Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 23
Capítulo 23




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Desculpem a demora já tinha o capítulo pronto mas demorei com a revisão kkkk . Espero que gostem!

Diana abriu a boca. Iria falar algo . Não sabia se estava sendo pega ou se estava com alguém que estava se escondendo como ela.  Mas o rapaz  fez sinal de silêncio a ela e ela fechou a boca e juntos se puseram a escutar três homens, de jalecos brancos que entraram na área que estavam, falarem.

— X: Se continuarmos assim, vamos fechar logo.

Um coreano disse, enquanto olhava a prancheta que tinha anotado as produções da fábrica. E um senhor já de idade, deu um suspiro tirando o óculos dos olhos e também acrescentou.

— X : Vamos cair em dividas com nossos funcionários e vai nos custar, processos e mais processos.

O mais jovem entre eles, de cabelos pretos e pardo, relembrou a única saída que tinham.

—X : Declarar falência está sendo inevitável. Ou vendemos ou todos nós vamos falir dentro das dividas que vamos entrar.

E enquanto os três discutiam o futuro da empresa parados, um celular tocou e era de Diana, que rápido ela pegou ele do bolso de sua calça. E um dos homens disse, desconfiado.

— X : Ouviram?

Diana de olhos arregalados, olhou para o rapaz que estava com ela e depois ambos olharam para escada ao lado direito deles, o rapaz não esperou que fossem pegos e a puxou pelos braços apressadamente.

Começaram descer do 3° andar que estavam as pressas até o térreo. Que quando chegaram, pararam em frente a uma porta que dava para o estacionamento totalmente cansados e ofegantes.

E de mãos nos joelhos ambos recuperavam o fôlego perdido com aquela corrida.

E o rapaz se encostou na parede e levou a mão na barriga, cansado. Ele tinha a mesma missão que Diana, estava espionando o estado daquela empresa.  E então ainda que cansado o jovem, com um riso no rosto, estendeu uma mão em direção para a moça desconhecida que via enquanto a outra seguiu no seu abdômen e disse.

— X : Oi, sou Alejandro Guzman.  Quem é minha companheira?

Diana puxou o ar do peito e olhou melhor o rapaz enquanto o encarava. Ele era moreno, alto, de cabelos bem pretos e com um sorriso lindo. E então, depois que ficou por segundos o olhando ela finalmente pegou na mão dele e disse.

— Diana: Oi Alejandro, sou Diana . Diana Santos. O que faz aqui?

As mãos de ambos se fechou e Alejandro sorriu mais pegando a mão macia de Diana. Estava hipnotizado com aquela beleza que ela tinha um tanto selvagem, que por ter corrido, a frente de seus cabelos se soltou um pouco e seu rosto estava todo vermelho. Mas ainda era linda, o tom de pele, do cabelo e olhos . Era linda! E ele então entendeu que tinha que responde-la logo e disse.

— Alejandro : Acho que estava fazendo aqui o mesmo que você Diana.

Diana sorriu sem graça e desfez do contato com a mão dele. E então, ela foi até a porta que ficava pelas costas de Alejandro, e que tinha uma janelinha redonda nela e ela observou como estava o lado de fora querendo saber  se tinha algum segurança da empresa que estavam circulando. E como estava de costa, ela o respondeu rapidamente.

— Diana : Meu pai quer comprar essa empresa. E eu vim espionar pra ele. Surpreso?

Ela então se virou pra ele e cruzou os braços depois de falar . E Alejandro sorriu de uma maneira que fez ela suspirar nervosamente diante daquele charmoso sorriso que ele tinha. E assim ele a respondeu, depois de medir ela com os olhos.  

— Alejandro : Confesso que estou um pouco, normalmente os pais como o seu manda os filhos homens fazer isso.

Diana então bufou revirando os olhos. De repente o sorriso de Alejandro já não tinha tanto efeito nela. Já que claramente ele a estava subestimando com sua observação desnecessária. E então, não muito contente ela o respondeu.

— Diana : Meu pai é pai de três filhas e eu sou a primeira delas. E posso te garantir que ele pode contar comigo pra tudo, mesmo que eu não use cuecas como você! Não é porque sou mulher que não posso fazer isso direito, Alejandro!

Diana então deu as costas de novo para Alejandro e voltou observar a porta pela janelinha. E ele baixou os olhos mirando o bumbum dela e deu um sorriso agora não muito inocente. Tinha gostado da resposta dela mas tinha gostado mais ainda de ouvir o nome dele na boca dela. E querendo ouvir ela expressar mais toda sua bravura de uma mulher mais ao que parecia não gostava de levar desaforos, ele disse.

