Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 17
Capítulo 17




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No dia seguinte, na clínica que Inês estava.


Ela andava de braços dados com uma enfermeira. De passos curtos no corredor da clínica, ela era levada até o jardim pra tomar sol.


E o doutor Santiago então a viu e tomou o lugar da enfermeira, pegou no braço de Inês tocando na mão dela e disse, caminhando com ela.


— Santiago: Seu marido está sofrendo, Inês. Sei que aí dentro da sua consciência sabe aonde está e porque, mas te dói e te assusta tanto que seu cérebro nega a reconhecer aonde está agora.  Essa foi a forma que escolheu de encarar sua dor, pois assim ela não é mais sentida com tanta intensidade.


Inês nada disse. Como andava ao lado dele calada, ela ficou. Enquanto Santiago, também ficou calado, depois daquela analise do caso de Inês em todo aquele tempo que a tratava ele ter chegado naquela conclusão.

E assim o sol abraçou o rosto de Inês, e Santiago olhou como os olhos dela ficavam mais claros com a luz do sol neles. E ele só pensava outra vez que era uma lástima uma mulher jovem e linda como ela, estar ainda presa naquele lugar.


E então, ele voltou a puxar conversa com ela.


— Santiago : Vejo que o presente que te dei te faz bem . Ainda que seu marido não conseguiu entender o quanto. 


Santiago sorriu pra Inês, e ela olhou pro lado e olhou para ele, se dando conta que não tinha seu filho com ela, que no caso era a boneca.  E disse.


— Inês : Onde está meu filho?


Santiago suspirou com pesar.  Lembrando que Victoriano tinha ameaçado tirara-la da clínica senão houvesse melhora nela. E ele se perguntou de como seria, ele não tê-la mais como paciente na sua clínica. 



E enquanto na sanclat.


Victoriano em sua sala, estava conversando novamente com seu pai sobre o que pretendia fazer.

E assim, ele se levantou da mesa se virou de costa, e disse.


— Victoriano: Estou disposto a tudo para tirar, Inês, daquele lugar.


E Fernando que estava sentado, questionou seu filho.


— Fernando : E meu neto? Esqueceu dele? Quer colocar uma menina no lugar dele. Desistiu de encontra-lo?


Rápido, Victoriano se virou para o senhor. E convicto de suas palavras, ele disse.


— Victoriano : Sabe que não, nunca vou deixar de procura-lo. Essa tarde irei me reunir com um novo detetive. Vou deixar nas mãos dele para investigar esse sequestro e chegue aonde ele está. Pode passar anos pai, mas vou encontrar, meu filho! Juro que vou!


E Fernando suspirou. Estava empenhado em fazer aquilo também. Pois seguia usando outros recursos, fora da lei com homens que pareciam mais capacitado e que seguiam investigando quem estava por trás do sequestro de seu querido neto para também acha-lo.


E assim mais dias passou.


E Fernando, em uma noite. Recebia no escritório da fazenda um envelope, deixado por um homem todo trabalhado no social.  Que depois foi embora, deixando nas mãos de Fernando Santos, pistas que levariam aonde estava a criança que a família procurava já há vários meses.


E naquele envelope grande e amarelo, tinha algumas provas que podia delatar o que tinha acontecido com Fernandinho.


E, nervoso depois de estar ciente que tinha nas mãos pistas valiosas que chegaria ao seu neto, Fernando revirou o envelope. E caiu várias fotos, incluindo de uma câmera de um estabelecimento comercial, que pegou encontros de Loreto com seu cúmplice. E que além daquelas fotos, outras também caíram no meio delas que mostravam novamente, Loreto e junto a uma mulher que segurava um bebê. As fotos daquela imagem faziam parte da câmera de segurança de uma pista de decolagem que até o radar com  jatinho já no céu, registrou, hora e data que ele decolou. E era o mesmo dia que Fernandinho tinha sido sequestrado . Não era coincidência, não podia ser.  Fernando, sentindo que poderia enfartar novamente com o que via, estava certo que de fato tinha um  inimigo de Victoriano por trás do sequestro de seu neto, mas era um inimigo que estava esquecido no passado. Um inimigo, que vendo ali Loreto, Fernando nunca pensaria nele como o autor daquilo. Mas as fotos não só delatava Loreto, o cúmplice dele estava ali nas imagens também. E Fernando cheio de ódio, juntava as peças ao ver também um documento que mostrava um grande valor retirado no nome dele, de um banco,  sem o seu consentimento. Tinha o nome dele naquele saque, mas  a assinatura de retirada era de Bernarda. E que nas imagens das fotos no estabelecimento comercial, era ela com Loreto, há alguns dias antes do sequestro de Fernandinho.  Com aquelas provas na mão, Fernando Santos, não tinha ainda o paradeiro do seu neto, mas tinha com toda certeza os suspeitos daquele sequestro.  E ele levou a mão no peito sentindo que ardia . Ele tinha ódio do que via, ódio de Bernarda. E estava disposto a arrancar dela o porquê estava por trás do sequestro do seu neto e aonde ele estava. Porque não via dúvidas, que ela estava metida naquela plano maligno.


