Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 35
Capítulo 35




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Olá lindas, mais um capítulo pra vcs. 

 

 

Já era dia. Inês acordou primeiro que Victoriano, o viu deitar no meio da noite, mas fingiu que dormia e agora se levantava com raiva dele e decidida mais ainda começar naquela manhã a se voluntariar na clínica de Santiago.

Ela então caminhou até o banheiro e segundos depois ela já estava debaixo do chuveiro.

Ela respirou fundo passando as mãos nos cabelos, por um momento ali debaixo do chuveiro temeu fracassar de novo, desistir, se entregar. Ela suspirou e pensou em todos, mas mais em Constância, se desistisse perderia sua força de vontade novamente de mudar e ser uma mãe melhor para ela. A luta contra a depressão é constante, é todos os dias que apesar de já ter nascido com aquela genes de transtornos psicológicos e mentais, Inês sabia que ainda podia lutar contra a depressão e o que ela trazia de ruim para o psicológico dela, ela ainda tinha sua sanidade, então era capaz de lutar.

Ela fechou a água do chuveiro, pegou uma tolha, secou o corpo depois se enrolou com ela, pegou outra e colocou nos cabelos e saiu do banheiro.

Victoriano já estava em pé e a olhou com um olhar de cachorro sem dono. Ela ergueu a cabeça empinando o nariz, ele tinha deixado ela dormir na vontade dele, sem um orgasmo e tudo pelo ciúme bobo que ela pensava que ele tinha. Que por isso além dela seguir decidida ir até a clínica se voluntariar sim, também estava decidida não deixar ele tocar nela até segunda ordem.

Que com ela o olhando séria, ele disse todo arrependido desde que tinha voltado ao quarto durante a noite e já a encontrado dormindo.

— Victoriano: Vamos conversar, morenita. Ontem me deixei levar por meus ciúmes, mas prometo que agora não vou deixar e vamos conversar sobre o que decidiu, hum.

Ela então andou de toalhas passando por ele e o respondeu.

— Inês: Não temos mais o que conversar, Victoriano. Você já deixou claro que não irá me apoiar e eu, que vou fazer o que quero assim mesmo.

Ela entrou no closet o deixando sozinho e depois saiu dele com peças de roupas na mão e caminhou até a cama deles.

Victoriano viu ela colocar as roupas dela em cima da cama e depois ela soltar a toalha e tirar a que tinha nos cabelos. Ele suspirou, se arrependia de ter perdido a cabeça e ter negado deles mais uma noite de amor.

Ela olhou as blusas no cabide que ela pegou indecisa entre uma vermelha e uma preta em qual escolher, o ignorando e ele então vendo a indecisão dela, ele disse.

— Victoriano: Use a vermelha. Vai ficar linda em você.

Ela olhou de ombros pra ele e disse jogando a blusa vermelha para o outro lado da cama.

— Inês: Vou usar a preta, obrigada.

Ela pegou a calcinha e vestiu rápido. Victoriano viu a peça pequena cobrir quase nada do traseiro dela e suspirou de novo e quando ela foi colocar o sutiã na tentativa de fecha-lo, ele se aproximou e tocou nos dedos dela que estavam nas costas e fechou pra ela, depois beijou o meio das costas dela, roçou o bigode na pele dela fazendo ela se arrepiar e depois a abraçou pela cintura dizendo.

— Victoriano: Não vai morenita, eu vou ficar de cabeça quente o dia todo sabendo que vai passar ele com aquele médico naquela clínica. Eu já estou velho, não faça isso comigo que não aguento.

Ela suspirou depois que o ouviu, ele começou beija-la e roçar o bigode agora no pescoço dela, ela fechou os olhos deitando a cabeça contra o peito dele e com o que ele fazia ela o respondeu.

— Inês: Me deixou sem meu orgasmo essa noite, Victoriano. Eu vou sim.

Ele parou, sorriu contra a pele dela e disse querendo negociar.

— Victoriano: Te dou agora quantos quiser, passo a manhã contigo nessa cama, o dia se quiser, meu amor se isso te fazer mudar de ideia.

Ele desceu a mão escorregando pelo ventre liso dela e depois enfiou ela dentro da calcinha dela, Inês suspirou com os dedos dele tocando ela o deixando seguir com o que fazia que ele então disse.

— Victoriano: Temos um acordo, hum?

Ela o mirou de lado e pensou que poderia engana-lo dando o troco que ele merecia, que então ela assentiu com a cabeça dizendo.