— Alejandro : Não duvido da seu capacidade . Mas quase nos pegaram e por sua culpa. Confesse que te salvei te tirando dali.

Alejandro riu e Diana o olhou o fulminando com um olhar para depois responde-lo.

— Diana: Não precisava me puxar eu ia descer as escadas sozinha. Eu tenho pernas. Então não me salvou!

Alejandro então se encostou na parede outra vez, cruzou os braços e disse, fingindo de início desdém.

— Alejandro : Tudo bem então. Não precisou de mim. Mas temo que sua missão foi em vão. Porque vai ser meu pai que vai comprar e reerguer essa fábrica!

Ele voltou olhar para Diana e ela riu sarcasticamente. Duvidava daquilo. Diana conhecia o pai e o tamanho do conhecimento e poder que ele tinha naquele mundo empresarial. Ele seria dono daquela empresa de laticínios que eles estavam e não seria discutível aquilo. E assim ela respondeu Alejandro. 

— Diana : Não! Vai ser o meu! Não conhece o senhor Santos. Ele que vai comprar essa fábrica e não sabe lá quem é seu pai que vai! Passa esse recado a ele!

Alejandro então também riu. Viu que e Diana era convencida quando o assunto era o pai dela. E ele não podia julga-la por aquilo. Ele era assim também com o pai dele. Que ainda que ela fosse bonita e desaforada demais, ele não engoleria aquele desafio que ela lançava entre os pais deles, calado. E então ele a respondeu certo. 

— Alejandro : Não conhece tão pouco o meu pai, Diana. Ele leva essa empresa. Não tenho dúvidas disso.

Diana então empinou o nariz e retrucou rápida.

— Diana : Isso é o que veremos!

—X: Achamos eles! Achamos eles!

A porta que estava atrás de Diana se abriu e apareceu dois seguranças que entraram por ela.  E logo depois, Diana e Alejandro foram jogados pra fora da empresa e um grande portão de aço foi fechado na cara deles com eles já na rua.

Enquanto Diana brava pela grosseria, alisava suas roupas que tiraram dela não muito gentilmente o jaleco que usou da empresa, Alejandro ria despreocupado. Ele Adorava qualquer adrenalina. Era jovem, cheio de vida e brincalhão. E que por ser assim, podia ser fácil subestimando como mais um filho de papai com mente vazia. Mas não, Alejandro também era muito inteligente astuto. Era o filho dos olhos do seu pai.

E olhando Diana que levou as mãos na cabeça enquanto parecia toda nervosa, ele disse.

— Alejandro : O que foi? Isso foi divertido, Diana!

Diana olhou para Alejandro. Respirou fundo tentando se acalmar mas sem sucesso por ter percebido o que havia deixado dentro da fábrica.  E então ela disse brava.

— Diana : Meu celular ficou lá dentro. E é culpa sua!

Alejandro então a respondeu achando graça o estado dela.

— Alejandro : Culpa minha?

Diana então se aproximou dele e disse o tocando no peito.

— Diana : Sim! Aposto que quando me puxou daquela maneira, meu celular caiu entre as escadas!

Alejandro então pegou na mão dela que tocava ele, beijou ela com Diana respirando agitadamente vendo o que ele fazia. E depois ele tirou o celular dele do bolso de sua calça e disse.

— Alejandro: Tome o meu, se precisar fazer alguma ligação.

Diana piscou nervosa, vendo ele soltar a mão dela e entregar o celular dele a ela. E ela então voltou pra terra em weu estado histérico apenas por tê-lo ali e disse cruzando os braços.

— Diana : Não devia aceitar e nem estar falando muito com você. Nem te conheço!

Alejandro riu. Estava pensava que já estavam a bastante tempo em contato e pelos cálculos dele já não eram tão desconhecidos assim.  Ambos já sabiam o tipo de pais que tinham e que por isso o levaram ali, a espionar empresas alheias. E se já sabiam disso da vida deles o resto viria facilmente. E então ele disse ágil com as palavras.

— Alejandro: Estávamos a mando de nossos pais investigando a desgraça de uma empresa alheia. E isso só porque a falência dela significa mais dinheiro a eles. O que deixa claro que nossos pais não são muito diferentes.  E isso faz a gente ter algo em comum. Pais ambiciosos! Então já temos a consciência disso, não somos mais tão desconhecidos assim.

