Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 18
Capítulo 18




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No dia seguinte.

Sem ter podido dormir, por ter perdido aquele dia a batalha de levar Inês pra casa. Muito cedo ao lado de um advogado, decidido mais ainda tirar Inês da clínica que estava depois de perceber que o médico dela estava apaixonado por ela. Victoriano entrava naquela clínica psiquiátrica que tinha sido o lar de Inês todo aquele tempo.

E ele não sabia o que faria depois de ter Inês de volta e nem como faria para que ela se recuperasse totalmente. Mas de uma coisa que ele sabia, era que nunca mais seria capaz de coloca-la em uma clínica como aquela outra vez.

E assim . De frente para o médico, Santiago Cardin, de lábios torcido e corpo rígido. Depois de assinar os documentos da liberação de Inês da clínica, junto com um termo que ela não podia assinar naquele momento apenas ele como marido, sendo então responsável dela naquele estado, Victoriano disse, em um tom de ameaça contra aquele médico que teve a audácia de olhar sua mulher com outros olhos que não foram como de um profissional.

— Victoriano: É bom que não tenha tocado nela. Porque pode ter certeza, que se fez vou saber e vou acabar com seu nome e esse lugar!

Santiago suspirou pesadamente. Nunca seria capaz de fazer nada contra Inês. Não era um monstro como Victoriano o estava colocando, ao insinuar que ele poderia ter feito mal a Inês daquela forma que muito bem ele entendeu. E assim, ele disse se defendendo e apostando que aquela não era a última vez que se veriam.

— Santiago: Eu não sou um monstro que é capaz disso que insinua, Victoriano Santos! E te espero, espero seu regresso. Porque como pensa curá-la não vai resolver. Vai precisar de minha ajuda senão minha, mas de outro profissional . Porque Inês, vai precisar de ajuda!

Victoriano bufou. Nunca mais confiaria sua Inês nas mãos daquele doutor. Ainda que tivesse medo de vê-lo novamente afirmar com aquelas palavras que ela necessitaria ajuda de profissionais como ele. E assim, todo orgulhoso e enciumado ele o respondeu.

— Victoriano : Nem morto permitirei que volte ser o médico dela! Nem morto!

E Victoriano deu meia volta e saiu com seu advogado, enquanto Santiago ficou com o advogado representante da clínica na sala dele.  E ele então levou a mão na mesa e baixou a cabeça.

Nunca tinha reagido daquele modo com outra paciente. E ele pensou que mesmo que não tivesse tido a coragem de assumir a Victoriano, que ele tinha razão, tinha se apaixonado por Inês. Ela com sua beleza, doçura e aquela fragilidade, que instigava nele cuidados, o tinha conquistado e não como médico, mas como homem. E agora ele só torcia para que Victoriano tivesse feito o certo em tirá-la da clínica apenas pelo o bem dela, e não o dele por saber que sua decisão foi tola e digna de arrependimentos.

E as 10 manhã, Victoriano ajudava Inês descer do carro que estavam, depois de chegarem na fazenda. Ela descia da porta dos passageiros atrás. E calada, Inês olhava tudo ao seu redor e Victoriano passou a mão na cintura dela e disse baixo.

— Victoriano: Bem - vinda de volta, meu amor.

Ele beijou o rosto dela e depois olhou para o motorista, que trabalhava pra ele como capataz e que tinha dirigido o carro, dando sinal que ele já podia guarda-lo.

E Inês ainda todo tempo calada, deitou a cabeça no ombro de Victoriano e entraram.

E na sala estavam, Bernarda que não acreditava que Victoriano estava fazendo aquilo e Adelaide. A mulher de coração bom, sorriu, mas Bernarda de coração mal abominou aquele momento.  E Victoriano estava ciente que a viúva de seu falecido pai, não estava de acordo do que ele tinha feito .

E então ele disse, desejando ficar só com ela.

— Victoriano: Adelaide, pode levar, Inês para nosso quarto e ficar com ela, até que eu suba?

— Adelaide : Sim senhor, Santos .

Adelaide pegou no braço de Inês, mas ela olhou para os olhos de Victoriano, demonstrando que não queria ir a lugar algum sem ele. Mas ele beijando uma mão dela para tranquiliza-la, ele disse.

— Victoriano: Eu já subo logo atrás, hum . Vai com Adelaide, meu amor.

Inês então foi e quando devagar subiram até o quarto. Bernarda disse brava.

— Bernarda: É uma loucura o que está fazendo, Victoriano! Como pensa que vai administrar os negócios da fazenda, a nossa empresa, cuidar da menina e agora dela? Inês não pode ficar aqui!

Victoriano respirou fundo. Na noite anterior, tinha tido aquela mesma discussão com Bernarda quando ela soube que pela manhã do dia seguinte, ele tiraria Inês da clínica. E como antes tinha respondido a ela. Ele disse.

— Victoriano: Aqui é a casa dela! Esse é o lugar de Inês! E não se preocupe eu já sei o que fazer, Bernarda. Com Diana, vou procurar uma babá, para Inês uma enfermeira, até que eu esteja seguro que ela pode se cuidar sem supervisão. E os negócios, não é só eu na frente deles, tenho sócios para isso!

E Bernarda então, cheia de raiva disse, pondo Inês como um perigo e ele um louco que não via aquilo.

— Bernarda : É um louco! Inês pode fazer mal a todos nós e até para menina!

E Victoriano, indignado pelo que ouviu a respondeu.

— Victoriano: Agora foi longe demais, Bernarda! Inês, não é um perigo para ninguém!  E se teme tanto ela, te dou duas opções. Ficar e aceitar que Inês não vai para lugar algum ou partir! Você escolhe o que quer!