—Inês: Sim. Mas eu quero que comece com a boca, Victoriano. Quero meu orgasmo que me negou ontem, assim.

Ele riu e se afastou dela, tirou a camisa com pressa e ela afastou as roupas da cama e deitou sobre ela e depois teve ele no meio das pernas dela arrancando a calcinha que ela usava.

Momentos depois, Inês jogou a cabeça para trás quando sentiu a boca de Victoriano em sua intimidade. Ele apertou as pernas dela sugando com vontade, ela riu olhando o teto do quarto e depois agarrou os cabelos dele com as mãos e se esfregou contra o rosto dele, gemendo.

— Inês: Ah, isso, Victoriano, assim, meu amor.

Ele a penetrou com dois dedos e começou ir e vim com eles enquanto sua língua brincava com clítoris dela. Ele lambia, beijava e chupava com seus dedos entrando e saindo de dentro dela, a ouvindo gemer.

Até que Inês começou dar sinais que gozaria, puxando com mais forças os cabelos dele e forçando o rosto dele contra a vagina dela como que temesse que ele saísse de onde estava, que então ele mostrando que não ia a lugar algum agarrou com mais força as pernas dela que estavam ao lado da cabeça dele e a sugou com mais vontade, até que a teve gritando enquanto gozava.

Ela então tocou os cabelos apertando as pernas com ele já fora delas e ela sentou pra olha-lo se despindo.

Não pretendia fazer amor com ele e não ia, que então quando o viu nu fora da cama ela saltou dela pegando suas roupas e correu em direção ao banheiro dizendo.

— Inês: Você não vai me manipular com orgasmos que me negou ontem a noite, Victoriano! Não vai!

Ela bateu a porta e ele a gritou subindo o calção outra vez.

— Victoriano: Que brincadeira é essa, Inês! Volta aqui, mulher!

Ele andou até o banheiro, mexeu no trinco da porta impaciente notando que ela estava fechada com chave e bateu nela dizendo.

— Victoriano: Abre essa porta, morenita! Não fuja da raia agora!

E Inês dentro do banheiro enquanto se trocava o gritou de volta.

— Inês: Não estou fugindo de nada, só estou te fazendo provar do próprio e veneno além de mostrar que estou decidida do que quero que por isso não vai me fazer mudar ideia me seduzindo, seu pervertido!

Victoriano bufou ao ouvi-la e disse.

— Victoriano: O que acaba de fazer não vai ficar assim, Inês, fique sabendo, hum!

Ele andou e foi até a varanda do quarto buscar ar e calma para que sua ereção deixasse de ser incomodo ali.

Ele olhou o dia lindo que fazia com as mãos nas grades de proteção e lambeu os lábios sentindo o gosto de Inês neles e acabou rindo do que ela tinha feito.

Mais tarde Inês tomava café da manhã com as filhas. Estava cheia de expectativas para quando cruzasse o portão da fazenda, que por isso ela sorria e conversava animada com suas meninas que notava como ela parecia feliz em se voluntariar na clínica de Santiago que ela contou para elas.

Que então Victoriano chegou na mesa, a olhou sério, com ela toda bonita de cabelos bem escovado e maquiagem e vestindo a blusa vermelha e não a preta que antes ela disse que vestiria. Que então ele disse, mirando agora as filhas deles.

— Victoriano: Bom dia, filhas.

Ele puxou a cadeira e sentou, Candela que estava presente o serviu de café e depois ele disse.

— Victoriano: A mãe de vocês já contou a novidade que ela tem?

Inês então sorrindo disse.

— Inês: Já, meu querido e elas me apoiaram, não é meus amores.

Ela sorriu para 3 e Cassandra disse.

— Cassandra: Eu achei uma maravilhosa noticia papai.

E Constância também disse, depois que pensou que teria a mãe dela na clínica.

— Constância: Com a mamãe na clínica acho que posso me consultar com um psicólogo lá mesmo, não é mamãe?

Inês limpou os lábios e a respondeu sorrindo por saber que na clínica de Santiago também havia psicólogos que faziam atendimentos não só para os pacientes que estavam internados.

— Inês: Sim, querida. Eu mesma posso falar com Santiago para que ele me indique um psicólogo que lá também tem se assim quiser.

— Constância: Eu quero. Quero fazer tudo para seguirmos assim.

Victoriano suspirou ouvindo as duas falar daquele tema na mesa e não vendo nenhuma medindo as palavras ou se retraindo e sorriu de lábios fechados deixando seu mal humor que tinha descido para o café, que então ele disse.

