Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 21
Capítulo 21




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Quando Victoriano, saiu, a parteira com pressa, tirou sua capa de chuva, abriu sua malinha, pegou um incenso caseiro e deu para Adelaide e disse.


— X : Acenda isso, e espalhe a fumaça para os 4 cantos desse quarto.

Adelaide sem questionar a fé da mulher fez rapidamente o que ela mandava.


E a parteira se aproximou de Inês e disse.

— X: Vamos colocar essa menina pra fora, mulher.


Inês piscou sentindo que a senhora tocava nela . E ela disse, abatida.

— Inês : Tire ela de mim.


E a parteira entre as pernas de Inês, olhou a bebê coroando e disse com um riso.


— X : Vamos fazer força que ela sai.

Inês rapidamente fez que não com a cabeça e fechou as pernas, dizendo.

— Inês : Não. Não quero.


A parteira molhou as mãos lavando na água que viu na bacia e depois secou ela com uma toalha limpa que ela mesma tinha levado e disse.

— X :Não é seu querer e sim da menina. Vamos colocar ela pra fora .

E momento depois Inês fazia força, agarrada nas grades da cama, ela gritava tirando forças da onde não tinha para filha dela nascer. O que parecia, que isso nunca acontecia.

E embaixo na sala, Victoriano escutava Inês gritar . E ele se desesperava na companhia do capataz sentindo impotente naquele momento.


Enquanto no quarto de brinquedos, Cassandra brincava com uma jovem, que trabalhava na fazenda, Diana estava parada olhando para porta fechada só esperando o momento que viessem busca-la para ela ver a mãe.


E então vários minutos depois no quarto, a parteira pegava a filha de Inês nos braços. A menina não chorava, pequena e rochinha ela parecia que não tinha ar para respirar. E Adelaide, fez um sinal com as mãos como se tivesse rezando. E estava. Fazia uma prece por ver a recém nascida calada e roxa .


Enquanto Inês, olhava para o teto imóvel. Tinha passado por um parto que não superaria fácil. E agora estava ali só no corpo porque a mente dela se foi para um lugar longe dali.


E embaixo, por não ouvir mais nada, Victoriano subiu correndo. Quando entrou no quarto, viu Inês sobre a cama em volta de sangue e a parteira com a filha deles nas mãos. Parecia tudo em câmera lenta, o silêncio só na espera do choro da criança e a reação de Inês, alheia ao que acontecia . E então, ele disse com os olhos cheios de lágrimas.


— Victoriano : Deixe-me ver minha filha.


Só bastou ouvir a voz dele que foi reconhecida, que a bebê nos braços da parteira chorou alto. Desde das 24 semanas de gestação, um bebê é capaz de ouvir e reconhecer sons e vozes ainda dentro da barriga, e a linda menina que berrou chorando liberando a entrada de ar para seu pulmão, reconheceu a voz do pai dela.

E a parteira a entregou com um sorriso no rosto.


— X: Ela está bem, agora cuide da mãe dela.


Victoriano então, olhou para Inês. Ela tinha escutado o som da menina chorar o que a trouxe de volta para realidade. Mas virou o rosto logo em seguida para não olhar para ela que seguia nos braços de Victoriano.

E Victoriano olhou a menina, loirinha que tinha os olhos fechados e o rosto inchadinho. E emocionado ele disse, escolhendo ali o nome da filha deles.


— Victoriano : Bem vinda a nossa família, bem vinda, Constância.


E momentos depois, no meio da madrugada, um helicóptero posou a frente do portão da fazenda. As redes de telefone tinha voltado e a tempestade acalmado, mas a árvore continuava bloqueando a saída da fazenda. Então, Victoriano acionou uma companhia aérea pedindo um helicóptero para tirar Inês e Constância da fazenda para passarem por exames médicos no hospital. Mas antes de acompanha-la, a gratidão dele com a parteira, cujo o nome, se revelou em Maria do Rosário, foi mostrada ainda que com palavras porque, Victoriano queria dar algum bem como forma de agradecimento a ela. Mas o que ele não sabia que não era com dinheiro que uma mulher como aquela eram pagas.

