Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 25
Capítulo 25




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Enquanto no quarto de Constância.  Ela estava sentada sobre a mesinha que ela estudava. Na mesinha tinha o caderno dela, que ela fazia de diário e nele ela escrevia com raiva seus dramas adolescentes que vivia no ensino médio, mas que também podiam ser tóxicos a ela que já tinha problemas com a mãe em casa.  E então ela ouviu alguém bater na porta e disse desanimada.

— Constância : Não vou descer. Seja quem for, vá embora.

Era Inês que estava do outro lado da porta . Quando saiu do quarto voltou para trás alguns passos, suspirou já de frente para o quarto de Constância e bateu quando viu que estava de chaves. E então ela disse, depois de ouvi-la.

— Inês : É a sua mãe, Constância. Abre pra mim.

Constância parou por um tempo olhando a porta. Inês costumava mais cruzar o quarto dela quando ela já dormia e quando fazia as visitas dela como aquelas, eram breves como que se não suportasse ficar sozinha com ela. Então Constância se levantou rápido e abriu a porta.

Inês buscou os olhos verdes da filha, e mexeu no cabelo nervosa para depois dizer.

— Inês : Será que posso entrar ou vai me deixar na porta?

Constância puxou o ar do peito sentindo o cheiro de Inês e não era exatamente o cheiro do perfume, era o de mãe, que não importasse a idade que o filho tinha, quando era afagado no peito de uma mãe, aquele cheiro trazia sempre consolo em meio às dores ou fora delas, mas que com certeza trazia paz em qualquer situação. E um afago desses foi que pela noite Constância tinha recebido de Inês. Adormecer novamente enquanto sentia o cheiro de Inês perto dela, fez o sono de Constância voltar mais rápido e ser tranquilo, mas como sempre, ela tinha deixado o quarto antes dela acordar. E então com raiva, Constância cuspiu, dizendo.

— Constância : Só vem no meu quarto quando já estou dormindo e nem me espera acordar para deixá-lo, ou se quer tenta me acordar para conversarmos. Então o que quer?

Inês abriu a boca mas rápido a fechou. Sabia que Constância, apesar de muitas vezes fazer o maior silêncio possível para não ser surpreendida por ela, tinha vezes como na noite passada que a presença dela era notada. Que mesmo assim, ela não queria deixar de estar no quarto da filha sempre quando sentisse que precisava velar o sono dela, de estar com ela. Ter Constância tão perto pelo menos daquela forma, aonde no silêncio da noite o que regia sem culpas os pensamentos de Inês, era o amor, a necessidade de querer estar com ela ali no silêncio da noite, fazia ela pensar que Constância ainda fosse um bebê indefeso outra vez e que precisava dela, e que pelo menos ela podia estar naqueles momentos com ela.  E então baixo demais, Inês perguntou temorosa que sua entrada no quarto de Constância pelas noites fossem proibidas. 

— Inês : Quer que eu pare? Quer eu pare de vim ao seu quarto enquanto dorme?

E Constância sentiu se desesperar em só pensar que não poderia ter mais pelos menos, Inês daquele modo com ela que era o mais próximo que conseguiam estar e se sentirem melhor. Constância só queria ter mais depois de surpreende-la no quarto dela. Uma conversa, um gesto de carinho, uma amostra de preocupação. Algo que não fosse com ela dormindo. E então ela cruzou os braços dela e exigiu de bochechas rosadas, quase chorando.

— Constância: Não! Eu quero que tenha o valor de vim ao meu quarto pelo dia também, quando estou acordada, que converse comigo como faz com minhas irmãs! É tão diferente comigo mamãe!

Inês não segurou a lágrima que desceu, vendo sua filha também derramar algumas. E via que estava fazendo realmente mal a ela e não era a primeira vez.  E então, ela disse de voz embargada.

— Inês : Meu amor.

Inês tocou o rosto de Constância vendo ela chorar, e ela fechou os olhos querendo mais daquele toque. E então baixo Inês voltou a dizer por estar ainda na porta do quarto dela.

— Inês : Deixe – me entrar um pouco.

Constância suspirou apertando os olhos fechados. E quando os abriu ela tirou a mão de Inês do rosto dela e disse, com a voz embargada.

— Constância: Não. É melhor ir embora. Não quero sua pena, sua migalha de amor. 

