Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 33
Capítulo 33




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 Oi lindas. Aqui estou com um novo capítulo espero que gostem! bjs 

 

 

Victoriano ficou pensativo aonde estava. Pensava nas palavras de Bernarda. O que estava acontecendo entre Constância e Inês, tinha que ter um fim. Ele sabia que aquele martírio que viviam tinha que ser ao menos aliviado. E ele pensou que talvez uma viagem de Constância, fizesse diminuir a pressão que Inês se encontrava naqueles meses em relação a filha caçula deles. Inês não estava bem de novo e talvez, só talvez Bernarda tinha razão que Constância passando uns dias longe seria bom para as duas.

Ele então suspirou e passou a mão no rosto repensando outra vez. Separar mãe e filha não podia ser uma opção que ele tinha que considerar. Mas de novo vinha na mente dele ambas sofrendo. Ele sabia, mais do que sabia, ele presenciava por anos aquele martírio regado de culpa que Inês carregava sobre si e agora mais que nunca estava ferindo não só ela, mas também Constância e ele tinha que intervir logo.

E assim então ele saiu de onde estava. Buscaria Inês para ter uma conversa séria com ela.

Inês tinha resolvido caminhar. Sem atravessar o portão da fazenda, ela foi até o estábulo que estavam os cavalos. Estava a noite e ela sabia que os animais já estariam recolhidos nele.

 

     

Que assim que ela atravessou o portão de madeira do estábulo com alguns pares de olhos sobre ela que viam dos peões e capatazes da fazenda, com a iluminação fraca no ambiente ela olhou do lado do portão na parede, lampiões presos em pregos. Ela então pegou um e também um comprido fósforo de dentro de uma caixinha cheia deles em uma mesa já posta ali próximo aos lampiões e o acendeu. Quando fez, Inês apagou o fósforo com cuidado já que aonde ela estava havia muitos fenos seco para os cavalos e depois caminhou.

Não sabia ao certo o que fazia ali, se estava se escondendo ou simplesmente estava preferindo passar um tempo naquele silêncio como os animais do que estar respirando o mesmo ar que Bernarda, que estava presente com a família dela e que ela sabia, que muito provavelmente, ela estaria consolando Constância da forma que ela não podia ou convencendo Victoriano permitir a filha deles viajar. Inês conhecia Bernarda para saber que ela poderia estar fazendo ambas as coisas e sem demonstrar a raiva que tinha dela ainda seguir na fazenda e esposa dele. Havia passado mais de 20 anos que Inês podia ter certeza que Bernarda ainda não aceitava o casamento dela com Victoriano e a odiava por isso. Ódio, porque era o único que Inês conseguia sentir do que vinha de Bernarda para ela, ainda que ela podia fingir muito bem o que sentia.

O ar da fazenda não era puro com Bernarda nela. Era sufocante e Inês só queria que ela fosse embora o quanto antes, o que não podia ela mesma fazer o que desejava, não podia porque ela sabia que Bernarda a colocaria como louca para todos. Uma vez Victoriano tinha dado a opção de Bernarda ficar na fazenda ou ir, Inês conhecia essa história, o que a fazia reconhecer que sempre ele havia a escolhido, mas ainda assim a recebia em visitas como aquelas que ela não podia impedir. Não poderia impedir por assuntos do passado que ele acreditava não ser real e que ela não queria mais insistir em suas verdades, mas também não, para não ter as 3 filhas contra ela, principalmente Constância que nutria mais sentimentos de neta pela senhora. Inês assim se via obrigada a engolir a presença sufocante de Bernarda ali.

Ela tocou na cabeça de um bonito cavalo bege que estava por trás de um portãozinho em uma casinha, já alimentado e seguro para passar a noite, que o alisando ela disse conversando com o animal.

— Inês: Será que você também já teve que suportar a presença de alguns de seus companheiros aqui porque não tem outra opção, querido? Hum?

O cavalo relinchou e sacudiu a cabeça balançando seus pelos marrons e compridos sobre ela, como que se tivesse respondido Inês e ela sorriu olhando de lado outros cavalos em suas casinhas também.

E assim como ela estava alisando o cavalo com uma mão enquanto a outra segurava o lampião, foi que Victoriano a viu ao entrar no estábulo também depois de saber que ela estava ali.

Victoriano fechou o portão de correr do estábulo fazendo barulho, o que fez Inês em frente de 3 casinhas depois do portão olhar e vê-lo. Que então depois que virou o rosto para o cavalo de novo, ela disse.