— Victoriano: Uma coisa boa tinha que ter nisso. Porque eu queria mesmo era que a mãe de vocês, trabalhasse comigo, mas ela não quer.

Cassandra então perguntou mirando Inês.

— Cassandra: Por que não, mamãe?

Cassandra mordeu um pedaço de pão caseiro que tinha nas mãos e Inês depois de ouvi-la a respondeu, sem temer o olhar de Victoriano sobre ela que ela sabia que ele daria depois de ouvi-la.

— Inês: Não quero ter seu pai como minha babá lá também, já basta aqui meu anjo. Eu prometi mudar e acho que fazendo algo como isso por decisão própria, vai me ajudar.

Cassandra sorriu orgulhosa de Inês e Constância fez o mesmo e disse dando apoio a ela.

— Constância: Eu também acho que vai.

Enquanto Victoriano passando manteiga no pão em sua mão disse sem olha-la.

— Victoriano: Quando estamos fazendo amor não fala assim, Inês, que sou sua babá.

Ele levou o pão na boca e então a olhou. Inês ficou vermelha e o repreendeu dizendo.

—Inês: Victoriano! Não fale assim em frente das meninas!

Constância que tinha horror em imaginar o que as pais faziam, ela disse toda vermelha.

— Constância: Ai que horror, papai a gente não precisa saber o que fazem!

Cassandra riu vendo Constância cobrir o rosto ainda toda vermelha enquanto Diana estava como que se não tivesse ali na mesa, até que Inês ao mesmo tempo que Victoriano ter notado como ela estava a chamaram e ela piscou os olhos e disse.

— Diana: Que? O que houve?

E Cassandra rindo disse.

— Cassandra: Enquanto estava no mundo da lua, não escutou a forte declaração de nosso pai que chocou Constância.

Diana riu e olhou os pais e depois Cassandra e perguntou.

— Diana: Que declaração?

Que Constância na frente disse.

— Constância: Aí por favor não faça ele repetir, eu quero seguir inocente!

Todos da mesas riram de Constância que momentos depois cada um começou deixar a mesa, Conny deixou primeiro para ir a aula e depois foi Cassandra, em seguida Victoriano e juntas Diana e Inês.

Que esperando Diana voltar do quarto dela estando na sala pronta pra também ir, Inês a viu descendo e quando já a teve perto ela disse.

— Inês: Eu queria conversar com você antes de ir filha. Vi que não estava ontem no quarto quando fui te dar um beijo de boa noite, querida. Sei que já é uma mulher adulta, mas quero saber aonde está em uma hora daquela para que não me tenha preocupada e nem ao seu pai.

Diana suspirou entendendo a preocupação da mãe e disse sem rodeios por pensar que não precisava ter com ela.

— Diana: Mãe, eu fiz amor ontem pela primeira vez.

Inês suspirou já esperando ouvir aquilo dela em algum momento desde que a ouviu falar do rapaz que ela conheceu que ela nem mais recordava o nome, mas que havia entendido que ele tinha despertado interesse nela desde que ela o viu.

Que então ela disse.

— Inês: Foi com aquele rapaz que conheceu naquele dia que bancou a espiã do seu pai? Não recordo o nome dele, mas lembro que te despertou muito interesse filha.

Diana assentiu e sentiu Inês pegar na mão dela acariciando com carinho e disse.

— Diana: Sim, foi com ele e agora que já fizemos amor eu quero apresenta-lo ao papai, mas estou com medo que ele não apoie nosso namoro, mamãe.

Inês suspirou pensando que aquilo não aconteceria e fez Diana sentar com ela no sofá pra depois dizer.

— Inês: Por que ele não apoiaria, filha? Seu pai é um pai cuidadoso, mas não possessivo que se ele for um bom rapaz eu sei que ele vai apoiar, meu amor.

Diana suspirou não muito confiante no que Inês falava e a respondeu expondo do porque temia aquela reação de Victoriano.

— Diana: Mas foi o pai de Alejandro que comprou a empresa que ele queria, mamãe. Lembra?

Inês então lembrou do que ela falava e temeu por um momento que Victoriano reagisse mal mesmo perante a noticia do namoro da filha mais velha deles, mas que decidida enfrenta-lo se fosse preciso ela disse.

—Inês: Então é esse o nome dele, Alejandro, vou tentar recordar filha, enquanto sobre o que teme, eu vou falar com ele primeiro quando eu ver o momento certo, vou recorda-lo desse rapaz e sobre isso e então quando fizer se eu ver algum descontentamento da parte dele, eu tiro ele, porque se você se entregou a esse rapaz é porque está apaixonada por ele, não é assim? Então não vou deixar que por conta de uma rivalidade de seu pai nos negócios atrapalhe sua felicidade.