Inês olhou para mão de Constância que segurava a dela pelo pulso, e depois disse sentida.

— Inês : Não tenho pena de você filha, nem te dou migalhas. Eu te amo.

Constância então largou o pulso de Inês. Se Constância tinha certeza de uma coisa, era que ela era a menos a amada das filhas pela mãe. E então, ela disse revoltada.

— Constâncio: Amor muito lindo esse seu, que não suporta estar muito tempo comigo, mamãe!  Está se tremendo toda. Eu te afeto, te incomodo!

Realmente Inês tremia. Estava abalada com aquela conversa com Constância desde do início. E ela só pensava que ñarecia que as filhas tinha tirado o dia para confronta-la, exigir e se impor diante dela. E mesmo que seu corpo pedia para sair dali, como fez no jantar com Cassandra e Diana, Inês tentou ser forte e suportar agora as verdades de Constância. E assim ela disse rápido.

— Inês : Não, meu amor! Não filha, não me incomoda, não me afeta! Não é isso! Sabe que sou assim! Não é culpa sua!

Constância soluçou. Se sentia um estorvo entre as irmãs em relação a mãe delas. Inês fazia ela sentir assim, e nada do que ela dizia iria mudar. Afinal, a prova maior era o que ela fazia ao entrar no quarto dela pelas noites enquanto dormia. O que Constância entendia que por alguma razão, ela era a filha que a incomodava estar perto. E então ela cuspiu mais verdades dolorida.

— Constância: É sim! Não fica dessa forma quando está com Cassandra ou Diana!

Inês limpou as lágrimas que desceu. Odiava se desmoronar na frente das filhas e estava ali fazendo aquilo.  E assim ela disse.

— Inês : Isso que diz não é verdade. Nada que pensa é verdade, Constância. Eu sou o problema aqui, você não, minha filha!

Constância via as mãos de Inês toda trêmula enquanto ela limpava as lágrimas, e uma parte dela sentia muito em vê-la daquela forma. Cresceu vendo a mãe ir em consultas, tomar remédios, se escondendo para chorar e entrando no sótão aonde ela nunca pisou. Mas Constância também lembrava o quanto foi protegida demais por Inês ainda menina. Mas depois conforme foi crescendo, ela viu um muro se levantar entre elas. O que até então Constância nunca entendia. E então ela disse quase num sussurro.

— Constância: Eu devia ir embora.  Devia morar com Bernarda. Aqui ninguém me ama. Ninguém se importa comigo! Ninguém!

Constância ainda que sofria. Não poderia dizer o que dizia. Não era a filha odiada, tão pouco era a irmã odiada também. Se importavam com ela, a amavam. Mas ela só queria saber de ser amada do jeito que queria por Inês e o resto em suas palavras cheia de raiva não importava para ela.

E de coração aos saltos . Inês pegou nos braços de Constância. Nunca permitiria que Constância fosse embora. Não suportaria ter as filhas longe dela. Não queria e nem gostava de pensar quando iriam deixar a fazenda. E ouvir o nome de Bernarda na  primeira opção de Constância, fez Inês torcer os lábios de lado. Sentiu  raiva.  Nunca permitiria tal coisa. Então ela disse quase gritando. 

— Inês : Não vai a lugar nenhum, Constância! Entendeu! Não vai a lugar nenhum! Seu lugar é aqui, com sua família, com seus pais e irmãs!

Constância puxou os braços e disse, notando nos olhos de Inês como ela tinha ficado com a insinuação dela deixar a fazenda.

— Constância : Sai, me deixa sozinha, mamãe!

Inês então deu um passo para trás. Tinha se exaltado demais. E assim ela disse baixinho.

— Inês : Eu, eu vou pedir que tragam seu jantar no quarto, não pode ficar com fome.

Constância então só assentiu e depois as duas ficaram se olhando em silêncio, até que  a porta foi fechada por Constância, e Inês se encostou ao lado da porta na parede e fechou os olhos respirando irregularmente. E Constância do quarto se jogou na cama e começou a chorar. 

Inês se livrou dos vestígios de lágrimas do rosto quando conseguiu regular sua respiração e se acalmar, e depois saiu dali e  desceu a escada.  E evitando passar até a sala de jantar, pediu para Candela por Adelaide já estar na casa dela, subir com o jantar de Constância. E depois Inês foi pra o escritório de Victoriano com uma garrafa de vinho na mão e uma taça.