Diana analisou os argumentos de Alejandro e viu que ele tinha razão. Estavam fazendo aquele jogo para os pais que pareciam ser iguais. E então ela disse se rendendo e pegando o celular.

— Diana : Droga. Mas vai ser meu pai que vai comprar essa empresa. Que isso fique claro!

E Alejandro agora usando as mesmas palavras antes dela, disse.

— Alejandro : Veremos!

Ele observou com um sorriso no rosto, Diana se afastar um pouco e  discar um número no celular dele. E então ele cruzou os braços parado no meio da rua a espera dela enquanto examinava todos os movimentos dela com atenção.

Alejandro estava a passagem na capital do México. E que por isso, fez aquele favorzinho ao pai. Ele era um recém formado em relações públicas mas gastava mais dinheiro do pai do que poupava  e que ainda assim era o filho querido, o primogênito dos olhos dele.  Loreto. Loreto amava o filho de loucura e o ensinava tudo que sabia. O ensinava e preparava para os bailes da vida que nela ele mostrava que valia tudo se fosse pra ganhar.

E depois que Diana conseguiu falar com a secretária do pai por ele estar em reunião. Quando ela já entrava no carro dela estacionado em uma esquina pronta pra ir, Alejandro, que tinha decidido deixar ela ir sem mais provocações, se apressou para impedir que ela fosse e disse, com o celular dele em uma mão e a outra impedindo que ela fechasse a porta do carro que já estava dentro.

— Alejandro : Não ganho pelo menos um obrigado, um adeus ou foi bom te conhecer?

Diana olhou para ele e sorriu de lado. Já estava mais calma. Ser jogada pra fora de uma empresa não era um ato muito honroso e ainda a companhia de um homem tão bonito mas falante demais como Alejandro pareceu ser não era muito fácil ficar calma. E então, cheia de gentileza ela disse pronta pra fechar a porta.

— Diana : Muito brigada e adeus, Alejandro.

Ela foi fechar a porta mas Alejandro a escancarou com a mão que estava nela. Já não queria deixa-la ir. E ele sabia que podia ser insistente e prolongar aquele encontro do acaso deles se quisesse. E ele iria fazer aquilo. E então se apoiando confortavelmente no carro dela, ele disse sem tirar por um momento o sorriso que levava no rosto.

— Alejandro: Me passa seu número que te deixo ir.

Diana sorriu mas pensou no pedido dele que não estava muito afim de atender o flerte agora dele, disse.

— Diana : Isso não.

E Alejandro ainda insistente disse . 

— Alejandro : Por que não? Quero ter seu contato para me vangloriar quando meu pai comprar essa empresa.

Diana então fechou a cara. Estava ele ali querendo provocar ela de novo. E então ele disse.

— Diana: O meu vai que vai! E acabo de perder meu celular. Meu número talvez não será o mesmo. Então esqueça!

Alejandro não aceitando aquele não, disse ligeiro.

— Alejandro : Certo. Como perdeu vou dar o meu. Caneta?

Diana revirou os olhos e disse ironicamente.

— Diana: Sério?

Alejandro riu e tirou uma caneta do bolso da calça dele e disse.

— Alejandro : Eu tenho aqui estressadinha. Só queria testar sua paciência.

Ele então puxou a mão de Diana e escreveu o número dele na palma da mão dela. com ela de boca aberta. E depois ele beijou por cima e disse agora sério.

— Alejandro: Independente da provável rivalidade de nossos pais . Quero ser seu amigo, Diana. Tenha um bom dia.

Alejandro então saiu e Diana ficou olhando ele dar as costas e depois parar diante de um carro preto depois de dois atrás dela. Ela sorria desacreditada, fechou a porta do carro e olhou para palma da mão dela . Tinha o número dele e um ousado coração que ele tinha desenhado.

E ela riu e depois viu o carro dele passar e buzinar . E só depois que ele foi, ela teve coragem de sair dali ligando o carro dela.

Enquanto no meio da tarde, nas terras da fazenda Morenita.

Inês tinha os cabelos úmidos sobre os ombros, enquanto estava em cima de uma das éguas dela, chamada mimosa. A égua de pelos marrons claro, estava no meio de uma estrada de barro a frente de uma cerca farpada que dividia ali o limite de terras da fazenda que moravam com as terras do vizinho. E Inês olhava dali o por do sol depois de ter tomado banho de rio com Cassandra, já que Constância havia resolvido ficar estudando. Mas Inês enquanto olhava o por do sol, pensava na sua caçula, com a certeza que ela tinha evitado aquele passeio com ela inventando tal desculpa.