Bernarda então engoliu em seco de raiva mas mais orgulhosa ainda, ela o respondeu .

— Bernarda : Não vou dividir o mesmo teto com uma louca!

E Victoriano entendendo qual opção ela escolhia, mesmo desejando ver ela ceder já que agora eram só eles. Ele disse.

— Victoriano: Não queria que fosse assim, perdemos recentemente meu pai. Mas parece que já fez sua escolha, Bernarda.

E de cabeça erguida, ainda que se visse derrotada de novo por Inês, Bernarda respondeu Victoriano.

— Bernarda : Já, Victoriano. E amanhã mesmo partirei!

Victoriano então suspirou com pesar.  Não mandaria Inês para nenhuma clínica mais, mas não ter Bernarda ao lado dele naquele momento, que ela estava sendo também precisa principalmente em relação a Diana e que ele reconhecia o apoio dela, causava pesar a decisão dela nele. Mas era uma escolha que quem ganhava era Inês. Ela sempre ganharia qualquer batalha que ele tivesse que lutar tendo que escolher algo ou ela. O amor que sentia por ela, sempre a colocaria em primeiro lugar.

E então, já a noite depois daquele dia longo.

Victoriano, via Inês dormir coberta no meio da cama deles. E parecia um sonho tê-la ali novamente. Diana Maria e Vicente, ainda naquele dia, haviam aparecido e a visitaram brevemente . E Inês ainda que não conversou muito, conseguiram tirar algum sorrisos dela, enquanto ela se aconchegava nos braços de Victoriano todo o tempo que eles estiveram presentes. Pois era apenas a segurança dos braços dele que ela queria . Cheia de saudade, enquanto era envolvida pelos braços de Victoriano, Inês, sentia mais que segura. Se sentia de volta ao seu lar, no lar que ela encontrava estando nos braços dele.

E agora ali ela dormia serena . E Victoriano suspirava.  Em pensar na hipótese que talvez tinha sido uma loucura mesmo tira-la daquela forma da clínica psiquiátrica. Mas já não podia viver sem ela, e vê-la pedir para tirá-la daquele lugar com toda certeza foi ao a gota d’água que ele precisou para ter aquela coragem de fazer aquilo.

E ele faria agora o impossível com amor e com a ajuda do anjinho que tinha ao lado dele, que era Diana para resgata-la. E agora ele só tinha, Diana e Adelaide ao seu lado e o amor dele que contava muito para ter sua Inês de volta.

E assim amanheceu.

E Victoriano não tinha dormido com Inês, ainda que desejasse aquilo, apenas dormir ao lado dela depois de tanto tempo sem fazer aquilo, ele preferiu o sofá do quarto deles para dormir para não incomoda-la . E assim, sozinha no quarto, Inês despertava ao som de um choro de bebê e que ela conseguia ouvir da onde estava vindo.

Então ela se levantou da cama e seguiu o som.  Até que ela passou o quarto dela e do lado ela nem olhou, que era aonde ficava o quarto de Fernando e que tinha a porta fechada. E seguindo o som, até passar dois quartos ela viu Victoriano de costa para ela, com Diana nos braços, no quarto que ela via que era da menina.

E ele falava com Diana sem ele vê que ela estava presente.

— Victoriano: O que prometi a sua tia, segue em pé. Terá uma mãe e um pai que sou eu. Terá uma família que te amará muito, pequena.

Victoriano sorriu e colocou uma chupeta na boca dela. E Inês, sem saber, de como teria que agir aquele momento, ainda mais por lembrar que antes não quis saber da menina. Ela disse baixo.

— Inês : Posso vê-la um pouco?

Victoriano então se virou para Inês . Não esperava ela já em pé. Pois tinha percebido que ela estava ainda grogue e precisava dormir bastante até sair dos efeitos dos remédios que tanto tomou na clínica. O que fez ele, antes do sol nascer deixando ela dormindo, sair da cama e pegar a tempo, Bernarda partindo. E que antes ela o subestimou dizendo, que ele não iria conseguir fazer o que desejava, que era ter sua Inês como era quando se casaram. E desafiando ainda mais, fazer aquilo, depois de ver Bernarda cruzar a porta de malas, ele ligou para sua nova secretária pedindo para colocar um anúncio para ele de babas e uma enfermeira e que ambas fossem mulheres.

E assim, depois que ouviu Inês, Victoriano disse.

— Victoriano: Claro que pode, morenita.

E ele ficou olhando Inês, olhando a menina e como ela não falava nada, ele disse querendo que ela o entendesse.

— Victoriano: Estou certo que ela não é nosso, Fernando. Mas se der uma oportunidade, sentirá o amor que essa menina pode te passar e suprir o que perdemos, Inês. Nunca vou desistir de nosso filho, não vou desistir de acha-lo, mas precisamos recomeçar. E ela é a nossa segunda chance. Permita que Diana te salve como está fazendo comigo.

Inês suspirou e uma lágrima do rosto dela desceu. A menina era linda mas como Victoriano, falava, não era o filho deles. E ela ainda sentia aquela perca, mas que parecia não estar tão intensa, ainda que ela doía dentro do seu peito de mãe.  E então ela disse de cabeça baixa.

— Inês : Eu queria nosso filho .

E Victoriano ergueu a cabeça dela com seus dedos no queixo dela, daria Fernando de volta a ela se dependesse dele. Mas não dependia . E então ele disse.

