Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 20
Capítulo 20




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Olá lindas, eu disse pra vocês que esse capítulo seria o último com a primeira fase mas ele ficou grande demais e então eu tive que dividi-lo. Então depois desse vem outro logo mais, mas com o fim certo dessa fase!

Dias depois.


Inês, estava grávida, assim como Diana Maria. E ambas levavam 4 meses de gestação.

E Inês, estava eufórica, seu rosto iluminado na sua terceira gravidez a deixava mais linda . E acreditava que o bebê que carregava no ventre era um menino, pois a última consulta que teve, a médica deu 60% de chances de ser . E por ela com o tempo que levava de gravidez já ter descoberto quando esteve grávida de Cassandra, que ela era menina, acreditava que aquele 60%, era 100%. E nada e nem ninguém tirava da mente de, Inês, que o filho que carregava era homem.


Mas, Victoriano, temia que Inês estivesse enganada. Temia, não por ser uma menina e ele não aceitar e sim acontecer aquilo com ela. 

E com os dias correndo, ele via Inês, começar fazer planos para o quarto do “menino” e começar comprar ao lado de Diana Maria, coisas de menino. No dia anterior, ela havia chegado com uma macacão azul e ele fingiu que nada do comportamento dela não o preocupava com aquela obsessão de ser mãe de menino.

E era tarde de um dia da semana. E Victoriano estava na Sanclat, na sala de reunião com Vicente.

E Vicente, entrou eufórico, ao anunciar que Diana Maria, esperava um menino. Victoriano sorriu feliz por seu amigo, mas sentiu uma pontada de uma inveja branca, se ela existia. Ser pai de um menino novamente assim como Vicente iria ser, lhe tiraria aquelas preocupações que estava tendo com Inês e sua obsessão.


E então depois dele abraçar o amigo que seria pai pela primeira vez.  Victoriano, disse, com sinceridade.


— Victoriano : Ser Pai é a melhor coisa que te poderia acontecer, Vicente. Acredite em mim. Ainda que eu sendo pai pela quarta vez, só me está trazendo preocupações.


Vicente suspirou, sabia quais preocupações Victoriano falava, ele tinha escutado elas com eles. E assim ele disse, tocando no ombro dele, ao lado da mesa.

— Vicente: O filho que você e Inês espera, pode ser menino. E se não ser, sei que vão ser os pais maravilhosos para ele, que são para Diana e Cassandra, Victoriano.


Victoriano andou pensativo. E disse o que temia.



— Victoriano: Menina ou não, tenho certeza que o amarei, Vicente. Mas não sei como vai ser com Inês.

E Vicente, disse atento ao seu amigo.

— Vicente : Acha que ela não amaria a própria filha? Por Deus, Victoriano, Ela ama Diana, como se fosse realmente uma Santos . Não se martirize antes que essa criança nasça e saibam o sexo dela.

Victoriano caminhou até a janela ficando de costa . Queria que as palavras de Vicente, o acalmasse, como ele via que o amigo dele queria fazer àquilo. Mas ele conhecia a mulher que tinha casado e vivido mais que todos o drama de vê-la perder a sanidade e deixá-lo só. E então, depois de suspirar, ele se virou para Vicente e o respondeu.

— Victoriano: Conto com o fato dela amar Diana, que faça ela amar essa filha que pode estar vindo, Vicente. Mas temo mesmo é que ela tenha uma recaída! Não suportaria ter Inês como tive há de 5 anos atrás. Não posso esquecer o que vivemos.

E Vicente, então pegou no ombro de Victoriano e disse firme.

— Vicente : Isso não vai acontecer, Victoriano.  Talvez a vida os recompense e esse filho realmente é um menino.

Victoriano tocou na mão de Vicente e o respondeu, sério.

— Victoriano : Assim espero Vicente. Para o bem de Inês .


Longe dali.

Inês, andava no pátio da fazenda com um leque na mão. Estava calor e ela se abanava enquanto via, Diana e Cassandra pularem amarelinha.


Ela estava em pé, de cabelos soltos e vestia um leve vestido claro. Enquanto uma mão dela se abanava a outra ela repousava na barriga. E assim, por trás dela, Adelaide chegou.

A senhora carregava uma jarra de suco de laranja com três copos em cima de uma bandeja.  E então ela disse.


— Adelaide : Trouxe, um refresco para você e as menina.

Inês se virou vendo ela colocar o suco sobre uma mesa que tinha duas cadeiras ao lado .

Adelaide, já havia entrado na casa dos 50 anos e os cabelos brancos dela começava aparecer mais. E então olhando para ela com um sorriso, Inês disse cheia de gratidão, por saber que a mulher não só servia com aquele carinho todo apenas pelo dinheiro do trabalho dela.


— Inês : Cuida tão bem de mim e das minhas filhas, Adelaide.

E Adelaide fez Inês sentar e disse a respondendo.


— Adelaide : Vivo longe de minha família, e a família sua e de Victoriano se converteu a minha também, menina Inês.


E Inês pegou nas mãos de Adelaide, reconhecia aquilo, reconhecia todos cuidados que a senhora tinha tido com ela desde que ela havia pisado na fazenda. E então, ela a respondeu.


