Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Oi lindas. Vamos começar maratonar amor sem medidas? Espero que desfrutem dos capítulos. Beijos.



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Era manhã e Victoriano acordava sem Inês na cama. Havia visto ela dormir em um sono profundo toda noite, que naquela semana passada não viu. O que ele pensou que as doses de remédios que Santiago havia aumentado para ela tinha surgido efeito, e isso poderia ser bom, mas Victoriano sabia que não era. Não era bom Inês só dormir bem a base de remédios, mas era pior pra ele saber, que ela em crise passava noites em claro sem eles.


E enquanto Victoriano acordava e se levantava, Inês de robe por cima de sua camisola, saía em silêncio do quarto de Constância. Havia passado alguns minutos com ela depois que despertou, e então depois dela fechar a porta devagar, ela olhou para seu lado direito do corredor. Se ela seguisse em frente, ela encontraria uma pequena escadas de poucos degraus e chegaria no sótão. E então ela suspirou pensativa . Sentia saudades de Fernando, e alguns minutos dentro do sótão, para ela, era como que passasse um tempo com ele, pelo menos com suas memórias.


Mas então assim que seus pés iam tomar a direção desejada, ela ouviu por trás dela.

—Victoriano: Por favor Inês, hoje não.

Inês parou de mão na parede sem querer se virar ao ouvir Victoriano falar. Ele sabia qual era a intenção dela e ela suspirou nervosa. Não gostava de ser impedida por ninguém quando tinha vontade de estar no sótão, e então ela disse, ainda sem olha-lo.


— Inês : Sabe que não gosto que me impeça de estar no sótão quando quero, Victoriano.


Logo depois, ela se virou para olha-lo de lábios torcidos e séria. Ainda estava próxima a porta de Constância. E Victoriano certo do porquê impedia Inês de ir até o sótão, a respondeu de braços cruzados e baixo.


— Victoriano: Acredito que não é enfiada nas lembranças que aquele lugar te trás, que irá melhorar . Então me escute e não vá, Inês.

Victoriano pegou em um braço de Inês. Não foi rude, mas claramente não ia deixar ela dar mais passo algum, a não ser de volta para o quarto deles.


Era pouco depois das 6 da manhã, e o dia apenas se iniciava e por isso, só tinha eles ali no corredor. E então não querendo relutar aonde estavam, Inês só puxou o braço e seguiu de volta para o quarto deles, com Victoriano atrás dela.

Quando entrou, ela nervosa tirou o robe jogando no colchão da cama e parou de frente ao móvel ao lado dela. Nele ela viu uma jarra com água que sempre ficava ali ao lado de um copo, então ela abriu a primeira gaveta do móvel e pegou uma cartela de remédios pra tomar suas primeiras medicação do dia . Ela tirou dois comprimidos, encheu o copo e os levou na boca com a água logo em seguida.


Victoriano a observava de costa pra ele tomar toda a água junto aos comprimidos. E depois que ele deu um longo suspiro, ele disse.


— Victoriano : Sabe que respeito aquele lugar e quando quer estar lá, Inês. Mas tem momentos que penso que aquele sótão só te faz mal. Então se quer ficar melhor da crise que teve, fique longe dele por esses dias, hum? Por favor.


Ele caminhou até ela, beijou por trás dela os cabelos e segurou nos braços dela os acariciando, querendo que ela o entendesse. Enquanto Inês, suspirou de copo na mão fechando os olhos, e disse.

— Inês: Por hoje cedi mas não se acostume a fazer isso. Sabe quando tenta me impedir de estar no sótão, acabamos sempre brigando, Victoriano. Naquele lugar tem tudo que restou de nosso filho. Não me faz mal. Me acalenta.

Victoriano então soltou os braços dela e se afastou. Discordava do final das palavras dela. Mas não queria discutir com ela ainda mais, naquela hora da manhã aquele assunto. E então ele disse.

—Victoriano :Não vou discutir sobre essa questão com você sendo tão cedo, hum. Porquê sabe que não é só isso que aquele santuário que transformou nosso sótão, te faz.