Ela então entrou e fechou a porta de chave, deixou a garrafa de vinho e a taça na mesa, retirou os sapatos que usava e desabotoou um pouco a blusa vermelha toda lisa e até seu antebraço que vestia e depois desceu a calça pelas pernas, tirando ela. A blusa grande cobriu parte da bunda dela que tinha uma calcinha preta, e então Inês foi até a estante aonde tinha um pequeno aparelho de som ali e o ligou. Tocava a rádio e Inês aumentou um pouco o som quando ouviu uma música tocar.

E então ela voltou para mesa abriu o vinho e encheu a taça. Enquanto enchia, Inês podia ouvir na mente a voz de Victoriano reprovar o que ela fazia. Com os remédios controlados que tomava, ela não bebia nunca, então era raro que a boca dela experimentasse alguma bebida alcoólica. Mas mesmo assim, Inês ignorou a voz grossa quem se ouvia de Victoriano na sua mente e ela levou aquele vinho doce aos lábios, fechou os olhos e gemeu baixinho desfrutando do sabor dele.

E então Inês escutou o toque de uma música começar soar. Era linda e ela conhecia então ela caminhou a aumentou mais o aparelho de som.

 


— Inês:  Marco Antonio Solís.

Falando o nome do cantor, Inês sorriu levando a taça nos lábios e voltando a caminhar enquanto a linda música começava. Talvez ouvir um pouco de música e beber um pouco daquele vinho, faria ela esquecer o que Cassandra, Diana e Constância tinham feito, tinham despertado nela. O que Inês pensava que nenhuma das três tinham culpa e sim ela mesma por não saber ainda lidar com tudo que houve antes mesmo delas nascerem.

E a música seguia tocando. E Inês suspirou fechando os olhos enquanto bebia.  Até que a taça se fez vazia e ela buscou mais. E depois sorriu triste com os pensamentos, que certa parte da letra da canção lhe trazia na mente.

Tal vez, por lo que fue nuestro ayer, nos cuesta tanto ceder...
Y eso nos duele aprender...
Y eso nos duele aprender...

E ela bebeu mais do vinho enquanto lágrimas desceram dos olhos dela.

E as horas começaram passar com Inês trancada dentro do escritório e então Victoriano chegou, já sabendo que ela estava trancada.

Inês seguia bebendo e ouvindo músicas e por trás da porta  Victoriano podia ouvir elas. Como já estava ciente que ela passava horas dentro do escritório e deixou o jantar na metade, Victoriano já tinha a chave reserva na mão e então ele abriu, a surpreendendo deitada no sofá segurando uma taça de vinho.

Victoriano a viu como estava e bufou. Os cabelos dela caiam de um lado pra fora do sofá, uma perna dela nua estava dobrada e a taça ela segurava sobre a barriga com uma mão. Victoriano então caminhou até o rádio que seguia tocando músicas e o baixou, e então foi que Inês virou o rosto e viu ele parado na frente da estante e eles se olharam.

Victoriano estava sério. Via ela bebendo e trancada, o que era duas coisas que não o agradava. Ter Inês trancada em algum lugar não trazia lembranças boas para Victoriano. Mesmo que se trancar em um quarto e até em um banheiro, é a privacidade que todos tem direito, mas esse direito a Inês, para ele, ela tinha perdido quando no passado se trancou para tentar contra a própria vida. E isso ele nunca esqueceria de como a encontrou quase sem vida, e que ainda guardava a carta de despedida dela. Victoriano não poderia esquecer a dor, o medo que sentiu quando leu aquela carta que ela optava deixá-lo.  E então descontente ele pegou a garrafa da mesa e riu sem vontade quando percebeu que ela estava quase vazia. E assim ele disse bravo.

— Victoriano : Agora vai se trancar para beber? Sabe que não pode ingerir álcool Inês!

Ele buscou os olhos dela, e Inês se levantou do sofá e pisou descalço no chão. Os olhos de Victoriano foram das pernas dela amostra para depois buscar os olhos dela dilatados pelo efeito do álcool, que ele sabia que ela poderia já estar alterada por ela não ter costume de beber.

E então ela sorriu e ergueu a taça no ar que tinha um resto de vinho e disse sem dar a mínima para cara feia que ele olhava ela.

