Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 32
Capítulo 32




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Oi lindas. Eu queria lembrar antes que vocês lessem, que essa história como aparenta ser, tem o dobro de sofrimentos que já fiz em uma fanfic, ela é assim, ela é uma fic que abordei temas pesados e ela vai ser uma história grande que ainda está no começo que por estar, a felicidade aqui não vai estar no capítulo 40, então ela vai vim meio de jegue, pq não pretendo pular partes nem nada que ainda estar por vim para Inês ser feliz, superar seus medos e encontrar seu filho Fernando e serem assim todos felizes, que claro que vai chegar esse momento mas não vai ser agora. Então quem não estiver muito feliz lendo aqui, leiam as outras duas histórias minhas ou de outras escritoras, pq a felicidade aqui de cada personagem vai ser conquistada em cada capítulo muito bem detalhados, então paciência pq digo que muita coisa está para acontecer e eu escreverei todas com todo cuidado que eu tenho quando escrevo especialmente essa fanfic. Enfim, era isso, espero que gostem!!!

 

 

Victoriano saiu de onde estava e foi até  Diana e Bernarda. E então ele pegou gentilmente em um dos braços da viúva de seu falecido pai e sorriu para ela.

Bernarda por todos aqueles anos seguia vivendo sozinha em Barcelona dividindo apenas a mansão que morava com alguns empregados. Fernando com seu falecimento havia deixado pra Bernarda não só uma vida segura e cheia de luxos em Barcelona, como alguns imóveis, fora as ações na empresa de lacticínios que Victoriano era presidente assim como foi o desejo dele. Que com tantas riquezas, Bernarda não tinha do que reclamar, a não ser do que ela ainda superava. O que ela havia desejado mais que tudo e odiado ter perdido há anos para uma pobre coitada, que agora se fazia de dama e lavava o nome da família Santos. Inês era o lembrete que Bernarda tinha que aquela batalha ela havia perdido, que seu marido egoísta havia esquecido que ela também tinha direito a fazenda Santos, que agora tinha o nome de Morenita e que nela causava náuseas. Havia tanto rancor e ainda tanto ódio no coração de Bernarda, que a única coisa que podia consola-la, era quando ela estava na cidade do México e lembrava do que tinha feito, o que tinha lavado não só sua alma como de seu aliado.

Que em nome de seu desrespeito e ego ferido, ela tinha nas mãos não só o crime de um sequestro como o sangue da mãe de Inês, com sua tentativa inútil de afasta-la de Victoriano e o socorro que havia negado ao pai dele. Que todos seus delitos, Bernarda tinha certeza que levaria eles para seu túmulo assim como Fernando havia levado quando havia descoberto parte da verdade que a incriminava. O que ela quando pensava no pai de Victoriano, sentia o gosto também de seu triunfo sobre ele, o velho havia morrido sem voltar a ver o neto que agora já era um homem. Bernarda havia matado dois coelhos com uma cajadada só, Inês e Fernando Santos eram esses coelhos, enquanto Victoriano, o homem honesto e gentil, que era e levava os negócios da família com excelência desde então e que lhe sorria, ela sabia que o gosto do triunfo sobre ele, ela não tinha, mas seu cúmplice sim, Loreto sim. Que no final, ambos parceiros em tudo no que fizeram no passado, lavaram a alma quando perderam o que mais queriam.

E depois que sua memória trouxe detalhes de seu triunfo e um sorriso de poder nos lábios, Bernarda disse.

— Bernarda: Quanto tempo, Victoriano, meu querido.

Ela parou de frente para ele com Diana que havia a recebido no aeroporto ao lado dela, enquanto Vicente se aproximava pra cumprimenta-la também. Que entre outro sorriso, Victoriano a respondeu.

— Victoriano: Faz tanto tempo assim, porque só nos visita quando é convocada como agora, hum. 

Bernarda então andou devagar, se apoiando em sua bengala que usava, visando uma cadeira a frente da mesa, que Vicente afastou para ela sentar e também falou com ela.

— Vicente: Sempre é bom vê-la, Bernarda.

Ele deu a mão pra ela gentilmente, que para todos na sanclat, Bernarda só era uma senhora viúva e inofensiva que cuidava de seus interesses financeiros quando visitava a empresa. E assim, Bernarda disse.

— Bernarda: Digo o mesmo, Vicente. Esse lugar me faz ter bonitas lembranças. E sobre o que disse, Victoriano...

Ela pausou sentando na cadeira e seguiu.

— Bernarda: Sabe o porquê não os visito mais vezes.

Victoriano então a olhou em silêncio sabendo o porquê. Já que ele sabia que Inês e ela não se davam bem o que ele não gostava muito da situação, mas via que não podia intervir tomando nenhum lado. Tanto que já tinha presenciado trocas de farpas entre elas e Inês repetir o que algumas vez ela já havia dito no passado a ele, mas que por ter sido sempre em meio de suas crises, ele justificava o que ela ainda guardava dentro de si contra a viúva do seu pai, era consequências de tudo o que ela havia sofrido no passado. Que para ele, como Inês havia sido capaz inconsequentemente de ter rejeitado Constância, ele só pensava que para ela ser capaz também de criar contendas sem fundamentos contra alguém, no caso Bernarda, não era nada que podia surpreende-lo nem ter realmente a preocupação dele. Mas que por existir aquela diferença que ele acreditava que era criada por Inês entre as duas, ele sabia que se ela não existisse, ele seria capaz de fazer com que Bernarda em sua velhice ficasse com eles na fazenda e não sozinha como vivia.