— Victoriano: Eu sei que quer. Mas para seu bem, e para não precisar voltar para aquela clínica, precisa tentar superar o que passamos. Já disse que não vou desistir dele. Mas precisamos recomeçar e aqui está nos meus braços a força que precisávamos.

Inês ficou calada e Victoriano deu um leve toque com seus lábios no dela. E mais tarde. Já a noite.

Inês estava inquieta, havia perguntado por Fernando, seu sogro o resto do dia. Ainda longe de Diana, ela queria voltar a ver Fernando, queria ouvi-lo também.  Queria saber se ele tinha o mesmo pensar de Victoriano, além de estar de volta em casa e ter passado tanto tempo sem vê-lo. Mas ninguém quis dizer para ela o que tinha acontecido com o senhor. E Victoriano chegava da empresa por ter feito uma pequena reunião e anunciado sua ausência por uns dias mais nos negócios. E ciente por Adelaide, que Inês perguntava do pai dele ele se preparava para contar a verdade a ela. 

O luto de Fernando Santos, tinha mais de 3 meses. E com esses dias, Victoriano não tinha tido a oportunidade de contar a ela, trancada naquela clínica sobre a morte dele. E Victoriano, agora se preparando, temia contar e mandar ela de volta para aquele lugar por temer uma crise. Porque, Inês estava mansa, mas não agia normalmente, que nem, Diana ela havia pego nos braços ainda. E ele sabia, que não tinha sua Inês totalmente sana outra vez.

E assim, ele encontrou ela na varanda . O vento soprava lá fora e quando Inês o viu, vestida com uma longa camisola branca, ela rapidamente disparou. Pois sentia que escondiam algo dela.

— Inês : Onde está meu sogro, Victoriano? Porque não me deixaram nem ao menos ligar para ele? Eu queria tanto ouvi-lo!

Inês tocou os cabelos já nervosa e tremendo. E ela seria assim, dali adiante. Seu emocional nunca mais seria o mesmo. E vendo como ela ficava, Victoriano só lembrava das palavras de Santiago.  Que sua Inês precisaria de acompanhamentos médico.

E então ele suspirou. Pegou nos braços dela com ela de costa agora pra ele. Não sabia como diria que Fernando havia morrido, mas agora com ela recuperando a sanidade não poderia esconder mais. E assim ele começou.

— Victoriano : Precisa ser mais uma vez forte. Precisa ser forte assim como fui, pelo que tenho a dizer.

Inês se virou rapidamente para ele já com lágrimas nos olhos, e disse nervosa por seguir ainda mais desconfiada que tinha algo de ruim que escondiam dela em relação ao seu Fernando .

— Inês : Diga logo. Diga de uma vez o que aconteceu com ele. Diga, Victoriano!

E Victoriano já abalado, com a voz trêmula ele finalmente disse.

— Victoriano: Ele sofreu novamente um infarto como aquele que teve quando soube o que houve com nosso filho. Mas dessa vez, dessa vez Inês . Ele não resistiu e há pouco mais de três meses, ele faleceu.

E lágrimas correram dos olhos de Inês. Não conseguiu dizer nada, apenas sentiu Victoriano abraçando ela . E depois, ele pegou no rosto dela e disse com os olhos vermelhos pois tinha lágrimas neles também.

— Victoriano: Não sabe dos dias difíceis que estava tendo sem você, Inês, e então também o perdi. Achei que não ia ter forças mais . Mas aqui estou, aqui estamos e juntos vamos superar o que passamos. Juntos, meu amor .

E ele beijou os lábios de Inês. Tocou os lábios dela no dele naquele beijo mais íntimo. Tinha saudade, morria de saudades daquele toque com ela. E aquele beijo doce, era reconfortante para os dois . Era um novo começo. Estavam juntos de novo. Juntos voltariam tentar ser felizes como eram.

E assim dias passaram.

Tinha uma babá na fazenda, auxiliando com os cuidados de Diana. E a enfermeira, uma semana depois foi dispensada, por Inês que não queria ninguém cuidando dela como se fosse uma inválida que não podia se virar sozinha. Aqueles dias ela se sentia assim uma inválida aos olhos de todos. Mas para Victoriano era bem, pior pois sentia que ele agia com ela, como se ela fosse um cristal. Um cristal que poderia quebrar. Nem cristal e muito menos inválida. Inês não aceitava ser vista assim por ninguém mais.

E então em uma manhã. Ela observava a babá trocar a menina no quarto dela.

Inês, não rejeitava Diana, mas também não a amava ainda com loucura de uma mãe. Já que aquele amor, não podia ser forçado e Victoriano dava tempo a ela. E dentro desse tempo, ele via feliz, que ela sempre gostava de ver a menina aos cuidados da babá, que zelava por ela mesmo “longe” dela como fazia naquele momento. E Victoriano sentia que logo, ela abraçaria a menina com aquele amor de mãe que não podia mais dar a Fernandinho, que já havia um ano completo que ele tinha sido levado deles.

E Diana, nas mãos da babá sorria segurando, um chocalho rosa, que Diana Maria, tinha dado para ela na sua última visita. A tia da menina, queria estar presente na vida da sua sobrinha mesmo sabendo que em concordância com ela e Victoriano, que Diana, não saberia que era adotiva . Não saberia jamais se dependesse deles.

E assim, a babá pegou Diana em pé nos seus braços e girou o corpo vendo Inês .

Ela sempre sabia que tinha os olhos de sua patroa sobre ela quando ela estava com a menina, mas a mulher da mesma idade de Inês, de cabelos cacheados pretos e um sorriso convidativos sobre um uniforme discreto mas que modelava seu corpo magro, preferia, quando tinha os olhos de Victoriano sobre ela. Adorava ouvir sua voz grossa e sonhava com ele chamando ela no meio da noite em seu quarto na fazenda. Mas, não contaria para ninguém seus sonhos.