— Inês: Já veio me vigiar, Victoriano. O que quer? Será que agora pensou que eu pegaria alguma corda das que tem aqui e fizesse o que pensou que eu fazia em meu banho. As vezes penso que não confia em mim.

Victoriano suspirou. Acima das cabeças deles tinha bastante madeiras que fazia o forro daquele estábulo que daria para Inês fazer o que falava. E ele então alisou o bigode que usava e depois a boca em um gesto impaciente pelo o que ouviu dela. E depois que respirou fundo e levou as mãos no bolso da calça, ele disse.

— Victoriano: Não estou aqui pra discutir Inês ainda que queira seguir me provocando e sim para conversar contigo, mas não aqui, vamos para casa e lá conversamos, hum.

Inês andou mais em frente olhando para dentro de outras casinhas com cavalos e o respondeu com ele a seguindo.

— Inês: Não quero. Não quero ir pra casa. É cedo. Quando todos tiverem dormindo, irei.

Victoriano então suspirou outra vez dizendo.

— Victoriano: Falei que quero conversar contigo, Inês. Vai me deixar sozinho, só porque segue com isso de que Bernarda está aqui e não quer vê-la?

Inês parou de alisar outro cavalo e o olhou com desdém para dizer.

— Inês: Não está sozinho. Tem ela. Converse com ela, Victoriano.

Ela voltou andar e ele a segui-la. E Victoriano pensou que se Inês não baixaria a guarda para eles poderem conversar como ele desejava, ele decidia que falaria com ela ali mesmo, que então ele começou.

— Victoriano: Te vi com Constância ainda pouco, ao que pareceu ela não quis sua aproximação.

Inês deu um riso sem ânimo quando o ouviu e o olhando ela o respondeu, lembrando das palavras de Constância.

— Inês: Viu bem. Segundo ela, ela não queria permitir que eu a fizesse chorar novamente, não hoje que a querida vó dela está aqui. Então é melhor que eu me mantenha afastada de todos vocês enquanto essa mulher estiver aqui, todos a adoram não posso ir contra isso, já que eu só os machuco.

Inês suspirou se sentindo derrotada perante a presença de Bernarda na fazenda, e resolveu sentar em um monte de feno amarrado que serviu de banco.

Ela pôs o lampião ao lado dela e levou as mãos nos cabelos, enquanto Victoriano dava a volta para sentar ao lado dela. Ele suspirou depois que a ouviu e acabou rindo de lado. Para ele pelas palavras dela, ele só conseguiu pensar que Inês estava com ciúmes deles com Bernarda. O que ela podia ter podia  ter vendo as filhas e ele se dando bem com ela. Que então ele disse manso.

— Victoriano: Já sei o que tem, morenita. Está com ciúmes de Bernarda com sua família. É isso.

Inês ergueu a cabeça brava pelo que ele tinha falado e antes que ela pudesse falar algo ele a puxou para os braços dele e a encostou no peito dele a abraçando. O cheiro dele fez ela suspirar e perder em segundos a raiva que sentiu. Que então acariciando ela nos braços ele disse.

— Victoriano: Essas inseguranças que tem Inês, como se vê e pensa que nós também, é que te fere e te faz se distanciar de nós. Te amamos e não será Bernarda nem ninguém que tomará seu lugar em nossas vidas e corações. Pare com isso, hum.

Ela suspirou outra vez sem forças de discutir aquele tema que não era o que ele dizia, mas também se via ali sem querer se comparando com Bernarda o que dava a ela a sensação que a mulher era mais forte que ela quando estava no meio de sua família. Que assim ela disse.

— Inês: Ela é melhor que eu Victoriano. Ela já fez mais por vocês do que eu pude fazer. Você mesmo é grato a ela como deixou claro mais uma vez essa gratidão a mim essa tarde. Mas o que sinto não é ciúme. Bernarda nunca gostou de mim desde que pisei aqui pela primeira vez, porque eu era pobre e vocês ricos.

Inês baixou a cabeça podendo lembrar de como havia sido tratada e julgada por Bernarda. Victoriano então ergueu a cabeça dela pelo queixo. Recordava de quando Bernarda era casada com o pai dele, mais jovem que ele na época, vaidosa e também com uma arrogância que os ricos traziam e que ele também pensou que tinha quando decidiu que a teria mesmo pertencendo a outro, pensou que Bernarda ao ter se deparado com Inês, uma moça humilde ela poderia ter expressado em algum momento seu descontentamento, mas também ele pensava que não podia levar a sério algo que pôde ter acontecido anos atrás e não ter mudado em nada a decisão dele de casar com ela. Que assim, depois de dar um selinho nos lábios dela, ele disse.