 

Enquanto na fazenda horas mais tarde. Inês estava dentro de uma banheira de água morna e muita espuma. Já tinha horas que ela estava dentro daquela água enquanto em sua cabeça passava tudo o que havia acontecido na noite anterior e ela remoía cada detalhe. Como uma louca teve que ser controlada quando quebrava tudo no único lugar que tinha as lembranças mais viva de seu filho ainda bebê e tudo depois de ter ferido a filha que não conseguia amar como devia, por essas mesmas lembranças.

Com tudo em sua mente, ela tinha os olhos fechados e a cabeça jogada para trás, enquanto pensava arrependida do que tinha feito. Agora não sabia como ia levar seu dia, tampouco tinha forças de sair dali de onde estava e daquele quarto. Que por isso, só estava desejando ficar sozinha com seus pensamentos até deixar de sentir o que sentia e talvez ver uma solução para resolver o que tinha feito e em como ia chegar até Constância para pedir perdão a filha que ela tanto sentia que lastimava. Que por isso, não tinha coragem de encara-la. O medo. O medo de ser rejeitada e com razão por Constância era maior do que a pouca força que Inês tinha de sair de onde estava e encarar sua caçula, para contar as verdades que ela trazia no peito do porquê agia daquela forma com ela todos aqueles anos.

De olhos fechados, Inês podia ouvir de novo e de novo as palavras que havia dito a Constância e depois as de Victoriano quando ainda no calor do momento, ela desejou concertar as coisas com sua menina. E mais explicações como ela lembrava que Victoriano havia dito, feriria mais Constância. Ele tinha razão. Mas o que Inês ainda não sabia, era que ele mesmo já tinha dado o que a jovem precisava para entender que ela enferma outra vez, a tinha rejeitado por ter nascido menina. Inês então respirou fundo afundando seu corpo mais pra dentro da banheira e gemeu frustrada em seguida.

Todo mundo pregava que a verdade era melhor que a mentira, mas era sempre a verdade que tinha o poder maior de ferir alguém. E era isso que Inês sentia que faria com Constância quando dissesse que ela não teve nem o valor de amamenta-la ainda bebê. E Inês tinha certeza que ela com essa verdade a feriria mais do que já a feriu.

Inês então escorregou mais corpo para dentro da banheira, mergulhando a cabeça dentro da água e ali debaixo se fez um silêncio, onde seus pensamentos não falaram mais nem a levaram ao seus erros no passado com uma inocente menina e que agora virava uma mulher que ela ainda que fosse mãe dela, seguia ferindo-a.

Que foi então só vendo uma mão dela para fora da água sobre a borda da banheira, que Victoriano por estar de volta em casa para o almoço, nervoso enfiou sua mão e parte do braço dentro da água e puxou Inês pelos cabelos pra tirar a cabeça dela dentro da água.

Inês saiu já sem folego debaixo da água, que logo depois ela levou a mão na nuca de sua cabeça que foi aonde Victoriano tinha pegado e puxado os cabelos dela, que assim que ela levantou sua cabeça e viu ele de joelho pra fora da banheira ela disse descontente, alisando o local que doía.

— Inês: O que aconteceu? Doeu, Victoriano. Aprecio mais quando puxa meus cabelos dessa forma, quando estamos em situações diferentes que essa.

Enquanto Inês fazia cara de dor, Victoriano ainda nervoso bufou, ficou de pé e passou a mão no rosto, quando viu que estava tudo bem com ela. Ele tinha o coração acelerado pelo susto que tinha levado de ver Inês como estava dentro da banheira e assim ele disse, de voz grossa.

— Victoriano: O que pretendia, Inês? O que estava pretendendo estando assim dentro dessa água? Me matar do coração, mulher?!

Inês respirou fundo quando o ouviu. Pelo tom que ele falava, ela conseguiu entender o que ele tinha pensado ainda que não ousou falar. O que era o que ela não tinha intenção de fazer, que já pronta para tirar sua cabeça de dentro daquela água havia sido puxada dela daquela forma por ele. Que de novo ela sentiu aquele excesso de proteção vindo de Victoriano, aquela falta de confiança em sua sanidade que fazia ele trata-la daquela forma como se a qualquer momento ela fosse quebrar. O que ela odiava sentir que estava sendo tratada e subestimada daquela forma por ele. Que então nada contente, ela o respondeu.

— Inês: Eu não ia fazer nada do que sei que pensou, Victoriano. Não faça escândalos por não confiar que não sou essa louca que você e todos me tratam nessa casa.

Ela torceu os lábios depois que falou e virou o rosto para o outro lado para não vê-lo. E Victoriano bufou mais quando a ouviu. O que tinha vivido com Inês em seus dias de insanidade, nada podia ser esquecido por ele. Que se havia se assustado com tal cena, ele só pensava que ela era a única culpada por ter despertado nele mais de uma vez o medo de perde-la, ainda mais depois da noite que haviam tido. Que assim ele disse, ainda de voz grossa.

