu carro ser totalmente escuro, Victoriano sentiu seu sangue ferver e teve vontade de jogar o carro para cima do dele. Um barranco alto se encontrava em um dos lados da estrada de terra, que ele só pensou que se não matasse o tal médico lhe daria um bom aviso.

Ele pisou mais firme no acelerador do carro. O que estava pensando? Não era aquele tipo de homem. Mas que não impedia de sentir desejo de cometer tal barbaridade, e não só com aquele insolente médico.

Inês assim que entrou em casa, foi até a cozinha e deu graças quando seus olhos avistaram Adelaide nela.

— Inês: Graças a Deus está aqui, Adelaide.

Adelaide que picava tomates, parou de fazer o que fazia, levou as mãos em seu avental para limpá-las, e disse.

—Adelaide: O que foi menina?

A olhando com cuidado, ela se aproximou e Inês disse segurando suas lágrimas.

—Inês: Estou tendo um dia ruim e mais uma vez a certeza que eu nunca poderei ser o que eu fui antes do sequestro de Fernando, Adelaide, nunca!

Ela levou as mãos no rosto com ele se avermelhando pelas lágrimas que vieram sem ela ter controle. Adelaide a tocou nos braços a guiando para uma cadeira da mesa e disse.

—Adelaide: Senta aqui, Inês, eu vou te preparar um chá, e enquanto isso, iremos conversar. Estava andando tão bem, querida. O que houve que está falando assim?

A senhora se distanciou dela para pegar um bule e uma caneca. Inês, limpou os olhos com raiva daquelas fracas lágrimas e tendo o rosto de Carlos Manuel em sua mente, que trazia a resposta a ela em como que o dia dela tinha se tornado aquele, começando pela manhã que já tinha deixado a fazenda nervosa pelo suposto enfrentamento que ela sabia que Victoriano teria com Loreto naquele mesmo dia. Era certo que tudo tinha cooperado para sua desestabilidade.

Adelaide botou o bule com água no fogo, pegou a caneca e levou até a mesa que Inês sentou deixando ela ao meio, e sentou-se também.

Assim, ela buscou as mãos de Inês sobre a mesa e disse.

—Adelaide: Não quer conversar comigo, menina?

Inês olhou com a amor a senhora que lhe tinha como filha desde que se viram a primeira vez. E não era como que não queria conversar e sim que doía novamente perceber que era uma doente.

—Inês: Sou uma doente, Adelaide, uma louca que me iludo com uma falsa melhora que na verdade nunca virá se até um desconhecido pode me abalar por simplesmente me fazer reviver o passado que mais me machuca e me perturba.

Intrigada e preocupada com o que ouviu, a senhor questionou rápido.

—Adelaide: Como assim, querida? O que fala? Que desconhecido?

Inês puxou as mãos dela devagar e virando o rosto disse.

—Inês: É um jovem rapaz que hoje vi pela segunda vez e que minha mente me trai ao fazê-lo me recordar de meu filho perdido, Adelaide.

Adelaide ficou em silêncio por alguns segundos tentando assimilar o que ouviu, mas mais que isso tentando buscar as palavras certas para falar, até que ouviu o bule de água fervendo nele apitar, o que a fez levantar dizendo, calma.

—Adelaide: Vou lhe servir o chá, e então você me contará essa história do começo, menina.

Inês suspirou assentindo. Queria mesmo falar daquilo mais uma vez e para alguém como Adelaide depois de Santiago que era seu médico, que ela considerava tanto. O que pensava que ficaria só neles dois aquela história que seguia sem Victoriano saber que não tinha ficado apenas naquela noite no parque.

Victoriano entrou na casa, de passos largos ele chamou alto por Inês ciente que ela já estava presente na casa.

Diante da porta ele girou o corpo quando viu Candela e escutou dela, que Inês estava na cozinha. Que então assim ele já caminhou a chamando de voz grossa mais uma vez.

Inês da cozinha, enquanto tomava um gole de seu chá de camomila já servido, apenas esperou o dono da voz que ouviu aparecer na cozinha, que quando fez, ela ouviu ele dizer.