— Inês : E sou ciente disso. E também é de nossa família, Adelaide. Se converteu em minha segunda mãe . Me cuidou quando precisei, me encorajou tantas vezes quando Bernarda abusava de minha ingenuidade. Quando também perdi a razão esteve comigo e Victoriano. Te agradeço tanto.

Adelaide, que conhecia toda a história de Inês e do desejava que ela fosse feliz, depois de ouvi-la, tocou em um lado do rosto dela e disse.

— Adelaide : Assim irá me fazer chorar, menina. Fiz tudo por amor .

Inês deu um sorriso tocando na mão da senhora que tocava o rosto dela. E disse .

— Inês : E quero recompensa-la por esse amor, Adelaide.

Adelaide então, se afastou um pouco pra servir o suco e disse, o servindo em um copo.

— Adelaide : Só de permitir que eu siga aqui mesmo já estando velha, já me recompensa.

Inês se abanou olhando, ela servir mais dois copos para as meninas que seguiam brincando alheias da conversa delas . E disse.

— Inês : Quero fazer mais. Divide um quarto na fazenda, e queria que tivesse uma casa nas terras de meu marido.


Adelaide então parou o que fazia. E disse.

— Adelaide: Como?

Inês sorriu vendo a expressão confusa de Adelaide e a respondeu.

— Inês : Quero que deixe de ser uma empregada e passe poder a chamar a fazenda de seu lar também. Dedica tantos anos a família Santos, antes mesmo da minha chegada. E justo isso.


Adelaide admirou mais Inês pelo que ela acabava de dizer. Ela era uma mulher boa. Que não havia merecido a maldade que lhe tinham feito. Mesmo que não fosse quem era, nenhuma mãe devia passar pela perca de uma um filho, seja qual fosse essa perca. E então, ela disse, ainda que a ideia fosse um gesto lindo vindo de Inês, ela não se via sem ser útil na fazenda.


— Adelaide: Mas menina, Inés, se me tira da minha cozinha, dos deveres que lhe ajudo na casa com as mocinhas, o que será de mim?

Inês riu, pegando na mão dela e juntando com as suas e disse.

— Inês : Será como um de nós. Minhas meninas estão crescendo e quero que elas te vejam como da família.

E Adelaide, pondo a outra mão dela na mão de Inês. Disse.

— Adelaide : Não tenho palavras para te responder com o que me diz, Inês. Mas ainda assim, gosto de ser útil.

Inês, fez um gesto de negação com a cabeça sorridente. Adelaide era teimosa. E então, ela disse.

— Inês : Pode ser a naná de minhas filhas, e a minha porque a final, necessito da senhora quanto elas . Mas mais nada que isso. Não quero que faça mais algum serviço pesado. E que não se preocupe, terá sua renda e não te faltará como não há faltado aqui.

Adelaide riu feliz.  E disse. 
— Adelaide : Naná? Serei a Naná de minhas 3 meninas?

E Inês com o mesmo sorriso. A respondeu.

— Inês : Só se aceitar seu novo posto na família .

Adelaide então fingiu que ia pensar, mas depois riu alto junto a Inês. E disse.

— Adelaide : Essas meninas estão crescendo demais e você agora mais ainda vai precisar de mim depois que nosso bebê nascer. Claro que aceito!

Adelaide tocou o ventre de Inês e ela, levou a mão sobre a dela e disse.

— Inês : Victor, vai precisar de você também quando ele nascer.

E Adelaide que olhava a barriga de Inês, levantou a cabeça e disse .

— Adelaide : Victor?

E Inês sorridente, por andar pensando nos nomes que daria ao filho que esperava. Disse.

— Inês : Sim, estava escolhendo alguns nomes mas ainda não dei as opções para Victoriano. Mas Gosto de Victor, combina com o nome dele.

Adelaide então suspirou. Tinha conversado com Victoriano, sobre os receios dele e começava ter também. E então, ela disse, como se não quisesse nada.

— Adelaide : Victoria, também combina. 

E Inês, tocando na barriga dela, disse firme.

— Inês : Mas nesse caso é Victor. Naná.



Duas semanas depois.


Inês tinha feito 5 meses de gravidez e acabava de passar por uma consulta com a obstetra dela e feito uma ultrassonografia. Onde, ela e Victoriano junto a médica, viram no meio das pernas do bebê que ela esperava o sexo dele. E era menina. Inês esperava sem dúvida alguma mais uma menina.

E Inês, chorou silenciosa na sala com a notícia, mas não foi capaz de dizer nada. Não disse nada, durante o resto da consulta e seguia sem falar algo já no carro indo de volta para casa com Victoriano ao lado dela.

E era vê-la daquela forma que ele esteve temendo aqueles meses. Temeu aquela consulta a semana toda. Porque a razão gritou nele todos aqueles dias, que seriam pais de mais uma menina. E ele esteve certo o tempo todo. E esteve mais certo ainda, quando descobriu que ela buscava engravidar novamente, ter sido contra. Contra, por não querer vê-la passar pelo que estava passando.


E depois que ele parou o carro a frente do portão da fazenda, esperando abrirem, Inês saiu do carro, e ele bufou e saiu também, deixando que os capatazes guardassem o carro.