Depois de falar, ele se afastou e Inês o olhou deixar o quarto e ir até a varanda. O sol saia dando a luz do novo dia, e dali da sacada do quarto dava pra vê-lo além dos muros da fazenda, nascendo.


E ela então suspirou com pesar lembrando da noite passada, do susto com Constância e depois do final da noite quando ele a procurou como mulher e ela não esteve nos braços dele como ele necessitou.

E então ela disse, se aproximando devagar dele.

— Inês : Me perdoe por essa noite ter te faltado como mulher outra vez, Victoriano.


Victoriano suspirou pesadamente depois de ouvi-la e olhou ela de lado. E então dos lábios dele saiu um sorriso mas sem humor algum.


Não era mais um jovenzinho que não podia passar uma noite sem ter sua mulher na cama e nem ouvir um não dela. Ele sabia entendê-la. Victoriano sabia entender como Inês era. Já levava quase 3 décadas de casamento com ela, pois 22 anos, eram apenas os anos passados depois do nascimento de Fernando e antes deles, teve mais quase três de já casados e um de conhecimento. Eram quase três décadas de casamento pra que naquela altura do campeonato que estavam, ele fazer de um não uma tempestade e ainda ouvir Inês pedir perdão por isso. Mas a explicação de sua atitude estava estampado no rosto dela, e ele sabia que com ela qualquer coisa que lhe desse insegurança no casamento deles, era sim uma tempestade. Qualquer coisa poderia fazer ela sofrer com tamanha intensidade, que a levava ter dias de cama, como recentemente tinha tido.

Ela sentia tanto, era tão instável emocionalmente, que ele sempre temeria o bem estar emocional dela. E ele como homem e marido, poderia muito bem lidar com ausência de dias e de até meses que já teve de Inês como mulher fora da cama dele, o que ele não sabia lidar e nunca saberia, era ter ela longe como teve por vários meses nos quais a tinha perdido enquanto ela esteve internada e afundada em meio a dor que passaram. Tais dias ainda que já passados anos, nunca deixaria de assombrar a mente de Victoriano.


E assim ele disse, totalmente descontente.


— Victoriano : Não diga bobagens, Inês. Não tem que me pedir perdão por isso. Sou um homem já maduro que levo anos casado contigo, para nessa altura ter que me pedir perdão por uma noite não termos feito amor .


Victoriano respirou até mais agitado ao final das suas palavras. O que para ele era tão pouco, uma bobagem o que Inês havia dito, para ela significava muito. Significava fracasso, mais um como mulher. O que ele não podia medir o efeito de muitas coisas que passavam na mente dela . E assim, vendo que ele não havia gostado de ouvi-la falar como tinha falado, Inês suspirou de olhos fechados. Agradeceria sempre aos céus, a vida, a qualquer coisa que lhe deu um homem como Victoriano, que mesmo o tendo sempre tão perfeito com ela, ela sempre errava, sempre fracassava. Pois sentia que fazia isso. Sempre se sentiria assim depois de tudo que houve com eles.


Mas então ela pegou em um braço dele, tocou levemente e depois deu um beijinho ali e disse, quando subiu o rosto e o olhou com ele olhando sério pra ela. O que ela preferiria ter aquele olhar vindo dele, do que o de pena.


— Inês : É o melhor marido que uma mulher como eu poderia ter, Victoriano. É tão perfeito que morro de medo de perde-lo. Eu te amo tanto, meu amor.

Victoriano então suspirou, deixando a tensão que se apoderou de seu corpo ir. E como estava de lado, ele se virou de frente pra ela e a puxou para os braços dele. E quando seus braços rodeou a cintura dela, ele disse a olhando nos olhos .


— Victoriano : Sou louco por você desde da primeira vez que te vi. Não vai me perder, porquê nunca vou te deixar morenita. Pra mim te deixar um dia, eu teria que morrer. Só assim.

Inês beijou o peito dele agarrada a ele, e disse cheia de medo.

— Inês : Não, não fala isso. Não consigo ver uma vida sem você ao meu lado.


Ela levantou o rosto para olha-lo e ele a olhando também, a respondeu muito certo do que dizia, por já ter passado por aquela experiência.