—Victoriano: Adelaide por favor, deixe nós a sós um momento, sim?

Ele puxou o ar do peito ao pedir, Adelaide olhou Inês depois suas panelas no fogo, retirou seu avental do corpo deixando na mesa e disse.

—Adelaide: Em 15 minutos meu ensopado estará pronto, Victoriano, então regressarei à cozinha. Certo?

Victoriano assentiu, deixando a senhora passar do seu lado. Enquanto Inês depositava sua caneca sobre a mesa devagar, perguntou.

—Inês: Está mais cedo em casa. O que aconteceu entre você e Loreto?

Ela foi direta imaginando que era esse assunto que o trazia ali, e então ela se virou devagar ainda na cadeira e teve a resposta ao vê-lo.

No nariz e na ponta dos lábios de Victoriano tinha pequenos hematomas que ele só os conseguiria se tivesse trocado socos com alguém, e que ela sabia muito bem quem.

Que então assim, ela disse.

—Inês: Brigaram...

Não havia sido uma pergunta, que por isso ela se virou novamente para tomar mais do seu chá que sabia que necessitaria de mais alguns goles.

Victoriano passou a mão nos cabelos. Tinha perdido a compostura assim que a viu. Os olhos marcados de lágrimas e vermelho que viu que Inês tinha denunciando a ele, sem ainda trocarem palavras que algo a tinha passado.

Que então assim, ele passou a frente da mesa e disse.

—Victoriano: O que aconteceu que chorava?

Inês deu um curto sorriso, mas não de felicidade, era tão transparente ou simplesmente ele a conhecia tão bem que era praticamente impossível ela esconder qualquer coisa dele, como aquele momento que esteve à beira de uma crise e que por isso também estava cedo em casa.

Que mesmo assim, ela não querendo falar para ele o que passava, tocou os olhos para tirar qualquer vestígio de lágrimas e disse.

—Inês: Não aconteceu nada. Mas vejo que entre você e Loreto sim. Não é?

Ela levantou olhar lhe mirando a cima do lábio que Victoriano sabia que tinha uma marca ali deixada por Loreto que só o confortava era que nele também tinha as suas. Que, puxando o ar do peito, ele disse.

—Victoriano: Vamos subir ao quarto ou vamos ao meu escritório e conversaremos melhor sobre o que vê Inês. Porque todo esse tempo estive certo, o pilantra de Loreto segue o mesmo mas mais ameaçador, que antes!

Inês deu um riso de lado quase irônico, e bebeu do seu chá. Victoriano bufou ao ver e disse.

—Victoriano: O que foi? Não acredita em mim, Inês?

Ela subiu o olhar com ele ainda em pé onde seguia. Em hipótese alguma via Loreto como uma ameaça da forma que Victoriano falava, apenas entendia que aquela rivalidade se tratava apenas de ciúmes, que então ela disse.

—Inês: Sei que fala isso por ciúmes. Loreto não deve ser esse terrorista que está me pintando. Passou mais de 20 anos, por Deus Victoriano, Loreto teria que superar tudo assim como nós o nosso passado!

Agora foi Victoriano que riu azedo. Ficou vermelho e levou a mão nos cabelos e depois a esfregou no rosto. Que depois disse nervoso.

—Victoriano: Então acredita que o que falo é por ciúmes?

Inês assentiu com a cabeça e Victoriano bufou outra vez, mas dessa vez puxou um a cadeira a frente dela e sentou-se com raiva, e disse.

—Victoriano: Não vou negar que também é isso Inês, mas é mais que isso! Loreto está cheio de ressentimentos, me ameaçou, ameaçou tirá-la de mim, o que me deu a certeza que ele não superou coisa nenhuma nosso passado e ainda tem mais!

Ele olhou para o lado da porta da cozinha e seguiu agora falando mais baixo.