E viu ela entrando pelo portão menor e deixando ele para trás. E a seguindo, ele a gritou.


— Victoriano: Inês, espera!


Inês, fingiu não ouvir. Tinha vergonha de olha-lo nos olhos. Sentia fracassada e pouco mulher . Sentia que não servia nem para dar um filho homem para ele, porque quando deu, não tinha sido capaz de impedir que o levassem. A dor vinha com tudo de novo no peito dela. Parecia que a ferida era cutucada. E ela queria ficar só, queria estar aonde sempre ficava quando se encontrava daquele modo. No sótão.


E como era manhã, as meninas estavam na escolinha. E então, a casa estava em silêncio. E assim que Inês entrou pela porta da sala, Victoriano que correu, a puxou pelo braço e a segurou.

Nos olhos de Inês, Victoriano via lágrimas.  E ele sabia do porquê delas. A menina que iam ter não era desejada por ela. Não foi ela que Inês desejou. E então ele suspirou fundo. Estava bravo, se Inês o tivesse escutado não estariam naquela situação.


E assim ele disse quase gritando.


— Victoriano: Te disse que não queria mais filhos, Inês! Te disse isso! E agora será que está satisfeita?!

Inês suspirou e piscou os olhos chorando sem conseguir segurar as lágrimas. Victoriano estava vermelho de nervoso, e ela se sentia que ele tinha toda razão se falar como falava com ela. Ela tinha se ilusionado para dar um filho homem a ele mais aquela vez e tinha fracassado. Mas sem ter forças para discutir com ele sobre aquela gravidez que ela planejou sem ele ser ciente no início. Ela disse.


— Inês : Me solte, Victoriano. Não me jogue na cara que não queria mais filhos! Já me sinto mal o suficiente por estar acontecendo isso!

Victoriano, não a soltou, mas a ouvia-la dizer que sentia mal por esperarem uma menina, o havia incomodado demais. E então ele mais bravo disse.

— Victoriano: Então se sente mal em saber que está carregando uma filha nossa? É disso que estava temendo Inês! Quando voltei a dizer ainda agora, que não queria ter mais filhos, era por isso! Era lógico que poderíamos ter uma menina!

Inês puxou o braço das mãos dele e gritou abalada o que sentia.

— Inês : Mas eu não queria uma menina! Não queria!

Victoriano então, a pegou pelos braços e agora pelos dois e a puxou para ele, e dessa vez a gritou como ela fez com ele.

— Victoriano: Mas agora vai ter, hum! Agora vai tê-la e vai ama-la como ama, Diana e Cassandra! Porque foi você que procurou isso Inês! E agora vai ser a mãe de mais uma filha minha mesmo não querendo!

Inês fechou os olhos chorando e apenas o gritou de novo.

— Inês : Me solte! Me solte, agora, Victoriano!

E Victoriano a soltou e a viu seguir até a escada . E então ele acrescentou, sério.


— Victoriano: Logo as meninas estarão presentes, Inês, por favor não deixe que elas te vejam nesse estado!


Inês só olhou para ele mas nada respondeu e depois seguiu subir. E Victoriano, respirou fundo levando as mãos nos cabelos. E Adelaide, que vinha da cozinha sem ter largado ela, mas maneirado no serviços domésticos como Inês havia exigido, disse.


— Adelaide : Ouvi gritarem. O que houve?


Victoriano então a olhou e disse, aflito.


— Victoriano : O que houve é que, é menina o filho que Inês espera. Vamos ter uma filha e não um filho. E Inês não aceita, assim como nós já imaginávamos.

Adelaide juntou as mãos uma na outra e disse.

— Adelaide : Deus do céu, e como ela está? Inês tem que aceitar mais uma princesa na família.

Victoriano andou bufando, e pôs suas mãos sobre as costas do sofá. E então disse o que para ele era mais óbvio.

— Victoriano: No estado que ela está, estou duvidando que um dia ela aceite essa inocente. A mulher que amo é doce, é uma mãe maravilhosa Adelaide . E em troca tive agora, uma mulher fria que está desprezando o filho que esperamos.

Adelaide então disse, esperançosa para que Inês, mudasse seu comportamento.

— Adelaide : Logo ela vai cair na razão, Victoriano. A mulher que ama, é a que tem duas filhas e as amas por igual. Deixa passar o choque.

E Victoriano nervoso mas preocupado, a respondeu.

— Victoriano: Que passe, que passe Adelaide! Porque não quero vê-la recair. Não quero!


E ainda que eestivessemno meio do dia. Victoriano, não voltou para sanclat . E as horas passou. E Já era noite e ele estava no escritório.


Inês, não tinha descido pra jantar com ele e as meninas, fingiu estar bem quando as filhas foram procura-la, mas não dirigiu a palavra a ele. E por isso Victoriano sabia que Inês não seguia bem. Saber que esperavam uma menina novamente, deixou ela mais abalada do que ele viu na gravidez de Cassandra. E o modo que ela seguia o deixava mais aflito.


E Victoriano bebia calado, pensativo e o telefone na mesa do escritório dele tocou. Ele sem paciência deixou tocar, deixando que alguém atendesse, mas ele seguiu tocando e então ele se levantou do sofá que estava colocou o copo que bebia na mesinha e foi atender . E então ele disse.