E então, Bethe, a babá, disse para Inês.

— Bethe: Bom dia, senhora, Inês.

Inês entrou mais no quarto, observou tudo sem responder o bom dia e apenas disse.

— Inês : É melhor que leve, Diana para tomar sol, agora. Vou pedir que limpem o quarto dela.

Bethe sorriu dizendo.

— Bethe : Sim, senhora.

E a babá saiu com um sorriso, mas quando já cruzava a porta com Diana nos braços desfez ele.  Sabia da história de Inês. Sabia que ela recentemente tinha deixado uma clínica psiquiátrica e que Diana não era filha de sangue dela nem de Victoriano. Pois as fofocas corriam fácil, quando ela sentava na mesa das mocinhas que Adelaide dava ordens, depois de Inês na fazenda, para manter a casa organizada e auxilia-la na cozinha.

E dentro do quarto . Inês ficou olhando a babá de braços cruzados. Estava sentindo que tinha que ter cuidado com ela. Estava observando a moça e percebia como ela sorria muito quando Victoriano estava por perto. Mas Inês sentia queue talvez aquela desconfiança fosse porque que ela já não via o mundo como antes .

E então olhando o quarto de Diana. Que era em um amarelo neutro, Inês sorriu. Queria mudar aquela cor. E ela tocou a parede, escolhendo mentalmente a cor rosinha ou lilás, e na sua mente veio depois, o azul claro que tinha no quarto de Fernando. O quarto que ela não tinha voltado entrar desde que voltou, mas que sabia que uma hora iria fazer aquilo. Tinha que desmonta-lo e junto com os móveis dele, levar sua dor para o outro lugar que não ficasse tão visível para ela.

E assim na mesa de jantar horas mais tarde. Victoriano e Inês jantavam juntos.

Ele via ela calada demais. E deixando seus talheres na mesa, ele perguntou, pegando sua taça com um suco natural.

— Victoriano: Está calada, meu amor. Aconteceu algo?

Inês limpou sua boca vendo ele beber de seu suco.  Estava calada, porque estava pensando neles aquele momento. Estava de volta já alguns meses e ainda ela e Victoriano não tinham feito amor, que contando com os meses que estava de volta e o tempo que já fazia que não tinham Fernando, já tinha um ano e alguns meses sem serem marido e mulher de verdade. E Inês, não deixava de pensar naquilo. Pois todos aqueles dia com o seu regresso, ela seguia só sendo o cristal dele. O cristal de Victoriano. E o fato dele não procurar ela como mulher provava aquilo. E pior era, enquanto ela seguia só sendo um cristal para o seu marido que ele parecia que tinha medo de vê-lá se quebrar e ela ciente como, ela pensava na jovem babá que ela tinha em casa e que começava desconfiar dela .

E então sem poder esconder mais, o que passava na sua mente. Ela respondeu, Victoriano.

— Inês : Já levo três meses de volta e ainda não fizemos amor. E age como se eu fosse um cristal desde que voltei. E estou ficando farta disso, Victoriano!  E para me perturbar mais, temos lá em cima uma jovem babá que facilmente pode cair nos encantos dela!

E Victoriano suspirou e limpou os lábios depois de ouvir o desabafo de Inês. Morria por fazer amor com ela. Via ela cada vez melhor, mas não sabia o quanto para que ele procurasse ela como mulher. E esperava que quando fizesse, que ela cedesse por vontade própria e não por pensar que era obrigada por ele estar tempo suficiente sem ela, para que o casamento deles naquele momento estar frio como estava. Mas aquilo não importava a Victoriano. Desejava ela bem primeiramente, e se desejar Inês bem, fazia ela entender que era um cristal agora nas mãos dele, ele não ligava.  Porque era certo. Tinha ela de volta há três meses mas temia um dia acordar e voltar estar sem ela outra vez. Mas o que ela havia falado, em relação a babá de Diana, ele não havia gostado nada, nada. E sobre aquilo ele iria rebater. Que bravo ele disse.

— Victoriano: Não gostei das suas palavras, Inês. Se estamos sem fazer amor ainda. É porque estou te esperando. Te espero porque te amo, porque respeito tudo que passou, tudo que passamos. Mesmo que se compare de ser meu cristal, não me importo. Mas não vou aceitar que diga bobagens em relação a babá de Diana! Não quero e não vou olha-la com outros olhos!

E brava Inês o respondeu, expondo do porque se sentia o cristal dele e por consequência a deixando como estava, insegura.

— Inês : Ainda me vê como uma doente! Por isso não me deseja! Talvez a babá cheia de sorrisos quando te vê te desperte realmente algo! 

Victoriano então bufou com a insistência de Inês. Ele tacou o guardanapo que tinha na mão sobre a mesa. Não admitiria além de causar dor nele em ver ela pensar naquela hipótese que ele podia ser infiel. Inês não tinha o direito de pensar aquilo. Não depois de tudo que tinham passado.  E então ele disse bravo para ela.

— Victoriano: Já chega, Inês! Não siga com suas tolas palavras! Já lhe disse, que estou te esperando estar bem! E isso não significa que não te deseje mais! Te desejo! Mas antes de tudo eu te amo e cuido de você como minha mulher! E me lástima que insinue que eu possa desejar outra mulher depois de tudo que passamos!