— Inês : Porque não deixa de ser meu pai essa noite e brinda comigo? Vamos brindar, ao fracasso de mulher e mãe que sou!

Victoriano bufou mais e viu Inês levar a taça aos lábios e beber todo o vinho que sobrava nela. E então com raiva, ele deixou a garrafa na mesa e foi até ela tirando a taça da mão dela e disse, sério.

— Victoriano : Sabe que não pode beber Inês! Toma remédios controlados! Não seja tola, mulher!

Inês revirou os olhos e caminhou até a mesa . Os passos dela estavam incertos e Victoriano notou, então ela pegou a garrafa e o olhou e disse como se fosse algo simples que ela diria.

— Inês : Hoje não tomei eles, se é essa sua preocupação, meu querido.

Inês riu e levou a garrafa aos lábios. E Victoriano sentiu o nível do sangue dele correr mais rápido nas veias . E então ele gritou, deixando a taça na mesa e tirando a garrafa da mão dela.

— Victoriano : Está brincando comigo Inês! Não pode deixar de toma-los nenhum dia! Não pode!

Inês suspirou vendo os olhos de Victoriano fuzilando ela enquanto ele tinha o corpo todo tenso . Ela temia as vezes aquela fúria dele e as filhas deles também, ela sabia disso. Victoriano era tão amoroso e paciente com ela que quando ele resolvia aumentar a voz, ela sentia o corpo todo tremer. A verdade era que, Victoriano Santos nervoso fazia qualquer um tremer ao som de sua grossa voz .

Mas ainda assim ela sustentou o olhar no dele e o enfrentou.

— Inês : Eu sei o que devo fazer, Victoriano! É que levo anos na dependência desses malditos remédios, que acho que posso me dar ao luxo de passar um dia sem toma-los para que eu me sinta ao menos uma pessoa normal!

Victoriano não queria saber das desculpas ou porque havia pego Inês bebendo, ele só não queria vê -la como já viu mais de uma vez. Não suportaria mais, não seria capaz . Então para ele, os remédios controlados de Inês era mais que preciso para ela tomar, era obrigação! E então ele pegou no braço dela e a respondeu indignado.

— Victoriano: Não! Não pode Inês! Não pode deixar de toma-los nenhum só dia, porque se passa por uma recaída vai ser eu que vou ter que passar pelo mesmo medo, a mesma dor de vê-la novamente fora de si sem eles! Não pode brincar com isso! Não pode brincar comigo dessa forma!

Inês ergueu a cabeça ouvindo a respiração pesada de Victoriano. Ele estava possesso e tinha suas razões para estar e acabava de expor elas. E ela sentiu a pior das mulheres outra vez. Pois além da raiva, via a dor que Victoriano falava e medo ali estampado nos olhos dele.  E então ela se sentiu fraquejar novamente, fraquejar como fraquejou com as filhas deles antes de estar ali com ele. E assim cheia de dor e culpa, ela disse.

— Inês : Sou um estorvo para todos, principalmente para você que sabe que minha sanidade depende desses malditos remédios, Victoriano. Por isso teme tanto! Devia me aconselhar a não toma-los, assim me jogaria novamente em um manicômio e seria livre de mim! Você, nossas filhas, todos! Merecem serem felizes sem se importar comigo.

Victoriano depois de ouvir Inês, soltou ela, fez um movimento com a cabeça assentindo depois riu sem vontade e passou a mão no rosto, para voltar a olha-la. Era um absurdo, sempre era ouvir tais palavras de Inês . O que passou, o que sentiu no passado e o que fazia no presente que estavam por Inês, era tudo amor.  Era tudo porque em um mundo sem ela, para ele não existiria. Então seguia sendo capaz de tudo para tê-la ao lado dele e ao lado também de suas três filhas. E assim ele disse mais calmo que antes mas com a voz fria.

— Victoriano : Parece que não reconhece o quanto te amo e tudo que fiz por esse amor, Inês, para mantê-la do meu lado e não fiz por obrigação, para que sinta um estorvo! É minha mulher, é a mulher que amo, a mãe dos meus filhos e sou capaz de tudo para vê-la bem e ao nosso lado! Não é um estorvo, você é meu mundo, e se sofre mais uma recaída  não sei se poderei suportar passar por tudo aquilo de novo! Portanto, tem que tomar esses malditos remédios! Tem que toma-los devidamente! Esse é o único pago que tem que fazer, por mim, por nossas filhas! Eu exijo isso, Inês!