— Victoriano : Alô.


Do outro lado da linha ele ouviu Bernarda. E Victoriano passou a mão na cabeça sentindo um pouco aliviado por precisar conversar. Bernarda, seguia em Barcelona, dentro daqueles 5 anos, tinha feito 3 visitas na fazenda . Mas entre elas, não teve muito contato com Inês .  E então, Victoriano, ouviu Bernarda perguntar como ele e as meninas  estavam.  Para Victoriano, Bernarda seguia sendo da família Santos, eram só eles, e agora as crianças que estavam chegando na família. Que ainda que há 5 anos, Bernarda foi contra a volta de Inês, ela parecia ter aceitado e não guardava rancor pela forma que deixou a fazenda. E aquilo para Victoriano importava muito. 

E ele começou conversar com ela.  Contando assim, como ela já sabia que Inês estava grávida de novo, que teriam mais uma menina.

E no quarto de Inês.


Ela estava encolhida na cama. Não tinha nem tirado as roupas de mais cedo, havia comido pouco e quase forçada por Adelaide e então se deitou de roupas mas descalça . E deitada como estava, Inês ouviu uma voz doce lhe falar.

— Diana : Mamãe.

Ela limpou os olhos rapidamente e fingiu estar bem enquanto sorria se sentando na cama. E ela disse.


— Inês : Oi, meu amor.


Inês mostrou os braços abertos para Diana, e a menina entrou neles sendo abraçada por ela.


— Diana : Vim te dar boa noite, mamãe.

Inês tocou nos cabelinhos dela, tirou eles dois olhos para olha-la melhor. Diana já estava pronta pra dormir. Vestia um pijama branco cheio de corações. E então sorrindo Inês depois de beija-la na testa ela disse.


— Inês: Boa noite meu amor. Cadê Cassandra? Porque não a trouxe também?

E Diana então, com a cabecinha encostada no peito de Inês, disse.

— Diana : Ela está com a Naná Adelaide, que estava contando uma historinha para nós dormir. Mas não queria dormir sem seu beijo mamãe.

Inês então, afastou Diana apenas para olha-la e disse.


— Inês : Então agora já ganhará vários, meu amor.


Inês beijou várias vezes Diana enquanto fazia cosquinha nela e ela ria . E então, Victoriano entrou no quarto vendo as duas.


E Diana que o viu primeiro, disse animada.

— Diana : Papai!


Inês parou de brincar com Diana, e como estava de costa ela ficou. E só deu mais um beijo em Diana e disse.


— Inês : Vai para seu quarto, meu amor. Depois vou dar um beijo em sua irmã também.


Diana assentiu mas antes deu um beijo em Victoriano de boa noite e saiu. E ele depois que ficaram sozinhos, disse.


— Victoriano: Parece melhor. Acho que podemos cconversa sobre nossa filha que espera.


Inês se levantou da cama. Esteve meditando no assunto enquanto estava só no quarto. E pensou que nada poderia fazer diante do fracasso dela outra vez.  E então, ela disse o olhando.

— Inês : Tem razão no que disse. Eu quis ficar grávida e por isso teremos mais uma menina. Não temos mais nada pra falar sobre isso Victoriano.


E Victoriano, nada contente em ouvir Inês falar como falava, ainda fria. Ele disse sério.



— Victoriano:  Não me agrada o modo que segue falando de nossa menina! Inês, ela será mais uma filha, nossa. Não um estorvo que irá carregar!


E Inês andou mexendo nos cabelos agoniada. Não queria mais seguir falando da menina que iam ter. E então, ela disse de braços cruzados.


— Inês : Eu sei, eu sei Victoriano . Só me dê um tempo para assimilar as coisas. Por favor.


E Victoriano,  suspirou, vendo Inês ir para varanda do quarto. Ela parou com as mãos na grade e ficou olhando a noite e a fazenda do ângulo que ela estava.  E ele deixou ela ali e foi ao banheiro.


E Inês passou alguns minutos sentindo o vento bater no rosto dela e em seus cabelos morenos, até que resolveu entrar para dentro do quarto o vendo vazio, e então ela olhou para a porta do banheiro do quarto e foi até ele. E então ela viu Victoriano tomando banho de banheira.

Ele tinha os olhos fechados e o corpo coberto de água. Era um homem lindo, forte que arrancava ainda muito suspiros dela como se fosse a primeira vez. E ela o olhando, começou abrir a blusa rosa  que vestia, desabotoando os botões. Ela então a tirou ficando só de sutiã e depois desceu a calça preta que ela usava. E assim ela ficou só de peças íntimas e foi quando Victoriano resolveu abrir os olhos e a viu ao lado da pia. E ele suspirou ao vê-la e ela disse.

— Inês : Posso me juntar a você?

Victoriano, assentiu com a cabeça e ela retirou o sutiã e depois desceu a calcinha e logo depois entrou na água e foi em cima dele, sentando de pernas para trás, ficando colado ao corpo dele .

Victoriano, depois a abraçou a molhando. E a olhando nos ele disse mas tranquilo.


— Victoriano: Diz pra mim que vai amar a filha que esperamos como ama, Diana e Cassandra, morenita. Tire esse peso de minhas costas e me mostre que tudo vai ficar bem.