E como que seus pensamentos tivessem a invocado. Por não ver seu marido subir ao quarto, Bernarda desceu para procura-lo no silêncio da casa, pois só estavam eles . E quando o encontrou, ela disse.


— Bernarda: Não vai se deitar, querido?


Ela se aproximou da mesa que ele estava sentado. E com o corpo todo tenso segurando sua bengala, Fernando, ficou de pé.


Ele olhava nos olhos a mulher que estava casado por anos e sentia que não a reconhecia mais. Fernando sabia, que Bernarda não era uma mulher mansa, ela não era uma flor e ele havia casado com ela ciente de como era. Mas não imaginava que ela era um ser sem escrúpulos também, que foi capaz de ter tirado o filho de uma mãe daquela forma que tinha feito se unindo a um homem também sem escrúpulos algum. Inês estava em um hospício trancada sem o filho dela. E tudo se devia a ela e a Loreto! Um plano cruel, uma aliança maldosa, que ele nunca jamais imaginaria que ela faria parte dele, muito menos que se uniria a Loreto.


A veia do lado esquerdo do pescoço de Fernando parecia que ia saltar. Ele tinha tanta vontade de estrangular a mulher que ele via na sua frente. Que sem rodeios, ele gritou.


— Fernando : Aonde você e o maldito Loreto, levaram meu neto?!


Bernarda arregalou os olhos em choque, e só então seus olhos viram a mesa e ela viu algumas fotos dela com Loreto entre outros papéis.


E nada ela disse, só deu passos para trás enquanto Fernando possuído saia por trás da mesa para confronta-la.


— Fernando : Não vai me responder, sua desgraçada!


Ele então agarrou no braço da mulher com força e Bernarda, disse com lágrimas nos olhos. Pois temia que aquele seria seu fim. 


— Bernarda: Fernando, querido. Está me machucando. Juro que não é o que você pensa!


Fernando, a soltou mas a esbofeteou no rosto logo em seguida. E Bernarda caiu ao chão e ficou nele com a mão no rosto.


Ela chorava, mas chorava de medo, de ódio por ter sido descoberta. No casamento de Inês com Victoriano, ela tinha visto no olhar de Loreto, o ódio que sentia do casal. E parecia que era tão igual ao dela. Que ela não conseguiu esquece-lo. E dois anos depois, para cumprir as palavras dele de que não seriam felizes, ela tão incomodada com a felicidade do casal mas para ela a que mais incomodava era saber que Inês era feliz, contatou Loreto, descobrindo que naquele dois anos ele nutria um forte desejo de vingança que tinha contra seu amigo traidor. E foi então que começaram arquitetar aquele maligno plano. O bebê, que fazia Inês feliz tendo tudo que não era digna depois de usurpar seu lugar na fazenda, e que também fazia Victoriano como pai daquele primogênito homem tão esperado, foi o alvo que marcaria a infelicidade deles. E Bernarda via de camarote, como ambos eram infelizes juntos, satisfazendo assim o ego dela e de Loreto aonde estava.


Mas agora, Bernarda, estava “nua” ali, completamente nua, na frente de Fernando, mas de uma forma que revelava a nudez de sua alma suja e seu coração podre a ele. E que agora ele a condenaria há anos de prisão. Prisão na qual, ela tinha escapado com a morte de Constância.


E vendo, Bernarda jogada no chão enquanto chorava, cheio de ódio e indignação, Fernando disse, a respondendo.


— Fernando: Não é o que estou pensando, mulher? Você e Loreto tramaram o sequestro do meu neto! Levanta!


Ele largou a bengala dele, e levantou Bernarda segurando firme nos braços dela. E ela chorou mais nervosa. Não tinha palavras para se defender, sua casa tinha caído.


Era uma desgraça aquilo porque tinha usado muito dinheiro para “ bancar” aquele sequestro que foi praticamente nas costas dela . Tinha calado pessoas, pago uma milícia completa pra ajudar no sequestro e dado a gorda parte daquele dinheiro para Loreto usar como quiser, contanto que garantisse que a criança não voltasse para casa.  A parte de Loreto era aquela, se livrar do menino, colocar ele em um lugar que não seria achado e depois seguiriam suas vidas sentindo vingados.   Era um plano perfeito. Uma vingança perfeita para os dois.


Mas agora  sendo desmascarada.  Bernarda tinha certeza que era seria seu fim. 


E que depois que Fernando, possesso, a levantou, ela viu ele pegar um papel da mesa. Nele tinha o valor retirado no banco com o nome dele, mas com a assinatura dela. O plano não era tão perfeito assim, tinha falhas. E os homens de Fernando encontrou elas que ligando os fatos encontrariam Fernandinho.


E mostrando o papel na cara de Bernarda, Fernando, disse ofegante e todo vermelho.


— Fernando : Negue! Negue se for capaz que não usou esse dinheiro para sequestrar meu neto!