— Victoriano: Ainda que isso seja certo, já faz tempo Inês. Estamos casados há anos que se ela não aceitou naquela época, nos dias de hoje ela já deve ter entendido que a opinião dela de nada valeria para mim e provei. Eu te amei e te escolhi entre ela, quando ela foi embora e mil vezes faria a mesma escolha.

Ele tomou os lábios dela de novo buscando um beijo lento, mas Inês virou o rosto e afastou dele fazendo que as mãos dela não a abraçassem mais. Que então ela disse.

— Inês: Viu? Ela não ficou de acordo com sua escolha de ter me tirado da clínica de Santiago. Isso significa que ela nunca me aceitou, Victoriano!

Victoriano agora suspirou não muito calmo pela insistência de Inês que para ele não seguia não tendo importância porque não modificava em nada a vida deles a opinião de Bernarda contraria ou não, que justificando o que ela falava, que era o único momento que Bernarda se impôs diante dele contra ela na fazenda, ele disse.

— Victoriano: Bernarda acreditava que o que eu fazia era errado por estar fazendo aquilo desesperado pela ausência que sentia de você na minha vida, Inês. Eu não conseguia aceitar que ainda que precisasse, que você seguisse longe de mim. Você para mim sempre foi como o ar que eu necessitava para respirar e naquela época, você estava doente pra mim tira-la da clínica daquela forma. Sabe melhor que ninguém morenita, que eu arisquei sua sanidade outra vez quando fiz aquilo, mas ainda assim não consegui me arrepender e faria outra vez se fosse preciso!

Ele tocou no rosto dela depois colocou um lado do cabelo dela para trás de sua orelha. Inês suspirou fechando os olhos e ele voltou a dizer.

— Victoriano: Tem uma mania de remoer coisas do passado Inês que te fazem mal e você segue fazendo isso sempre, morenita. Meu amor, eu te amo mais que tudo, nossas filhas também isso que devia ser importante pra você. Olhe pra mim, hum e veja quanto amor pode encontrar dentro dos meus olhos que só você é a dona.

Ela abriu os olhos mostrando eles molhados em lágrimas, que depois ela o abraçou aflita sendo abraçada de volta e disse ali com a cabeça sobre o peito dele.

— Inês: Porque teve que amar dessa forma, uma louca como eu? Eu não sei se existe um homem mais perfeito que você, Victoriano. Um homem que me ame desse jeito tão imperfeita que sou.

Victoriano alisou as costas dela suspirando e beijou a cabeça dela no meio dos cabelos. E sem solta-la ele pensou que não era um homem tão perfeito como ela dizia, tampouco ela era tão imperfeita como ela dizia. Eram seres humanos e constantemente erravam, podendo assim ferir até quem os amavam. E então ele disse.

— Victoriano: Estou longe de ser esse homem perfeito Inês, tanto que provei isso de cara no passado quando te desejei com você ainda comprometida com outro, com um homem que eu chamava de amigo meu.

Inês levantou a cabeça buscando olha -lo nos olhos. As palavras dele a fez pensar no passado, em Loreto que esteve nele e fazia parte da história de amor deles. Que então ela disse.

— Inês: Loreto. Aonde será que ele está, Victoriano?

Ela se afastou dele se fazendo mais perguntas em pensamentos. Pensava se Loreto havia amado dentro daquele tempo, se era feliz, se havia casado ou tido filhos como ela e Victoriano. Que depois de não ter os braços em volta dela,  disse descontente.

— Victoriano: Busquei não falar o nome dele e faz, morenita. Mas não sei e nem quero saber aonde ele está!