E já era manhã. No hospital, Inês não queria saber de Constância. Deitada de costa no leito para o bercinho que tinha ao lado dela, Inês a ouvia chorar.


E Victoriano, entrou no quarto. Esteve com a obstetra de Inês, que garantia que mãe e filha estavam bem, mas o psicológico de Inês, não. Que pela experiência, a médica a via começar a sofrer por depressão pós parto e a diagnosticou assim. O que não era raro em mulheres que acabavam de ser mães, ainda mais em uma como Inês, que já havia sofrido por problemas psicológicos. E Victoriano suspirou a olhando. A médica, também o tinha orientado para que ele a encaminhasse para um especialista. Mas não era aquilo que Victoriano queria.


Ele queria Inês sana, sana como esteve o resto daqueles anos.

E assim, ele foi até o bercinho de Constância.


Ela estava enrolada em uma manta rosa e ele a pegou nos braços, a aninhando . Constância tinha fome, ainda não tinha sido amamentada por Inês que recusava amamenta-la, mas tinha ela se alimentado com uma mamadeira pequena com leite materno do hospital. O que doía em Victoriano, saber que a filha deles era amamentada por qualquer estranha menos pela mãe.


E então, ele disse aflito e se controlando para não se exaltar com Inês.


— Victoriano : Nossa filha chora de fome, Inês. Tem que amamenta-la.

E Inês como estava não se moveu . E apenas disse fria.

— Inês :Tire ela daqui Victoriano. Não vou amamenta-la.


Inês tampou os ouvidos com as mãos. Não queria ouvir a menina chorar . Estava a desesperando ouvi-la . E então, Victoriano disse, querendo apelar para o lado emocional de Inês, o lado que ao escolher o nome da menina, ele pensava que mexeria com ela assim como tinha feito com ele. Porque só olhar Constância, ele logo a viu como uma menina forte, e como forte ele pensou na sua falecida sogra, que tinha sido forte até quando pôde, e a homenageou dando o nome dela a terceira filha deles.

— Victoriano : Escolhi o nome dela, como da sua mãe, Inês! Isso não é nada pra você? Ser mãe dessa menina linda não te comove? Por Deus, Inês! Reaja! É nossa filha!


Inês suspirou fundo. Tinha o coração acelerado. Saber que Victoriano tinha escolhido chamar a filha deles pelo nome da mãe dela, lhe dava vontade de chorar e vontade de tê-la viva com ela, para que naquele momento buscasse os braços dela de mãe. E com o que sentia, fazia ela querer chorar mas chorar alto . Era um acúmulo de sentimentos que o nascimento de Constância estava despertando em Inês, que ela não sabia se tinha forças para lidar, para encarar seus sentimentos. Inclusive o de culpa que passou todos aqueles meses não querendo a filha que chorava.

E assim passou algumas semanas.

Inês estava de volta na fazenda com Constância. Victoriano, estava ausente da empresa e as meninas faltando nas aulas, enquanto ele e Adelaide tinha a atenção voltada a Inês e a recém nascida que precisava da mãe mas Inês seguia rejeitando ela.

E assim em uma noite. Victoriano, descia a escada com Cassandra nos braços e pegando na mão de Diana . Quando ele viu uma pessoa adentrar de mala na casa.


E então ele disse, sentindo que uma parte do peso que sentia podia ser dividido e não só com Adelaide.


— Victoriano : Não acredito que veio.

Bernarda sorriu mascarando toda sua maldade. E disse, olhando as meninas e depois ele.


— Bernarda : Acho que precisam de mim.


E Victoriano suspirou, aliviado com a presença de Bernarda . Ele realmente não sabia quem era a mulher que se alegrava em ver, apenas via ali, sua madrasta e viúva do pai dele que era mais velha que ele e que assim podia ajuda-lo na situação que se encontrava. Sendo um pai, quase solteiro de três meninas .