Bernarda arregalou mais os olhos, via a assinatura dela. Estava tão claro como água que estava envolvida com Loreto como Fernando afirmava. Mas mesmo assim, ela tentou mentir mais uma vez.



— Bernarda : Eu tirei sim esse dinheiro, mas foi para coisas minhas. Não seja louco. Eu nunca faria isso com seu neto, Fernando!


Bernarda tocou o lado do rosto que ainda doía pelo tapa que levou.  E Fernando sabendo o que tinha que fazer, e faria sem pensar duas vezes entregando sua parceira de anos. Ele disse.


— Fernando : Se faria, ou não. Terá que se justificar para polícia! Porque entregarei todas essas provas para que comecem uma investigação. E se foi capaz de sequestrar meu neto, irão descobrir! Você e o maldito Loreto vão pagar pelo que fizeram, Bernarda!


Bernarda, sentiu que sua alma saia do corpo, o medo de ser presa estava tornando mais real. E então, depois das palavras de Fernando, ela desesperada puxou o papel da mão dele e rasgou em pedaços. Enquanto gritava.



— Bernarda: Não! Não vai me entregar, não pode fazer isso, comigo! Não irei apodrecer na cadeia!


O papel picado caiu ao chão e Fernando puxou o ar do seu peito e disse.


— Fernando : Pode rasgar o que quiser. Da onde veio essas provas tem mais!


E sem mais nada a dizer, aquela mulher que lhe estava causando asco, Fernando se virou, e pegou o telefone da mesa. Iria entregar Bernarda naquele momento. E ela percebeu e então, caiu de joelhos e o agarrou na cintura e disse disposta a tudo.



— Bernarda : Não por favor. Não me entregue. Eu, eu trago o menino de volta. Fernando, eu não quero ser presa!


Fernando então bateu o telefone no gancho de novo e puxou Bernarda pra cima, que levantou ficando de pé.


Queria ouvir da boca dela aonde estava seu neto, não esqueceria da justiça que ele queria que fosse cobrada mas o simples fato da ilusão de voltar a ver Fernandinho outra vez, fez o senhor querer aquele momento o quanto antes. E assim ele disse, olhando nos olhos da mulher que parecia que não tinha coração


— Fernando: Aonde meu neto, está? Diga Bernarda! Diga!

Bernarda suspirou . Tinha as mãos firmes de Fernando nos braços dela. Via que ele estava sendo capaz de tudo para ter o neto de volta mas ela não entregaria o paradeiro dele que ela sabia muito bem aonde ele estava, tão fácil assim. Queria garantias que não seria condenada como ela tinha certeza que mesmo entregando aonde o menino estava, Fernando a entregaria para justiça. E então, ela disse.


— Bernarda : Ele está seguro, eu posso garantir. Só não me entregue. Se me entregar nunca direi aonde ele está! Nunca saberão, nem por mim etão pouco por Loreto!

E perdendo mais uma vez o controle com ela, por vê-la tão fria, assumir com suas palavras naquele momento que estava por trás de tudo, ela e Loreto, Fernando gritou.

— Fernando : Você é uma maldita sem escrúpulos, algum!


Fernando pegou no pescoço de Bernarda, cego de ódio. E ela, arregalou os olhos com as mãos dele em sua garganta. E pediu sentindo sem ar. 


— Bernarda : Está me sufocando... Fer.. Fernando.


Fernando apertou mais e Bernarda caiu com o corpo na mesa. Fernando tinha ódio e nojo daquela mulher que dividiu anos ao lado dela. E cego com tudo que sentia queria cobrar com suas mãos a justiça que ela merecia passar.

E que todo vermelho, ele seguia com as mãos no pescoço dela. Até que ele sentiu uma dor no peito, uma dor forte que já conhecia. E assim, Bernarda sentiu as mãos dele frouxar na garganta dela e o viu se afastar.

Fernando, agora ele se sentindo sufocado, frouxou sua gravata as pressas, enquanto Bernarda tossia se levantando da mesa.


Fernando estava enfartando, como havia acontecido com ele ao saber que seu querido neto havia sido sequestrado. A dor no peito que ele sentia denunciava aquilo.  E Bernarda via ele mudar de cor e logo depois o senhor caiu no chão.


E ela passou as mãos nos cabelos, olhou para a porta. Nem morta pediria por socorro, como ainda em Barcelona o fez para salva-lo. Estava disposta ver Fernando morrer e levar com ele o que tinha descoberto.

E quando não o viu mais se mexer . Ela o chutou no chão com o bico de seu salto. E disse.


— Bernarda: Morreu? Você morreu, desgraçado?


Fernando, de olhos fechados não respondia. E ela então se abaixou e tocou em um lado do pescoço dele. E era certo, ele tinha enfartado.


E assim, sem poder perder tempo Bernarda rapidamente olhou para mesa . Todas as provas que ligaria ela ao sequestro de Fernando estavam ali. Então ela pegou todas com pressa. Iria queima-las assim que tivesse a oportunidade.