— Victoriano: Então agora é eu que estou fazendo escândalo e te titulando de louca, Inês? Depois de tudo que já passamos, eu chego e te vejo querendo se afogar dentro dessa água. O que queria que eu pensasse e fizesse, hum?

Inês empinou o nariz e olhou para parede em sua frente e não para os olhos de Victoriano, que depois de ouvi-lo sentiu que lágrimas vieram nos seus olhos. Pensava nas palavras dele e era consciente ainda que lhe custasse aceitar que com o que ela já tinha feito, uma cena como a qual ele havia visto dava razões a ele para aquela atitude dele. Só era doloroso demais saber que por ser quem agora era, ela tinha que ser tratada daquela forma por todos principalmente por ele, como um cristal quebrável que odiava tanto aparentar.

Que então sem ainda olhá-lo. Ela disse.

— Inês: Eu não estava querendo me afogar, Victoriano. Só isso precisa saber para voltar a sair pela porta que entrou e me deixar sozinha aqui como eu estava.

Ela então voltou se deitar na banheira e fechou os olhos como antes estava encostando a cabeça na borda.

E Victoriano respirou fundo. Lembrava da paciência que tinha que ter quando Inês estava como se encontrava naquele momento, como também lembrava das palavras de Santiago sobre como ela estava. Que por isso ele estava avisado que a mudança de humor dela poderia ser mais constante. Que então ele disse, fingindo uma calmaria.

— Victoriano: Temos visita, Inês. Além do mais, Adelaide disse que ainda nem deixou nosso quarto. Vamos descer, hum. Vamos ver nossas filhas e.

Inês soltou um riso fazendo Victoriano parar de falar e respirar fundo outra vez. Que assim ela baixou a cabeça, deixando os cabelos molhados caírem no rosto dela ainda tendo um riso irritante nos lábios. Ela ria por dois motivos. O primeiro era que Victoriano seguia falando com ela daquela forma, preocupado, a mesma preocupação que ele havia tirado a cabeça dela da água e essa preocupação parecia mais vinda de um pai e não de um marido, de um homem que fazia amor com ela. O homem que era esquecido, quando ela o ouvia falar como ele falava e agia. E o segundo motivo, era por ela estar ciente de quem era a visita que ele falava, que por mais isso não tinha um pingo de vontade de sair de onde estava.

Que então ela resolveu dizer.

— Inês: Está me dando ordens como se fosse também meu pai, Victoriano e sabe como odeio que faça isso, que me trate como se eu fosse mais uma de suas filhas. E sei que essa visita se trata de Bernarda, mas ela não é a minha visita e sim a sua. Então não vou descer pra recebê-la.

Victoriano passou a mão no rosto outra vez. Pensava que sendo brando como estava tentando ser, não resolveria nada, então ele foi pegar pendurado ao lado de um roupão de banho maior, um menor, que então ele disse com ele na mão e voltando até a banheira.

— Victoriano: Pense o que quiser, não ligo, Inês. Apenas saia dessa banheira. Nossas filhas vão estar também a sua espera. Então deixe de se comportar como uma delas que deixo de fazer o papel que me titula!

Inês riu outra vez, vendo Victoriano estender o roupão para ela. Que então ao invés de pega-lo ela fez o corpo dela escorregar outra vez para baixo da água da banheira e fechou os olhos para dizer.

—Inês: Estarei com elas quando Bernarda já não estiver em minha casa. Se quer seguir nesse papel que faz, siga também não vou me importar como não está se importando, Victoriano.

Victoriano bufou outra vez e largou o roupão em cima do balcão da pia, que então depois de fazer, ele voltou olha-la e disse por não se conformar nem entender do porquê Inês agia como agia quando o assunto era Bernarda.

— Victoriano: Deveria reconsiderar seja o que te fez agir assim com a viúva do meu pai, Inês. Nossas filhas a querem como avó e ela as quer como netas! Não entendo porque age assim com ela!

Inês então dessa vez sentou rápido na banheira e com uma raiva maior dentro dela quando o ouviu, ela respondeu.

— Inês: Falou certo, Victoriano. Ela é a viúva do seu pai! Portanto, ela não tem nenhum parentesco com nossas filhas. E sabe o que tenho contra sua querida madrasta!

Inês então ficou de pé na banheira e saiu dela tirando as palavras da boca de Victoriano, que ficou mudo vendo o corpo dela nu e molhado com água e pouca espuma nele. Que então ela, do lado dele pegou o roupão e voltou a dizer.

— Inês: E não se iluda em me ver saindo da banheira, porque vou me manter no quarto.

Ela começou a vestir o roupão e Victoriano voltou ao assunto x da questão que estava quando a viu coberta e a respondeu, sério.

— Victoriano: Sei que você no passado que vivemos quando te via adoecer, perdendo a razão, decidiu vê-la como inimiga, Inês. E não posso levar a sério com você naquelas circunstâncias, se por muitas vezes ela esteve ao meu lado me ajudando com nossas filhas quando você não pôde estar. Pense nisso, por favor!