Inês, suspirou e beijou a boca dele. Depois do beijo se olharam por minutos. E ela disse o que não sabia que seria capaz tão cedo. 

— Inês : Eu vou ama-la . Vou ama-la ainda que saiba que não darei o filho que tanto desejou.

Victoriano respirou pesadamente. Era ela achar que devia dar um filho homem a ele que estava deixando ela daquela forma, ao ponto de começar rejeitar a filha que teriam. Mas foi ele antes, em ter colocado ela em um família de primogênitos homens que ele teve essa obsessão. Mas desejando que ela deixasse aquilo de vez, ele disse a olhando nos olhos.


— Victoriano : Sabe que ainda tenho esperança de encontrarmos Fernando? Vamos encontra-la Inês. E ainda que agora ele não esteja conosco isso não me tira o fato que não deu o filho que sonhei, que sim me faz pai de um filho homem. E agora irá me fazer pela 4° vez pai. E pra mim já basta. Amo meus 4 filhos e nosso Fernando um dia estará conosco . Sei que vai. E então, serei pai de 3 belas Amazonas e de um homem que sei que se herdou os princípios da mãe e minha garra, será um grande homem. Um grande homem .

Inês, nada disse. Apenas escondeu o rosto na curva do pescoço de Victoriano, e ele suspirou pensativo. Não era um capricho de Inês querer um filho homem.  Ela não era uma mulher má em se alegrar com a chegada de mais uma menina. Inês estava doente. Tinha se tornado enferma há 5 anos.



E assim os meses iam passando.  Diana deixou de visitar a família Santos. Não por alguma desavenças, e sim por no ventre dela estar sendo gerado um menino que tanto sua melhor amiga queria. E por isso, por saber que Inês estava andando mal não queria ser mais um motivo para deixa-la pior. E assim, ambas estavam já com 7 meses de gravidez, e Diana levava uma gravidez tranquila e saudável, mas Inês não.


A menina, que Inês não se importava em escolher o nome, crescia sendo rejeitada por ela e por isso, ela ia adoecendo. E assim, ela tomava vitaminas e um antidepressivo fraco por ser gestante que a obstetra dela tinha receitado e ela . Pálida e perdendo peso, era assim que Inês andava pela casa.


E em um a manhã de sábado Adelaide deixou ela tomando sol no pátio da fazenda. Ela estava em um banco, vestia um vestido azul e tinha os cabelos soltos. E Victoriano, de longe a olhava tomando sol. E ele suspirou cada vez mais aflito. A imagem de Inês alheia com tudo ao seu redor o lembrava tanto quando ela perdeu a sanidade e ele a via daquela forma em uma clínica psiquiátrica  . E pensando naquela clínica  que Inês esteve, Victoriano recordou de Santiago. Lembrou das palavras do psiquiatra, que Inês jamais seria a mesma depois do trauma que havia sofrido.

E a olhando, Victoriano sentiu braços pequenos abraçarem ele. E então ele olhou para baixo e viu Diana, que disse. 


— Diana : Papai, a mamãe não ama minha irmãzinha que vai nascer?


Victoriano olhou para Inês depois de ouvir Diana e voltou a olhar a filha. Ele nem sabia o que dizer. Era complexo demais o que ele via acontecer com Inês novamente para que Diana entendesse. E ele abriu a boca, mas falhou em procurar alguma palavra. E ele sentiu ser agarrado de lado. Outras mãos mais pequenas abraçaram as pernas dele . E ele viu as cabeleiras de Cassandra.  A menina tinha completado seus 3 anos há alguns dias.

E ele acariciou os cabelos delas. Agora mais que nunca, não podia ter Inês caindo naquela escuridão outra vez. Tinham duas filhas para criarem e uma que chegaria em breve. Ele não aceitaria vê-la se entregar novamente.




E assim, no dia seguinte.


Victoriano havia convencido Inês cavalgar com ele pela fazenda. Como ela já tinha a barriga avantajada, iria com ele no mesmo cavalo. Victoriano só queria que ela respirasse o ar livre longe do muros da fazenda.


E assim naquela manhã, de um sol lindo e um vento suave do domingo que estavam, Victoriano tinha Inês, em cima do cavalo enquanto ele estava no chão, segurando na corda presa na rédeas dele.

E então, ele parou quando viu o riacho que Inês amava e ele também . E assim ele disse.


— Victoriano : Chegamos, morenita.

Ele pegou Inês nos braços e a desceu do cavalo. Inês olhou tudo e deu um suspiro e depois disse baixinho.


— Inês : Há muito tempo que não víamos aqui.


Victoriano sorriu, pois via Inês sorrir olhando a água cristalina do rio.


E então ele deu a volta no cavalo, que preso em parte da rédeas ddel tinha uma cesta de alimentos, que Adelaide tinha montado pra eles e então, com um riso no rosto ele que pegou a cesta indo até ela, e disse.


— Victoriano: Achei que gostaria de passar um tempo aqui.

Inês o olhou de volta mas nada disse e começou caminhar na beira do rio, enquanto Victoriano, arrumou um local, sobre a grama e que fazia sombra pra botar a cesta. Ele arrumou, colocando uma toalha no chão e deixou a cesta ao meio e foi até Inês. Que havia ficou parada, se abraçando enquanto olhava a água.


