Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 16
Capítulo 16




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E assim mais alguns dias, nada fácies passaram.


Na fazenda, Victoriano parecia vegetar na solidão que sentia sem Inês. Mesmo que estavam com ele todo tempo, Fernando, Vicente, Diana Maria e Bernarda prestando apoio. Mas nada bastava, nada o consolava. Ele queria Inês e chorava todo dia, não podendo nem dormir direito. Que mesmo que visitava, Inês,  por prescrições médica, ele não tinha ainda contato direto com ela. O que não o consolava nem um pouco. Por a ver muitas veze de longe, sentada no jardim daquela clínica que ela estava, em um banco e sempre ao lado uma enfermeira. Que olhando o nada, quase imóvel, Inês passava horas sentada no jardim e depois voltava para o quarto e era medicada.  Pois assim era a rotina dela.



E era a noite. E no dia seguinte, depois de mais de um mês, Inês estar internada, Victoriano seria liberado tentar conversar com ela, ter contato de verdade com ela.


E no escritório dele, ele bebia como estava tornando costume. Até que ele ouviu baterem na porta e avisarem que tinha visitas.


E não aceitando nenhuma, ele pediu para ir embora. Mas Vicente da porta entrou de mãos no bolso e disse, preocupado.


— Vicente: Não pode seguir assim.


Victoriano ouviu seu amigo falar. Bebeu todo o uísque do seu copo, e se servindo de mais da garrafa que estava na mesa dele, ele respondeu, Vicente.


— Victoriano: Faça um filho em Diana Maria, depois perca ele e depois a mãe dele . E então, pense se não tenho motivos pra ficar assim . Porque você no meu lugar, lhe garanto que ficaria igual ou pior, Vicente!


E ele virou o copo e Vicente, então respondeu, não tendo resposta exata para as palavras de seu amigo, mas expondo o que a pouco tinha acontecido.


— Vicente: Diana Elisa, faleceu.


Victoriano então se virou para ele. Ele lembrava, que Diana Elisa, a irmã gêmea de Diana Maria, estava grávida. Então ele disse com pesar na voz, tendo empatia com o que acontecia com seus amigos, mesmo que também sofresse.


— Victoriano: Eu sinto muito, Vicente. Mas e a criança, ela...


Vicente suspirou com pesar e completou as palavras de Victoriano .


— Vicente: A menina, está no hospital. Nasceu prematura. Mas está viva. É uma guerreira, nossa Diana.


E Victoriano, curioso perguntou.


— Victoriano: Diana?


Vicente assentiu, e explicou o porque a menina levaria o mesmo nome da mãe e tia.


— Vicente: Sim. Minha mulher, Diana Maria, está sofrendo com a perca de Diana Elisa. Ela perdeu sua outra Diana, sua irmã gêmea, Victoriano. E por isso escolheu o nome da menina, como o nome delas. Acho que essa é a forma que Diana Maria encontrou de não esquecer sua irmã.


E Victoriano suspirou sensibilizado com a situação. E disse.


— Victoriano: Isso realmente é muito triste. Diana Maria deve estar arrasada. Quando será o enterro? Quero deixar minhas condolências.


Vicente andou e sentou no sofá do escritório de Victoriano, e depois de passar a mão na cabeça, ele o respondeu.


— Vicente: Amanhã. Vê que dias sombrios estão acontecendo?


Victoriano deu as costas para Vicente outra vez. Encheu mais seu copo de bebida. E daquela forma ele o respondeu.


— Victoriano : Estou sentindo esses dias, mais do que ninguém, Vicente.



Victoriano, voltou a beber levando o copo na sua boca . E Vicente disse, sentindo que precisava um pouco de bebida também.


— Vicente: Será que posso beber com você, também ?


Victoriano assentiu com a cabeça, pegou o outro copo e serviu a bebida pra Vicente, e deu a ele logo depois. E juntos, sentados no sofá, ficaram bebendo.


E no dia seguinte pela manhã.


Adelaide, depois de ter servido a mesa do café da manhã foi para o quarto dela, e quando viu, tinha duas malas dela sobre a cama. E ela parou no meio do quarto olhando, até que ouviu a voz de Bernarda atrás dela dizer.

— Bernarda :Agora que a louca da Inês está aonde sempre devia estar . Já pode pegar suas coisas e ir embora.


E Adelaide respirou fundo e se virou para Bernarda. Ela via que Bernarda estava sentindo muito a dona da fazenda. E então ela disse, sem medo e desejando com ânsias o regresso de Inês .


— Adelaide: Inês, vai ficar bem. E vai tomar o posto dela que quer roubar, Bernarda!