Inês andou e tocou os cabelos depois que parou ficando de costa para Victoriano, e depois que ela cruzou os braços, ele ouviu ela respondê-lo depois dela pensar nas palavras dele.

—Inês : Merecia uma mulher melhor que eu. Amou a mulher errada. Merecia uma que não tivesse como herança, a loucura da família, uma que te daria filhos, filhos homens que tanto quis. E uma que não colocasse nosso casamento aonde está agora.

Victoriano respirou fundo. Não discutiria mais com Inês. Não queria ver ela se menosprezar, pois era isso que ela fazia de novo. E então ele disse sério.

— Victoriano : Não vamos seguir com essa discussão. Está bêbada! Só está falando besteiras! Vamos subir e tomar um banho . Já chega desse show, Inês! Hoje não! Agora não!

Inês então se virou rápido para ele . Sentiu seu corpo todo tremer de nervoso com as palavras finais dele e disse, indignada indo até ele.

— Inês : Show? Acha que é show tudo que falo? Eu sinto, eu sofro por ser quem me tornei agora. Eu falho com você, falho com minhas filhas! Não consigo passar mais que alguns minutos com Constância que a culpa me corrompe e eu preciso estar longe dela! Essa é a mãe que sou, a mãe que esconde coisas das filhas e ainda não falei da mulher que sou para você Victoriano! Isso não é meu show, é o que luto todos os dias para superar o que me fizeram!

Inês ao fim das palavras, bateu no peito de Victoriano com as mãos e chorou, e ele abalado pelas palavras dela, pegou nas mãos dela e segurou, mostrando os olhos marejados a ela.

— Victoriano : Também me fizeram esse mal, Inês! Me tiraram um filho também! Não se esqueça que também sinto a dor que sente! Mas a vida seguiu para todos! Não podemos viver presos ao passado.  Temos lindas filhas que precisam de nós dois! Diz que luta, mas vejo o contrário muitas vezes!

Victoriano cuspiu o que estava entalado em sua garganta e Inês quis puxar os braços dela para ele solta-la, mas ele não soltou, e então ela gritou com ele.

— Inês : Sua dor não se compara com a minha, Victoriano! Eu que tive um filho arrancado dos meus braços, parei em um hospício! E depois quando pensei que nossa vida poderia voltar a ser quem fomos, cai de novo e desprezei minha própria filha!  Eu estou lutando mas cada vez é tarde para mim! É tarde para voltar a ser quem eu era!

Inês olhava feio para Victoriano, as lágrimas já não desciam e só as marcas dela ficaram no bonito rosto dela mas agora enraivecido. E Victoriano então, a respondeu ainda tendo ela em suas mãos.

— Victoriano : Fernando se foi. Para sua saúde e o bem de nossas filhas tem que superar isso Inês! Tem que superar!

Ele então soltou ela, agora sentindo seu peito doer. A última notícia que teve do filho ele era um menino, e não soube mais se aquele menino cresceu e virou um homem. Então para ele, era como se Fernando já não mais existisse. Não o esqueceria, mas mantendo ele vivo e sempre presente na vida dele, só o deixaria como Inês estava e ela não entendia aquilo. E ela nada contente depois das palavras dele, berrou com ele.

— Inês : Não siga falando! Enquanto eu não souber nada de nosso filho, ele seguirá vivo em algum lugar, necessitado do nosso amor e eu sentindo sua falta! Porque nenhum filho cobrirá ele em meu coração, Victoriano!

Inês ofegante, tentou se acalmar e Victoriano, vendo o estado dela e como estavam se ferindo naquela discussão, enquanto cutucavam aquela ferida que a ausência de Fernando deixou em todos. Ele quase desesperado tocou no rosto de Inês agarrando, e encostou na testa dela e a respondeu ofegante.

— Victoriano : Eu Sei. Eu sei Inês. Vamos, vamos parar de nos ferir, que é isso que estamos fazendo. Vamos parar, meu amor.

Victoriano a beijou nos lábios com vários selinhos sem que Inês correspondesse, até que ele tomou a boca dela de verdade, a puxou pela cintura e aprofundou o beijo. E ela retribuiu ele se derretendo nos lábios dele. E depois que o beijo se desfez por falta de ar, ainda grudados, Inês pediu calma.