Inês tremeu nervosa sentindo que seus olhos se enchia de lágrimas depois das palavras de Victoriano. Mas segurou elas. Não queria chorar e ia engolir aquelas lágrimas que fazia ele estar como estava com ela. Achando que ela não estava bem para ser a mulher na cama dele. E assim ela disse. 

— Inês : Então prove que me deseja! Porque sinto que essa forma de me tratar, de cuidar de mim, como se eu fosse seu cristal, vai ser maior que o desejo que pode sentir por mim, Victoriano! E nosso casamento já não vai ser o mesmo, porque sempre vai me tratar assim! Sempre vai me tratar como, como uma louca! Porque é isso quer sou!

Inês então se levantou depois de suas palavras e deixou Victoriano na mesa.  Ele então frouxou a gravata que usava com raiva. Inês não o entendia. Nunca entenderia o medo que ele teve de perde-la e que por isso, sim, depois do que passaram iria protege-la de tudo, e isso incluía que pensaria nela antes de tudo até antes de suas necessidades de homem.

E assim, Inês subiu para o quarto dela, entrou nele com raiva. Pensava que tinha estragado seu casamento. Sua loucura tinha levado aquela parte que amava de Victoriano quando fazia dela de sua mulher e que fazia ela sentir viva, desejada nas mãos dele. O que era tudo que ela sentia que estava precisando vindo dele aquele momento. Mas parecia que só ela precisava e ele não.

E então ela se jogou na cama e ouviu Victoriano de voz grossa dizer ao entrar no quarto.

— Victoriano: Vamos continuar com nossa conversa, Inês!

Inês então se sentou na cama. Tinha poucas lágrimas no canto dos olhos que permitiu cair longe dele. E então ela disse limpando elas. 

— Inês : Não quero mais conversar sobre isso, Victoriano!

E Victoriano, não querendo que ela seguisse com o que o pensava ao ter gritado com ele  todas aquelas palavras e pior se chamando de louca. Ele disse.

— Victoriano : Mas vamos, Inês! Você começou com essa conversa e vamos segui-la!

Inês então ficou de pé e cruzou os braços. Talvez fosse bom que ela seguisse vomitando para fora o que sentia . E já que ele insistia, ela disse pegando mais pesado no que estava fazendo ela sofrer só em pensar naquilo. 

— Inês :  Ficou muito tempo sem mim. Senão deseja a babá de Diana, desejou outra, Victoriano? Me, me traiu?

Inês gaguejou no final de suas palavras e chorou temendo a resposta de Victoriano. Esteve longe dele. Esteve louca. Ainda que ele dizia ama-lae estava ali ainda com ela. Ele era homem. E por isso a insegurança só crescia no peito dela.

E Victoriano sentiu mais decepcionado. Inês seguia pondo a prova a fidelidade dele. Será que ele não tinha dado prova suficiente que a amava com loucura? E indignado com que acabava de ouvir dela. Ele disse, gritando.

— Victoriano: Que loucura segue falando, Inês! Sofri sua ausência mais que ninguém! É um cúmulo pensar que tive a coragem de te trair. Mas quer saber? Está certa, é melhor que não falemos mais disso!

Inês então suspirou passando seus cabelos para trás com as mãos . E ainda que via aquela decepção nos olhos de Victoriano, depois do que ela tinha dito. Ela acrescentou o porquê de suas palavras e inseguranças.

— Inês : Me trancou em um hospício, ficou sozinho enquanto eu enlouquecia! O mundo não é mais colorido para mim, me fizeram ver isso! Então me perdoe se já não posso confiar em ninguém, Victoriano!

E Victoriano sentiu com o início das palavras de Inês, que ela lhe tacava na cara o que em meio a dor ele teve que fazer. E então ele disse.

— Victoriano: Te deixei naquela clínica, porque era a única opção que tive Inês ! Era deixa-la naquela maldita clínica ou vê-la pior e terminar morta! Mas a decisão que tomei de fazer isso me matou por dentro! E ainda pensa que tive a coragem de estar com outra! Enquanto enlouquecia como disse, eu, eu fiquei aqui sozinho, sem você, sem nosso filho! Eu, Inês! Eu!

Inês então andou no quarto chorando enquanto levava as mãos nos cabelos outra vez.  E gritando, ela respondeu Victoriano.

— Inês : Se me deixasse morrer quando eu quis, não precisaria tomar nenhuma decisão! Eu só queria me livrar daquela dor que eu sentia de não ter mais ele, de não ter nosso filho! Só era aquilo!

E Victoriano agora de lágrimas nos olhos, lembrando aquele triste momento e que ele ainda guardava aquela carta que ela decidia deixa-lo sem se importar com ele. Ele disse, magoado e de voz embargada do choro que segurava . Pois sabia que nunca esqueceria aquele momento.

— Victoriano : Foi tão egoísta! Queria se livrar da dor que sentia, causando outra maior em mim! Porque nessa altura, eu não estaria só sem nosso filho, mas também sem você! E não me arrependo do que fiz. Quer me culpar, por tê-la deixado naquela clínica? Me culpe Inês, faça isso! Mas não coloque a prova meu amor por você, porque faz isso quando insinua que poderia ter te traído!

Victoriano então depois de suas duras palavras que não sabia que segurava elas todo aquele tempo só esperando aquele momento para expor a Inês, o que tinha sentido com o que ela tinha feito. Ele se virou. Pois não queria seguir naquela conversa que parecia que estava cutucando as feridas que tudo que passaram ainda seguia neles. E Inês, não podendo vê-lo sair como via que ele estava visivelmente abalado com aquela conversa, trazendo remorso nela . Ela disse desesperada .