Bernarda revirou os olhos e disse, não se importando nem um pouco com as palavras da empregada .


— Bernarda: Inês enlouqueceu como a mãe dela. Ela não vai voltar. E agora pegue suas coisas e rua!


Adelaide estufou o peito ainda que sentisse tremer todo seu corpo de nervoso. O que Bernarda, fazia era o que ela sempre quis naqueles dias e agora sem Inês presente, ela conseguiria. Mas de nenhuma forma, Adelaide se humilharia a Bernarda. E então, já que deixaria a fazenda, seguiria cuspindo tudo que queria na cara de sua ex patroa. E assim, ela seguiu dizendo suas verdades.


— Adelaide: Nunca gostou da menina. E quando Victoriano perceber isso, vai te tirar a ponta pé da fazenda dela, escutou? Dela!


Adelaide então pegou as mala, de cima da cama dela sem querer ficar um minuto mais ali e saiu de cabeça erguida como tinha entrado pra trabalhar na fazenda Santos.


Enquanto na mesa, momentos depois, Victoriano tomando café, gritava por Adelaide.



— Victoriano: Adelaide! Adelaide!


Fernando tomava café com ele. Ele via Victoriano azedo como todos os dias estava acordando. E o senhor puxando conversa com o filho, disse.


— Fernando : Vai ver, Inês hoje?


Victoriano colocou sua xícara de café de volta sobre a mesa e disse sério.


— Victoriano: Vou. E hoje espero que realmente me deixem ficar perto dela.


Ele limpou os lábios, e Fernando continuou depois de tomar um pouco de seu chá.


— Fernando: Ainda não entendi, porque não deixavam.


E Victoriano pensou no porque. Pois o tratamento que Inês, passava, de início não permitia que ela visse seus parentes que como no caso dela, depois de passar por um momento traumático e mexido com seu sistema nervoso a transtornando. Vê-los, não ajudaria nada, por relembrar das dores que ela estava enfrentando . E então, só agora que ainda sendo tratada com fortes antidepressivos, Inês poderia receber visitas diretamente.

E depois de pensar, Victoriano respondeu o pai dele.


— Victoriano: Fazia parte do tratamento dela, pai. Mas ainda que eu não a visitasse diretamente, o senhor sabe que sempre vou lá e estou a par de tudo .


Fernando sabia muito bem do que Victoriano falava. Via seu filho vegetando pelos cantos da fazenda, deixando mais os negócios de lado enquanto passava mais tempo na clínica visitando Inês. O que ele, tentava na parte dos negócios, auxiliá-lo sem cobrar nada. Apenas seguindo apoiando seu único filho. E então, o senhor disse, tendo boas imagens de Inês na mente .


— Fernando: Sinto saudades dela, filho e do meu neto. O que aconteceu conosco? Estávamos todos felizes.


Victoriano suspirou, olhando um ponto fixo sem nada . E apenas respondeu seu pai, a mesma pergunta que se fazia quando ia deitar na cama vazia dele sem Inês do seu lado.


— Victoriano: Não sei pai... Não sei.


E momentos depois de não ter Adelaide não atendendo seu chamado, sem saber da demissão dela, Victoriano deixou a fazenda para ir na clínica que Inês estava.


E ele estava ansioso veria, Inês de frente pra ele, tocaria nela. Só tinha feito um mês que ela estava internada, mas parecia que estava sendo uma eternidade sem ela. 


E mais tarde, já na clínica, ele caminhava até ela naquela manhã.

Em um banco, como de uma praça, Inês com um leve vestido branco e de alcinhas que era dela, e com seus cabelos soltos, estava sentada levando o sol das 10 da manhã no rosto.

Ao lado dela em pé, tinha uma jovem enfermeira de branco . Enquanto ela, quieta, calada, estava como se não estivesse ali, como que só seu corpo estivesse presente. Mas que sua mente vagava longe . Sem preocupações, sem lembranças. Sem ter a noção da onde estava.

E assim, Victoriano chegou até ela, e baixo ele disse enquanto sentia se abalar por aquele momento já tão esperado.


— Victoriano: Oi, Morenita.


Inês olhou ele, mas para ela, era como que ele não fosse ninguém na sua frente . E assim ela seguiu calada e voltou a olhar para frente como antes fazia. Mas Victoriano então, ciente como seria recebido por ela, olhou para enfermeira e só com um olhar, pediu para deixar ele com ela.

E assim, ela saiu e ele sentou ao lado de Inês no banco.


A frente deles, tinha uma fonte com um chafariz que saia água, e uma outra mulher brincava com as mãos tentando pegar a água enquanto uma enfermeira estava atenta a ela. Victoriano, olhava aquela paciente, que se comportava como criança e sentiu desespero de querer pegar Inês e tira-la dali.