E com elas contra seu peito. Ela só desejava que mais ninguém tivesse a cópia daquelas provas e que Fernando não tivesse tido tempo de falar para alguém aquelas suspeitas.


E assim, ela saiu assustada do escritório. Se trombasse com alguém ou pior com Victoriano que poderia chegar a qualquer momento, não conseguiria esconder fácil o que tinha acontecido antes de Fernando enfartar, pelo simples fato de como o estava seu estado.



E no dia seguinte, no fim da tarde.


Victoriano enterrava o pai.

Tarde da noite, ele havia chegado na fazenda depois de ter passado horas com Diana Maria e Vicente, junto a sobrinha deles e foi na casa de seus amigos ainda compadres, que tinha recebido aquela notícia, que seu pai tinha enfartado mais uma vez .Um enfarto fulminante tinha calado Fernando com a verdade que ele havia descoberto.


E ali, sozinho de braços a frente do seu corpo, em frente ao túmulo já soterrado e cheio de flores e coroas em homenagem ao senhor muito conhecido no mundo que viviam de negócios que levou muita gente de classe alta para prestar suas últimas homenagens, Victoriano prestava a sua agora ao pai enquanto jurava de lágrimas nos olhos sobre o túmulo dele, que encontraria o neto dele. Encontraria nem que fosse a última coisa que fizesse. Mesmo que passasse anos, mas não desistiria daquela busca.



E em umas noites depois.


Victoriano bebia na varanda do quarto dele que seguia sem a presença de Inês. Ele seguia só, na solidão e sofrendo agora o luto do pai.


—X : Senhor.



E como estava, ele ouviu a voz de Adelaide chama-lo. A mulher, estava de volta há uma semana na fazenda e que só tinha cedido voltar por Inês e Victoriano, que agora também passava pela perca do pai. Porque se fosse por Bernarda, não faria ainda que tinha gostado de vê-lá ser obrigada pelas ordens de Victoriano, busca-la aonde esteve na casa de seus parentes no interior. E ver a mulher arrogante ter que engoli-la de volta, fez bem ao ego de Adelaide.

E assim, bem azedo Victoriano sem querer saber de ser incomodado. Ele respondeu, Adelaide sem ela ter chegado aonde ele estava.


— Victoriano: Eu disse que quero ficar sozinho, Adelaide.


E mulher apareceu, na varanda, vendo ele de copo na mão. Ela percebia que Victoriano estava bebendo mais naqueles dias de luto. E assim ela disse, vendo ele levar seu corpo de uísque na boca.


— Adelaide: Vicente e Diana Maria, estão lá embaixo.

Victoriano suspirou pesadamente. Nem seus amigos queria ver . E então ele disse.


— Victoriano: Fale que não quero vê-los. Não quero ver ninguém!



E Adelaide então voltou a dizer, torcendo que ele mudasse de ideia depois do que ia dizer.


— Adelaide : Eles estão com a menina .


Victoriano então não soube mais o que falar.  E momentos depois, ele descia vendo seus dois amigos e Bernarda na sala . Diana Maria, segurava sua sobrinha Diana no colo e uma manta branca cobria ela.


E ela que estava sentada no sofá, quando viu Victoriano, como estava abatido, com olheiras e barba por fazer. Ela suspirou triste. Daria uma oportunidade a ele, a Inês e aquela menina de ter pais de verdade, de crescer no amor de uma família sem precisar saber que era órfã e que seu pai nunca a quis. Diana Maria, estava certa, que a menina não iria só resgatar Inês, mas também Victoriano.

E assim ela disse, quando ele ainda não tinha voz pra falar. Porque seu coração dizia que estavam ali, para dar a resposta que ele tanto esperou todos aqueles dias. Mas tinha medo de ser uma ilusão. Porque para quem nunca perdia e nunca aceitou perder, Victoriano estava sofrendo muitas percas aqueles meses e sem ter opções de escolher aceitar ou não. 

— Diana Maria: Nossa resposta é sim. Salve Inês, se salve e sejam os pais que Diana vai precisar ter.


Victoriano então sentiu a menina nos seus braços assim que Diana Maria falou e entregou ela. Diana que dormia, bocejou. E Victoriano  olhando o rostinho rosado e pequeno, daquele bebê, sentia que não segurava apenas ela, mas também a esperança da volta de seus dias bons. Diana era a luz naquela escuridão que ele estava vivendo e seria também a luz de Inês. Tinha que ser.


E depois daquela noite.  Victoriano deixou de beber como estava, arrumou o quarto de Diana, para recebe-la oficialmente .  E que quando recebeu, estava tendo dias mais felizes com a menina já com seu nome como pai. E que já tendo ela na fazenda, quando  visitava Inês, ele falava da menina . Ainda que Inês, hora parecia não se importar outras fazia perguntas de como era a bebê que ele tinha em casa .