E então mais dias passou. Constância já tinha 2 meses e Inês por ter negado amamenta-la, já não tinha leite nos seios. E Diana, a mais velha, observava tudo o que acontecia e absorvia na mente tudo que a marcava naquele nascimento de Constância, sua infância.

E sobre a cama de Inês, Diana penteava os cabelos dela. E então, Inês ouviu a menina dizer, enquanto escorregava a escova nos lindos cabelos da mãe.


— Diana : Por que não gosta da Constância, mamãe?

Inês ficou calada e Diana seguiu penteando os cabelos dela. A menina, era esperta, e por ser observadora, sabia que desde que Constância tinha chegado na família, não tinha visto a mãe pega-la. E como não ouviu Inês, responde-la ela voltou dizer.


— Diana : A vovó Bernarda , disse, que não gosta dela porque te tiraram, Fernando. Mamãe, quem é Fernando?

Inês então tirou a escova da mão de Diana e disse, ao se virar para ela brava. Por ouvir ela chamar Bernarda de vó e saber que a mulher se atreveu a falar de Fernando.


— Inês : Bernarda, não é sua vó! Ela é só a madrasta de seu pai! Não é mãe dele! Então essa mulher não e sua vó, Diana!

Diana encheu os olhos de lágrimas sentindo que levava bronca da mãe e disse.

— Diana :Mas eu gosto da vovó, Bernarda!

Inês pegou nos braços de Diana e disse se descontrolando, por ver a filha declarar afeto a Bernarda.

— Inês : Eu disse que essa mulher não é sua vó e nem das suas irmãs!

Diana sentiu dos olhos descerarem lágrimas enquanto Inês a sacudia. E então, Victoriano apareceu, e disse alto.


— Victoriano : Solte a menina, Inês!

Inês soltou rápido Diana, e saiu da cama e disse, brava a ele .


— Inês : Quero Bernarda, longe das minhas filhas! Quero ela longe daqui!


Victoriano ficou todo vermelho de raiva ao ouvir Inês. Sentia que ela não tinha moral para exigir nada. E que Bernarda, desde sua chegada, estava ajudando ele e Adelaide com as meninas e com a casa . Estava sendo a mãe que Inês não estava sendo das meninas, incluindo de Constância. E então, nervoso ele disse, para não ver Diana presenciando uma briga deles.


— Victoriano :Vai para seu quarto, Diana, depois passo pra ter dar um beijo.


Ele disse sério e a menina não pensou duas vezes em ir. E então ele voltou olhar Inês, disse bravo.


— Victoriano : Não tem direito de exigir nada, Inês! Está me deixando sozinho de novo! Bernarda está sendo mais mãe de nossas filhas do que você! Ela não vai a lugar algum!

E Inês engoliu em seco com as palavras de Victoriano. E andou no quarto nervosa. Contra as palavras dele ela não tinha argumentos, mas tinha a desconfiança ainda instalada nela por Bernarda. E então, ela tomou fôlego e disse.


— Inês : A mulher que defende, me desprezou desde que pisei aqui e segue sendo assim! Então ela não tem que ficar! Diz que a fazenda é minha! Então mande ela embora!

Victoriano riu ironicamente ao ouvir Inês de novo tentar exigir algo. Estava magoado com ela. Sabia que ela passava por uma depressão de novo, mas não via ela tentar sair dela e nem se aproximar de Constância, e então ele disse a ela.

— Victoriano : Dessa vez não farei seus caprichos, Inês! Não, não, amamentou nossa filha! Não amamentou, Constância!

Victoriano cuspiu aquelas palavras mostrando sua magia recente. Seguia vendo Constância sendo rejeitada por Inês e isso o matava ao poucos. Porque ele ficava dividido. Constância era uma inocente que precisava da mãe e por outro lado, Inês não era a mesma mulher que ele havia se casado, e era ele que não conseguia aceitar aquele fato que as atitudes dela seguia demonstrando a ele.