Inês suspirou calada. Lembrava naquele momento de seu passado que ficou entre dois amores de sua juventude. Um que a ensinou amar de verdade e outro que acreditou que já sabia que era amor ao ter se relacionado com ele. E dessa época Inês lembrou também que tinha duas lembranças que trazia com ela guardada em uma caixinha de recordações dela ainda jovem. Na caixinha, ela tinha um cordão que Victoriano havia presenteado a ela em seu 18º aniversário, que tinha uma linda pedra nele que levava um significado que só depois ela entendeu que se resumia a história de amor deles, mas também tinha o anel de noivado que Loreto no dia que ela tinha confessado que amava Victoriano ele tinha jogado no chão da vila que ela havia morado. Ela guardava as duas recordações com carinho como que se fossem duas relíquias que a segunda, Victoriano desconhecia que ela tinha posse. Que se ela guardava era porque, apesar de tudo Loreto tinha salvado a vida dela o que ela nunca esqueceria além de que, ela podia também lembrar que antes dela conhecer Victoriano ele tinha sido um cavalheiro como namorado.

E assim ela sorriu só com as doces lembranças que valia apena lembrar na mente dela. Victoriano viu aquele sorriso nos lábios dela que ele entendeu que era como que se ela lembrasse de algo e que esse algo a fizesse sorrir daquela maneira, e ele fechou a cara ridiculamente enciumado pelo que ela poderia estar lembrando. Ele só pensava que estavam falando de Loreto que então só podia ser nele que ela estava pensando, que assim, ele disse de voz grossa.

— Victoriano: Porque está sorrindo assim, Inês? Lembrou de Loreto e te deu saudade? Hum?

Inês despertou das lembranças e parou de sorrir. Ela então se levantou rápido dizendo, enquanto tocava os cabelos.

— Inês: Não seja tonto, Victoriano. Não me deu saudade. E se eu ri é que tive lembranças boas quando o mencionamos, te conheci quando ainda o namorava também. Essas lembranças tirando os males no meio delas que teve, foram boas para mim.

Victoriano se levantou vendo ela de costa para ele, e a respondeu ainda com o mesmo sentimento o incomodando.

— Victoriano: Em meio desses males, espero que lembre que esse desgraçado quase te violou! Se eu não tivesse chegado a tempo naquela manhã, ele teria feito isso, Inês!

Ele bufou já respirando irregularmente com as lembranças invadindo sua mente. Enquanto Inês ao ouvi-lo, ela se virou para ele que como ele foi capaz de lembrar daquilo, ela também o lembrou de algo que para ela a importava mais.

— Inês: Como depois me salvou a vida, Victoriano! Então sinto muito que esse fato de que se agora estou viva aqui com você e nossas filhas é mais importante para mim, que apesar de detê-lo magoado ele me salvou daquele incêndio que matou minha mãe!

Victoriano ficou calado por segundos com aquela verdade jogada na cara dele. Que todo vermelho, ele a respondeu depois que suas lembranças foram naquela tarde que conversaram no banheiro, ou tentaram fazer isso.

— Victoriano: Então vejo que temos um impasse aqui, é grato a ele e sou a Bernarda. Vê? Agora estamos quites em algo que nos desagrada.

Inês cruzou os braços e torceu os lábios descontente que então ela o respondeu vendo que naquele impasse, ela perdia feio.

— Inês: Pelo que vejo sim, Victoriano. Mas a única diferença é que não tem que vê-lo enquanto eu com Bernarda, tenho que vê-la aqui e vê-los querê-la como querem.

Victoriano passou a mão entre seus cabelos depois no rosto e disse, depois que soltou o ar da boca.

— Victoriano: Vamos para casa. Acho que já chega dessa conversa que me fez reviver lembranças desse homem que me alegra nada ter que lembra-las.

Inês então o respondeu voltando ao dilema que antes estavam dela ir pra casa ou não.

— Inês: Vai você, quero seguir mais um pouco aqui. Além do mais foi você que começou falar do seu amigo que traímos no passado, não eu Victoriano!

Inês andou dando as costas para Victoriano para pegar seu lampião outra vez, mas ele a puxou por um braço e segurando nele ele disse de rosto vermelho.

—Victoriano: Te tirei dele porque ele não te merecia, te tirei dele porque fui sim egoísta e não me conformei de ter tudo menos você e ele sim! Por isso falei para mim mesmo que você seria minha e foi! E então foi eu que te ensinei amar e fazer amor e não me arrependo disso. Eu ganhei seu amor e ele perdeu, simplesmente assim, Inês. Não o traímos, eu venci ele!

Depois de falar deixando Inês sem respostas, Victoriano a beijou com vontade e respirando agitadamente. Inês se entregou ao beijo com o mesmo desejo, enquanto era agarrada pelas fortes mãos dele e braços em volta do seu corpo ela tocava nos cabelos dele, enterrando seus dedos nos macios cabelos que quando ele terminou o beijo ofegante encostando a testa na dela buscando ar, ela pediu olhando ele nos olhos.