— Victoriano : Nem eu vejo, morenita. Uma vida sem você ao meu lado, não faz sentido algum pra mim.


Ele então com os dedos abaixo do queixo dela, tomou os lábios dela em um beijo lento e depois um despertador soou lembrando que as horas do dia estavam passando.


E mais tarde na mesa do café da manhã.


Victoriano não estava mais, mas as filhas com Inês sim.


Terminavam o café da manhã em harmonia e em uma conversa animada. Constância sorria demais depois da noite passada, e buscava os olhos de Inês entre alguns sorrisos e por graça, ela tinha eles de volta.

E então assim na mesa, Cassandra disse por querer mais daquele momento com elas quatros juntas, depois dos dias que Inês se pôs distantes delas.


— Cassandra : Poderíamos ir na cidade hoje, nós quatros ao final do dia. Que tal?


Diana passava manteiga no pão dela. E então ela respondeu Cassandra, com um sorriso.


— Diana : Eu gostei da ideia.

E Constância mais animada ainda, diferente de muitas vezes se negar estar entre as irmãs e a mãe, já que se sentia sempre em meio delas duas ter que competir para ter a atenção de Inês, ela disse, cheia de ilusões que dessa vez não se sentiria dessa forma.

— Constância : Eu também gostei . Há tanto tempo que não fazíamos isso.

E então, já que tinha as irmãs de acordo, Cassandra buscou olhar para Inês, que ficou calada e disse.

— Cassandra: E a senhora o que diz, mamãe?


Inês então suspirou baixo. Via as três filhas de olhos esperançosos e animadas, mas ela não tinha tanta animação assim para aquele momento e por isso pensava que aquele passeio poderia ser melhor sem ela. E então ela disse.

— Inês : Eu penso que talvez vocês três como irmãs, podem ir juntas. O que vão fazer com uma velha como eu ao lado de três jovens tão belas? Vão e divirtam-se.

E Diana rápido e discordando de Inês, disse.

— Diana : Que isso mamãe. Ainda é jovem e linda!

Inês sorriu de lado com as palavras de Diana. Quarenta e dois anos era a idade que ela já tinha. E então, Cassandra concordando com a irmã mais velha, disse logo.

— Cassandra : Diana tem razão. Além do mais, tem um moço que viu sua foto mamãe em meu celular na construtora que trabalho e te encheu de elogios .

Diana quando a ouviu riu e brincou.

— Diana : Que Don Victoriano nunca saiba que anda despertando paixonites de homens mais novos, mamãe.

Inês tinha ficado levemente vermelha que sem jeito, ela disse.

— Inês : Parem, isso é os olhos dele que viram demais e de vocês, filhas. Cada ano que passa vocês estão mais mulheres e eu envelhecendo. É a lei da vida.

E com fim do assunto, Constância disse de tom baixo, com sua animação que tinha ido embora.

— Constância: Então é isso, não vai mamãe?

Inês parou de comer a fruta que tinha em fatias em seu prato, e limpou os lábios devagar quando ouviu Constância. Diana e Cassandra olharam sua irmã mais nova, e Inês, resolveu perguntar séria.

— Inês : Seria importante pra você que eu vá?

Constância ergueu a cabeça que por um momento deixou ela baixar. De novo sentia tantas coisas que só a feriam e a colocava como a menos querida das irmãs. O que ver Inês não querendo ir em um passeio que ela também estaria, seu ciúmes a cegava novamente e dizia que era porquê ela decidia ir também. E então ela expõs novamente.

— Constância: As vezes penso que te incomodo quando estou por perto. E se não vai, vou seguir pensando isso.

Ela desviou o olhar para outro lado e todo o clima leve que estava na mesa, se foi por um instante. E Diana disse, por ver Inês em silêncio e pensar que mais uma vez poderiam cometer o erro que ela e Cassandra haviam cometido.

— Diana : Conny por favor.

Mas logo Inês disse, decidida em dar aquela alegria para suas filhas, mas principalmente Constância.

— Inês : Deixe ela, Diana. As vezes minhas atitudes a fazem pensar isso. Mas eu vou, e quero que as três estejam comigo.