Inês deu um sorriso amargo com o que ouviu e voltou até a borda da banheira, que com seus cabelos que pingava ela juntou eles nas mãos e os espremeu tirando o excesso de água. Que enquanto fazia, ela respondeu, Victoriano de costas para ele.

— Inês: Claro, eu estava louca. E quem acredita em uma louca, não é mesmo? Além do que, eu errei com você e nossas filhas inúmeras vezes. Então seja claro Victoriano quando quiser me jogar na cara isso. É grato a Bernarda. E eu o entendo.

Victoriano quando a ouviu desejou não ter falado que acabava de dizer. Inês como estava, ele sabia que falar com ela era como estar pisando em ovos e qualquer coisa que fizesse também, era como que se estivesse pisando em um campo minado, que qualquer passo falso a deixaria pior. Que então rápido ele retrucou as palavras de Inês que seguia como estava, sem olha-lo.

— Victoriano: Eu não quis fazer o que diz Inês. Eu só quis lembra-la que em meio ao que passamos, ela me ajudou muito com as nossas filhas. Mas vejo que acordou de uma maneira que será impossível ter uma conversa civilizada contigo. Agora me olhe, hum. Olhe pra mim.

Ao final das palavras dele, Inês o sentiu virá-la a segurando pelo braço. Que a fez ficar de cara com ele e que então ele pôde ver os olhos dela vermelhos. E ela o respondeu brava de olhos nos olhos dele.

— Inês: Já me lembrou, agora me solte e me deixe, Victoriano!

Victoriano ficou em silêncio por alguns segundos só a encarando assim como ela fazia com ele e depois a soltou, dizendo baixo.

— Victoriano: Realmente hoje não está sendo um bom dia para conversarmos. Mas sabe que estou aqui, sempre estarei aqui por você e para você Inês.

Depois de falar, ele refez seus passos e saiu do banheiro e Inês se desfez da sua postura inabalável, deixando seus ombros caírem quando o viu cruzar a porta.

E assim que Victoriano saiu do quarto, ele viu Constância que tirou a expressão séria que ele tinha no rosto, o obrigando a dar um leve sorriso e dizer.

— Victoriano: Adivinha quem já está lá embaixo.

Constância sorriu largamente quando ouviu o pai por já saber quem era que ele falava e desceu na frente dele.

Na sala. Bernarda estava sentada em um sofá ao lado de Diana.

Diana que havia recebido ela no aeroporto e enviado as malas dela com o capataz para fazenda antes que estivessem ali, fazia companhia para ela.

Como em sua última visita na fazenda que agora ela repudiava o nome, Bernarda via que ela seguia como sempre, bonita e próspera. Enquanto dentro da casa não tinha muita mudança, a não ser os gostos de Inês estampado em cada decoração. Que enquanto Diana falava com ela, ela longe daquela sala, só pensava em como poderia estar sendo sua velhice ali, mas Fernando não havia pensado nem um pouco nela. O que não a fazia se arrepender em nada do que tinha feito.

Que entre seus pensamentos ela ouviu a voz animada de Constância, dizer quando a viu.

— Constância: Vó!!!

Bernarda se levantou assim que a ouviu. O sorriso de Constância era enorme e seus braços abertos pediam um abraço enquanto ia até Bernarda. Que Diana de braços cruzados e também em pé e com um sorriso no rosto via as duas se abraçarem forte, enquanto Victoriano da escada parou vendo a cena e sorriu também.

Ainda que havia deixado Inês daquela forma no quarto, ele não podia deixar de sorrir, que pelo menos com Bernarda prometendo ficar por mais um dias depois da reunião que tiveram, faria bem a Constância aqueles dias que assim ele pensava que daria tempo para Inês colocar seus pensamentos no lugar referente a menina e o que tinha feito, que ele sabia por Adelaide que ela ainda não esteve com Constância depois do que houve muito menos com as suas outras duas filhas, que ele ainda queria descrição delas sobre a conversa que tiveram na noite passada. Que por ele ver Inês já agindo na defensiva com ele no banheiro, ele tinha certeza que se suas amazonas resolvessem expor o que tinha sentindo ao descobrir as verdades por trás das dores da mãe delas, deixariam Inês mais agressiva e relutante como estava a qualquer afeto vindo deles.

Tempo. Era isso que Inês precisava e ele via que era o que ela queria ter e sozinha, que por isso, em sua falha tentativa de fazer ela estar entre família, ele estava se rendendo as vontade dela, como ele fazia sempre quando ela estava como se encontrava e resolvia manter eles afastado dela por um tempo, que ele sabia que podia levar dias.

E assim logo depois Cassandra também chegou para o almoço e então, os 5 almoçaram juntos e Inês seguiu no quarto como era seu desejo.

Que ainda nele, quase no final da tarde. Inês estava na varanda. Ela olhava o pôr do sol dali como gostava de fazer, até que ouviu passos atrás dela e Adelaide dizer.

— Adelaide: Porque não desce, menina? Não pode ficar no quarto o dia todo, querida.