— Inês: Faz amor comigo aqui. Faz, Victoriano.

Ele abriu os olhos que estavam fechados e a olhou e Inês o beijou sem esperar resposta. E então ele já dando a ela a resposta com seu corpo, a encostou na madeira da divisão de uma casinha e aprofundou o beijo com mais desejo que antes. Inês desceu a mão no corpo dele, apertando com as mãos cheia de desejo e ele então se separou dela a deixando ofegante, se abaixou e pegou o lampião abaixo dos pés dela e depois pegando em uma mão dela, ele disse.

— Victoriano: Aqui vamos ser fácil vistos se abrem o portão.

Inês sorriu vendo que ele procurava uma casinha vazia e limpa, que quando ele achou, eles entraram. Victoriano pendurou o lampião em um prego na madeira, enquanto Inês olhou o chão coberto com feno, mas também com alguns amarrados e empilhados em um canto. Já tinha feito amor naquele lugar mais de uma vez, mas já fazia anos que não voltavam cometer a mesma loucura. Que pensando, ela foi tirada de seus pensamentos, quando foi puxada por ele pela cintura e tomada em um beijo.

E momentos depois, nus sobre os fenos e suas roupas abaixo do corpo deles, eles se amavam.

Inês por baixo de Victoriano tinha ele a penetrando rápido e forte. Ela tinha as pernas cruzadas na cintura dele enquanto o via vermelho e ofegante sobre ela a tomando daquele jeito. Ele levou o rosto na curva do pescoço dela ofegante, mas sem parar de se mover como estava a ouvindo gemer pra ele. Enquanto fazia amor com ela sobre o feno, ele tinha imagens de Loreto na mente, o sorriso dela também, que por isso estava cego sobre a influência de um bobo ciúme que com ele tinha cedido ao primeiro pedido dela de fazerem amor sem pensar em negar, ainda que a menos de um dia a teve em uma forte crise e a tinha ainda se recuperando dela. Naquele momento ele fazia o que Inês sempre dizia, ele era o marido dela que havia como mulher que ele desejava e não como mais uma filha deles que tinha que ser exageradamente protegida.

Inês revirou os olhos gozando e tendo espasmos de prazer por todo o corpo. Ela gozava silenciosa por estarem aonde estavam, ainda que quisesse gritar. E Victoriano se afastou dela parando se mover e acariciou um seio dela e abocanhou outro debruçando o corpo dele sobre ela outra vez. Inês começou se mover debaixo dele com ele deixando que ela fizesse os movimentos pelos dois, até que ele se afastou de novo olhando a união deles e ela fazendo o mesmo com as mãos agarrando a cintura dele arranhando ali, até que ele pegou nelas se debruçando sobre ela como antes esteve e segurou as mãos dela pelos pulsos acima da cabeça dela e começou se mover forte e rápido.

E então ela gemeu mais e não se conteve em pedir entre gemidos sentindo que podia gozar outra vez.

— Inês: Ah, Victoriano. Que gostoso, meu amor. Não para.

Victoriano não parou estava quase gozando, mas queria que ela gozasse mais uma vez.

E os dois ali com os corpos colados e suados, atrás deles o lampião caiu do prego sem nenhum notar.

Até que quando Inês já sentia os espasmos de outro orgasmo começar tomar seu corpo, Victoriano por ter sentindo cheiro de feno queimando, olhou pro lado vendo os indícios de pequenas chamas de fogo nos que estavam forrando o chão e saiu dela no mesmo momento dizendo.

— Victoriano: Droga! Droga!

Inês só viu fogo quando foi deixada por ele, que então ela ficou de pé assustada com imagens vindo na cabeça dela.

Menos de um minuto Victoriano conseguiu conter as chamas com apenas um balde de água suja que ele encontrou fora da casinha que estavam. Que quando ele voltou olhar para Inês ela respirava agitada e tocava um lado do cabelo.

O olhar de pânico dela buscou o dele o fazendo entender que aquele incêndio fora de lugar e com os dois pelados, quando pensado não traria risos a ela e sim lembranças dolorosas, tinha afetado ela mais do que deveria.

Que então indo abraça-la, ele disse.

— Victoriano: Já está tudo bem, Inês. Sei o que pensou, mas já está tudo bem, morenita.