E então, assim ela escutou o cavalgar de um cavalo por trás dela e disse sem olhar.

— Inês : Se quiser ir minha filha, pode ir. Vou depois.

Cassandra que estava ali, suspirou e foi mais a frente com seu cavalo para dizer.

— Cassandra : Se volto para casa sem a senhora, o papai me mata mamãe.

Inês sorriu ironicamente e suspirou com pesar. E depois olhando para Cassandra que agora olhava o por do sol ao lado dela, disse.

— Inês: Eu sou a mãe aqui. Sou a esposa e todos vocês me tratam como se eu fosse a filha de vocês, a dependente de toda atenção.

Cassandra olhou Inês de lado. Ela amava a mãe que tinha acima de tudo. E todos os cuidados que ela tinha e via o pai ter com ela, era por amor. Um amor quase sufocante que tinham por ter medo de vê-la entregue aos males que sofria, e que eles Cassandra ainda não tinha exatamente a resposta de quando ou porque a mãe dela se tornou aquela mulher tão frágil.

E então ela disse baixinho.

— Cassandra : Mamãe...

Inês viu a expressão de Cassandra triste, como que sentisse culpada de junto as irmãs e pai ama-la como a amavam. E então, para desfazer o que havia dito, Inês disse a filha.

— Inês : É melhor não dizer nada minha querida. Se isso acontece, a única culpada aqui sou eu. Sei que tudo que fazem é por amor. Vamos? 

Cassandra assentiu em silêncio e Inês deu a volta com sua égua e ela fez o mesmo para voltar o caminho pra juntas irem embora dali.

Enquanto já em casa.

Victoriano estava entrando  e Constância descia a escada e atravessava já a sala, quando ela o viu.  E então a jovem sorriu animada por vê-lo e disse.

— Constância. Papai!

Ela abraçou o pai quando esteve na frente dele e ele a retribuiu com amor. E então ela voltou a dizer.

— Constância : Chegou cedo!

Victoriano sorrindo feliz com a recepção de sua caçula, disse.

— Victoriano : Queria chegar a tempo para estar no jantar com minhas amazonas. E onde estão todas, hum?

E Constância então o respondeu andando até o sofá da sala.

— Constância: Diana está no quarto e Cassandra e a mamãe não voltaram do rio ainda.

Victoriano a seguiu e depois de ouvi-la, quis saber quando soltou um suspiro e sentou no sofá.

— Victoriano : E não foi com as duas porque? Hum?

Victoriano mexeu na gravata e puxou Constância logo depois que sentou ao lado dele para seus braços. E ela deitou a cabeça no ombro dele e disse, como que sua decisão de não ir não tinha a afetado em nada. 

— Constância: Vou amanhã com Emiliano.

Ela então se separou do pai. E Victoriano a observou. Constância buscava muito a atenção da mãe, em algumas atitudes um tanto rebelde mas ele via que era tudo para ter atenção dela . E naquela tarde ela teria mais que aquilo e simplesmente ela recusou. Quando não era Inês que deixava de fazer algo para ter a filha mais perto, era ela.  E como explicar o que ele via? Ele não sabia como fazer, mas via que cada dia que passava enquanto sua menina virava mulher, o distanciamento de mãe e filha aumentava.

E então Victoriano disse.

— Victoriano : E por que não foi hoje também? Aposto que ia se divertir igual!

Constância deu um riso irônico com o que ouviu de Victoriano. Os dias passava e ela entendia que tinha razões de pensar que não era tão amada por Inês como as irmãs eram. E então ela respondeu o pai.

— Constância : As vezes sinto que deixo a mamãe desconfortável com minha presença, papai. As vezes sinto que sou um incomodo a ela.

Victoriano suspirou com pesar. O que Constância falava era totalmente distorcido. Inês sofria. Ainda sofria por ter rejeitado ela ao nascer. E por isso, se culpava e não se perdoava e assim gerava aquele buraco entre as duas que tinha que ser sarado. Mas ele não podia fazer isso. Contar a verdade iria fazer Constância se sentir pior do que sentia. Foi a menos querida entre as filhas pela mãe e tudo por um passado que ela não tinha culpa alguma. E isso Constância não entenderia e ele não poderia culpa-la por isso. E e assim, ele pegou no queixo dela fez ela olha-lo vendo lágrimas entre os olhos dela e disse.