Inês suspirou sem querer olhar para trás. Estava em uma confusão de sentimentos e cansada de cada um deles. Tão cansada que enquanto via o brilho do sol sumir, só pedia por um novo recomeço, por algo que não a fizesse mais ser como era, que era tão instável e tão dependente de pessoas ao seu redor. Que sentida por ter Victoriano acatando suas vontades, ela disse.

— Inês: Devia deixar de se importar comigo, Naná. Victoriano fez isso. Depois que chegou só veio uma vez no quarto e sei que ele voltou para empresa e não veio se despedir de mim. Isso é porque essa mulher está em minha casa, no nosso lar.

Adelaide suspirou. Era nada que Inês pensava, tanto que quando ele havia voltado para Sanclat ao lado de Diana, ele tinha uma angustia contida nos olhos quando de novo deixou para ela o cargo de cuidar de Inês em sua ausência. Que então ela disse, se aproximando mais.

— Adelaide: Não é isso menina. Ele me disse que estava difícil hoje de lidar com você, mas que qualquer coisa eu o ligasse e ele voltava. Ele só está evitando uma abriga entre vocês que por sinal, Bernarda iria gostar muito de presenciar.

Inês suspirou outra vez e se virou rápido para dessa vez olhar Adelaide no olhos e disse.

— Inês: Ele sempre deixando alguém de olho em mim, quando não é você, é nossas filhas. Sempre tem alguém cuidando de mim, como que se eu fosse incapaz de fazer isso. Estou tão cansada de ser vista como essa incapaz de cuidar de mim mesma. Estou tão cansada, Adelaide!

Inês entrou para dentro do quarto levando as mãos nos cabelos e foi até aonde ficava seus remédios, na gaveta do móvel ao lado da cama. E então, Adelaide a respondeu, observando a angustia dela.

— Adelaide: E ficando aqui no quarto como está não vai mudar isso, menina. Não irá resolver seus problemas fugindo deles, como está fazendo seguindo aqui e nem tomando tanto remédios, que por sinal sei que não é hora deles.

Inês olhou para uma cartela de remédios nas mãos dela e suspirou, sentando depois na ponta da cama e disse.

— Inês: Não estou fazendo isso. Não estou fugindo de nada. Eu só quero ficar sozinha. Só não quero ferir mais ninguém. Porque quando me encontro assim, é só isso que faço Adelaide.

Adelaide se aproximou de Inês, sentou ao lado dela e a abraçou, fazendo com o que ela deitasse a cabeça em seu ombro e disse, mansa mas com verdades que Inês precisava ouvir.

— Adelaide: Está sim, Inês querida. Falou com Constância? E Cassandra e Diana, as viu hoje? Desceu para olhar nos olhos da mulher que sempre te subestimou em ser esposa de Victoriano? Não e não, menina. Então você está fugindo. Depois diz que está cansada, mas não muda essa situação.

Inês deu um sorriso fraco, tendo Adelaide alisando um ombro dela. E depois ela suspirou e a encarou, se separando dela e disse.

— Inês: Ninguém sente o que sinto. Então é fácil mandar em mim ou me mostrar uma saída que não consigo ter forças para segui-la. Eu faço tudo errado, Adelaide. Eu machuco quem me ama, quem se importa comigo e comecei fazer isso antes mesmo de me casar com Victoriano. Por isso não tenho forças pra ver Constância nem as irmãs dela. Não tenho forças para falar com minhas filhas sobre Fernando. Enquanto o sótão Naná. Errei com meu menino também, destruindo tudo o que me restou dele.

Inês se levantou descartando os remédios na cama. E Adelaide pôde entender o que ela falava menos a parte que a ouviu dizer que já falhava antes mesmo que ela se casasse com Victoriano. Que assim, também se levantando querendo consola-la, ela disse.

— Adelaide: Victoriano já falou com as meninas, Inês, por hora devia esquecer essa parte de querer dar explicações a elas. Então acredito que não vão te fazer perguntas, a não ser Constância que depois da noite passada, as duas precisam conversar sozinhas. Enquanto o sótão, não o destruiu como pensa, as coisas seguem lá dentro. E você que vai dizer o que fazer com elas, quando quiser que limpemos a bagunça que ficou.

Inês encarou Adelaide. Não recordava de ter escutado Victoriano mencionar aquela conversa que ele teve com as filhas deles quando ele foi procura-la. Que então ela disse, apenas preocupada com a tal conversa.

— Inês: E sabe o que ele disse a elas, Naná? Ele disse tudo?

Adelaide suspirou. Sabia que Inês temia ter mais pena de suas filhas além da verdade trazer feridas que podiam causar não só em Constância como também em Diana. Que então, mesmo que não soubesse dos detalhes da conversa que Victoriano teve com as 3 meninas da casa, ela confiava que ele tinha falado da melhor maneira que podia te feito. Que assim, ela respondeu Inês.

— Adelaide: O que sei, é que ele disse tudo o que precisavam saber. Depois do que você disse, já não poderiam ficar sem saber de Fernando, menina Inês.

Inês fechou os olhos unindo as mãos frente a boca dela. Adelaide tinha razão e ela também confiava que Victoriano diferente dela, tinha contado o que ela realmente já tinha começado de uma maneira que não lastimaria mais a filha deles. Que então ela disse, sentindo a mais tola das mulheres.