Inês com o coração apertado o agarrou e firme e disse de olhos fechados, querendo que dissipasse da mente dela qualquer lembrança de seu passado relacionado ao fogo.

— Inês: Vamos para casa Victoriano. Eu, eu já não posso continuar. Me perdoe.

Victoriano suspirou. Com seu corpo grande cobrindo o dela como ele estava de frente para ela, ele beijou a testa dela dando um leve sorriso depois, não se importaria em seguir o que faziam, a verdade era que teria preferido que tudo tivesse acontecido com eles no quarto, o que aconteceria se ela tivesse escutado ele. Que assim ele disse.

— Victoriano: Já vamos, hum. Se tivesse feito isso quando a chamei, isso não teria acontecido aqui. Apaguei esse fogo pelado, que coisa, mulher.

Respirando melhor que antes quando o ouviu, mas ainda incapaz de solta-lo, Inês pensou na loucura deles na idade que eles já tinham e haviam voltado a fazer. Que assim ela disse.

— Inês: Fomos como dois jovens inconsequentes agora, Victoriano.

Ela levantou a cabeça para mira-la e riu e Victoriano gostou de ver ela rindo o que fez ele rir também e dizer.

— Victoriano: O único fogo que costumo lidar e sem roupas é o teu, morenita. Outro é novidade pra mim.

Ele riu ao final das palavras e seu riso foi coberto pela boca de Inês que segurando nos ombros dele ela o beijou. O beijo foi lento, saboroso o que fez Victoriano lembrar que ainda tinha uma ereção e que não iam mais seguir o que faziam, que então ele se obrigou a se separar dela o que Inês entendeu o porquê. Que assim ela disse o olhando nos olhos.

— Inês: Deixa te ajudar a gozar. Não quero que volte desse jeito pra casa, Victoriano.

Logo depois Victoriano sentiu uma mão dela pegando na ereção dele, o que fez ele dizer baixo.

— Victoriano: Morenita.

Ele fechou os olhos e Inês começou mover a mão indo e vindo na ereção dele, até que ele gozou e descansou o rosto na curva do pescoço dela.

E ela riu dizendo.

— Inês: Agora podemos ir.

Mais tarde...

Nas altas horas da madrugada.

Em um quarto escuro de fumaça, Inês sozinha no meio dele gritava pela mãe, gritava também pedindo socorro e a chamando enquanto tossia e passava mal. Até que o corpo dela esmoreceu e forte braços a pegou do chão. Que quando ela sentiu a brisa de um vento mais suave e o brilho do dia que não tinha no quarto, ela abrindo os olhos e encarando o rosto de quem a tinha salvado, foi acordada do sonho que tinha antes mesmo de reconhecer quem era.

Victoriano havia acordado com os berros dela enquanto ela sonhava.

— Victoriano: Morenita, meu amor. Estava tendo um pesadelo. Se acalme.

Agora era o rosto de Victoriano que Inês tinha em frente dela que agarrando ele ao lembrar do sonho, ela disse chorando.

— Inês: Eu sonhei com fogo. Havia muita fumaça, estava escuro e eu chamava por minha mãe, Victoriano. Foi horrível.

Victoriano arrumou os cabelos dela e depois limpando as lágrimas dela com a ponta de seus dedões ele disse calmo, mas preocupado por tê-la voltando a ter pesadelos.

— Victoriano: Só foi um pesadelo que teve pelo que houve no estábulo, mas está tudo bem, Inês. Estou aqui, está tudo bem.

Inês suspirou agarrada em Victoriano.

Enquanto fora do quarto, Diana tinha escutado Inês gritando ao passar perto do quarto dos pais, que depois que ouviu um silêncio com ela já perto da porta preste a bater, ela desistiu imaginando que Victoriano já tinha acalmado Inês, já que não era a primeira vez que ela nem as irmãs ouviam gritos dela por um pesadelo no meio da noite, ainda que Diana não lembrava mais quando o último havia acontecido.

Ela então voltou fazer seu caminho que ia até a cozinha e encontrou Bernarda no meio da sala sentada em um sofá lendo. Que então Bernarda disse, quando viu Diana e conhecendo também aqueles episódios de sofrer pesadelos que Inês poderia ter.

— Bernarda: Inês ainda tem esses pesadelos?

Diana vestindo pijama e pantufa assentiu triste se aproximando mais dela. E a respondeu.

— Diana: Faz tempo que ela não tinha, vó. Não entendo o porque ela teve agora. Apesar que na noite passada ela...