E como não a viu responde-lo, ele comunicou a decisão dele para dar um jeito nela.

— Victoriano : Amanhã cedo iremos ao médico!


E Inês riu infeliz e de coração acelerado. E depois disse.


— Inês : Vai me deixar em um hospício outra vez?

Victoriano, então viu os olhos de Inês molharem de lágrimas e os lábios dela tremerem . E aquela características, era os nervos dela abalado dando sinais que ela precisava seguir um tratamento psicológico, um que ele tinha tirado dela há 5 anos. E assim, ele a respondeu .

— Victoriano : Não, Inês! Vou cuidar para que não volte para ele!

Inês então chorou. Chorou levando as mãos nos cabelos e bagunçado eles. E gritou com raiva da vida.

— Inês : É infeliz comigo! Devia ter me deixado quando soube que eu seria mais um louca na minha família, Victoriano!


Victoriano então a puxou pelos braços. Inês quis se soltar, mas ele a segurou mais forte e disse buscando os olhos dela chorosos.

— Victoriano: O que tem não é loucura, Inês! O que tem é que não consegue superar o passado que vivemos! Está presa no tempo! Ainda revive a dor de quando nos tiraram Fernando! Revive quando se tranca naquele santuário que fez para ele! Eu vou ... Eu vou destruir aquele lugar!

Inês se desesperou em ouvir a ameaça de Victoriano. E tentou bater nele ali aonde estava no meio dos braços dele. Mas Victoriano segurou os braços dela e ela gritou furiosa com ele.

—Inês: Não se atreva, não se atreva a tocar nas coisas do meu filho, Victoriano!

Victoriano, então andou, até que Inês sentiu a cama e caiu nela logo depois.

E ele viu a camisola dela subir, e suspirou entre a raiva dela que estava e o desejo que sentiu. Já levava meses sem ela, antes mesmo de Constância nascer não faziam amor. E então ele se deitou em cima dela. E segurou as mãos dela no alto de sua cabeça e disse.


— Victoriano : Será que posso ter minha mulher? Minha mulher se encontra aí, Inês? Hum?


Ele levou o rosto no pescoço dela, enquanto ele segurando os pulsos dela juntos com uma mão, desceu a para perna dela e apertou ela na coxa.

E Inês suspirou ofegante, sentindo a mão dele entrar debaixo do pano da camisola dela. E então ele se afastou, e lhe arrancou a calcinha e olhou o sexo dela.

E então ela disse em um sussurro o nome dele.


— Inês : Victoriano ...

E Victoriano, buscou os olhos dela e disse rouco.

—Victoriano: Quero você, Inês. Preciso tanto da minha mulher.


Ele então levou a boca no sexo dela. Ele chupou para molha-la, sentindo Inês pegar nos cabelos dele. Mas ele não demorou naquela carícia e ficou em pé para tirar a calça dele. Ele não queria fazer amor. Queria sexo, prazer, queria algo de bom, de prazeroso naqueles dias nada bons . E era com Inês que ele queria estar, com a mulher dele para se perder entre a pernas dela e esquecer por um momento o que estavam vivendo. E que para o agrado dele e corpo dela respondeu ao desejo dele. Ela o correspondeu.


E então ele mostrou o membro para fora, já duro por ela, e ele deitou sobre Inês, pegou a ponta da ereção dele e roçou na abertura dela. E Inês gemeu baixinho, descobrindo que queria estar com ele como ele se revelou querer .


E satisfeito, por ter Inês como mulher ali pra ele, Victoriano disse, perto da orelha dela depois que a ouviu gemer.


— Victoriano : Sim . Minha mulher está aí!

Depois de falar, Victoriano se afundou para dentro de Inês. Deslizou para dentro dela, forte, fazendo o corpo dela mover na cama . E então ele enterrou o rosto na curva do pescoço dela e começou se movimentar com raiva mas com tesão também.