— Inês: Eu que tanto temia dizer o que me corrói todos esses anos, eu mesma disse e ainda feri minha menina Constância. A errada aqui sempre vai ser eu.

Adelaide tocou nas mãos dela juntando com as suas e disse.

— Adelaide: Estava fora de si. Não se puna tanto. Isso só te deixa pior, Inês.

Inês pensou nas culpas que carregava. Se punia em ter rejeitado Constância e pior ainda se punia ainda quando pensava na tarde que levaram Fernando dela e ela não pôde fazer nada. Se punia ainda em silêncio também por aquilo. Que então ela disse, se afastando da senhora.

— Inês: Me punir é tudo o que faço. Tudo que faço em todos esses anos, Adelaide.

A noite por fim caiu.

Victoriano estava de volta a fazenda, que quando chegou encontrou Inês quieta e lendo um livro fora do quarto, sentada em uma poltrona na varanda. Ele a observou em silencio por minutos, desejando se aproximar e tentar outra conversa com ela que terminasse pelo menos em beijos que o dia passava e nem isso haviam trocado, mas ele sabia que era mais provável que brigassem ou que ele falasse algo mais que o fizesse ficar de cabeça quente como tinha ficado o resto do dia. Que então ele só respeitou de novo a vontade dela em deixar ela sozinha e só tomou um banho e desceu.

E a noite quente e estrelada iluminava o céu que cobria as terras da família Santos, que em outra parte da fazenda, da varanda do segundo andar, que tinha dois sofás  e uma mesa e grande, com vasos com plantas verdes nos cantos das paredes, Bernarda observava tudo sozinha e em pé com mãos nas grades.

Cada hectares que seus olhos conseguiam ver era uma respirada de ódio e rancor que ela dava. Passaria quase dois dias ali, disfarçando o que realmente sentia. O que era uma provação para viúva de Fernando Santos, mas também, era a glória, que podia ver de perto os efeitos de sua faceta jamais descoberta. Ver Inês definhando cada ano, na mesma depressão e transtornos que Bernarda sabia que era decorrente do sequestro do primogênito daquela família, era mais que um consolo para ela. Era sua alma lavada, do egoísmo do seu falecido esposo e da pobre coitada, que havia chegado na fazenda, há mais de 22 anos para tomar o lugar dela e que agora ela via de camarote ela pagar caro por aquela ousadia.

E assim dispersa, como estava, Cassandra se aproximou dela e disse.

— Cassandra: Vó, Bernarda. O jantar já vai ser servido.

Cassandra ofertou um sorriso jovem para Bernarda.

E Bernarda que estava de costas se virou para filha do meio de Victoriano. Cassandra para ela, era uma jovem mulher que lembrava mais Inês do que Victoriano, por recorda-la quando viu Inês a primeira vez. O brilho nos olhos de Cassandra eram os mesmos de Inês na época, eram meigos, mas cheio de vida o que tinha agora mudado.

Cassandra era assim. Era calma e nada impulsiva, diferente das irmãs. E assim Bernarda sorriu para ela de volta. Apreciava sem fingimento as filhas de Inês com Victoriano, até Diana que não tinha o sangue deles, mas apreciava mais ainda vê-las querê-la como avó de verdade e saber que Inês deixava estampado no rosto dela o quanto ela abominava aquele querer de suas filhas.

O que Bernarda acreditava, que dê alguma forma, Inês poderia sentir ainda sem entender o que ela tinha sido capaz de saber. A louca da família como sempre julgaria assim, parecia poder sentir o mal que ela carregava. E Bernarda sentia poderosa sobre isso, mas nunca ameaçada por Inês deixar evidente a ela o desprezo que tinha dela. Afinal, ela tinha todo amor e gentileza das três jovens naquela casa e o respeito e gratidão vindo de Victoriano. Por tanto ela pensava que Inês nunca seria uma ameaça, nada que ela dissesse e nem seu desafeto que criam que era sem fundamento, não podia atingi-la como para deixar em evidência o que ela tinha sido capaz de fazer.

E assim momentos depois. Estavam os 5 na mesa.

Victoriano sentado na ponta da mesa observava suas três filhas, que acabavam de se juntar na mesa. Ele tinha um riso discreto na boca ao ver suas amazonas conversando com Bernarda. Era como que a noite anterior não tivesse existido e pelo menos elas estavam bem. O que só fazia ele pensar que a presença de Bernarda fazia bem a elas.

E que tirando ele dos pensamentos que tinha, ele ouviu Constância dizer animada demais.

— Constância: Quero passar minhas férias de inverno novamente contigo, vó. Estou com saudade da neve.

Bernarda sorriu. Tinha tido mais de uma vez Constância mais nova alguns dias com ela em Barcelona. Ela era a única que pedia para estar com ela, enquanto Cassandra e Diana já tinham ido mais jovens quando Victoriano a visitou por duas vezes. E assim ela disse, por aquelas visitas de Constância a ela terem diminuído com o passar dos anos, o que ela sabia o porquê.