E Constância então sorriu junto com as irmãs.


E assim o dia começou passar.

Mais uma reunião na Sanclat tirava do sério Victoriano Santos e seus sócios. Tinham planos e eles haviam sido frustrados. Daquela vez Victoriano não saia vencedor e ele começava terminar seu expediente na empresa, com o humor dos infernos dentro dela.


E no meio de um shopping depois de uma sessão no cinema e passeios nas lojas, com duas pequenas bolsa de compra, Inês a frente de uma cabine de fotos esperava suas três filhas que entraram nela pra tirar fotos juntas.


Tinha um banco ao lado dela, e Inês então pôs as bolsas nela e cruzou os braços de sorriso no rosto ainda na espera delas.

E assim as três saíram. Diana tinha uma tira de pequenas fotos reveladas na mão, que tinha elas e as irmãs fazendo graça nas selfies tiradas.


E então, ela disse animada vendo Inês sorrindo.

— Diana : Agora é a sua vez de tirar foto com a gente mamãe.


Inês não teve tempo de responder, e foi puxada pela mão por Diana. E depois dentro da cabine, estava ela e suas três filhas. Ela no meio, Constância do lado direito dela e Diana e Cassandra do lado esquerdo.

Dentro da cabine de fotos, sorriam pra câmera depois de pagarem com a ficha e faziam caras e bocas. E então depois de alguns flashs, saíram da máquina uma tira de mais fotos, mas com Inês nelas.

E Cassandra que pegou as fotos, já fora da cabine, ela disse animada.


— Cassandra : Ficamos lindas!

E Constância querendo ver as fotos, por trás de Cassandra, disse mais animada que ela.

— Constância : Aí deixa eu ver, Cas!


Cassandra então mostrou para Constância que logo, teve Diana ao lado delas, enquanto Inês só sorria as vendo. Estava exausta mas feliz. Olhando para suas filhas enquanto caminhavam para fora do shopping, Inês só pensava que devia ter mais momentos como aqueles com elas. Além de ter passado algumas horas bem com elas, suas meninas estavam crescendo e ela sabia que o dia delas deixarem o lar casadas ou não, uma hora ia chegar e então ela não as teriam mais perto assim, e nem momentos como os que acabavam de ter, que sem dúvidas aquele final de tarde traria boas lembranças entre elas.


O sol já tinha caído.

Victoriano chegou em casa sem ainda ter suas 4 amazonas nela . O que em outro momento ele questionaria a falta delas, mas se contentou em só saber por Adelaide que elas estavam em um passeio juntas e logo estariam regressando.


O que fez ele se dirigir para o escritório, e se servir de um licor bem forte, que virou o líquido todo goela abaixo e depois trocou por um copo de conhaque.

Havia coisas que não mudaria nunca em Victoriano, que antes jovem fazia tudo para ter o que queria e agora já mais maduro, seguia da mesma maneira. O que por isso, não lhe agradava perder. Perder uma aposta, um contrato de vendas, qualquer coisa que no final, ele saia perdedor o deixava de humor dos infernos. Ainda que a vida o havia mostrado por um tempo que havia coisas que poderia ser percas irreparáveis, ainda assim o Victoriano Santos que cresceu impulsionado pelo pai a ter sucesso em tudo, não sabia lidar com algumas percas. Como a que teve. Pois a empresa de laticínios S.A, não seria dele nem de seus sócios.

E então ele bufou afrouxando a gravata e sentou no sofá do seu escritório de copo na mão.


Além de odiar perder, Victoriano odiava perder tempo. Tempo perdido para um homem de negócios como ele era, significava dinheiro perdido. E naquelas semanas que havia passado, não só ele tinha perdido tempo, mas também seus sócios, que contavam com a compra da empresa falida que fundiria com a dele.


E longe do escritório, Inês com suas filhas chegavam.

Diana passou a frente e viu umas flores amarelas na mesa de centro logo na entrada da casa, que curiosa Conny chegou primeiro nelas e puxou o cartão que tinha entre a flores e leu alto.