— Inês : Aonde vai, Victoriano?

E ele seguindo seu caminho pra fora do quarto sem olhar, ele disse.

— Victoriano : Vou ver, Diana!

Victoriano então saiu do quarto e Inês passou as mãos no cabelo sentida de tudo que tinha dito. Sentia que tinha sido injusta, que suas inseguranças o tinha magoado e teria que concertar o que tinha gritado a ele. A verdade era que ela, estava apenas farta e desejando de uma vez sua vida de volta junto a seu casamento feliz.

E assim depois de Victoriano voltar para o quarto horas depois, vendo Inês de camisola penteando seus cabelos a frente de uma penteadeira com seus pertences femininos.  Ele sério, sem nada a dizer entrou no banheiro do quarto. E Inês logo depois ouviu ele tomar banho de chuveiro.

E ela suspirou com pesar, lembrando do olhar de decepção que ele havia dado a ela.  E ela deixou a escova no móvel e se levantou se olhando no espelho.

Ela olhou seu corpo que era abraçado por uma fina camisola pink de alcinhas com um decote nos seios . Queria ser amada por Victoriano, amada do modo que ela sabia que a faria se sentir viva. Queria sarar todas as feridas que ainda tinham com tudo que tinha acontecido e consequentemente distanciado eles. Tinham que recuperar o casamento que antes tiveram. Pelo menos parte dele. A parte que ela não sentia, só amada mas também desejada por ele.

E então ela desceu a camisola do seu corpo deixando o liso pano escorregar até o chão. Seus firmes seios mostrava no reflexo do espelho e mais em baixo o triângulo de sua feminilidade . E ela desceu uma mão a frente do seu corpo, desejando encontrar seu ponto de prazer e que tocado despertaria seu corpo adormecido . E ela encontrou seu clitóris e apertou seu dedo indicador e moveu ele lentamente em círculos enquanto se olhava fazer aquilo diante do espelho.

Viva, viva era o que ela começava sentir enquanto se acariciava daquela forma.

E assim de boca meia aberta, ela soltou um gemido de prazer e levou sua outra mão para apertar um de seus seios.  E ela fechou os olhos seguindo com seus movimentos entre as pernas e com a mão no seio . Até que ela ouviu a voz de Victoriano lhe falar.

— Victoriano: O que está fazendo, Inês?

E Inês se virou vendo ele só de toalha enrolada em sua cintura a olhando com um olhar que ela necessitava ver nos olhos dele. E não o de pena que se acostumou ver neles . E saindo do bolinho que sua camisola fez nos pés dela. E ela indo até ele, ela disse com uma voz sensual.

— Inês : Quero que me ame, Victoriano. Quero que me faça me sentir viva outra vez.

E Victoriano depois de ter saído do transe daquele “ susto” que o deixou cheio de desejo quando contemplou com seus olhos o que Inês fazia. Disposto a atender o pedido dela quando ela esteve próxima a ele, ele a pegou no colo de frente para ele.

E sentou com ela na cama e sobre seu colo a beijando . Inês sentiu o membro dele já duro embaixo dela e ela só queria tê-lo de uma vez, não queria esperar, não queria mais beijos queria tê-lo fundo dentro dela.

E assim com uma pressa que Victoriano havia percebido que  Inês estava de tê-lo, ele abriu a toalha e logo em seguida a sentiu tomando em seu anterior seu membro . E Inês, gemeu na boca dele sentindo que doía um pouco tê-lo dentro dela outra vez. E Victoriano por senti-la mais estreita, sabia que era culpa da abstinência que ela tinha ficado de sexo. E então quando viu ela quieta em seus braços e esconder o rosto na curva do pescoço dele, ele disse.

— Victoriano: Não tenha pressa. Se acostume comigo, outra vez, morenita.

E ela buscou os olhos dele depois de ouvi-lo, e ele subiu as mãos pelas costas dela e agarrou ao lado da cabeça dela enterrando os dedos entre seus cabelos morenos para beija-la outra vez na boca.

E então, Victoriano sentiu Inês começar se mover . E ele gemeu na boca dela assim como ela fazia. Estavam fazendo amor outra vez. Estavam sendo um do outro depois daquele tempo todo de saudade. 

E os dois se tornaram famintos por aquele prazer. Estavam com tanta fome um do outro. Que, Inês não parava seus movimentos enquanto Victoriano ajudava com as mãos na cintura dela, ela a subir e descer  rapidamente sobre ele, até que ele sentiu ela gozar o apertando no seu canal molhado. E ele sem que ela parasse de se mover como estava, gozou também logo em seguida.

E ofegantes de testas coladas. Inês disse baixo, querendo o perdão de seu amor de tudo que tinha dito fora de si. Pois só podia estar fora de si, quando insinuou que ele poderia trai-la.

— Inês : Me perdoe, me perdoe por tudo que falei. Eu te amo mais que a mim mesma, Victoriano. Não suportaria te magoar depois de tudo que fez por mim e nem te perder .

E Victoriano beijou ela nos lábios e depois, disse, o que não havia dito quando no meio da discussão deles, lembrou do momento que ela tentou o suicídio.

— Victoriano: E nem eu, Inês, nem eu suportaria te perder. Então,  nunca mais faça o que fez comigo. Não escolha me deixar como fez.

Inês então depois que ouviu Victoriano, tomou a boca dele. E depois que desfez do beijo, ela jurou o olhando nos olhos.

— Inês : Me perdoe . Me perdoe por isso também. Eu juro que não voltarei fazer.