— Victoriano: Não gosto quando começa a falar assim, Conny. Sua mãe a ama. Não pense o contrário disso.

Constância se levantou . As vezes sentia que o pai junto a mãe escondiam coisas dela e não só dela, com das irmãs. E assim ela disse, sabendo que tinha uma pessoa que poderia dar algumas respostas a ela se ela fosse buscar.

— Constância : E se for verdade o que minha vó Bernarda diz. Que ela não me ama tanto assim? Talvez seja verdade!

Victoriano se levantou também e passou a mão no rosto. Lembrou que Constância havia mencionado aquilo e lembrou também das palavras de Inês pela manhã. E então ele disse sério com ela de costa pra ele.

— Victoriano: Tem que me explicar direito essa  história, filha. Porque não é certo que Bernarda te encha de besteiras!

Constância deu de ombros e olhou para o pai e disse sofrida, levando a mão no meio do peito.

— Constância: Talvez não seja besteira. Eu sinto papai, sinto aqui dentro que minha mãe não me ama como ama Diana e a Cas... Sinto, sinto que escondem algo!

Victoriano sentiu o corpo todo tenso e rapidamente e ele disse temoroso .

— Victoriano : O que fala é besteira. Não escondemos nada! Nada! E sua mãe te ama, Constância. Assim como ama suas irmãs! Sabe que ela passa por alguns problemas psicológicos, filha, isso não é segredo a ninguém! Temos que sermos pacientes com ela!

E agora, Constância sentiu temor. Só queria mais da mãe. Queria sentir que era tão livre de estar com ela como via que as irmãs eram. Pois como Victoriano havia dito, não era segredo que Inês estava enferma, que enfrentava uma forte depressão e que segundo o que ela sabia, antes mesmo dela nascer. E então chorosa ela disse. 

— Constância : E por que papai? Por que minha mãe é tão doente assim, porquê?

Victoriano então pegou no rosto de sua filha tão perdida naquela história que também era dela. A sombra do passado estava sobre eles, triste e sombria.  E o que ele só podia fazer, era contar com suas 3 filhas para que um dia tivessem Inês totalmente sana outra vez. E então, ele disse com o coração triste de ver sua caçula sofrer mais do que as outras duas irmãs dela.

— Victoriano : Sabe que ela luta contra uma terrível depressão antes mesmo que você  nascesse.  E isso já é motivo para cuidarmos dela. Juntos podemos fazer isso, minha vida. 

Constância tocou nas mãos de Victoriano que estava ao lado do rosto dela. Sabia. Sabia o que tinha que fazer para ser uma boa filha, para ajudar o pai e as irmãs darem o apoio que ela via que a mãe precisava. Mas às vezes era muito.  Muito pra conciliar e ficar calada perante a tantos porquês. E assim, ela disse.

— Constância : Eu não entendo. Temos dinheiro papai, temos tudo. Porque ela tem isso?

Victoriano então tomou agora as mãos de Constância entre as dele, as beijou e depois que puxou o ar do peito ele a respondeu.

— Victoriano: Ainda vai entender que dinheiro não é tudo, filha. Ele não compra paz de espírito, nem muito menos a felicidade como todos pensam.

E mais tarde na mesa do jantar. Estavam todos reunidos como uma família, apesar de tudo unida como eram.

E nessa união, Diana animada contava a história dela na empresa. Que encontrou um rapaz fazendo o que ela também fazia . Victoriano já tinha escutado a história dela depois que ela voltou para empresa, que o rapaz tinha desafiado ele com a questão que seria o pai dele dono da empresa que ele queria por as mãos.

E então convencido ele disse na mesa no meio de suas mulheres.

— Victoriano : A, S.A laticínios também será nossa. Esse jovem vai ter que ver o pai dele de mãos vazias!

Victoriano bebeu seu vinho rindo.  E Inês disse, interessada na conversa.

— Inês : E o rapaz? Parece que sorrir mais quando fala dele, filha.

Diana sorriu, pensou em Alejandro o resto da tarde. Mas tinha esquecido o sobrenome dele, o que faria ela acha-lo rápido nas redes sociais . O que só restava a ela, era o número dele que ela tinha anotado depois em sua caderneta por ainda estar sem celular. Mas quando seus olhos brilhando demais, bateu em Victoriano ela ficou vermelha. Gostaria de falar mais dele, contar sobre o contato dele que tinha em mãos pra voltar quem sabe a vê-lo. Mas estava certa pelo olhar do pai, que só faria aquilo sozinha com a mãe ou as irmãs.