—Victoriano: Ele sabe que Diana não é nossa filha biológica, Inês, sabe de nosso filho Fernando sabe de tudo que por isso penso que não é só seus malditos sentimentos que aquele infeliz deixou claro que ainda sente por você, mas também a verdade de nossas vidas que ele conhece e com Diana sendo nora dele, a deixará vulnerável dessa verdade que ela desconhece! E é isso o que quer? Que ela descubra que não é nossa filha e dessa maneira?

Inês ficou séria quando ouviu tudo o que Victoriano tinha falado. Uma coisa era certa, o amava e saber que Loreto ainda nutria algo por ela, não mudava em nada seu amor e sua escolha que por essa razão desejava que ele esquecesse os ciúmes que o tirava a razão e dava nele marcas como as quais ela via no rosto dele, mas que outra coisa era saber que Loreto tinha a verdade nas mãos que Diana não levava o sangue deles. Aquilo sim para ela era uma real ameaça que começou a pensar que se eles dois seguissem com a rivalidade que voltavam a ter, quem sofreria as consequências era sua menina mais velha, que então assim, ela disse firme.

—Inês: Loreto não pode revelar a nossa filha Diana a verdade, Victoriano. Não pode permitir que isso aconteça!

Victoriano respirou aliviado ao menos via que naquele assunto, parecia que entrariam em um consenso. Que então assim, ele disse.

—Victoriano: Vejo que ao menos sobre isso, entraremos em um acordo, morenita.

Ele pegou as mãos dela e as beijou uma de cada vez. E Inês suspirou.

—Inês: Se sente que o segredo que guardamos de Diana está ameaçado faça o que achar melhor para que ela não saia ferida, Victoriano. Não suportarei ter mais uma filha ferida por nosso passado.

Victoriano suspirou entendendo o que ela dizia e a encarou dizendo.

—Victoriano: Isso não vai acontecer, Inês. Por você e nossas filhas eu sou capaz de tudo. De tudo para protege-las!

Inês deu seu primeiro sorriso sincero desde que ele entrou ali e desejou beijá-lo e mais que isso, desejou estar nos braços dele. Que então ela disse.

—Inês: Tive um dia ruim, Victoriano e não quero que siga assim.

Ela trocou a posição das mãos, agora ela tocando e acariciando as mãos grandes dele, que em uma delas vendo a aliança grossa de casamento que ele levava nela, que assim ela pediu com ele em silêncio.

—Inês: Quero fazer amor contigo Victoriano. Quero estar em seus braços e neles me perder...

Esquecendo de tudo que o levou naquela cozinha até de Santiago, não precisou de mais palavra alguma para Victoriano se levantar e com Inês deixarem a cozinha para irem ao quarto.

No final do dia.

Constância andava pela casa com o celular nas mãos. Lia uma mensagem vindo de Robby que a convidava para sair. Ela mordeu o canto dos lábios. Nunca saia tarde de casa, e ela sabia que aquele convite de agora seu namorado a faria voltar tarde e ainda em um dia da semana que pela manhã do outro dia, teria aula.

Ela suspirou e logo digitou uma resposta recusando aquele convite e voltou para quarto quando lembrou de algo que faria nele.

Inês deixou Victoriano dormindo na cama depois que fizeram amor, o que já fazia 3 horas que ele dormia e ela o tinha acompanhado no sono. Até que despertou e procurou um robe para usar antes de tomar um banho para estar no jantar com suas meninas.

Ela arrumou os cabelos alinhando eles, enquanto olhava Victoriano dormindo com a coberta cobrindo metade do corpo dele nu. E suspirou. Tinha tomado uma decisão junto a ele para proteger Diana que se fosse verdade que Loreto era todo aquele perigo por conta dos ressentimentos do passado que ela julgava que tinha culpa também por eles, tinham que se unir para que Diana não saísse ferida, ao menos não da forma que mais lhe doía, porque estava certa que Victoriano não permitiria aquele namoro e ela agora se via obrigada a apoiá-lo por ter feito uma escolha. O que desejava não se arrepender.