E Victoriano levou as mãos ao lado da cabeça de Inês, beijou ela também e depois de roçar seus lábios com o dela, ele disse.

— Victoriano: Sei que não vai, porque vamos voltar a sermos como fomos um dia. Uma família feliz. Eu prometo.

E eles se beijaram mais e voltaram fazer amor. Passando horas da noite, rolando sobre a cama com seus corpos nus e famintos um do outro.

E no dia seguinte.

Muito cedo, antes mesmo de Victoriano se levantar. Inês tomou um banho e vestiu roupas de montaria e saiu do quarto, deixando ele nu na cama ainda enrolado nas cobertas.

E no estábulo, Inês esperava que lhe descem um cavalo . E quando um capataz de Victoriano apareceu, puxando o mais manso cavalo que tinha na fazenda pra ela, ele disse desconfiado.

—X- Com todo respeito, senhora Inês. Mas o patrão sabe que vai sair pra cavalgar sozinha?

Inês sorriu para o cavalo alisando ele e depois respondeu o capataz do marido por saber que assim que pisasse fora da fazenda ele saberia.

— Inês : Agora não sabe mas tenho certeza que logo saberá.

E assim, segurando a mão dela, o capataz ajudou ela subir no cavalo. E quando a viu sair do estábulo, ele correu para avisar Adelaide que a patroa tinha saído para cavalgar sozinha assim, ele saberia que Victoriano logo também ia saber.


E já cavalgando sem olhar para trás. Inês rápido demais, chegou no ponto aonde ela tinha sido abordada por aqueles homens maus e assim, ela parou e o filme de terror que passou naquele dia, naquele lugar, se passava novamente na sua mente.

E ela ergueu a cabeça e molhou os lábios que sentiu secar junto com sua garganta. Sentia ódio por aqueles que tinha levado seu bebê. Doía, sangrava ainda aquela dor . Mas Inês só queria a partir daquele momento permitir senti-la e não mais viver ela. Faria aquilo por ela primeiramente, que tinha chegado no fundo do poço a ponto de quase enlouquecer e depois por Victoriano e Diana. Ambos precisavam dela. Não magoaria mais Victoriano escolhendo se recolher em sua dor e voltando estar como esteve, e a menina. Aquela pequena, já era sua filha mas ela sentia que estava pronta para assumir aquilo naquele momento, assumir o papel de mãe daquela pequena que só em pensar nela como pensava, lhe fazia sorrir. Preencheria seus braços com ela e lhe daria o amor mais puro que tinha, e que tinham tirado o direito dela dar aquele amor a Fernandinho . Seria mãe outra vez . Seria mãe de Diana . E por isso estava ali. Já chorando no local que teve seu filho pela última vez por perto . E assim ela disse baixo.

— Inês : Eu sempre vou te amar, meu filho. Sempre meu amor. Diana não tomará seu lugar porque sempre terá ele no meu coração. Sempre, Fernando . Sempre  . Me perdoe meu bebê, mas eu preciso seguir em frente. 

Inês, limpou as lágrimas que desceram do seu rosto. E logo depois, cavalgou saindo dali para ir em outro lugar.

E naquela altura, Victoriano possesso pelo capataz ter deixado Inês cavalgar só, depois de tanto tempo sem fazer aquilo. Ia atrás dela com seu cavalo.

Ele ofegante procurava ela, até, que ele decidiu ir em alguns pontos que os dois já tiveram juntos naquela terra e que ela amava.

E então, como previu, ela estava no riacho de águas cristalinas e pedras fincadas ao redor dela.

O cavalo de Inês, Victoriano observou amarrado em um tronco e ao lado dele as roupas dela que ele viu que estavam toda ali. E assim, vendo o corpo dela nu mergulhado naquelas águas cristalinas, ele sorriu. Sorriu mesmo que antes tivesse furioso e mesmo que tivesse ainda motivo de ficar daquele jeito a vendo nua e sozinha ali.

Mas não podia ignorar o fato de tê-la ali, lhe enchia de esperanças que teria finalmente sua Inês de volta. Ali naquele lugar que ela gostava tanto de nadar e que já tinham feito amor mais de uma vez era a prova daquilo.

E assim ele desceu do seu cavalo e depois de amarra-lo, começou tirar a própria roupa dele também. E Inês, no meio das águas o viu e sorriu, já o vendo sem camisa. E com um riso nos lábios, ela disse.

— Inês : Não tinha que já estar a caminho da empresa?

Victoriano, entrava na água e assim ele a respondeu sorrindo também.

— Victoriano: Minha mulher fujona me fez mudar meus planos.

Ele então a abraçou e ela o agarrou abraçando com as pernas a cintura dela.

E quando os olhos deles se encontraram, ela pediu.

— Inês : Faz amor comigo.

Victoriano a beijou logo em seguida e depois entrou nela. E começaram a fazer amor novamente como que se não tivesse bastado a noite que tiveram de amor.

E mais tarde. Inês havia dispensado a babá. Não queria mais ela na casa. Não precisaria dela, porque queria ser a mãe de Diana. Seria a mãe dela.

E assim com a menina despertando, ela se preparava para tomar aquele papel. E Inês sorria enquanto a bebê entre seus 6 meses se esticava no berço se espreguiçando com soninho. E Inês de lágrimas nos olhos disse, com todo amor que tinha e queria dar aquela doce menina.

— Inês : Me permite ser sua mãe ? Me permite, meu amor?

Ela então pegou a bebê, tirando ela do berço e a abraçou firme nos braços, a abraçou sentindo ele preenchido, sentindo que podia dar de verdade aquele amor a Diana . Sentia que podia ser a mãe dela como devia ser . A cuidando, amparando com seu amor e o mais importante, a protegendo de todo mal . De todo mal como não conseguiu proteger Fernando.