Até que em uma manhã ele a visitou com Diana no colo, e se aproximou dela.  Inês, que tinha ainda a boneca nas mãos, sentada no banco do jardim, olhou de lado para ele. E ficou olhando a menina toda de rosa que ela via nos braços dele. E depois ela olhou sua boneca que ela abraçava nos braços. E Victoriano disse, calmo como devia ser com ela.

— Victoriano: Já te falei dela. Lembra? O que achou de Diana? Não é linda?

Victoriano sorriu tocando a cabecinha de Diana, que tinha muitos cabelos. E Inês assentiu com a cabeça, achando ela realmente linda, tão linda que parecia uma boneca como a que ela tinha nas mãos.

E Victoriano, voltou a dizer. Quando viu que Inês tinha os olhos pidão sobre a menina ainda que tinha agarrado mais firma sua boneca.


— Victoriano: Quer segura-la? Hum?


Inês de novo olhou sua boneca. Enquanto Diana mexia as mãozinhas, ela olhava aquela boneca que não podia fazer aquilo.  E então ela finalmente disse algo.


— Inês : Vai me deixar segurar ela?


E Victoriano sorrindo disse.


— Victoriano: Claro que vou. Estarei aqui pra ajudar .


Inês então deixou sua boneca ao lado dela e virou de lado pra Victoriano dar a menina. Com cuidado, ele deu mas também ficou segurando com ela.

E Inês passou olhar a menina calada outra vez . E Victoriano disse, decidido trazer a realidade na mente de Inês.


— Victoriano: Não precisa dessa boneca. Pode ama-la como mãe, podemos ama-la como pais.


Inês seguindo observar a menina que tinha os olhos abertos olhando para ela.  Começava comparar com a boneca que ela carregava pra cima e pra baixo. E de certo, era só aquilo uma boneca e a menina um bebê de verdade. E buscando os olhos de Victoriano, pensando em uma troca. Ela disse.


— Inês: Vai dar ela pra mim?


— Victoriano: Ela é nossa.


Inês então olhou para o lado vendo sua boneca. Não estava disposta trocar e sim ficar com os dois. Com a boneca e aquele bebê. E então ela disse.


— Inês : Mas e meu filho?


E Victoriano, direto disse.

— Victoriano: Essa boneca não é seu filho, Inês. Ela só é isso, uma boneca!

Inês então sacudiu a cabeça. Negava aquilo . Negava entender o fato que sim, o que a confortava aqueles dias só era uma boneca. Negava, porque era mais fácil para ela do que começar procurar outra vez nos seus braços vazios, seu bebê sequestrado. E então, agitada ela disse .


— Inês : Não. Não. É mentira! Tome, eu não quero essa menina!

Inês então, entregou irritada Diana para Victoriano, e pegou sua boneca e se virou de costas para ele. Ficaria ali. No seu mundo que sua dor optou ficar, amenizando ela.


E Victoriano, vermelho já de nervoso,  olhou para enfermeira que estava em pé próximo deles que quando viu se aproximou, e entregou Diana pra ela. E logo depois ele puxou Inês pelos braços se levantando com ela. Estava frustrado, cansado! O doutor Santiago, dizia todo aquele tempo que Inês só estava se negando a sentir sua dor real, já que seu cérebro escondia a realidade em uma parte inconsciente dele o episódio traumático que ela tinha passado.  E se escondia, ela não sofria mais por ele, não lembrava insana a razão que estava naquele lugar. E cansado de vê-la fugir daquele modo do que eles enfrentavam, e só ele sentir tudo sozinho, carregar tudo sozinho.  Ele disse bravo com ela.

— Victoriano: Isso não é nosso filho! É uma boneca, Inês! Tem que raciocinar! Não pode mais fugir da verdade que passamos! Tem que lutar para se recuperar ao meu lado e não nesse maldito lugar!


Victoriano sacudiu Inês, e a boneca dela caiu no chão e ele sentiu mãos atrás deles para ele soltar Inês, que assustada olhou para ele muda e pálida. E então ele soltou, Inês, devagar como tivesse tido a razão depois de perde-la aquele momento.


E mais tarde na fazenda. No seu escritório, Victoriano pensava no que tinha acontecido com Inês. Ele estava sentado. E Bernarda entrou com Diana nos braços.


Ela ajudava Victoriano com a bebê, que de início teve raiva por ver o casal de amigos de seu enteado ceder aquela criança para Victoriano trazer Inês de volta. Mas estava se afeiçoando a menina. E mais acreditada que Inês não ia voltar, ainda mais por saber como ela agiu ao ver a menina, preferindo sua boneca .  E assim ela disse.


— Bernarda: Desista de Inês. Fique com Diana e refaça sua vida, Victoriano. Pode casar de novo e terá minha ajuda com essa menina . Não se preocupe.

Victoriano suspirou depois que ouviu Bernarda. Estava exausto daquela situação que vivia. Sentia que no caso de Inês, estava todos aqueles meses dando murro em ponta de facas. Pois já passava meses e ela seguia na mesma situação.  E talvez ela não quisesse lutar para mudar o quadro que ela estava. E ele seguindo sozinho naquela luta, tinha medo de perde-la.  Porque como lutar por alguém que já  desistiu?