Diana sorriu e abraçou Inês que nos braços dela, ela disse.

— Diana: Ai, mamãe, obrigada, eu te amo tanto.

E Inês acariciando as costas dela a respondeu.

— Inês: E eu também, meu amor. A felicidade de vocês, são a minha também.

Longe dali

Na clínica de Santiago, no consultório dele, ele via em uma embalagem plástica transparente que dentro dela tinha o uniforme que Inês usaria a partir daquela manhã para se voluntariar. Era a mesma roupa que as enfermeiras usavam, saia, blusa e meias brancas e também tinha os sapatinhos. Uniformes como aqueles eram dados aos profissionais contratadas por renumeração na clínica dele, mas Inês não seria paga, muito menos iria fazer todo o trabalho que uma enfermeira fazia, ela só seria acompanhante dos pacientes mais calmos que ele tinha internado na clínica e podiam circular no jardim nos horários de seus banhos de sol e também auxiliar as próprias enfermeiras se ela optasse. Era pouca coisa a se fazer, que ele sabendo que como ela era calma e atenciosa ela poderia gostar, ele torcia para aquilo, torcia para depois daquela manhã ele poder vê-la em todas as outras mais, quando chegasse para trabalhar.

E então tocaram na porta dele e uma enfermeira disse.

— X: Inês chegou, doutor.

Ele sorriu vendo a enfermeira que conhecia muito bem quem era a paciente consentida dele, abrir mais a porta deixando Inês entrar e ficou de pé.

— Santiago: Bom dia, Inês. Achei que não vinha.

Ele deu a volta na mesa com o uniforme dela na mão e ela disse.

— Inês: Bom dia doutor, eu disse que viria.

Ele sorriu, mas gostando de ser chamado por ela mais pelo nome do que por doutor e entregando o uniforme a ela, ele disse.

— Santiago: Aqui está a roupa que deve usar enquanto estiver com a gente, espero que se sinta bem nesse tempo que estiver voluntariando e que as medidas das roupas sirvam, eu apostei que sim, mas não sei.

Ela olhou o plástico e respirou fundo. Era algo novo que ela começaria fazer que então encheu mais ainda o peito dela de expectativa e ansiedade.

E na Sanclat.

Victoriano estava na sala de reunião com Vicente que parecia falar sozinho, que notando isso, ele disse.

— Vicente: Victoriano, homem, está me ouvindo?

Victoriano moveu a cabeça e se levantou de mal humor e disse.

— Victoriano: Não consigo parar de pensar que minha Inês está com aquele médico agora e não comigo.

Vicente já sabia do que Victoriano falava porque teve ele resmungando desde que haviam chegado na empresa, que então ele irritado por aquele jeito dele e por sentir que a sociedade que tinham fora a longa amizade, que ele poderia falar qualquer coisa, ele disse.

— Vicente: Você está sendo egoísta, Victoriano. É isso! Está agindo assim por esse seu ciúme que posso entender, mas não posso entender que não pense que se por acaso Santiago tentar qualquer coisa com Inês, ela não iria permitir nem ficar calada, que por isso para mim está sendo egoísta! Sabe que no fundo isso é importante para Inês. Diana Maria também soube e ficou feliz por ela, todos, menos você!

Victoriano bufou sabendo que tinha escutado só verdades de seu compadre e amigo e disse bravo com ele mesmo.

— Victoriano: Há coisas que nunca mudam e eu ainda sou aquele homem egoísta de quando ainda éramos universitários, Vicente.

Vicente lembrava do homem que ele mais jovem foi que foi capaz de cobiçar a namorada de outro, mas que com a idade e com tudo que ele havia passado com Inês e as filhas, Vicente sabia como amigo, que Victoriano havia mudado muito, que então ele disse.

— Vicente: Você mudou muito com esses anos, Victoriano, te admiro como homem e amigo, mas não deixe que seu lado egoísta te cegue, só isso, pense em Inês e mais ainda, pense no quanto ela te ama e fique em paz de uma vez homem.

Ele tocou no ombro dele e depois saiu da sala.

Victoriano tocou no rosto e depois levou as mãos nos cabelos pensando nas palavras dele.

Na clínica, enquanto a manhã seguia, Inês já tinha estado com 2 paciente, primeiro uma mulher que aparentava ter a idade dela, que só quis andar de braços dado com ela todo o jardim da clínica e depois um senhor que ela pensava que tinha perdido ele depois dele convidar ela pra brincar com ela sem ela ainda entender que brincadeira era, só que ele tinha sumido quase uma hora e ela o procurava já desesperada.