E Cassandra e Constância vendo que as bochechas da irmã mais velha delas ficarem vermelha. Cas, disse primeiro com graça.

— Cassandra : A bochecha dela está vermelha.

Diana então deixou de comer pra respondê-la rindo.

— Diana: Aí cala boca Cas!

E Constância seguiu com a implicância, toda curiosa.

— Constância: Está mesmo. Diga mais como ele era. Era espião como você naquela empresa? Talvez seja sua alma gêmea, irmãzinha.

Diana riu ficando mais vermelha e disse. 

— Diana : Quanta bobagem vocês duas.

E Victoriano, concordando com as palavras de Diana disse, depois que limpou sua boca com o guardanapo.

— Victoriano : Bobagem mesmo! Ele é filho de um rival meu e que está de olho em algo que quero! Não fantasie a irmã de vocês com esse rapaz, filhas!

E Inês que olhava com graça aquela conversa que a deixava feliz que suas filhas tinham, disse repreendendo Victoriano.

— Inês: Não acho que seja bobagem. As vezes o amor pode acontecer no primeiro encontro Victoriano, e só depois florescer. Foi assim com nós dois!

Victoriano então respirou fundo mas logo disse de sorrisos e buscando a mão de Inês sobre a mesa.

— Victoriano: Tem razão morenita, mas não era filha de um rival do meu pai.

Diana ficou calada. Ela e as irmãs sabiam que aquelas eram as últimas palavras do pai sobre aquele tema, o que fez elas desanimar de seguiu- lo. Enquanto Inês, quis guardar aquela questão para discutir com ele em um momento mais oportuno.

E assim, algumas horas depois de uma noite quente mas estrelada.

Inês estava sentada e um sofá do andar de cima da casa, na varanda. Ela tinha Cassandra com ela, que estava deitada nas pernas dela olhando as estrelas. E assim, a jovem falava depois de ter pensado tanto depois do jantar.

— Cassandra : Já tenho 20 anos e ainda não encontrei o amor da minha vida mamãe. As vezes acho que não preciso dele para ser feliz outras sim.  Será que tem algo errado comigo? Na minha idade disse que já amava meu pai e já eram casados.

Inês baixou a cabeça que ao ouvir a voz de Cassandra saiu dos devaneios que tinha na mente. Cassandra, era uma jovem doce mas um pouco durona como o pai. Ela sabia sempre o que queria e aonde  queria  chegar. Ela não queria ter só um amor. Ela queria ter mais que isso. Mais do mundo, mais de tudo que a vida lhe podia dar.  E que por isso, das três filhas que tinha, Cassandra era a que menos era sonhadora em relação ao amor. Que apesar de Diana ser durona também, provando isso já estando ao lado do pai nos negócios, ela sempre suspirava na ansiedade de amar alguém. Mas Cassandra não. E Inês então disse por conhecer muito bem as três filhas que tinha.

— Inês: Vai encontrar o amor da sua vida quando chegar a hora. Não tem nada de errado com você, meu amor. E está certa, não precisa amar alguém para ser feliz. Porque se formos felizes sozinhos primeiros, as chances de sermos felizes com alguém vão ser maiores.

Cassandra sorriu e beijou a mão de Inês e perguntou. 

— Cassandra: Então é feliz com meu pai?

Inês suspirou com a pergunta. Quando se fazia ela, ela pensava nos anos passados ainda casada com Victoriano e nos presentes. E a resposta era uma só. Porque ser casada com um homem como ele, não tinha como não ser feliz. E se os fantasmas que tinham ainda assombrava eles. Não era culpa dele . Porque Inês sabia, que o que houve não foi culpa de Victoriano. Fernando ter sido sequestrado foi uma desgraça que não dependia dele, e que sem o amor dele todos aqueles anos ela sim seria a mulher mais infeliz da terra. E então ela respondeu Cassandra.

— Inês : Sou, meu amor. Com ele me sinto a mulher mais amada do mundo. O amor do seu pai me faz feliz, me dá forças pra seguir. E é um amor assim que desejo a vocês todas.

Cassandra sorriu com a resposta da mãe, que pensava que se fosse amada por alguém sem dúvida iria querer ser amada como ela era pelo pai. Como estavam, Inês tinha os dedos seguindo deslizando entre os cabelos de Cassandra . Que dessa forma observando as duas estava Constância que saiu correndo dali sem ser vista.