Victoriano então puxou o ar do peito. Se levantou e pegou Diana do colo de Bernarda. A viúva do seu pai estava sendo um grande apoio a ele, e em troca ele sentia que era o dela que depois de ficar viúva, estava só.


E olhando para o rostinho da menina, que estava ali por um propósito, além de já estar alegrando e botando cor naqueles dias que ele estava vivendo. Que mais que aquilo, mas que salva-lo, a menina salvaria Inês.  E por isso, ele não podia desistir dela. Não podia. E assim Victoriano, disse para Bernarda.


— Victoriano: Não vou desistir de Inês. Não pode ser agora como imaginei, mas vou tira-la daquele lugar .


E ele aninhou Diana com cuidado nos braços e sorriu para ela. Já era sua filha. Aquela menina era sua filha e só restava Inês aceita-la também como filha.


E no dia seguinte de noite.  Inês estava andando novamente no corredor da clínica.  Mas agora sozinha. E devagar ela andava olhando tudo. Tinha imagens na mente dela do dia anterior. Tinha imagens de Victoriano com aquela menina nos braços e depois ele agindo com ela daquele modo. As palavras dele não saia da cabeça dela e a perturbava. E ela parou e encostou a cabeça na parede. Sentia dor mas não era física. Sentia dor em pensar no que estava acontecendo, aonde ela estava, no que aconteceu para ela estar ali. E ela olhou do lado, que passava um homem doente que tinha uma camisa de força nele e que andava com dois enfermeiros segurando ele. E Inês tocou na cabeça assustada, comparando aonde estava com o inferno.


E o que fazia ali? Por que estava ali? Tinha sido tão fraca ao ponto daquele ser seu fim?

Inês negou com a cabeça respondendo mentalmente a voz que fazia aquelas perguntas a ela .  E não queria, não queria aquele fim, não queria seguir naquele lugar.  Então ela correu  dali. Como estava de vestido branco e descalça, ela saiu correndo enquanto chorava.

Pois sua mente despertava para realidade. E ela só pensava em Victoriano. Pensava que não era justo . Não era com ele, com a menina. A menina que viu nos braços dele e que por um momento a pegou mas a rejeitou. E enquanto corria chorando, Inês tinha imagem daquela pequenina.

A pegou nos braços . A pegou mas nada sentiu.  E quem era ela? Quem era a mulher que a dor tinha transformado ela?

Inês sabia ainda mais naquele momento, que só tinha Victoriano por ela e para ela naquele lugar. E aonde estava ele agora? Aquele dia tinha passado e ele não tinha visitado ela. Desistiria ele dela?

Tantas perguntas. E tantas voltas que a mente de Inês dava entre elas.  Que lhe trazia desespero, lágrimas. Mas entre elas, uma certeza. Que era que queria sair do lugar que estava.

E como estava, ela foi barrada . Santiago saia de um quarto de uma paciente.  E trombou com ela desnorteada no corredor. E ele segurou nos braços dela para ela não cair. E a reação que Inês teve, momento depois foi se sacudir para se ver livre do agarro dele .



— Inês : Me solte! Me solte! Quero ir embora desse lugar! Quero ir embora!


Desesperada, ela jogava a cabeça de um lado e outro. E o médico, tocou no rosto dela querendo que ela o olhasse nos olhos e notasse que tudo estava bem, para vê-lá calma.

— Santiago : Calma, Inês. Sou eu, seu médico.


Inês não quis saber só queria sair daquela clínica. O reconhecia . Mas naquele momento só queria deixar aquela clínica para loucos. E assim ela voltou a dizer.


— Inês : Quero ir embora, doutor. Quero ir embora daqui!


Santiago então, buscou os olhos dela que estavam banhados de lágrimas, limpou eles com a ponta do seu dedão e depois arrumou também os cabelos dela que estavam entre os olhos e boca dela. A vendo mais uma vez, como ela era linda, linda e que o encantava cada vez mais. E calmo ele disse.

— Santiago : Ainda não, Inês. Ainda não pode ir. Não estou preparado pra deixar de tê-la perto de mim.


E sem Inês ver, apareceu dois enfermeiros . E momentos depois ela estava sendo levada para o quarto mesmo não querendo. E quando foi colocada na cama, Inês já não era uma paciente calma que era livre para circular a clínica como antes fazia. Pois agitada, tentava lutar em vão com os enfermeiros para sair da cama. Enquanto eles estava segurando ela pelos braços. E assim, Santiago apareceu no campo de visão de Inês novamente. Sereno, ele  mostrava uma seringa com agulha na mão para aplicar nela.
E assim, ele disse

— Santiago: Isso vai te fazer dormir e quando acordar, estará tudo bem de novo, Inês.

E ela com medo, disse se mexendo mais na cama.

— Inês : Não! Não! Chamem meu marido para me tirar daqui!