E assim, ele a abraçou por trás e disse.


— Victoriano : Tudo vai ficar bem, Inês . Vamos ficar todos bens.


Inês, fechou os olhos e deixou uma lágrima correr. Estava sofrendo por não conseguir querer, por não conseguir amar a filha que esperava. Se sentia a pior das mães entre as mulheres por sentir aquilo pelo próprio fruto que carregava. E por isso sofria com um grande sentimento de culpa que não a deixava em paz .

E assim, ela disse depois das palavras de Victoriano .


— Inês : Não consigo querê-la, não consigo ama-la. Que espécie de mãe e mulher estou sendo, Victoriano?


Victoriano então virou Inês para ele. Via que de fato ela não demonstrava nenhum afeto pela criança que esperava.  E isso o fazia temer a hora do nascimento da menina e como pai também o fazia sofrer. Queria que a filha fosse amada por eles como Cassandra e Diana eram. E então, ele pegou no rosto dela e disse.


— Victoriano : É uma mulher boa Inês, uma mãe maravilhosa. Sei que quando nossa filha nascer e olha-la tão pequena como Cassandra foi em seus braços, vai ama -la igual. Sei que vai.


Ele beijou os lábios dela. As palavras que acabava de dizer era mais para ele se forçar a acreditar naquilo do que ela. Tinha que acreditar que Inês não seguiria como estava, senão quem iria enlouquecer seria ele. E assim, ele pegou na mão dela e levou até a grama para sentarem.


E assim a manhã naquele lugar bonito ia passando. Victoriano via Inês sorrir com ele. Via o rosto dela mais leve e ela se alimentar bem com os lanches da cesta. E ele ficou feliz em ter tido aquela ideia de sair com ela sozinhos até aquele lindo lugar que amavam.


E os dias passaram . Ou melhor, correram . E Inês já tinha acabado de fazer nove meses de gravidez.


Mas ela tinha passado o restantes dos meses anteriores de cama e ainda rejeitando a menina que carregava.  E por isso, Victoriano, já tinha marcado uma cesariana com a médica de Inês, para trazer a filha deles ao mundo. A médica, temia Inês, não ter força para dar a luz em um parto normal como fez com em suas duas gestações. E ela não dizia apenas só a força física mas também a psicológica. 


E assim. Em mais uma noite como todas que estavam tendo. Victoriano estava no escritório, com suas duas filhas, enquanto Adelaide estava com Inês no quarto.  O local que Victoriano mais fugia pra pensar, estava cheio de brinquedos enquanto ele do sofá via as duas meninas brincar. Naqueles dias, Adelaide e ele não deixavam elas muito ter contato com Inês . Por ela estar com raiva do mundo se alterando sem motivos ao fim da gestações e tendo crises de choros, o que não era bom para as meninas psicologicamente presenciarem a mãe delas daquela forma. Então apenas ele e Adelaide tinha mais contato com Inês e cuidavam dela.


Victoriano, saiu daquele escritório em pensamentos, quando se lembrou das palavras de Bernarda, em sua última ligação de Barcelona.


— Bernarda : Quando vai aceitar que Inês não vai ser mais a mesma e vai procurar ajuda psiquiátrica para ela novamente, Victoriano? Acorde! Inês é uma doente!


Victoriano despertou quando da janela do escritório se fez clarão de um raio. Estava chovendo há algumas horas e parecia que estava tornando em uma tempestade.

E ele então se levantou, e foi até a janela e ele afastou um pouco a cortina pra ver lá fora.  E viu que ventava muito e chovia forte.  E ele então se afastou e viu Adelaide de olhos arregalados entrar no escritório e dizer.


— Adelaide : A menina vai nascer, Victoriano. Ela vai nascer!


Victoriano se moveu ficando nervoso. Não era o momento de Inês dar a luz. Ela acabava recentemente de ter feito 9 meses de gravidez e a doutora dela havia garantido que daria tempo para fazer uma cesariana. E então, ele andou nervoso e perguntou.



— Victoriano: Tem certeza do que está dizendo?!

Adelaide tocou o cabelo nervosa também, pois via Inês fraca demais pra começar a ter dores de um parto. E então ela disse.


— Adelaide:  A bolsa não estourou, mas tenho certeza que as dores que ela está se queixando é as que antecedem o parto, Victoriano!


Victoriano então passou a mão na cabeça mais nervoso, pegou o telefone da mesa e disse.



— Victoriano : Vou ligar para a médica dela para avisar que estou levando ela ao hospital, cuide das meninas.


Diana e Cassandra que observaram a atmosfera mudar se agarrou em Adelaide, chorosas e chamando ela de Naná. Mas não demorou muito por ter tentado discar o número da doutora,  Victoriano notar que o telefone estava mudo. E outro raio clareou a janela mas dessa vez acompanhado de um trovão que parecia que tinha caído muito próximo pelo barulho. E então ele já se desesperando, por ter entendido que a rede telefônica caiu com a tempestade, disse.



— Victoriano : O telefone está mudo. Mas vou leva- lá assim mesmo ao hospital.