Enquanto no escritório. Victoriano se despedia de uma visita . Era um de seus advogados que representava a empresa dele e o guiava em algumas compras, vendas e empréstimos altos.

O senhor, coroa de estatura baixa e um pouco acima do peso mexeu no óculos com uma mão enquanto a outra segurava uma maleta e disse.

X: Sei que é ambicioso Victoriano Santos, e por isso digo que uma compra de uma empresa falida pode ser um tiro no pé, mas também pode ser uma jogada e tanta! Mas que seja arquitetada com todos os cuidados e sem pressa.

Victoriano assentiu ao mostrar que entendia seu advogado mas discordando com o final das palavras dele, ele disse.

— Victoriano : Já tenho um concorrente de olho na S. A, Nicolau. Não posso dormir no ponto. Essa empresa e a minha serão uma só! Uma só!

No andar de cima, Constância, da janela do quarto dela chorava. Ela estava meia aberta com cortinas brancas que a cobria. Era tão raro ela ter o que viu que Cassandra tinha de Inês. Era tão raro ela ser a filha que era afagada pelas mãos da mãe como viu que sua irmã do meio era.

Havia um bloqueio entre as duas. Que Constância desconhecia a raiz dele mas que ajudava fixar mais entre elas aquele buraco, que Inês sabia quando tudo começou mas que não tinha coragem para cortar aquela raiz que estava sendo regada por culpa e lamentos de seus erros como mãe no passado.

E então, ouvindo bater de pedras na janela dela, Constância, limpou as lágrimas e abriu um sorriso instantâneo sabendo quem era que fazia aquilo. E ela abriu apressadamente mais a janela e botou cabeça pra fora.

Embaixo, tinha Emiliano em cima de um cavalo olhando pra ela com um sorriso.

Constância olhou ele em cima do cavalo branco e sorriu boba. Lembrava de histórias, que ouviu pela boca de Adelaide e Victoriano, de príncipes que chegavam dessa forma na janela de suas princesas jurando amor eterno. E Emiliano, como eles . Um príncipe meio fora de época. Mas era, por ser apenas o amor dela. Ainda que ele não entendesse que aquele amor que ela sentia por ele não era mais como de irmãos que cultivaram na infância de ambos.

E assim que ele a viu, ele disse sussurrando pela arte que iam fazer mais uma vez.

—   Emiliano: Desce aí, Conny.

Constância fez sinal para ele que ia descer e saiu de perto da janela. Em cima da cama ela pegou seu robe e amarrou por cima de seu pijama de shorts e blusinha, voltou pra janela escancarando ela e começou a descer a escada que tinha pregada ali no meio de uma planta de folhas verdes que eram esparramadas na parede do quarto dela.

E logo depois os dois jovens fujão, estavam no meio do mato, de gramas baixa, deitados enquanto olhava pro céu da noite perfeita que fazia.

E Emiliano suspirou com as mão sobre o peito e disse.

— Emiliano : A noite está linda hoje, não está Conny?

Constância assentiu e procurou a mão de Emiliano e pegou. Ele deixou agarrando mão dela e depois beijando. Tinham um elo, mas para ele apenas de irmãos que juntos cresceram, brincando e até brigando como bons irmãos por aquelas terras.

Constância não olhava mais as estrelas, ela tinha os olhos apenas para a mão dela junta com a de Emiliano. Até que ele disse, apontando para cima.

— Emiliano: Olha Conny, uma estrela cadente . Vamos fazer um pedido.

Emiliano se levantou ajudando Constância fazer o mesmo . E ambos sorrindo fizeram o seu pedido. Constância fez dois. E Emiliano quando fez dele, disse sorrindo com uma energia que só eles como jovens tinham.

— Emiliano : Qual foi o seu pedido?

Constância riu. Não podia contar. Nos seus dois pedidos tinha entre eles, o amor incondicional de duas pessoas. E assim ela disse.

— Constância: E seu falar não realiza, bobo!

Emiliano deu de ombros e disse.

— Emiliano: Isso é mentira! Eu falo o meu!

E Constância então perguntou curiosa.

— Constância : Diga qual foi o seu que digo o meu!

Emiliano então bagunçou os cabelos de Constância e depois revelou seu pedido.

— Emiliano : Pedi para que Melissa me notasse. Qual foi o seu?