Inês levava as investidas intensa de Victoriano, agarrada nas costa dele. Ela gemia o ouvindo gemer sofrido pelo tesão acumulado, e ela podia sentir pela forma que ele a tomava que ele tinha raiva também. E ela deixou ele descarregar todo descontentamento que ele tinha dela daquela forma, enquanto ela o agarrava forte, dando entender que queria que ele seguisse como estava e seguiu gemendo com ele. Até que ela revirou os olhos tendo um orgasmo intenso e sentiu ele ter outro enquanto não parava de se mover dentro dela.

E quando já tinha se derramado dentro dela, Victoriano se jogou do lado da cama.


Os dois olhavam o teto ofegantes. E ele arrumou a calça, fechando ela se levantou, vendo ela ainda arreganhada sobre a cama e ainda de camisola, ele voltou a dizer, todo de voz cansada.

— Victoriano : Amanhã, vamos ao médico, lembre-se!

Ele então se dirigiu ao banheiro. E durante a madrugada enquanto Inês já dormia, ele bebia uísque com gelo na varanda do quarto.


E o dia seguinte passou.


Inês, chegou com Victoriano em um consultório de um psicólogo. Ao lado de Victoriano, ela se manteve fria com o profissional. Não se abriu com ele. E por isso, ele só receitou um antidepressivo e falou dos sintomas que ela apresentava que a diagnosticava estar sofrendo por uma depressão pós parto. O que para Victoriano era mais que isso. Mas aquele psicólogo não podia saber em como tudo tinha acontecido para ela estar daquela forma.


E assim voltaram para casa.


Inês assim que entrou na casa, ela viu Bernarda, com Constância nos braços. E ela sentiu vontade de tirar a filha dos braços dela mas para isso, tinha que pega-la no colo e então, ela passou para subir ao quarto, não só ignorando a existência da bebê , mas também de Diana e Cassandra que estavam na sala brincando de bonecas.

E Victoriano respirou com pesar em olhar a cena.


E assim mais dias passou e Victoriano, decidiu que a visita de Vicente e Diana Maria, junto ao filho deles faria Inês interagir, por seguir se retirando da família e tomando os antidepressivos como se fossem balinhas.

O que não a acalmava, já que Victoriano a via mais explosiva e muito menos trazia sono a ela, por ver ela sofrer de insônia e tão pouco fazia ela se aproximar de Constância. Afinal, ele via ela igual.

E foi em um almoço com todos na mesa, inclusive Bernarda, que ela tinha a atenção de Diana Maria, como também teve de de Adelaide quando estava presente na casa dela e as duas cuidavam das meninas.

E assim, Diana Maria, tinha deixado Emiliano dormindo no quarto de Constância enquanto todos almoçava na mesa, incluindo Inês .

E logo, depois Inês os deixou quando estavam na sala e ninguém percebeu. E então ela apareceu no quarto de Constância.


Ela olhou no berço, vendo ela dormindo mas Emiliano todo de azul acordado. Os dois bebês tinham 3 meses de vida. E Inês sorriu para o menino e o tirou do berço deixando a menina aonde estava.


E Victoriano, então, por pensar que Inês estava com Diana, só tinha Cassandra no colo, enquanto estava sentado no sofá. Até que Diana Maria, desceu as escadas ao choros por não ter encontrado Emiliano no quarto .

— Diana Maria: Pegaram, meu filho! Vicente, Emiliano não está no berço!!!


Todos olharam em direção de Diana Maria, e os homens que estavam sentados se levantaram. E Diana, a menina, entrou na sala vindo do pátio da fazenda e disse.

— Diana : Papai, a mamãe, estava com Emiliano, o chamando de Fernando.

Diana Maria, levou a mão na boca preocupada com o filho, ao perceber que Inês estava delirando ao chamá-lo de Fernando. E Vicente foi abraça-la, enquanto, Victoriano disse, pronto para tomar as rédeas da situação.