E então ele saiu apressadamente para subir ao quarto e Adelaide, passou a mão no rosto de Diana, que perguntou para ela.


— Diana :  A mamãe vai morrer?


Cassandra chorou assustada, e a senhora pegou ela no colo e depois a mão de Diana, levando elas para o sofá e disse.


— Adelaide: Claro que não. Não fiquem assustada tudo vai ficar bem.


E no quarto . Victoriano chegou vendo Inês inquieta na cama. Ela gemia baixinho e tinha o rosto que estampava as contrações que começava sentir. E então ele , disse nervoso.


— Victoriano : Vou te levar ao hospital, Inês.


Inês, estava coberta com uma fina coberta e Victoriano puxou ela dela. E ela disse, decidida em não sair da onde estava .


— Inês : Não vou a nenhum lugar. Não e o momento dela nascer!

Inês sentiu uma pontada na barriga e pôs a mão sobre ela, gemendo de dor .

E Victoriano, aflito vendo ela claramente sofrer as dores do parto, disse buscando o rosto dela com as mãos ao sentar na cama.


— Victoriano: Está com dores. Então é o momento que nossa filha está escolhendo para nascer, Inês.

Victoriano, então depois de suas palavras fez que ia pegar ela nos braços mas Inês gritou para impedi-lo.


— Inês :Eu disse que não! Não vai me tirar daqui!

Victoriano então bufou. Inês não tinha escolha aquele momento. Era a menina que esperavam que tinham. E ele ia socorrer as duas.  E então ele disse.

— Victoriano: Está tendo uma forte tempestade lá fora Inês, esse é momento de tirá-la antes que piore mais e eu não possa mais fazer isso!

Inês então empurrou o corpo de Victoriano que estava na frente dela, e as mãos dele deixou de toca-la e ela o respondeu.

— Inês : Essa menina não vai nascer, agora! Não vai!

Victoriano, se levantou bravo vendo Inês relutando em ser levada ao hospital. E passou as mãos no cabelos . Estava decidido em tira-la do quarto mesmo ela não querendo.


E então, ele saiu apressadamente do quarto. Iria dar ordens para deixarem o carro dele pronto para sair com Inês. E então, ele viu Adelaide sair de mãos dada as meninas do escritório e ele disse, não querendo ver Inês só no quarto.




— Victoriano: Suba pra ficar com Inês, Adelaide. Tem razão, minha filha vai nascer.

Ele deu um riso ao final das palavras ainda que tivesse em um momento de aflição por ter Inês relutante em ir ao hospital. E Adelaide, ao ouvir a ordem dele, disse, sem recusar ainda que antes ele tinha pedido para ela ficar com as meninas.


— Adelaide : Vou fazer o que me pede, Victoriano.



E Victoriano saiu apressado pra fora e a chuva forte abraçou o corpo dele. E Adelaide da sala, disse para as pequenas, sabendo o que faria com elas.



— Adelaide: Vou deixa- las no quarto de brinquedos com Luci, e depois vou com vocês lá.

E Diana, certa que podia dar conta sozinha de sua irmã e de cuidar ela disse.

— Diana : Pode ir Naná, eu cuido da minha irmã .



E no estábulo, com parte da roupa molhada, Victoriano, gritava um de seus capataz que usava capa de chuva.  Ele acabava de dizer que sobre a pista que saia da fazenda para dar acesso a cidade, estava ao meio dela uma gigante árvore caída . Deixando assim, eles todos preso na fazenda.


E assim ele disse, berrando



— Victoriano : Tirem aquela maldita árvore do caminho! Ou façam outro para que possamos sair com minha mulher daqui! Agora!


O capataz, mexeu no chapéu que tinha debaixo da capa transparente, e disse tão nervoso como o patrão, porque para todos Inês era uma patroa querida.



— Capataz: Sim, patrão! Vamos resolver isso!


O capataz gritou outros para dar conta com ele daquela ordem quase impossível. Já que ele tinha abandonado o pequeno caminhão que carregava suprimentos para os cavalos no caminho por não poder prosseguir.


E Victoriano, entrava de novo dentro de casa e subiu correndo ao quarto de novo. Estava sem linha no telefone, havia visto a rede no celular e tão pouco dava linha, e agora estavam preso na fazenda. Era uma péssima noite que a filha deles resolvia nascer.


E no quarto. Inês gritou do banheiro, e Adelaide que deu aquela a privacidade a ela, correu para dentro . E viu, ela que vestia um camisola branca, com ela toda molhada na parte de baixo e o chão também que tinha uma poça de água.


E segurando a barriga, Inês disse sentindo que começava lhe faltar ar.



— Inês : Minha, minha bolsa estourou. Ela, estourou...


Quando falou, Inês deu outro grito tocando a barriga e se apoiando na pia. As contrações tinha aumentado.


E então ao ouvi-la gritar, Victoriano foi em direção aonde ouviu ela. E viu também a cena que o desesperou. Não tinha tempo, a menina estava vindo.


E assim, desesperado ele a pegou nos braços e caminhou com ela e a colocou na cama e disse aflito.


— Victoriano : Seja forte, Inês. Espere um pouco, até que a leve ao hospital.