Ela então já vestindo o uniforme que havia servido direitinho nela e ter feito um coque nos cabelos, ela disse depois de levar as mãos unidas na boca pra fazer uma prece.

— Inês: Ai meu Deus me ajude achar esse senhor, por favor.

Que por trás dela a assustando ela ouviu a voz conhecida por ela dizer.

— Santiago: Rezando, Inês?

Santiago riu vendo que ela tinha se assustado. Só tinha via ela aquele momento desde que ela tinha chegado e depois não mais mesmo que da janela do consultório dele ele conseguiu vê-la de longe por alguns momentos. E ela quando o viu na frente dela, ela respirou fundo de coração acelerado e como já o via ali, ela resolveu confessar seu primeiro erro do dia.

— Inês: Eu fiz besteiras, Santiago. Eu sabia que ia fracassar nisso também.

Ela já tremia toda, Santiago percebeu pelas mãos dela e as pegou juntando com as dele e disse para tentar acalmar ela.

— Santiago: Calma, Inês, respira. Não acredito que tenha feito uma besteira e se fez é seu primeiro dia como voluntária e vamos resolver, hum. Então diga com calma o que houve.

Inês suspirou sem ele soltar as mãos dela e a olhando nos olhos que assim se sentindo mais calma por vê-lo calmo, ela disse.

— Inês: Eu perdi um paciente. Ele disse que íamos brincar não sei de que e desde então ele sumiu e não o acho em canto algum!

Santiago riu imaginando quem seria o paciente que ela falava toda aflita e perguntou só pra ter certeza, soltando agora as mãos dela.

— Santiago: E como se chama esse paciente e como ele é? Vamos acha-lo seja quem for, não se preocupe.

Inês respirou fundo e por ter tido tempo de ter conversado com o paciente antes dele sumir, ela disse.

— Inês: O nome dele é Jairo, ele é um senhor moreno de cabelos brancos e magro. Ele parecia ser um amor, mas o perdi.

E já sabendo quem era ele, Santiago depois de ouvi-la disse querendo ensina-la para que na próxima vez ela não ficasse tão aflita se algo como aquilo se repetisse, o que ele acreditava que iria.

— Santiago: Inês, todos os pacientes que estão fora dos seus quartos nesse horário, são assim, mas eles podem aprontar como crianças, ter crises entre outras coisas que por isso sempre quando estão nos seus banhos de sol, eles estão sempre acompanhados. E esse paciente que diz, ele gosta de esconder para ser achado e se não o acharmos ele não sai do esconderijo.

Ele sorriu de lado e Inês preocupada com o tempo que o senhor já passava escondido, ela disse.

— Inês: Meu Deus, como assim ele não sai? Já faz tempo que não sei aonde ele está, ele já deve estar precisando de algo.

Santiago deu de ombros levou a mão nas costas dela e a fez andar no pátio que estavam dizendo.

— Santiago: Provavelmente, mas ele é assim. Ele não sai de onde estiver até nós achar ele. Mas por sorte já sabemos todos esconderijos dele, então já pode ficar calma que você não fez nada de errado e nem fracassou, Inês, só está vendo o outro lado da clínica que não é como paciente.

Momentos depois, um enfermeiro apareceu com Jairo e Inês sorriu por ver o senhor rir pra um pontinho de pudim de chocolate que ele tinha ganhado ao ser achado.

Que então ela ao lado de Santiago que estava o olhando também, ela perguntou.

— Inês: Do que ele sofre para estar aqui?

E Santiago então a respondeu.

— Santiago: Ele é esquizofrênico Inês, então a família dele preferiu interna-lo aqui, mesmo ele não representando perigo.

Inês então suspirou sabendo muito bem como era os sintomas daquela enfermidade.

Mais tarde. Já estava perto do horário do almoço, de inicio Inês só ia passar a manhã se voluntariando até ela optar passar mais horas, que assim, em uma sala para enfermeiras que ela deixou sua bolsa e depois sua roupa que chegou, ela guardava seu uniforme no seu novo armário que tinha até chave, que a chefe da enfermagem tinha dado a ela como dava aos outros enfermeiros e até voluntários como ela era quando apareciam.