— Inês: Bebe esse vinho comigo, passe esse tempo aqui mas sem me julgar, sem falar do passado. Vamos só ficar aqui, meu amor.

Victoriano negou com a cabeça o pedido e acariciando as costas de Inês, por ter ela ainda nos braços, ele disse.

— Victoriano : Não. Nada de beber. Vamos subir . Já chega disso.

Ela então o empurrou com as mãos, e disse brava depois de ouvi-lo.

— Inês : Só é meu marido quando está dentro de mim! Quando não está, é esse homem que toma o papel de um pai que me vê como seu cristal! 

Victoriano ficou todo vermelho de nervoso e rápido rebateu o que Inês dizia.

— Victoriano : Sou seu marido em todas as horas Inês! E sei que agora não precisa que eu tome seu corpo. Agora precisa descansar, que amanhã será um novo dia e acordará melhor!

Inês então voltou a estar próxima a ele e o tocou no peito, levantou a cabeça para buscar os olhos dele e o respondeu.

— Inês : Sim eu preciso! Preciso que tome meu corpo, que me faça sua para que me faça sentir viva e desejada! E não a que tem sua pena ou seus cuidados de pai! Porque, tem três filhas e nenhuma delas sou eu, Victoriano!

Inês então se afastou de Victoriano e começou desabotoar a blusa dela.  Ela sabia que ele não a resistia e ia jogar aquele jogo que terminaria com ela tendo o que queria. E enquanto começava se despir, Victoriano, disse, enquanto seus olhos estavam nas aberturas que conforme Inês ia desabotoando os botões de sua blusa, ele via a pele clara dela se mostrar entre seus seios.

— Victoriano: Agora não Inês . Agora...

Ele não continuou, ao ver Inês arrancando agora a blusa do corpo e ela dizer.

— Inês : Agora sim Victoriano. Quero ser sua agora.

O sutiã de Inês preto como sua calcinha se mostrava e Victoriano suspirou, olhando melhor os seios dela juntinhos naquele sutiã de renda. E ela vendo que ele não era capaz de dizer nada. Ela mesma disse.

— Inês : Aonde me quer? No sofá? Na mesa? No chão?

Inês levou a mão no peito de Victoriano novamente, querendo seduzi-lo e cheirou a roupa dele e ouviu ele respirar forte.

E ele então com uma mão na cintura nua dela, disse baixo e tentando resisti-la. 

— Victoriano: Não Inês. Não quero fazer amor agora. Bebeu, não quero te ter assim.

Inês então beijou um lado do pescoço dele, depois com as mãos buscou o rosto dele, e olhando ela disse quase suplicando.

— Inês: Quero ser sua. Não me rejeite. Por Deus, Victoriano, não me rejeite.

Ela buscou os lábios de Victoriano e ele fechou os olhos a beijando. E Inês logo sentiu ele erguer ela nos braços e por ela sentada na mesa dele. Quando a sentou, ele apenas se afastou pra tirar o terno marrom que ele usava, e a blusa social azul  que ele vestia por baixo se mostrou.

Inês então enquanto via ele se despir, levou as mãos nas costas e abriu seu sutiã e logo os seios dela estavam livres. E Victoriano depois que a trouxe mais próxima a ele, ele tocou em um seio apertando ele e voltou beija-la. E então a mão dele escorregou para as pernas dela e tocou por dentro da calcinha dela.

Inês gemeu baixinho nos lábios dele e quando viu ela estava sem a calcinha. E com ele no meio das pernas dela, ela o viu se abaixar a arreganhar as pernas dela. E então o que sentiu logo em seguida foi o céu que Inês sentiu que precisava sentir naquela noite. A língua de Victoriano fez um caminho entre a risca que separava os grandes e pequenos lábios da intimidade de Inês e ela vibrou. A língua dele subiu e desceu provando o mel dela e depois encontrou o pequeno e rosado ponto de prazer dela, e o sugou com força. Inês puxou os cabelos de Victoriano e jogou a cabeça para trás, soltando um gemido que não pôde se conter. E assim ele passou mais alguns segundos explorando todo o sexo dela que quando pensou que gozaria, ele se levantou e ela o viu baixar as calças e a ereção dele mostrar em toda sua exuberância para ela. E então ela buscou os olhos dele e ele levou uma mão na nuca dela enquanto a outra segurava sua ereção pronto para toma-la.  Mas antes, ela ouviu ele dizer.