Inês soltava o ar pela boca, suava e chorava junto. A dor era conhecida por ela, mas parecia que com essa menina que não queria, ela tinha triplicado .


E segurando no braço de Victoriano, ela disse nervosa entre as dores. 



— Inês : Por que, ela vai nascer agora? Porque! AH!



Inês arqueou as costas jogando a cabeça para trás depois do grito que deu . E então Adelaide disse, aflita como Victoriano estava.


— Adelaide : O que está esperando para leva-la, Victoriano?

E Victoriano nervoso, a respondeu.

— Victoriano : Caiu uma árvore na estrada, estamos presos! Presos e sem rede alguma!


E ele levou  a mão na cabeça e depois, pegou uma cadeira que estava no quarto e o jogou longe, enquanto Adelaide vendo o desespero dele e os berros de Inês, disse por entender que estavam com poucas opções para socorrer Inês.



— Adelaide : Se não tem como tira-la daqui, vamos ter que fazer o parto dela aqui mesmo!

E Victoriano, depois de ouvi-la, pensando na questão, disse.

— Victoriano : Irá fazer? É muito perigoso!


Adelaide segurou uma das mãos de Inês, que se contorcia de dor na cama, e olhando Victoriano, ela o respondeu.

— Adelaide : Não irei fazer, porque não quero arriscar a vida das duas em minhas mãos inexperiente . Mas conheço alguém que pode fazer!

E Victoriano sentindo um fio de esperança, logo perguntou.

— Victoriano : Quem? Quem Adelaide!


E assim, momento depois. Sobre a chuva, um capataz de Victoriano cavalgava as pressas atrás de uma senhora curandeira e parteira , que vivia próximo a fazenda.  E quando ele avistou uma casinha de madeira, ele desceu do cavalo levando com ele outra capa de chuva.


Não sairia dali sem aquela senhora.


Enquanto na fazenda .


Victoriano andava de um lado ao outro. Inês seguia tendo dores e a senhora não chegava.


Ao lado dela na cama, Adelaide tinha uma bacia aonde ela molhava um pano de água fresca e passava na testa de Inês.


Inês estava pálida, tinha os olhos fundo e sentia que sua força estava sendo sugada com cada contração que sentia. 


E não aguentando mais esperar. Victoriano disse.


— Victoriano : Já chega! Vamos tirar essa criança, Adelaide! Minha filha tem que nascer agora!

E Adelaide, temendo deixar Victoriano Fazer o parto de Inês, disse.


— Adelaide : Te certeza, Victoriano? É perigoso!


Victoriano olhou para Inês vendo ela virar o rosto e se contorcer de dor e disse, certo temendo algo de ruim acontecer.


— Victoriano: A única certeza que tenho é que se demorarmos mais, perco as duas!


Ele então foi até a cama e tocou nas pernas de Inês , e ouviu ela gemer fraca, agora querendo se livrar da dor que sentia.


— Inês: Tira ela. Tira essa menina de dentro de mim .


E Victoriano,  levantou a camisola de Inês, e o que ele viu com Inês já sem calcinha, foi alguns cabelos da filha deles por a menina já estar coroando. Ele tinha assistido os dois partos dela, e por isso tinha visto aquela cena antes mas daquela vez, Victoriano sentiu seu corpo todo tremer e não era de emoção. Se ele fizesse o parto de Inês, ele teria a vida dela e da filha deles nas mãos inexperiente dele também. Mas respirando fundo, ele decidia ajudar Inês trazer a filha deles ao mundo. Pois era tudo ou nada. Era tentar ajudar Inês dar a luz ou deixar ela sofrer e a menina no ventre dela também, correndo riscos de vida. E quando estava preparado para mandar ela fazer força . Ele ouviu alguém dizer.


X: Não toque na mulher!



Victoriano junto a Adelaide olharam para aonde ouviram aquela ordem. E no meio do quarto estava a parteira, que o capataz tinha levado ela até ali, mas não tinha entrado no quarto.


Uma senhora de cabelos cinza e parda, ainda com capa de chuva por cima de um vestido simples segurando uma malinha marrom . Deixava a mala na cama e disse, depois com a mesma voz de autoridade de antes.



— X: A vibra daqui está muito ruim, vou pedir que saia um dos dois.


E Adelaide e Victoriano se olharam, e a senhora se adiantou dizendo.


— Adelaide : Eu saio.


Mas a parteira olhou Victoriano, que previa uma desgraça estampada no rosto horrorizado dele. E ela disse.

— X : Você fica, ele sai.

Victoriano, então piscou indignado. Não arredaria os pés dali até que visse a filha dele nascer bem e Inês também. E então ele disse bravo, desafiando a senhora curandeira.

— Victoriano : Eu não vou sair!


E ela então, apenas disse, curta e grossa.

X: Não é preciso aqui. Saia para me deixar trabalhar. Ou veja sua mulher e seu filho morrerem.



Victoriano então arregalou os olhos, olhou Inês que fechou eles e apertava forte os panos da cama. E então, decidido em acatar a ordem da senhora com cara de cigana, ele implorou de lágrimas nos olhos, antes de sair.


— Victoriano : Eu não posso perde-las. Minha filha e ela tem que ficar bem. Por favor.


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