“ Eu disse que seria meu pai que compraria a empresa, baby. Regresso a México a semana que vem. Espero te ver. A. G. “


Não precisou de nome para saber pra quem eram aquelas flores e quem estava por trás delas. Apenas com as palavras e as siglas finais que Constância havia lido, Diana sabia que eram pra ela.


E então Inês buscou os olhos de sua filha mais velha. Havia entendido também o que acontecia e ela buscou ao redor Victoriano, que quando viu Candela chegar na sala, ela disse.


— Inês : E Victoriano?

E a jovem logo a respondeu.

— Candela : Ele está no escritório, dona Inês. Eu só queria saber que horas serviremos o jantar a essa noite.


Inês suspirou pensando em Victoriano, e então disse, olhando as filhas.


— Inês : Eu ainda não tenho fome. As meninas podem decidir que horas.


Cassandra então pegou as bolsas de compras que deixou na mesa ao lado das flores de Diana e disse.


— Cassandra : Eu estou cheia de fome vou subir e depois descer pra comer.

E Constância também disse.


— Constância : Eu ainda não estou.

Enquanto Diana pegou as flores, e disse baixo, quando buscou os olhos de Inês. Ambas conheciam melhor o homem que Victoriano era quando se tratava da empresa e seus negócios da família.


— Diana : Mãe, o papai, ele...


E Inês pegou de leve no braço dela e disse.


— Inês : Deixe ele comigo, filha. Subam as três. Logo estaremos com vocês na mesa.


Diana assentiu e subiu com suas flores e Cassandra, enquanto Constância quando Inês já caminhava até o escritório, ela correu até ela, segurou no braço dela a fazendo parar, e quando Inês parou, ela apenas se lançou nos braços dela .


Inês respirou agitada, tendo Constância com os braços em volta do pescoço dela e a cabeça entre seu peito. E então ela ouviu ela dizer.


— Constância : Obrigada pelo dia lindo mamãe que nos deu. Mais a mim.


Constância sorriu ao final de suas palavras, e Inês fechou os olhos agora tocando as costas dela para abraça-la também. Ela sentia que não tinha feito nada, nada que poderia ser tão significativo para ter aquele abraço de Constância junto as suas palavras. Só tinha passado algumas horas juntas, e não sozinhas, mas a jovem estava ali, radiando felicidade e ousadamente a abraçando com as duas sozinhas.

E então Inês suspirou fechando os olhos. Ela sabia que tinha muito que concertar com as filhas e marido, tinha deixado tanto a desejar com eles, mas com Constância, sua falha como mãe, Inês sabia que era bem maior. Que talvez o que tinha feito e marcado sua filha com sua rejeição, jamais tivesse concerto tão pouco esquecimento.

E assim ela a afastou devagar, olhou os olhos verdes de Constância quase chorosos e disse, incapaz de fazer mais do que Constância pensou que ela tinha feito pelo dia pra deixa-la como estava, tão feliz.


— Inês : Suba também Conny. Tome um banho para juntos jantarmos em família.


Ela então beijou o meio da testa dela, e se afastou deixando ela ali no meio da sala.


E Constância suspirou, deixando uma lágrima descer . Estava tendo mais afeto em dois dias, do que nos outros dias anteriores, que via sua mãe sempre longe. Constância podia contar nos dedos quantas vezes no mês, no ano, recebia um abraço, um beijo no meio da testa e até uma conversa com Inês . Que por isso quando tinha qualquer coisa vindo dela, era motivo de festa.


Victoriano andava no escritório de copo na mão, ele passava uma mão na cabeça quando ouviu a porta do escritório se abrir e ele olhou, vendo Inês passar por ela.


E então ela disse o olhando e fechando a porta.


— Inês : Sei que não conseguiu comprar a empresa que queria, e eu mais do que ninguém sei como fica quando não consegue o que quer, Victoriano.


Ele então suspirou deixando o copo quase vazio na mesa. De costa para Inês e mãos no móvel, ele disse.


— Victoriano : Eu tinha planos para essa nova empresa de laticínios. E fui passado pra trás!

Inês se aproximou mais e pelas costas dele, o abraçou . E ali, agarrada nele, ela disse conseguindo perceber melhor como ele estava tenso.