O sorriso que Constância sustentava no rosto se foi . Melissa era a jovem do mesmo colégio que estudavam e que Emiliano tinha uma paixonite, o que fazia Conny não gostar  dela por mais aquilo. E então ela disse irritada.

— Constância: Não interessa o que eu pedi. E já quero ir embora!

Constância cruzou os braços e se pôs a andar, e Emiliano a seguindo, disse alto pra ela ouvi-la.

— Emiliano: Porque não gosta dela, Conny? Ela é inteligente!

Constância então parou de andar e olhou pra Emiliano, e respondeu, o que sua melhor amiga e ela achavam.

— Constância : Ela é metida e arrogante. A Luz também acha isso!

Bicuda, Constância  voltou andar até o cavalo de Emiliano e logo depois no meio do caminho, eles encontraram com Vicente que procurava o filho pelas terras do amigo que era vizinha com a dele.

Vicente, vendo eles juntos em um só cavalo disse.

— Vicente: Vocês dois tem que parar de fugir assim!

E por ter Diana chamando Vicente de tio e Diana Maria de tia, Constância que os chamou assim com facilidade também como Cassandra também fez, disse.

— Constância : Fomos olhar as estrelas, tio.

E então mais tarde, Vicente, depois de ter deixado Constância de volta ao lar, cavalgava com Emiliano e depois, ele disse quando já entravam na casa deles depois de deixar os cavalos com os capatazes.

— Vicente: Sabe que Conny, ainda que cresceu com ela, ela é uma garota que está virando uma mulher, não sabe, filho?

Vicente tinha parado a frente do filho e tinha seriedade no olhar enquanto esperava a resposta dele. E Emiliano, rápido respondeu o pai com um sorriso no rosto.

— Emiliano: Eu sei, pai! Ela é minha garotinha que sempre vou proteger como seu irmão mais velho.

Vicente suspirou. Os anos passavam e não conseguiam ver os dois mais como garotinhos e o dever dele era garantir que os garotinhos, não fizessem nada errado pelas costas deles. E então como pai, ele aconselhou.

— Vicente: Nasceu alguns dias antes que ela, filho. São dois garotinhos que estão crescendo e por isso me preocupo em ter que seguir  buscando vocês no meio de nossas terras! Temo o que posso encontrar e ter que explicar isso ao seu padrinho.

Emiliano então agora não mais rindo, disse certo de suas intenções e de Constância.

— Emiliano: Conny me quer como irmão e eu a ela como irmã, pai! Não tem o que se preocupar. Meu padrinho sabe disso e não se preocupa!

E no meio da madrugada.

Inês tinha despertado. Os braços de Victoriano estavam em volta da cintura dela, e ela devagarinho tirou e saiu da cama.

E então ela caminhou até o banheiro saiu de lá e saiu do quarto e andou até o quarto de Constância. Quando chegou, Inês, viu a porta entreaberta e ela entrou vendo o abajur ao lado da cama dela aceso, e ela dormindo de barriga pra cima e braços abertos, que em uma mão ela tinha uma caneta rosa. Inês caminhou devagar e viu um caderninho no chão. Ele era rosa e peludinho e estava caído aberto pra cima. Inês então buscou os olhos da filha, viu ela dormindo e depois virou o caderno. Nele, ela viu em uma folha um coração com nome dela e de Emiliano ao meio, e Inês suspirou por saber que o que lia não era novidade e que a preocupava. Conhecia as três filhas iguais. As observava até mesmo Constância que tinham aquela relação complicada, e por isso sabia dos sentimentos dela por Emiliano.  Ela via a folha marcada e um pouco grossa, e tocando a folha ela sabia que aquelas marcas eram lágrimas.  E era aquilo que a preocupava como mãe . Ser amada e não ser correspondida já era triste,  mas ser adolescente e passar por aquilo, Inês sabia que era como a morte para eles.

Então devagar, Inês deixou o caderninho como estava e levou a mão no rosto de Constância, até que a jovem segurou a mão dela sonolenta disse.

—Constância: Mamãe?

Inês deu um meio sorriso. Não queria ser surpreendida por Constância ali. Mas como foi, ela sussurrou.

— Inês : Sim, meu amor.

Constância, então se moveu e Inês sentou na cama tendo ela abraçando -a pela cintura que quando Inês viu estava deitada na cama com ela. Com as mãos de Constância nela ela não  podia sair dali. E não ia a lugar nenhum. Tendo Constância naquele silêncio agarrada a ela, não dava espaço para qualquer pensamento que ela poderia ter.



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