Diana se calou sem saber que devia falar da forte crise que Inês havia sofrido uma noite antes de Bernarda estar com eles. Que notando que Diana tinha algo a falar, Bernarda disse.

— Bernarda: Ela o que querida? Senta aqui comigo e vamos conversar. Eu perdi o sono.

Diana suspirou. Bernarda era da família e família para ela significava ter que apoiar uns aos outros, que então ela disse resolvendo se abrir sobre o que tinha passado.

— Diana: Vamos pra cozinhar fazer um chá então, vó lá conversamos.

Bernarda sorriu fechando seu livro e se levantando do sofá.

— Bernarda: Como quiser, querida.

Já era manhã...

A família toda menos Inês, estavam tomando café e Victoriano saia do escritório dele, depois dele mesmo ter marcado uma consulta urgente com Santiago e que seria ainda naquela manhã. Queria Inês fazendo seu novo tratamento enquanto antes, já que a teve voltando ter pesadelos.

Era um sacrifício de amor que Victoriano seguia fazendo em permitir que Inês seguisse sendo paciente de Santiago. O que ele pensava que era melhor do que ele de novo pagar para ver, quando fez em não ouvir o médico que depois de ter tirado ela da clínica, ele ter falado que ela nunca seria mais a mesma. No passado, ele não o tinha o escutado mas ao ter sofrido as consequência de sua decisão, agora, Victoriano temia que as palavras de Santiago quando ele voltou ser médico de Inês, também serem certas, que se ele mudasse ela de médico e clínica psiquiátrica, o destino dela tornasse outro e ela terminasse pressa em um manicômio.

Que quando chegou na mesa, ele vendo Adelaide servindo ela, ele disse sério.

— Victoriano: As 9 Inês tem uma consulta, Adelaide, por favor avise-a e vá com ela.

Adelaide assentiu depois que colocou uma cesta de pães no meio da mesa e o respondeu.

— Adelaide: Claro, Victoriano.

Victoriano suspirou aliviado em poder contar com a senhora que para ele era seu braço direito em relação a Inês. O que Bernarda observava sempre quando estava na fazenda que a empregada que abominava desde do tempo que Fernando esteve vivo, ainda seguia tendo poder demais ali.

Que tomando seu café preto ela só seguia em silêncio, já sabendo em como Inês estava graças a Diana.

— Cassandra: Eu acordei com os gritos dela essa madrugada. Ela teve pesadelos, de novo, não é papai?

Cassandra disse com um pesar na voz e olhar triste que seria recriminado se Inês tivesse na mesa por Victoriano, que também respirou com pesar assentindo em silêncio. Enquanto Constância por ter escutado nada e se sentindo estranha por na noite passada não ter permitido que a mãe falasse com ela, ela disse sentida.

— Constância: Eu não ouvi nada papai. Ela estava bem ontem no jantar, além do mais fazia tempo que ela não tinha pesadelos. O que será que houve?

Victoriano suspirou agora querendo responder Constância e suas outras duas filhas que o olhavam junto com Bernarda. Que assim ele disse, o que para ele justificava o pesadelo dela, por ter reacendido lembranças dolorosas dela.

— Victoriano: Houve um pequeno incidente com fogo no estábulo ontem a noite quando estávamos juntos nele. E resultou que ela sonhou com o que houve com a vó materna de vocês. Foi isso.

Bernarda fria com o assunto que  a envolvia no passado de Inês e ninguém ali sabia. Apenas disse depois que ouviu Victoriano.

— Bernarda: Pobre Inês. Quando ela vai se libertar desses demônios do passado.

Adelaide encostada em uma parede observando a família se alimentar ou precisarem dela, era a única ali que não cria na falsa compaixão que Bernarda seguia demonstrando ter por Inês.

Mais tarde...

Bernarda já esperava Loreto chegar no segundo andar de um restaurante. Enquanto o esperava, ela só pensava em como ele havia descoberto que ela estava no México e o pior era o que ele fazia de volta também ao país.

Enquanto na clínica.

Inês estava em pé no meio do consultório de Santiago.