E Santiago aplicou aquele sedativo em Inês. Limpou aonde aplicou a agulha e olhou para os enfermeiros, para eles soltar ela. Ele sabia que o sedativo era tão forte, que menos de 60 segundos ele veria ela dormir.

E ela já sentindo aquele efeito com seus olhos pesados, enquanto Santiago acariciava os cabelos dela, ela sussurrou.


— Inês : Vict... Victoriano...


E fechou os olhos logo depois caindo no breu do sono.

Enquanto na fazenda.


Victoriano estava no quarto dele, mas não estava sozinho, tinha Diana nos braços.

Aquele dia era o único que ele havia deixado de ver Inês. Precisava daquele dia pra por seus pensamentos em ordem. O primeiro contato de Inês com Diana, não tinha sido o que ele esperava. E olhando a menina que ele aninhava, ouviu a voz de Adelaide dizer ao entrar no quarto.


— Adelaide: Senhor Victoriano, posso levar Diana?

Ele se virou para olhar Adelaide e depois disse, desejando ficar mais um pouco com a menina.


— Victoriano: Não se preocupe que eu mesmo levo ela ao quarto. Só quero ficar mais um pouco com ela.

Adelaide deu um leve sorriso e se permitiu dizer.

— Adelaide: Essa menina está te fazendo sorrir. Ela é um anjo que todos nós precisávamos.

Victoriano suspirou . Adelaide estava certa, mas só em partes. E então ele a olhando, disse.

— Victoriano: Pena que Inês, não gostou muito dela. Talvez eu tenha sido tolo ao acreditar que de alguma forma ela consolaria, Inês. Mas não posso me desfazer dessa menina, Adelaide. Pra mim, ela já é minha filha.

Adelaide então tocou no braço dele. E disse com carinho.

— Adelaide: Tenha paciência. Foi apenas o primeiro encontro que teve com Inês levando Diana. As coisas podem mudar.


E Victoriano então a respondeu, mostrando outra a canseira que tinha e não era física.


— Victoriano: Paciência é o que estou mais tendo . Já faz quase um ano que levaram meu filho e tudo segue desmoronando ao meu redor. A única coisa que me aconteceu de bom, é ela. É Diana.


Depois de suas palavras, Victoriano ergueu a menina a frente de seu corpo, observando ela o olhando de olhos bem vivos.



E assim, no dia seguinte pela manhã. Victoriano, tinha recebido uma chamada da clínica que Inês estava, e as pressas foi até ela. Uma crise, uma crise forte era que Inês havia tido. E ele só pensava que no dia anterior passou e não foi vê-la. O que fazia ele sentir culpa.


E assim, momentos depois na sala de Santiago, vermelho de nervoso, Victoriano dizia na frente dele.


— Victoriano: Como assim foi obrigado sedar minha mulher? Já faz vários meses que ela está aqui e ao invés de ver melhora, ela se decai dessa forma! Eu vou tira-la dessa clínica!

Enquanto Victoriano estava todo vermelho, Santiago só tentava manter a calma e sua razão de médico. E depois de ouvi-lo insinuar que tiraria Inês da clínica, ele disse como profissional para impedir aquela decisão dele.


— Santiago: Sou o médico de sua esposa, e que conhece a história dela desde que chegou aqui. Por isso, sei lidar com qualquer crise que ela possa ter, Victoriano. E por isso, penso que se trocar de clínica nessa altura do campeonato que estamos,  só a prejudicaria mais. E acredite em mim, que não é todas clínicas que fazem como fazemos em tratamentos com pacientes como ela. Pode colocá-la em uma clínica e realmente fazer Inês enlouquecer nela!

Victoriano respirou fundo. Viu verdades nas palavras do médico de Inês e temeu elas. E então baixando a guarda, ele disse ainda que grosso.

— Victoriano: Então faça seu trabalho direito, doutor! Faça!



Victoriano esfregou o rosto nervoso. E momentos depois estava no quarto de Inês para visitar ela ali .


E ela dormia quando ele entrou e então depois o deixaram sozinho com ela.


Vê-la ali fez ele suspirar com pesar. Não sabia mais se preferia ela agarrada em uma boneca ou ali sedada.

E assim ele pegou na mão dela. E disse baixo.


— Victoriano: Não sei mais o que fazer, Inês. Não sei mais. Parece pior.

Ele baixou a cabeça e sentiu Inês apertar a mão dele, e ele a viu a acordando. E ouviu ela dizer.


— Inês : Me tira daqui. Me tira daqui, Victoriano.


E Victoriano, sentindo que só precisou daquilo todo aquele tempo para ter a coragem de tirar Inês daquele lugar, que só precisou ouvi-la pedir. Ele disse.


— Victoriano : É isso o que quer? Eu te tiro daqui, meu amor. Te tiro agora mesmo.


E momentos depois . De volta a sala de Santiago, diretor e médico daquela clínica, Victoriano estava exigindo a liberação de Inês e ele negando.


— Santiago : Pense bem no que está fazendo, Victoriano. Já disse, Inês precisa de acompanhamentos médicos.