E ela sorriu depois que fechou a porta se sentindo estranhamente mais feliz por ter feito algo produtivo no seu dia. Era um sentimento estranho que ela sentia depois de tanto tempo se sentir inútil como quando ela estava mais depressiva que o normal se sentia, que apesar dos momentos de angustia que teve por ter achado que tinha perdido um paciente, ela tinha aquele sentimento de dever cumprido, o que a deixava feliz. Que assim, guardando a chave do armário dela na bolsa, ela ouviu o celular dela tocar que Victoriano havia pedido pra ela levar com ela.

Que então ela viu que era ele mesmo que ligava, que quando ele viu que foi atendido, ele disse.

— Victoriano: Me perdoe morenita por ter sido todo esse tempo egoísta indo contra sua decisão de estar aí, eu só estava pensando em mim e no meu ciúme, me perdoe, eu te amo meu amor, você sabe que o que mais desejo é que seja livre dos fantasmas do passado. Então me perdoe, hum.

Inês sentou nos bancos que tinha a frente dos armários e o respondeu cheia de amor pelo homem que lhe falava.

— Inês: Eu sei o quanto me ama, minha vida, sei que o que mais quer é me ver curada e livre desse passado, você só estava cego por seu ciúme bobo. Tão bobo que eu só vi Santiago duas vezes desde que cheguei e estou indo embora e acho que não o verei. Viu? Só estou aqui fazendo algo bom e sendo útil como sinto que fui hoje.

Victoriano suspirou podia imaginar Inês sorrindo feliz depois das palavras dela, mas ainda assim ele não concordava com a parte que ela tentava dizer que Santiago não a via mais que uma paciente, que apesar de tudo ele a via com a mesma inocência de quando eram jovens e ele a conheceu, que então ele disse.

— Victoriano: Apesar de tudo que passou segue sendo inocente Inês quando você deveria ter a mesma malicia que tenho em não confiar nesse homem, mas disse que vai embora, então eu vou sair daqui agora para pega-la hum.

Victoriano se levantou da mesa que por trás dela estava sentado, percebendo que tinha feito um pouco de drama quando viu que ela já ia pra casa e não ia passar o dia todo na clínica como ele pensava. Enquanto ela mesmo que quisesse que ele a levasse pra casa, ela disse por pensar nos deveres que ele tinha na empresa.

— Inês: Eu ia ligar para fazenda pra Adelaide mandar que me buscassem, meu amor, não quero incomoda-lo.

Sem Inês notar, Santiago chegava percebendo que ela estava em uma ligação, que por isso ele não entrou dentro da sala de enfermeiros que ela estava, ficando por trás da porta que estava meia aberta. E Victoriano já juntando suas coisas, disse.

— Victoriano: Não me incomoda, já estou com saudades de você morenita, não posso esperar até o final do dia pra te ver.

Inês sorriu ao ouvi-lo e disse desejando passar mais tempo com ele se ele fosse mesmo busca-la.

— Inês: Então fica mais tempo comigo e vamos fazer amor.

Victoriano riu parando o que fazia de frente da mesa dele e disse.

— Victoriano: Não está mais com raiva de mim por ontem?

Inês ficou de pé jogando a bolsa no ombro dela, sorriu e o respondeu.

— Inês: Sua ligação me fez perdoar você e também eu quero terminar o que começamos essa manhã.

Victoriano sorriu com um sorriso mais largo no rosto e disse, abrindo a porta da sala dele com uma maleta na mão enquanto na outra segurava ainda o celular próximo a orelha dele.

— Victoriano: Então vamos fazer amor, Inês em nossa cama e em qualquer lugar que você querer mais.

Santiago deixou de escutar a ligação e saiu dali com passos largos, nervoso sentindo os olhos arderem e sabendo que eram lágrimas. Ele entrou no consultório dele e enfiou as mãos entre os cabelos. Era o inferno amar uma mulher proibida e ele ciente que nunca teria dela qualquer sentimento que não fosse o que ele já tinha vindo dela.

Horas depois.

Inês e Victoriano estavam nus sobre a cama do quarto deles. Eles estavam sentados, Inês estava de frente no colo de Victoriano, as pernas dela abraçavam a cintura dele e ele abraçava o corpo nu dela com os braços enquanto ela se movia.

Ela rebolava, ia e vinha, o beijava ofegante e com desejo, parava também os movimentos apenas dela o desfrutando dentro dela e tudo ali no colo dele fazendo ele gemer e gemendo com ele também.

Enquanto faziam amor esquecendo o mundo lá fora, Constância também estava na mesma felicidade que os pais menos no mesmo prazer, que cavalgando com Emiliano, por não estarem mais no horário de aulas, eles terminavam de apostar corrida.