E ao pensar nisso, Inês soluçou com Diana nos seus braços. E disse buscando os olhinhos pequenos dela.

— Inês : Eu não vou permitir nunca que também te tire de mim, meu amor. Nunca, nunca Diana. Nunca, filha!

Ela beijou toda a bochecha rosa de Diana transmitindo amor pra ela e recebendo aquele amor que ela necessitava.


2 anos depois.

Victoriano estava no jardim gramado por trás da fazenda, aonde ele tinha montado um parquinho para crianças.

Era um domingo de uma bonita tarde de sol. E ele, via Diana, já com dois anos e ainda de fralda correr e escorregar logo depois em um escorrega feito para o tamanho dela. E que aquele brinquedo, para a menina de vestidinho branco com desenhos de melancias e de cabelos lisos e castanhos claros acima dos ombros dela, era um desafio que ela entre suas palavras erradas pediu pra o papai dela ver . E Victoriano via como um bobo .

Enquanto Inês, estava no sótão chorando. Tinha ido lá para conversar com seu filho. Naqueles dois anos ela sempre fazia aquilo, porque no sótão tinha todos os pertences de Fernando. E aquele lugar acabou se tornando um santuário que Inês frequentava quando já não podia fingir que a saudade de Fernando já não era sentida. E que dentro daqueles dois anos, Fernando tinha se tornado quase um assunto tabu . Falar dele tinha se tornado um tabu que Victoriano adotou e até Inês. Que mesmo que Victoriano seguisse com um detetive particular na busca do  menino. Não falavam dele como antes. Porque para voltarem a ter uma vida normal, foi necessário virar aquela página dolorosa. Mas mesmo assim, que Victoriano nada bobo, sabia do santuário que Inês fazia no sótão deles e que depois que via ela saindo de lá a via abatida. Ainda que ele se preocupasse com ela. Ele nada dizia. Ela era mãe, e sabia que ela tinha direito ainda de sofrer pela perca do menino deles . Então ele apenas a observava de longe, a vendo abatida em um momento e em outro rindo quando via Diana .

Mas naquele momento, Inês chorava de agradecimento. Estava grávida de novo, tinha descoberto pela manhã mas ainda não tinha contado a Victoriano, pois primeiro decidiu contar ao seu filho que também já tinha dois anos aonde ele estivesse, assim como Diana, que só era mais nova que ele alguns meses.

E Inês ali, se sentia tão feliz mas ao mesmo tempo culpada. Levava dois anos mais feliz do que o terceiro ano de casamento dela com Victoriano quando Fernando havia nascido e depois levado dela.

E acariciando a barriga que nem mostrava ainda. Ela disse.

— Inês : Vou ser mãe de novo. Estou gerando mais um filho . E estou tão feliz, meu amor.

Ela tocou um móvel que descobrio, do pano que tinha nele. E seguiu dizendo.

— Inês : Estou feliz, mas ao mesmo tempo me sentindo culpada por estar feliz sem saber aonde está, se está bem se sofre, se tem amor.

Ela tocou os lábios, deixando lágrimas cair de seus olhos.  E no mesmo móvel que tocava, ela puxou uma gaveta e pegou um quadro de foto, que tinha só Fernandinho no batismo dele. Ela recordava como aquele dia tinha sido tão feliz e lindo para ela como mãe e para Victoriano como pai.

E acariciando a foto. Ela voltou a dizer.
 
— Inês : Eu só queria que soubesse primeiro que terá um irmão. Queria que soubesse disso, mas lembra-lo que seguirá sendo meu filho querido, meu primogênito.

Ela abraçou o quadro e fechou os olhos, deixando suas últimas lágrimas cair para deixar aquele lugar. E depois, ela guardou o quadro aonde estava, cobriu o móvel com cuidado,  limpou os olhos e saiu do sótão, deixando sua dor nele como sempre fazia. 

E Victoriano que já estava disposto a ir atrás de Inês a viu voltando. Diana quando a viu, gritou e foi até ela. E Inês a pegou no colo sorrindo. 

E Victoriano por ver os olhos dela vermelhos, quando ela se aproximou, ele disse questionando aonde ela estava.

— Victoriano: Estava no sótão de novo, Inês?

Ela não respondeu ele. Nunca falava de quando ia no sótão mesmo sabendo que ele sabia que ela ia e passava horas nele . Aquele lugar era o cantinho dela que ela achou que encontrava Fernando.  E não permitiria que ninguém tirasse ele dela e por isso agradecia que Victoriano nunca se manifestava contra as ida dela no sótão. E não seria aquela tarde que ela veria ele fazer aquilo . E beijando Diana na bochecha, ela disse sustentando um sorriso de felicidade.

— Inês : A mamãe tem uma notícia para vocês dois.

Inês olhou para os olhos de Victoriano que a olhou intrigado. E sem ele poder questionar o que era e nem a menina, rapidamente ela deu a notícia a eles.

— Inês : Vamos ter um bebê!





 

Com a chegada de Cassandra, que encerro os capítulos que andei escrevendo e que por isso vcs teve as atualizações rápidas kk  E agora eu só tenho, segundo meus cálculos só dois capítulos pra fazer nessa primeira fase.  Então, deixo aqui meu muito obrigada por lerem e comentarem pq quando leio o que vcs dizem "sofrendo"  penso que tô escrevendo a história exatamenteee como eu queria kkkkk .  Bjsss

 


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