Victoriano então passou a mão no queixo nervoso. Estava uma pilha e decidido tirar Inês daquela clínica mesmo que fosse preciso passar por cima do médico insistente que via. E duro nas palavras, ele disse.

— Victoriano: Isso é eu que decido. E decidi tirá-la daqui. Inês não melhora .Vou levá-la pra casa.  Você querendo ou não!


E pensando que Victoriano agia na emoção e não na razão, Santiago voltou a dizer para tentar fazer ele mudar de ideia.


— Santiago : Sabe que ela é um perigo para ela mesma. Não vou dar alta a ela depois da crise que teve  . E se quiser levá-la. Volte amanhã com um advogado.

E Victoriano, sem entender a parte que ele metia advogados na decisão dele, de tirar Inês da clínica como ele mesmo tinha internado ela. Ele disse, todo vermelho.


— Victoriano: Como é que está dizendo?


E Santiago, mas sério ainda, expôs suas conscientes razões.

— Santiago: O que ouviu. Se tira Inês, com minha permissão e ela tenta algo novamente contra a vida dela. Eu serei responsabilizado, e o prestígio da minha clínica correrá riscos.


E Victoriano indignado e pouco se importando com aquela clínica que ele deixava todo mês uma fortuna nela. Ele disse, apenas expondo o seu direito sobre Inês que no momento não era capaz de responder por si mesma.


— Victoriano : Sou o maridos dela! Posso tirá-la daqui quando eu quiser. Eu não preciso de advogado nenhum para isso. Esta dificultando as coisas, Santiago!


Santiago andou. Não queria mais  discutir pois suas últimas palavras foram dada. E indo até a mesa dele, respondeu Victoriano.

— Santiago: Estou pensando na segurança da sua esposa que parece que é o que não está fazendo! E como marido dela, se acontecer algo com ela, também pode ser penalizado por sua tola decisão! Não pode tirá-la daqui! E se quiser ainda sim, fazer, faça com um advogado ao seu lado.

Victoriano riu, mas ironicamente. Não estava gostando da insistência do médico de manter Inês na clínica . E ele passou a mão no rosto. Santiago, para Victoriano, ele não soava como um profissional, não em mostrar tanta importância com Inês. Já que Victoriano, tinha entendido muito bem, que se acontecesse algo a Inês ele seria o único culpado. Então ele se perguntava do porque, Santiago se importava tanto. E todo desconfiado, ele disse.


— Victoriano: Por que suas palavras me soam como uma preocupação exagerada a minha mulher? Se diz que serei responsabilizado, que assim seja! Mas ela me pediu para tira-la daqui e irei fazer mesmo que eu tenha que passar por cima de você!

E Santiago se sentando, respondeu Victoriano que seguia nervoso, e ele calmo mexendo nas suas coisas na mesa.

— Santiago : Faça o que eu disse. Volte com um advogado e eu estarei te esperando com o meu. Me preocupo com Inês, por ser minha paciente. Apenas isso.


E Victoriano querendo a atenção do médico, desejando arrancar dele o que ele estava desconfiado.  Ele bateu com as mãos na mesa, o que fez Santiago se levantar e encara-lo como ele desejava. E de homem, para homem, Victoriano disse.



— Victoriano: Estou duvidando dessa sua preocupação. Se é pela paciente ou pela mulher, que Inês é. Me responda, Santiago, está interessado em minha, Inês!


Santiago então suspirou. Victoriano estava alterado demais. Mas não responderia o que ele perguntava, mesmo que visse que o homem estava colocando ele contra parede e assim, sério ele disse.


— Santiago : Vou pedir que se acalme, senhor Santos . Senão, chamarei meus seguranças.  Está vendo coisas que não existem!


Victoriano então e afastou. E Santiago ficou olhando ele. Até, que ele ouviu Victoriano voltando a dizer.


— Victoriano: Pelo a contrario, Santiago. Aqui não é mais o médico de minha mulher, sinto que estou de frente com um rival.


Ao fim de suas palavras, Victoriano buscou os olhos do homem em sua frente novamente. E Santiago, o respondeu da forma mais profissional que podia.


— Santiago: Estou sendo capaz de ver o que é melhor para sua esposa, apenas isso! Inês é frágil, não está totalmente recuperada e se estivesse, devo lembra-lo outra vez. Ela precisará de um acompanhamento profissional . Inês nunca mais será a mesma. É uma pena. Mas essa é a verdade.


Victoriano deu as costas pro médico. Ele ria mas sem vontade, apenas ria da situação que se encontrava. Estava certo mais que nunca que aquele homem que lhe falava com tanta intimidade, com tanta preocupação com Inês, que ele estava apaixonado por ela.


E depois que se virou de volta para ver Santiago, ele apenas disse, com suas palavras que não era uma pergunta porque ele já tinha a resposta.


— Victoriano: Se apaixonou por ela. Se apaixonou por minha mulher!



E Santiago ficou calado. Aquele momento já não tinha nenhuma palavra pronta para debater contra a certeza que Victoriano tinha.


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