— Bernarda: Claro, querida. Quando quiser e quando seus pais permitirem,  será bem vinda.

E Constância ciente que precisava da permissão que ela sabia que viria fácil de Victoriano, disse.

— Constância: Meu pai deixa vovó, não é papai?

Constância olhou para Victoriano de olhos que brilhavam esperançosos. Que pelas coisas que andavam passando com a mãe, Constância só pensava que uma viagem de férias perto de alguém que a queria bem, era o que ela precisava. Que então Victoriano no fundo ao olhar os olhos dela e ver aquela alegria brilhando ele sorriu e pensando o mesmo que ela e disse, sem ter nenhum motivo para não deixar ela ir.

— Victoriano: Claro, filha. Uma viagem nas suas férias te fará bem.

E então logo depois, eles ouviram a voz de Inês dizer.

— Inês: Mas eu não deixo, Victoriano. Constância já passou parte das férias do ano passado com você, Bernarda. Então esse ano ela não vai. Boa noite, queridas.

Inês sorriu se dividindo para olhar para suas três filhas na mesa, deixando claro que seu boa noite só foi direcionado a elas, mesmo negando aquele pedido de Constância que ela conseguiu muito bem ouvir e Victoriano autorizar sem consulta-la.

Todos olharam Inês, surpresos. Ela estava maquiada e bem vestida para o jantar e não com roupa de dormir e sentando no lugar dela. Que quando ela sentou, e Candela já se preparava para pôr um prato a mais na mesa para ela, Victoriano disse, se desfazendo da surpresa que tinha no rosto por vê-la na mesa com eles.

— Victoriano : Acho que ainda é cedo para discutirmos sobre isso. Ainda estamos na metade do ano pra falar das suas férias, Constância.

Constância suspirou e buscou os olhos de Bernarda já não mais alegre como estava. Pois Inês na mesa trouxe a ela novamente tudo que havia sentido na noite passada e a história que Victoriano tinha contado a ela e suas irmãs. História na qual trouxe a certeza a ela que ela era a filha rejeitada pela mãe, por culpa de um irmão que já nem estava entre eles.

Enquanto Diana igual Cassandra, por ter estado morrendo por estar com Inês, o que foram obrigadas se conter para não entregar que já sabiam de tudo no calor da emoção que já estava sentindo em só vê-la e lembrar de tudo que agora ela e as irmãs, sabiam, ela disse, de olhos emocionados.

— Diana :Que bom que desceu para estar no jantar com a gente, mamãe.

Diana sorriu para Inês que sorriu para ela de volta e depois ela buscou o olhar de Constância que desviou dos dela. Bernarda viu Inês na hora falhar em sua postura quando baixou a cabeça e ela percebeu ela suspirando. E então ela sorriu por dentro e pegou na mão direita de Constância e disse, para todos ouvirem mas com a intenção de provocar só uma pessoa na mesa.

— Bernarda: Estou pensando em alugar um imóvel aqui e assim passar mais tempo com vocês, querida. Assim não precisará viajar sempre pra me ver.

Inês olhou Constância sorrir para Bernarda e ela apertou o cabo de um talher que havia pego, com raiva. Tinha ciúmes de ver Constância sorrir daquela forma para Bernarda e ver ainda mais aquela cumplicidade das duas, que ela sabia que não teria nunca com ela.

Ela teve que deixar de olhar, quando agora Jacinta teve que por polenta no prato dela. E então ela ouviu Cassandra dizer.

— Cassandra: Que notícia boa que nos dá, vó Bernarda. Mesmo que eu ache que devia ficar conosco. A fazenda é tão grande.

Diana quando a ouviu. Alheia  da seriedade como as irmãs daquela interna briga da mãe delas com a tal senhora que viam como avó, disse, contente com o que ouviu de Cassandra, assim como Constância havia ficado ao ouvir também.

— Diana: Penso o mesmo que Cassandra, devia ficar conosco.

E Constância expondo mais sua alegria, disse.

— Constância: Seria tão maravilhoso! Papai, por que não faz nossa vó Bernarda morar com a gente? É a única vó que temos.

Victoriano viu Inês o olhando com uma expressão dura no rosto como que se ela tivesse desafiando, ele a fazer aquele convite que ela nunca aceitaria de Bernarda morar com eles. Mas Bernarda rápido disse.

— Bernarda: Queridas, aonde moro agora, refiz minha vida com o avô de vocês e lá tenho as melhores lembranças dos últimos anos que estivemos juntos, então não penso em deixar pra sempre Barcelona. Apenas queria visitar vocês mais vezes.

Constância murchou no seu lugar. E disse.

— Constância: Acho tão injusto ver que mora sozinha lá se sua família está aqui, vovó.

Victoriano então pigarreou limpando o lábio com o guardanapo. Tinha que intervir naquele assunto e faria da maneira que ele achava mais sensato falar diante das filhas, que em privado com Bernarda, ele sabia que para aquilo acontecer a conversa teria que ser entre ele, ela e Inês. Que assim ele disse.

— Victoriano : Quando Bernarda resolver que não quer viver mais sozinha, ela será muito bem vinda em nossa casa e terras, filha.