Ela então enrolada em seu robe estampado de flores violeta, olhou a porta do quarto e seus pensamentos passaram dela para outro lugar, o que a fez olhar sua penteadeira e faze-la ir até ela. Com uma chave na mão decidida em eliminar o que deveria ter feito antes, ela deixou o quarto.

Indo ao sótão que tinha os pertences de Fernando, ela passou pelos quartos e novamente Constância ao voltar a sair com uma caderneta nas mãos a viu tomar direção ao lugar que ela tanto desprezava saber que a mãe dela ainda venerava. Ali tinha as lembranças do culpado de ter tirado dela a mãe que tanto desejou ter e precisou.

Ela então voltou para o quarto, foi até a cama enquanto sentia uma solitária lágrima escorrer nos olhos, pegou seu celular sobre sua cama e reescreveu uma nova resposta a Robby.

Inês no sótão pegou o urso que lembrava a ela Fernando, mas que na verdade ele tinha chegado até ela pelas mãos de Carlos Manuel. O jovem que estava começando lhe tirar sua paz, desejava que naquele dia tivesse sido a última vez que ela permitiria aquilo. Que tomada mais uma vez pelo desejo de não recair, tinha que lidar com o fato que o veria mais vezes e na clínica que por isso, iria destruir qualquer coisa que ligava aquele rapaz ao seu filho começando por aquele urso que ela o deixou ali, em um lugar tão sagrado e só para seu Fernando e ninguém mais.

Ela então abriu a gaveta de uma cômoda toda branca. Lembrava que tinha uma tesoura grande em uma delas que tinha usado ali há muito tempo e deixado. Que quando achou, ela olhou o urso marrom, e em um segundo depois começou a cortá-lo até que ele virou bola de algodão no chão.

Na hora do jantar.

Com a mesa faltando apenas uma pessoa nela, Victoriano disse.

—Victoriano: Por que a irmã de vocês ainda não desceu?

Ele olhou Diana e depois Cassandra nos olhos.

O clima da briga da noite ainda seguia entre ele e Diana que por isso poucas conversas estavam tendo entre eles, que assim, só Cassandra disse.

—Cassandra: Quando eu cheguei do trabalho não a vi, ela deve estar ainda no quarto dela.

Diana deu uma resposta curta dizendo que também não tinha visto ela. E então Inês pensando que tão pouco tinha visto a filha mais nova aquele dia já que quando havia descido para o café da manhã, ela já não estava a fez suspirar com pesar em pensar que não a tinha procurado quando chegou em casa.

Que então assim, ela então afastou a cadeira pronta para deixar a mesa, e disse.

—Inês: Eu vou chamá-la.

Os presentes a olharam até que ela se afastou e Victoriano disse, olhando Diana.

—Victoriano: Quando acabar o jantar, te quero em meu escritório Diana. Precisamos conversar e sem brigas sobre ontem.

Diana suspirou. Gostaria mesmo de ter uma conversa com o pai que tanto amava sem que ambos precisassem aumentar a voz.

No andar de cima da casa, Inês entrou no quarto de sua caçula a chamando mas tendo só o silêncio como resposta. Ela foi até o banheiro para ver também se ela estava nele e nada. Parou então de mão na cintura e observou a cama de sua menina adolescente. Havia duas trocas de roupas nela, ela então olhou onde ela pendurava suas bolsas de sair e viu faltando uma. O que a fez concluir que Constância tinha deixado a casa sem avisar a ninguém onde iria.

Que unindo as mãos uma na outra, ela intercedeu em pensamento primeiro, para que sua menina estivesse bem e depois pediu controle para sua mente que temia logo uma desgraça e não uma simples saída que sua filha como qualquer adolescente tinha feito sem comunicar aos pais.

De volta a mesa de jantar, Inês apareceu diante de todos e disse, cruzando os braços sem ter a intenção de voltar a estar com eles na mesa.

—Inês: Constância não está no quarto. Penso que saiu sem nos avisar, então tentarei ligar para ela até que ela diga onde está e se está bem. Com licença.

Ela se afastou voltando para sala, e Victoriano respirou fundo largando os talheres, já não mais com apetite alguma. 


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