— Inês : Eu sei que tinha, meu amor. Mas cresceu vendo como o mundo dos negócios funciona. Perdas como essas acontecem...


Ela beijou as costas dele descendo a mão e Victoriano as encontrou no meio da barriga dele e as pegou. Aquele carinho dela, ainda que seguindo inconformado parecia que estava sendo mais eficaz que os copos de bebida que ele tinha tomado para tentar relaxar.


E então como estava, ele disse.

— Victoriano :Meu avô e depois meu pai não transformou a Sanclat o que ela é hoje perdendo, Inês. E eu não gosto de perder.

Inês então se afastou dele, tocou um lado dos cabelos e disse, quando o viu se virar pra ela.


— Inês : Ninguém gosta de perder, mas existem perdas que são maiores que um pouco de dinheiro, Victoriano. Supere.

Não era exatamente um pouco de dinheiro que Victoriano havia perdido como Inês falava, mas ainda assim, ele ficou em silêncio. Havia pensado no instante que a ouviu, na perda que tiveram há 22 anos. E então ele respirou fundo, passou a mão na cabeça e disse, mudando de assunto.

— Victoriano : Saiu com nossas filhas. É sinal que está melhor .

Inês tinha cruzado os braços e depois sentou no sofá, para em seguida respondê-lo.


— Inês :A princípio, eu não tinha vontade de sair, mas queria elas felizes e parecia que minha presença a deixariam assim, então as acompanhei.


Inês tirou algo do bolso da calça que ela usava, e então mostrou para Victoriano que pegou logo em seguida da mão dela.


Ele viu a foto aonde tinha suas 4 amazonas sorrindo, ele ainda que seguia de mal humor pelo seu mal negócio não sucedido, não se conteve e sorriu. As quatros mulheres naquela foto, para ele era o motivo de suas maiores alegrias. Que então ele disse.


— Victoriano: Estão lindas.

Inês ficou de pé, deu um leve sorriso, depois procurou os lábios dele para lhe dar um selinho e quando deu, ela disse.

— Inês : Suba para tomar um banho e jantar conosco na mesa. Eu vou primeiro, te espero no nosso quarto.

Ela então saiu do escritório e Victoriano ficou olhando a foto pequena e quadrada que tinha na mão. E então ele sentou por trás de sua mesa, inspirou profundamente e olhou do lado algumas prateleiras de uma estante que ele tinha no escritório dele. Entre uma, tinha um cofre e ele lembrou da foto que tinha de Fernando ainda criança guardado ali, escondida de tudo e de todos e então ele olhou a foto da mão dele, nela só faltava ele.

Mais tarde na mesa do jantar, Victoriano chegava sério outra vez como esteve no escritório, mas certo que não iria descontar seu descontentamento nas filhas tão pouco em Inês, que voltava estar nas refeições com eles.

Que por isso ele só suspirou e disse, quando se sentou.


— Victoriano : Adelaide caprichou essa noite, hum.


Ele elogiou os pratos que tinha na mesa, e Inês limpou os lábios depois de sorrir e disse.


— Inês : A sobremesa estará mais interessante, meu querido.


Ele então buscou a mão dela e beijou de leve. E então Diana ficou olhando os dois. Pensava na mensagem que tinha recebido de Alejandro depois que subiu ao quarto. Ele estava de mudança para o México e assim como ela trabalhava na empresa do pai, ele faria igual com o pai dele. E ela suspirou aflita. Estava gostando de Alejandro, teve três encontros com ele, antes dele deixar o México e voltar para Los Angeles, Miame. E agora pensava se seria um problema seguir saindo com ele, depois que viu que seu pai havia perdido a compra da empresa que tanto queria.

Enquanto Cassandra, por ter deixado a construtora mais cedo em sua segunda semana nela, mexia com o garfo em sua salada também pensativa. Estava passando por uma nova fase em sua vida adulta e queria mostrar que era capaz, principalmente para seu novo colega indesejado de trabalho.

E então o jantar terminou.