Que então feliz, ao vê-la feliz, depois que eles pararam de correr com os cavalos, Emiliano disse montado no dele e ela no dela.

— Emiliano: Gosto de vê-la feliz Conny e saber que você e minha madrinha estão bem.

Ela sorriu segurando as rédeas do cavalo dela e o respondeu, recordando de quando Inês havia chegado e a surpreendido entrando no quarto dela, depois dela ter olhado pela janela ela chegar com Victoriano aos beijos.

— Constância: Ela chegou com meu pai e a primeira coisa que ela fez foi me procurar. Eu sabia pelo jeito que ela chegou com ele que eles iriam se trancar no quarto assim que pudessem, mas antes de fazer isso, ela me procurou, me beijou, perguntou como foi meu dia na aula e tudo e foi demais. Acho que dessa vez ela está se esforçando mesmo pra mudar.

Emiliano sorriu mais vendo os olhos de Constância iluminados. Ela era tão acostumada a se sentir a segunda opção naquela casa para Inês que o que ela tinha feito ao invés de espera-la sair do quarto para vê-la igual ela sempre fazia, tinha a transbordado de felicidade.

Que assim Emiliano dando palmadas no cavalo dele, disse para voltarem fazer o que faziam.

— Emiliano: Vamos voltar a cavalgar garota e agora daqui até a fazenda que eu moro! O último que chegar vai fazer o próximo trabalho escolar do outro!

Constância riu e gritou já vendo Emiliano levantar poeira com o cavalo dele mesmo ela sabendo que ela venceria com a égua dela.

— Constância: Já se prepara pra meu dever de matemática, Emi!

Enquanto os dois seguiram com a brincadeira.

Na fazenda, Inês agora dentro do banheiro com Victoriano e debaixo do chuveiro, faziam ainda amor.

Ela estava de costa para ele com as costas colada no peito dele, de cabeça virada de lado, eles se beijavam com a água os molhando. As mãos de Victoriano desciam e subiam no corpo molhado de Inês todo o tempo a acariciando, enquanto o membro dele estava dentro dela, que ela então tocou a parede se afastando dele e se empinou pra ele se mover atrás dela e ele pegou na cintura dela e deu o que ela queria.

Ele apertou os lábios nos dentes se movendo dentro e fora dela, gemendo e depois subiu uma mão nos cabelos dela o segurou e foi mais rápido. Inês gemia sedenta por mais, o puxar do cabelo dela era aquele que ela gostava quando ele fazia e só naquele momento que a fazia revirar os olhos e ter mais tesão como ele sabia. Que assim ela disse.

— Inês: Não pare, meu amor. Não, pare. Isso, ahh.

Ele mordiscou as costas dela e em seguida lambeu sem deixar de se mover, até que a sentiu gozar e depois ele gozou também se tremendo todo naquele mais um orgasmo com ela.

Que então depois de um tempo tentando regular a respiração junto a ela, ele disse descansando com a cabeça nas costas dela.

— Victoriano: Está decidido, eu não volto mais hoje para empresa, não com você com esse fogo todo mulher.

Inês riu e buscou olha-lo pra beija-lo. Ela e ele nem tinham almoçado, que quando ela chegou na fazenda, só houve tempo dela procurar por Constância e depois se trancar com ele no quarto e mesmo assim ela não sentia fome e ele parecia que também não.

Era de madrugada quando Inês andava pela casa.

O dia havia sido agitado e ela não conseguia dormir mesmo ter tomado seus remédios.

Na mão dela tinha uma chave da porta que agora ela encarava. Depois de sua última crise, não tinha entrado mais no sótão e nem ninguém, por isso ela imaginava que tinha a mesma bagunça que ela tinha deixado da última vez que esteve ali. Então ela colocou a chave dentro do trinco girou ela, olhou dos lados vendo o corredor vazio e entrou.

E como sempre quando estava ali, ela sentiu ser bombardeada pelo seu passado que nele tinha sua maior perca que não a deixava voltar viver como antes foi sem precisar ser dependente de tantos remédios e os cuidados de todos.

O guarda – roupa de solteiro para quarto de crianças, estava tombado entre a cômoda e a parede, roupinhas de Fernando estavam no chão que caiu dele e todo aquele tempo estavam ali no chão, então ela se abaixou e pegou elas. Eram tão pequenas as peças brancas e azul que ela tinha nas mãos. Que depois de encara-las, ela as abraçou contra o peito e chorou. Chorou em silêncio pensando no seu filho que já era um homem e que ela nunca iria recupera-lo.