— Victoriano : Não chore, Diana Maria, vou encontrar Inês, traze-la a razão e pegar Emiliano.

E Diana Maria, aflita disse.

— Diana Maria: Eu vou com você.

Todos seguiram Victoriano, e Diana mostrou aonde a mãe dela estava.


Victoriano então deixou todos para trás, descendo um barranco forrado de grama e que ao lado tinha o estábulo, vendo Inês logo a frente abraçada a Emiliano.


E ele então disse, calmo pra não espanta-la.


— Victoriano : Morenita.


Inês quando o viu . Se virou de costas para ele e apertou Emiliano nos braços, temendo que o tirassem dela.


E então, Victoriano, voltou a dizer.


— Victoriano : Meu amor, vamos voltar para dentro e entregar Emiliano, a Diana Maria.


E Inês sem se virar tapando o rostinho de Emiliano com uma mão pra proteger ele do sol, disse nervosa.


— Inês : Não vão tira-lo de mmi! Não vão tirar meu Fernando, de mim!

Victoriano, sentiu seu coração partir. Estava certo que, se Constância tivesse vindo menino, nada mudaria em Inês, porque era de Fernando que ela sentia falta, era ele que ela queria e sofria com ausência dele. E 10 filhos homens, não arrancaria a dor que ela não superava. E então ele devastado, por ver ela de novo naquela situação, disse quase chorando.

— Victoriano : Ele não é nosso Fernando, morenita. Delira . Essa criança é Emiliano. Me dê, ele hum?

Inês andou recuando do gesto que Victoriano fez para pegar Emiliano. Todos longe deles, Diana Maria, e Vicente junto a Bernarda, e Diana mais atrás vendi tudo, observavam a cena.

E Inês, disse arisca.


— Inês : Sai de perto de mim. Quer roubar meu filho. Quer roubar, Fernando.


Victoriano então passou a mão na cabeça, iria entrar no embalo de Inês. E então ele disse.

— Victoriano : Está sol. Que tal entrarmos com nosso Fernando? Hum? Vamos coloca-lo para dormir juntos.


Inês olhou o sol que brilhava sobre eles. E disse, desconfiada mas querendo tirar o bebê da onde estavam.

— Inês : Promete que não vai rouba-lo de mim?

Victoriano, forçou sorrir enquanto seu coração sofria por ver Inês naquele estado. E depois a respondeu manso pra pegar Emiliano.

— Victoriano : Eu prometo, Inês. Mas me deixe segura-lo um pouco. Sou o pai dele, não? Não vai me deixar segura-lo?


Inês, então boba, sorriu e disse.


— Inês : Sim. É nosso filho, Victoriano. Nosso Fernando. Meu filho. Segure ele.

Ela entregou devagar Emiliano nos braços de Victoriano , e Diana Maria, sentiu que podia respirar aliviada vendo o filho nos braços dele. Não estava sendo uma péssima amiga, estava sendo uma mãe que via que Inês não estava podendo nem se proteger, quem dirá Emiliano que estava nos braços dela.


E assim, Victoriano caminhou com Inês ao lado e deu sinal para ninguém se aproximar deles para Inês não pensar que iriam pegar “Fernando”


E então, assim que passaram a porta do mansão, com Inês sorrindo como boba na ilusão que vivia na mente. Victoriano, rápido entregou Emiliano aos braços de Vicente, e quando Inês já subindo as escadas viu os braços vazios de Victoriano, ela olhou para porta, vendo Vicente sair pela porta com Emiliano nos braços e Diana Maria ao lado dele. E então ela se desesperou dizendo.

— Inês : Não! Não! Devolvam, meu filho!


Ela fez que ia descer para correr atrás de Vicente, mas Victoriano a segurou firme nos braços e disse.