— Victoriano: Sou seu marido, e não só nesses momentos.

Antes de invadi-la, Victoriano desceu seu olhar aonde apontava sua ereção. Inês toda aberta, sentiu ele pincelar com sua glande o clitóris dela e descer mais em baixo sem querer entrar. E ela gemeu baixinho com a delícia que sentia naquela leve tortura.

— Inês: Oh, Victoriano. Entre... Entre mim.

Victoriano ouviu o pedido de Inês. Ela pingava por ele, assim como ele já estava melado por ela.

E então ele disse, ofegante e com a voz cheia de desejo.

— Victoriano : Vou ter fazer minha  até que peça que eu pare, Inês. Era isso que queria. Então vai ter.

Ele então escorregou para dentro dela e Inês começou senti-lo ir e vim dentro dela. E então ela de olhos fechados, disse com dificuldade.

— Inês : Quando, quando, me ouvir pedir isso saberá que realmente estarei louca...

Ela o puxou pelo pescoço e o beijou e Victoriano, abriu mais um lado da perna dela e começou ir mais rápido. E Inês começou gemer no beijo tendo as pernas dela seguradas por Victoriano, enquanto ele ia e vinha dentro dela.

A mesa logo em seguida começou se mover com os movimentos deles, tomando o mesmo ritmo dos corpos. Até que Inês desceu da mesa e se virou, e Victoriano levou as mãos na cintura dela e a penetrou novamente.

Inês gemeu agora alto, quando Victoriano deixou um lado da cintura dela e buscou os cabelos dela, que segurou eles ali, enquanto ia mais forte e mais rápido com seus movimentos. Inês sabia que logo gozaria, então ela passou a mão sobre a mesa, limpando a parte que ia apoiar o corpo e se debruçou sobre ela. Victoriano gemeu, e apoiou o pé na cadeira ao lado ao erguer uma perna para aprofundar os movimentos.

Victoriano olhava Inês de bunda para o alto e cara na mesa gemendo insana, e então ele deu um tapinha em um lado do bumbum dela, e não resistindo ele disse.

— Victoriano: Não pareço com seu pai agora, não é Inês? Hum?

Ele deu outro tapinha e Inês apertou forte os olhos enquanto lambeu os lábios sentindo seu gozo vir. E quando veio ela gritou, contraindo e Victoriano sentindo dentro dela a intensidade do seu orgasmo.

E então ele tirou ela daquela posição e a mesma cadeira que ele apoiou o pé, ele sentou nela puxando Inês com ele. E Inês subiu sobre a cadeira, os pés dela abraçaram o corpo de Victoriano e tocou o couro da cadeira e as mãos dela se apoiou nos ombros dele, e então ela começou fazer impulso de subir e descer sobre ele e Victoriano fechou os olhos jogando a cabeça para trás enquanto ela cavalgava ele. Ele também necessitava estar com ela, ter aquele prazer. Era homem e se tivesse sempre aquela recepção dela, tirando ela de copo na mão, ele nunca iria reclamar. O dia na empresa foi longo o jantar de negócios nada promissor. Então aquele sexo com Inês era a única coisa boa demais que Victoriano estava tendo naquele fim do dia. O que para ele, fez ele valer a pena.

E Inês poderia dizer que não era a mesma mulher e não era. A dor tinha adoecido ela. Mas a mulher que Victoriano tinha a tornado assim quando se casaram, seguia igual. O sexo deles nunca foi ruim, nunca foi frio. A pena era que um casamento para ser completamente feliz, não dependia só de sexo.

E seguindo fazer o que fazia, de olhos fechados, Inês ia cada vez mais rápido em sua cavalgada, que Victoriano não se preocupava nunca de vê-la fazer, ela gozou assim sem parar de se mover e ele gozou logo depois agarrando ela com uma intensidade no gozo que o deixou de pernas bambas.

E momentos depois ele a tirou da cadeira se pôs em pé com ela e ela desceu a mão até o membro dele. Victoriano sentiu ela o estimular com a mão, e e então ele a beijou e depois se viu sentado sobre o sofá e ela se ajoelhando entre e as pernas dele o tomando na boca.  E ele fechou os olhos gemendo, enquanto as mãos dele foi para os cabelos dela. 


Uma semana depois.


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