Ela olhou as peças de roupa outra vez. Era uma verdade que ela acabava de pensar que tinha que aceitar, mas sem mais sofrimentos. Não voltaria ver Fernando, não recuperaria ele, então ela tinha que esquecer aquele vazio que doía dentro dela sempre que lembrava dele. Era aquele vazio que sempre era cutucado quando ela estava ali que a matava por dentro todo aquele tempo.

E ela agora queria viver. Quando tentou destruir aquele lugar, estava histérica, sofrendo, fora de si, diferente como agora estava, mesmo que ainda sofrendo estava consciente que não podia destruir as memórias que tinha de Fernando ali dentro se elas seguiam vivas dentro dela ainda. Que então ela pôs as roupinhas sobre a cômoda, olhou o guarda-roupa e moveu ele, fez força e o arrastou de volta pra parede que ele esteve todos aqueles anos e depois que fez, ela guardou as roupinhas dentro dele outra vez, olhou o lugar melhor vendo o carrinho de bebê revirado e quadros e álbuns de fotos ao chão e também os arrumou e depois de um tempo vendo que estava tudo em ordem, ela suspirou com as lágrimas secas nos olhos e disse.

— Inês: Eu tenho que supera-lo, filho. Tenho que esquecê-lo pra voltar a viver e fazer quem amo feliz. Então não volto mais aqui, a lembrança da sua ausência me machuca e eu machuco as pessoas que me amam. Tenho que mudar e esquecê-lo de verdade. Me perdoe.

Ela então saiu fechando a porta. Não pretendia voltar estar ali dentro, mas também não permitiria ninguém dentro daquele lugar muito menos tirando tudo que tinha ali.

Ela então caminhou de volta ao quarto dela com Victoriano e guardou a chave na gaveta do móvel que sempre ela ficava, foi ao banheiro e voltou pra cama que então já nela, ela se aconchegou no peito de Victoriano e ele sentindo que ela chegava pra deitar aquele momento, ele, disse de olhos fechados por ainda estar sonolento, mas ciente que ela tinha deixado a cama por bastante tempo.

— Víctoriano: Aonde esteve, morenita?

Ela então sem querer mentir pra ele, disse.

— Inês: Estive no sótão me despedindo de Fernando pra sempre.

Ela soluçou caindo em um choro mais intenso e ele despertando de vez a abraçou forte para ampara-la naquela crise de choro que como sempre vinha quando ele menos esperava.

Algumas semanas depois...

No aeroporto internacional do México, Alejandro ansioso, esperava seu parceiro, amigo que vinha finalmente de mudança para capital.

Era há 4 ° vez que ele estava no país que sabia que era de sua origem mas nada conhecia, que se domava o idioma além do inglês de sua terra que considerava natal e não aquela, era porquê ele havia tido pais adotivos tão amorosos que fez questão de vê-lo não negar o sangue latino que ele tinha nas veias fazendo ele aprender o espanhol.

Adotado aos 5 anos, tendo sua história de órfão contada por seus já falecidos pais adotivos como foram a eles permitido saber, Carlos Manuel sabia que tinha aprendido a falar cercado por freiras em um país que não era aquele, que por isso sua língua de origem foi primeiro o inglês e por ser latino e parar em um país distante e depois na Suíça com os pais que sonhou ter quando entendeu que era um menino órfão, para ele a história de sua origem era como um mistério que o feriu e o adoeceu em uma fase difícil quando ainda era um adolescente e tentava entender sua história antes de ser adotado e porquê havia sido abandonado pelos pais biológicos.

Mas estava ali, já um homem feito, de caráter, inteligente e um filho que honrava a memória dos pais que perdeu aos 18 anos em um acidente fatal de carro, sendo médico como eles haviam sido. Um psicanalista que era aonde ele queria chegar ser e o outro cardiologista, foram o casal que o tinha adotado. Antenor Ivanov, nascido na Suíça, foi o pai adotivo dele que antes de morrer foi um psicanalista renomado até seus 51 anos de idade que faleceu, Ester Ivanov, foi a mãe dele e cardiologista que buscou terapias com o psicanalista e se apaixonou por ele ainda jovem, mas que estéril lutou por 10 anos adotar uma criança pra darem todo amor que eles tinham a ele e que morreu aos 45 anos, conseguindo dar amor ao filho que adotaram até o último dia de vida deles.

Que por ter sido tão amado, Carlos Manuel seguia os amando e os carregando vivos no peito dele com já 5 anos do falecimento dos dois.

 

Carlos Manuel Ivanov ( Fernando Santos) 

 

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