— Victoriano : Aquele bebê, não é nosso filho, Inês! É Emiliano! Fernando, já tem 6 anos! 6 anos, Inês! Ele não pode ser nosso filho!

Inês negou ouvir a voz da razão que Victoriano lhe gritava, e disse chorando querendo se solta por ele.

— Inês : Deixou que o tirassem de mim! Deixou que levassem nosso Fernando!

Inês se agitou nos braços de Victoriano enquanto chorava alto. Até que ela esmoreceu nos braços dele desmaiando e ele subiu com ela ao quarto.


E mais tarde.


Victoriano no escritório, se levantou da mesa dele quando viu Santiago Cardin, o antigo médico de Inês entrar . Tinha relutado chama-lo mas depois de ver Inês sofrer aquela recaída, ainda que lhe doesse o orgulho, Victoriano reconhecia que o médico, era o único ao ver dele capaz de tratar Inês, sem ela correr riscos de cair em um hospício novamente . Porque, o psiquiatra tinha razão. Inês jamais seria a mesma depois do trauma que viveu. E por não ouvi-lo a viu cair começar cair naquela escuridão de insanidade novamente.

E então, depois de ter estado com Inês e a medicado com uma injeção, Santiago já mais velho como Victoriano ao ter passado 6 anos que que tinham se visto. Ele disse, mostrando uma receita.

— Santiago: Aqui está os remédios que tem que providenciar a Inês.

Victoriano olhou a receita. E viu que tinha remédios demais ali, e então ele disse, sério ao olhar o médico nos olhos.

— Victoriano : Para que tudo isso? Quer tornar minha mulher em uma dependente de remédios?

E Santiago, que tinha uma maleta na mão e segurava a frente do corpo dele, ele disse consciente do que ia fazer para resgatar Inês, com a medicina.

— Santiago : Quero salva-la da beira da loucura que achou que fez quando a tirou da clínica daquela maneira, Victoriano Santos. Esses remédios é só o começo.

Victoriano então bufou. Santiago, claramente não gostava dele e ele tão pouco tinha apresso pelo médico. Não esquecia da última vez que tinha se visto e o que sentiu vindo do médico com seu total dedicação a Inês . Tinha ali, uma rivalidade. Mas uma que ambos pareciam ter o mesmo ideal, cuidar de Inês. E então, deixando seu orgulho de lado para reconhecer que sozinho não poderia ter Inês sana era que tinha aquele médico em sua frente outra vez. E, bravo com as últimas palavras, que pareciam julga-lo, Victoriano respondeu, Santiago.

— Victoriano : Ela estava bem todos esses anos! Não me arrependo do que fiz!

E Santiago, achando que Victoriano era um tolo, o respondeu na lata.

— Santiago : Se não se arrependesse, não teria me procurado.

E Victoriano, todo vermelho o respondeu de volta.

—Victoriano : Já disso começo me arrepender, Santiago!

Se tratavam pelos nomes. E claramente seguiriam assim. E Santiago, convencido, disse, mas mais calmo, porque a saúde de Inês realmente o importava e não queria ver Victoriano voltar atrás.

— Santiago : Sabe que sou a melhor escolha profissional, para cuidar da saúde mental de sua esposa. Sei como o primeiro médico em vê-la assim, como devo trata-la. Outro, pegaria o caso e não faria muito até que a jogassem em um manicômio. Acredito que não é isso que quer.

Victoriano, sentiu o corpo rígido. Não jogaria Inês em um hospício outra vez. Não faria mais aquilo. Então ele disse.

— Victoriano : Sabe que não é isso que quero! E é por isso, que te procurei! Faça como disse, seu trabalho como profissional. Terá o pagamento que for para o tratamento, mas em nenhuma circunstância ela voltará estar internada! Nenhuma!


5 anos depois...

Inês, cavalgava com Cassandra, sobre o mesmo cavalo que ela. E Diana que já era uma pré adolescente, estava ao lado dela com outro cavalo e Victoriano, vinha atrás delas com Constância no mesmo cavalo que ele. Então, logo depois todos desceram perto do riacho para tomar banho.