Tinha conversado sobre tudo com o psiquiatra dela, sobre tudo como sempre conversava como paciente e médico. Que como um livro ele seguia folheando-a, folha por folha com adoração e sem se cansar. O que o fazia ele saber de coisas muito intimas dela, por exemplo como ela e Victoriano poderiam ser apaixonados, quando em algumas consultas o tema da intimidade deles acabava sendo contadas para ele. Como naquela manhã que ela para explicar o pesadelo que havia tido, contou do pequeno incêndio no estábulo dando entender a Santiago o que ela fazia nele com Victoriano. O que um assunto assim, por ter complexos também como mulher por ter se tornado quem agora era, Inês revelava sem pudores suas inseguranças ao médico e Santiago a ouvia sem mostrar incomodo algum durante todos aqueles anos.

Que seguindo disfarçando seus sentimentos quando a ouvia insinuar que fazia amor com Victoriano, Santiago prescrevia novos remédios para o transtorno de personalidade que a depressão que ela sofria causava nela, mas também voltou a dizer quando a olhou.

— Santiago: Esperei que me desse a resposta sobre se voluntariar aqui Inês. Mas ela não veio e vejo que é um não.

Inês suspirou pensando como foi recebido por Victoriano o convite de seu médico e o respondeu, mostrando qual era sua decisão.

— Inês: Victoriano quer que eu trabalhe com ele na empresa. Então...

Santiago respirou fundo. Sempre via Inês debaixo das asas de Victoriano, sempre o via sendo dono dela e de suas vontades o que o aborrecia cada vez mais, que então ao ouvi-la e temendo seu incomodo não como médico, mas como homem mais especialmente naquela consulta com ela, fosse mostrado, ele disse.

— Santiago: Sempre é o que ele quer, Inês. Quando foi a última vez que realmente fez o que quis e não o que ele quis que você fizesse? Aposto que não lembra! E quando sair encoste a porta.

Ele entregou a receita para ela sem olha-la nos olhos mais. E Inês mesmo que estranhando a forma que ele falava com ela, ela disse pegando a receita sem querer rebater as palavras dele.

— Inês: Não me falou quando volto.

Ele respirou fundo quando a ouviu com sua voz baixa falando com ele. E ele então a olhou e disse mais brando.

— Santiago: Ainda essa semana vou pedir que marquem sua nova consulta, Inês. Estou preocupado pelos pesadelos que agora voltou a ter.

Ele voltou a desviar os olhos dos dela e se levantou impaciente outra vez. Queria Inês logo fora da sala dele, precisava para não explodir e mostrar seus verdadeiros sentimentos que havia ultrapassado a linha de médico e paciente e que ela não tinha notado ainda.

Que assim caminhado a frente dela para abrir a porta, Inês antes de atravessar a porta, ela disse depois que respirou fundo já não querendo deixar passar a forma que de repente ele passou agir com ela.

— Inês: Parece aborrecido comigo, Santiago. O que fiz? Quero que me diga antes que eu cruze essa porta o que está acontecendo!

Inês o mirou de olhos firmes e com eles brilhando com seu verde intenso, a espera da resposta dele. Que então Santiago fechou a porta e a mirando também nos olhos, ele disse, demostrando o descontentamento que tinha dentro dele e o estava sufocando.

— Santiago: O que está acontecendo, é que sigo vendo na minha frente uma mulher ainda jovem e linda mas que segue deixando seus querer na mão de qualquer um, deixando que sua vida seja controlada por todos menos por ela mesma. Essa mulher é você Inês! Toda a vida você foi assim, foi controlada e protegida por pessoas ao seu redor. E por se ver tão incapaz em tudo que faz, tem medo e não toma suas decisões sozinha. A verdade é que se acostumou a viver como está! Então tome o controle da sua vida, que te darei a alta que tanto deseja e se livrará desses remédios. Até a próxima consulta.

Ele abriu a porta outra vez e Inês piscou várias sentindo impactada pelas palavras dele que então antes dela passar pela porta, ela disse.

— Inês: Não volto na próxima consulta doutor Santigo nem muito menos voltarei a pisar aqui. Que passe seu dia bem, doutor.

Ela saiu e Santiago se sentiu desesperar com a decisão que ela parecia acabar de tomar. 

Ele então nervoso voltou para mesa dele e enfiou suas mãos entre seus cabelos. Não podia mais com aquele amor que guardava por Inês. Não podia mais fingir que não o incomodava ver ela temer que Victoriano tivesse outra mulher, enquanto ele só desejava ter a sorte dele e ser ele fazendo amor com ela, quando quisesse e aonde quisesse. Mas como não podia, ela tinha que seguir sendo paciente dele. Tinha que seguir!

 


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