Constância se trancou no quarto. Sobre sua escrivaninha, ela recortava umas das fotos que tirou com a mãe e as irmãs e entre elas tinham dividido. Ela tirou com a tesoura Cassandra e Diana, deixando só ela ao lado de Inês, que no close daquela foto, ela tinha beijado a bochecha dela.


E Constância sorriu. Ela pegou a cola dela de bastão passou por trás da foto, e depois com seu caderno que era como seu diário, ela colou a foto dela com Inês no meio dela. Ter o amor incondicional da mãe dela, era mais valioso do que ter Emiliano deixando de vê-la como irmã.

E então fechando o caderninho com a foto ela ouviu batidas de pedras em sua janela. E ela sorriu pensando que havia invocado Emiliano em sua janela.


E assim ela correu até ela e abriu, e olhou pra baixo e ele sorrindo pra ela, e ele disse a chamando com a mão sobre seu cavalo.


— Emiliano : Vem Conny, vamos cavalgar.

Ela sorriu mais. Não precisaria de mais um chamado de Emiliano pra ir, se aventurar como gostavam e ela então foi até a cama, buscou um roupão rosa de algodão, botou por cima de seu pijama de calça e blusa, e logo depois, escalou a parede da janela descendo por ali mesmo pra encontra-lo.


Enquanto no quarto de Cassandra, Diana estava nele. Ela andava de um lado ao outro, enquanto Cassandra, tentava revisar a matéria que teria em provas na manhã seguinte na faculdade.


E então ela disse depois que bufou e revirou os olhos.

— Cassandra : Vai fazer um buraco no meu quarto se não parar, Diana.

Diana tinha um de seus dedos na boca, roendo a unha nervosa. E então, ela questionou a sua irmã que conhecia seu dilema.


— Diana : Acha que devo deixar de sair com Alejandro, agora que sabemos que foi o pai dele que comprou a empresa?

Cassandra afastou suas coisas pro lado, e respondeu Diana, com o que achava.

— Cassandra : Bom, na verdade não sabemos. O papai não nos disse nada no jantar. Mas, não. Não acho que deve parar, e nossa mãe com certeza pensaria igual.

Diana respirou fundo ainda em dúvida do que fazer e deixou o corpo cair sentado na cama de Cassandra, pra responder.

— Diana : Mas aquela tarde que espionei a empresa e conheci Alejandro. Lembra o que o papai disse no jantar? Ele deu entender que não gostaria que eu tivesse contato com o filho de um de seus rivais nos negócios.

Cassandra riu. Tinha dúvidas que o pai delas seria contra um relacionamento de Diana com Alejandro. Afinal, ele era acima de tudo um pai compreensível que por isso, era amigo delas também. E então ela disse.

— Cassandra: Aí, Diana. Talvez ele pense diferente agora. Se está gostando dele, papai não vai impedir que fique com ele. Ele nunca impediu que namorássemos.

E então Diana rápido debateu.

— Diana : Talvez não o apresentamos um pretendente que não o agradasse ainda.

Ela então jogou o corpo para trás sobre a cama de Cassandra e levou a mão no rosto. Queria pensar que Cassandra estivesse certa e ela sendo paranóica.

Enquanto no quarto de Inês e Victoriano.

Eram quase 23:00 da noite, quando Inês saia do banheiro apenas com um robe preto e de cabelos soltos.


Enquanto Victoriano estava na varanda do quarto. Estava quente a noite, e ele já de pijama, estava ali entre seus pensamentos, que ainda descontente, custava aceitar que daquela vez seus planos não haviam dado certo.

E então, enquanto ele de mãos nas grades da sacada, olhando todo o movimento em baixo no pátio da fazenda e mais a frente o portão, ele ouviu Inês dizer.


— Inês :Vem pra cama, meu amor.

Victoriano olhou para o lado que ela estava. Inês tinha se encostado na parede da porta aberta da varanda, e ele suspirou vendo as pernas dela de fora e como os cabelos dela estavam lindos com o vento que batia de leve neles. Mas não querendo dormir, por pensar que custaria pregar no sono, ele disse.


— Victoriano: Deite você primeiro, morenita, ainda não tenho sono.