E arrancando a roupa e só ficando de traje de banho, Cassandra e Diana, foram as primeiras pular na água cristalina. Mas Constância, Inês agarrou ela para não deixa-la ir na água. E Victoriano disse, apenas usando bermuda na frente das filhas.


—Victoriano : Deixe Constância, entrar na água com as irmãs dela, morenita.

Inês negou com a cabeça e disse, não soltando a menina de olhos verdes e cabelos loiros, que olhava para as irmãs se divertindo na água.


— Inês : Cony, é muito pequena. É melhor que fique aqui comigo.


Ela beijou os cabelos de Constância. E Victoriano suspirou. Inês, havia criado um cuidado exagerado com Constância em tudo. Ela queria protege-la de qualquer coisa e passava horas vendo ela dormir, o que tinha se tornado quase um ritual para ela. E Victoriano sabia, que Inês, era daquele modo com Constância, por medo e culpa. Medo, que ela tinha de acontecer algo com a caçula deles, tornando assim um castigo pra ela como mãe por ela ter rejeitado a menina até os 5 meses de vida dela que quando foi ser mãe da bebê, já em tratamento, não sabia como agir e como pedir perdão pela falta de amor por ela todo aquele tempo. E a culpa, Inês carregava até aqueles anos, por não conseguir se perdoar por ter feito tudo o que se lembrava com a própria filha.


E então, durante aquele passeio, Inês ficou fora da água agarrada em Constância, enquanto ambas viam, Victoriano, Diana e Cassandra, brincarem nela.


E já a noite.

Victoriano, se preparava para deitar. O dia seguinte, seria uma segunda -feira cheia de muito trabalho.

E então, ele se deitou a espera de Inês. E quando ela se aproximou, encheu um copo de água, que tinha no criado mudo deles ao lado da cama, abriu uma gaveta e tirou algumas cartelas de remédios para os nervos que ela tomava.

E ele via ela tirar os comprimidos e despejar na mão, e se fazerem sete na palma dela e depois ela jogar eles na boca e virar a água.

Sem aqueles remédios, Inês não dormia e não ficava calma... E não era calma, só no seu comportamento que podia causar estresse nela mas também abalos nos nervos, que sem a medicação diária dela, ela tinha tremores, crises de choros e insônia.

E depois que se deitou, ele a abraçou por trás. Se parar ter Inês sana tinha que ver ela tomar remédios, para Victoriano, eles era o milagre bem vindo para eles, incluindo as consultas que ela tinha com o psiquiatra que ele ainda que tivesse se casado, Victoriano ainda sentia ciúmes dele.


E no meio da noite. Victoriano sentiu falta de Inês. Mas sabia, que só tinhas dois lugares que ela podia sumir daquele forma, e então ele foi procura-la. E assim, ele seguiu até o quarto de Constância. E a viu velando o sono da menina. E ele via ali aquela culpa que ela tinha que ninguém conseguia tirar o peso das costas dela, nem mesmo o fato de ver a menina crescendo sem saber da história que tinha sido rejeitada e nem do que tinha atrás dessa rejeição.
Mas, Diana, com a idade que tinha, tinha alguns recuerdos, além de ter se aproximado do sótão sem ter sido vista e encontrado coisas de um menino, e que Victoriano, se viu obrigado quando ela foi perguntar a ele, dizer que antes dela havia existido um irmão mas que ele escondeu a forma que ele foi sequestrado, e o que tinha acontecido com Inês. O que ao fim da conversa que ele teve com ela, havia pedido segredo e nunca falasse do tema com a mãe dela.


E por isso com os anos passando, as meninas se dependessem de Inês e Victoriano, nunca saberiam com mais exatidão a dor que a mãe delas carregava e nem o que ela foi capaz de fazer nela.

E assim, desde do nascimento de Fernando, passou 22 anos.

 


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