Inês levou na boca o copo de água gelada que tinha ao lado esquerdo dela e olhou suas filhas. Pela noite passada, sabia que estava devendo, estava em dívida com elas ainda mais com Constância. Que por isso, se fosse contra aquelas palavras de Victoriano ali mesmo, ela sabia que seria ela a prejudicada e só Bernarda a vítima que então ela ficou calada, mas também sem dar um sorriso a mais na mesa e nem olhar Victoriano. Que acreditou que ele seria capaz de fazer o que dizia sem consulta-la.

Momentos depois. Depois do jantar.

Inês saiu da casa quando viu que Constância tinha feito o mesmo.

No pátio da fazenda, Constância estava de braços cruzados. Ela olhou o céu que tinha bastante estrelas e pensou em como seria viver longe da fazenda, longe dos pais ou melhor da mãe. Ela tinha ainda recentes 17 anos e faltava muitos meses ainda para se tornar dona do próprio nariz, que então por isso sabia que precisaria de permissão, para não só passar as férias com Bernarda, mas morar com ela. Ela sorriu de lado. Tinha boas lembranças da senhora que amava como vó e que mesmo longe, quando podia era mais presente na vida dela do que a própria mãe que dividia o teto com ela.

Constância então sentou em um banco de concreto perto do jardim. Havia repassado todas as palavras de Victoriano na mente. Não era mais uma menina que não podia entender que o que a mãe dela havia passado havia sido grave demais para comprometer a sanidade dela, mas também por não ser uma menina, não podia ignorar as marcas que já tinha dentro do seu peito causado pela falta de amor que sempre sentiu que era dado menos a ela pela mãe e que agora entendia muito bem o porquê.

E com uma lágrima descendo do rosto é que ela, sentia de novo que ainda sabendo de tudo que ela acreditava que era “tudo” ainda assim doía nela. Que foi ela limpando um lado do rosto que ela ouviu.

— Inês: Podemos conversar só nós duas, filha?

Inês suspirou nervosa depois da coragem que teve de ir ali e pedir por aquela conversa ainda naquela noite. Que vendo Constância se levantar e mira-la, ela mexeu nos dedos mais nervosa. Que a encarando, Constância disse.

— Constância: Não. Eu não quero chorar mais. Pelo menos não enquanto minha vó esteja aqui, mamãe.

Inês abriu a boca erguendo a cabeça. Queria gritar dizendo que Bernarda não era avó dela, mas se conteve de novo e disse.

— Inês: Não vai, filha. Só quero que conversemos. Precisa me ouvir. Sei que seu pai conversou com você e suas irmãs. Mas queria que principalmente você, me escutasse.

Constância suspirou, segurando as lágrimas e o tremor que sentiu em só pensar que ouviria de Inês que era certo, que era certo que ela havia sido rejeitada por ela por ter nascido menina. Que temendo cutucar mais essa dor, ela disse.

— Constância: Sei que gosta de me machucar. Mas respeite minha decisão, mamãe. Hoje não quero ouvi-la, hoje não quero permitir que me machuque.

As lágrimas desceram dos olhos de Constância que então ela limpou com as mãos e saiu quase correndo voltando para dentro da casa, não dando tempo para Inês voltar insistir. Que agora ela sozinha ali, sentou no banco que antes Constância estava e soltou algumas lágrimas.

Por trás dela, do alto do segundo andar Victoriano da varanda observou a cena e sentiu logo depois Bernarda tocar no ombro dele e dizer.

— Bernarda: Permita você Victoriano que Constância passe uns dias comigo mesmo antes das férias dela. Pois está claro sem eu precisar saber com detalhes que algo grave está passando entre elas duas.

Victoriano suspirou sem ainda olhar Bernarda e disse.

— Victoriano: Não posso separar Inês de Constância sem que ela permita, Bernarda. Ela é mãe dela e se ela não quer nem que seja nas férias que nossa filha a visite, não posso fazer nada.

Bernarda deu uma revirada de olhos. Mas sabia aonde tocar na ferida daquela família. Sabia porque era também ela a causadora dela. Que então ela disse.

— Bernarda: Então vai permitir que Inês siga ferindo a filha de vocês, porque ela não consegue superar a perca de Fernando? Constância merece Victoriano, seguir sendo o alvo da mãe por algo que aconteceu mesmo antes dela nascer? Eu me preocupo com essa menina, tanto que estou sugerindo que esses dias dela comigo, sejam antes das férias dela!

Victoriano então se virou para Bernarda, mas não disse nada. O silêncio dele era a resposta que ela entendia que ele estava pensando nas palavras dela. Que então ela voltou a dizer.

— Bernarda: Vou ficar mais uma noite aqui. Pense nessa hipótese, Victoriano querido.

Ela tocou de leve nos braços dele e depois saiu com um riso nos lábios que não pôde conter. E quando Victoriano voltou a olhar para o pátio da fazenda, não viu mais Inês nele.

 

Bernarda entrou no quarto que dormiria na fazenda e já tinha todas suas malas. Que então assim que se aproximou da cama grande de casal ela pegou seu celular que mostrava uma mensagem e leu. Nela dizia que ela teria um encontro no dia seguinte com Loreto.

 


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