Ele então voltou seu olhar para frente voltando observar a noite, enquanto pensava que, o que só faltava ali, era um bom copo de conhaque puro ou uísque, o que fosse, para deixa-lo leve e fazer ele adormecer logo.


Mas então, Inês desamarrando seu roupão o respondeu, decidida em tira-lo dali.


— Inês : Não estou te chamando pra dormir, Victoriano. Estou te chamando para fazermos amor.


Quando falou, ela deixou o roupão cair, que escorregou no seu corpo, e Victoriano assim que a ouviu, voltou olha-la e ele viu seu corpo nu. Ainda que um pouco longe dele, a luz do poste do pátio da fazenda deixava que ele visse cada detalhe do corpo dela, o seio pontudo e ainda em pé, parecia que o chamava e ele desceu mais embaixo os olhos para intimidade dela, a olhando com cobiça. Aquele triângulo, com poucos pelos discretos marcando a região, o fez suspirar de tesão. Mas ele diante de tanta tentação, desviou o olhar e disse, querendo resisti-la naquele momento.


— Victoriano : Não estou de bom humor e sabe disso. É bom que deixamos isso pra outra hora, Inês.

E Inês ao ouvi-lo, saiu do montinho de pano que se formou nos pés dela do seu roupão e deu alguns passos, dizendo.

— Inês : Isso que diz. Não vamos deixar para outra hora. E sei que posso melhorar seu humor.


Victoriano voltou olha-la, vendo ela nua indo até ele, e ele olhou pra baixo do segundo andar que estavam. Ainda havia movimento de seus homens sobre a fazenda, o portão, ainda saia pequenos caminhos de suprimentos que chegavam aquela hora para os animais, e por isso ele sabia que se Inês se aproximasse mais das grades ela poderia ser vista como estava. E então ele disse, bravo e enciumado.


— Victoriano : Não dê mais um passo, Inês. Ainda é cedo, temos movimentos na fazenda. Vão te ver nua, mulher!

Inês tinha parado há alguns passos dele e buscou olhar para o lado das grades que mais alguns passos para o lado delas, ela seria mesmo vista como veio ao mundo. E então para provocar Victoriano e conseguir o que queria, ela disse.

— Inês : Teve a sorte ou a lástima de se casar com uma louca, Victoriano. Então se não vim, vou buscá-lo assim mesmo como estou.

Victoriano bufou enquanto corria os olhos sobre o corpo nu de Inês enquanto o dele ficava tenso, entre a raiva que o ciúme em só pensar que outros poderiam ver ela como estava e o desejo de toma-lá de uma vez.

Que assim ele disse sério.

— Victoriano : Está jogando um jogo arriscado comigo, Inês. Não se atreva dar mais um passo.


Ele mirou mais por uns segundos o meio das pernas dela e depois subiu o olhar para os olhos dela. Inês sorria maliciosa, sabia que Victoriano falou bravo mas sabia ainda mais que ele não faria nada que a machucasse, ela só o deixaria mais bravo que ele já estava, o que a fazia pensar que seu castigo viria na cama. E então ela passou uma perna na frente da outra ameaçando andar, e Victoriano apertou a grade de segurança da varanda e quando viu que ela ia andar mesmo, a soltou e mais rápido que um raio ele foi até ela.

Agarrando ela pela cintura, ele a levou para dentro do quarto aos beijos. Beijos que ofegante de tesão e também de raiva pela provocação dela, ele já tirava gemidos de prazer da boca de Inês. E quando os beijos dele desceram para o pescoço dela, ele disse .


— Victoriano : Adora me provocar porque sabe que seu castigo vem em forma de prazer, Inês. Por isso faz isso.


Inês sorriu de olhos fechados. Sentia seu corpo quente, vivo. Vivo como que só ele com todo seu desejo, a colocava. E por ter se agarrado na camisa do pijama dele já o subindo para tirá-la, ela disse, com ele levando a boca nos seios dela e chupando forte.


— Inês : Faz amor comigo . Só isso que quero. Oh, me faça sua.

Quando menos pensou, Inês se viu tirada do chão e nos braços de Victoriano.

 


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