E ele olhou de lado para ela, enquanto ela seguia agindo como se não o conhecesse. E então ele tocou a mão dela que estava no banco, tocou levemente com seus dedos e fez Inês agora olha-lo. Mas ela tirou a mão desconhecendo o toque, e juntou suas mãos uma na outra sobre seu colo toda arisca. E Victoriano disse, se segurando por sentir que podia enlouquecer também da forma que via ela agir com ele.


— Victoriano: Fica bem logo, Inês. Fica bem logo para voltar pra mim. Meus dias sem você não estão fazendo sentidos. Por favor, morenita.


Inês piscou os olhos olhando para as mãos dela, e com elas abertas com a palma pra cima, ela olhou Victoriano, e disse por a voz dele despertar aquelas lembranças que ela queria esquecer.


— Inês: Meu filho. Tiraram ele de mim.


Victoriano então olhou para mão dela, e ele pegou uma delas e segurou.  E sofrido ele disse, olhando nos olhos dela.


— Victoriano: Tiraram ele da gente.  Mas ainda podemos acha-lo. Mas tem que ser feito juntos, Inês. Sozinho, não terei forças.


Ele beijou a mão dela de olhos fechados, e sentiu então a pele dela nos lábios dele. Ele sentia tantas saudades de quando sempre podia ter aquele simples contato com ela, que aquilo teve o poder de alegrar um pouco seu coração . Até Inês puxar a mão de novo e dizer.



— Inês : Meu filho, meu bebê .


E quando, Victoriano olhou para ela, ela se tremia toda enquanto ficava de pé. E então ele se levantou também e disse, ficando nervoso por ver ela se alterando.


— Victoriano: Meu amor. Se acalme.


Inês o olhou as mãos. Os braços dela vazios junto a voz de Victoriano e sua presença estava mexendo com ela. E assim, ela começou a chorar enquanto dizia.



— Inês : Meu bebê. Eu quero meu filho. Quero Fernando!


As mãos e os braços de Inês tremiam, e Victoriano a abraçou querendo fazer ela ficar bem e todo aquele tremor passar. E a enfermeira que se afastou deles e voltou, voltava com um enfermeiro que trazia uma bandeja de prata com uma seringa com sedativo pronta nela.

E Victoriano agarrado em Inês, percebeu o que iam fazer, e sem solta-la, com ela já se debatendo em uma crise nervosa, ele viu o enfermeiro aplicar a injeção no braço dela. E ele teve que ser forte com momentos depois, ver ela esmorecer nos braços dele. Sem dúvidas o sedativo que tinha na injeção era para alguém com o estado dela.

E pior do que tinha chegado para visitar Inês naquele lugar, Victoriano saiu.


Querendo chorar outra vez como um menino ou beber pra anestesiar a dor que sentia em ver a mulher que amava naquele modo, era o que ele estava desejando.


E já era manhã do dia seguinte, quando Inês despertava, na clínica.


Ela olhou pro teto branco, depois para o lado do leito que estava, tinha um móvel cumprido e branco e também ali uma tv digital desligada ao alto da parede. Mas depois daquela tv, tudo ali era branco, cortinas e lençóis da cama .


E quieta sem ter a consciência pra formular uma palavra, sobre efeitos de muitos antidepressivos, Inês piscou com seus olhos que pesavam de novo. Até que ela ouviu falarem com ela.


— X : Olha o que eu trouxe para você, Inês.


Ela forçou abrir os olhos vendo um homem sorridente e todo de branco, segurar algo na mão.


E era o médico psiquiatra dela que falava,  Santiago Cardin, que estava no caso dela desde que ela entrou na clínica. E aquele doutor ainda que jovem, era cheio de experiência e atencioso com seus pacientes, incluindo Inês.


E por saber da última crise que ela teve, procurando de novo nos seus braços vazios um filho. Ele trazia nas mãos uma boneca.

O que o jovem médico, não fazia isso para qualquer paciente, mas Inês pra ele era especial. Santiago, sabia da história dela, ela não estava ali por ser louca ou agressiva, a prova era que, Inês dormia solta na cama sem precisar de amarras e nem camisa de força. E era uma das poucas pacientes que ele tinha calma naquele lugar e inofensiva. Ele sabia que, Inês, com sua experiência médica, só oferecia perigo para ela mesma e mais ninguém.


E vendo que ela dormiu de novo, ele pegou a boneca que parecia um bebê de verdade, vestida de macacão e deixou ela ao dela para quando ela acordasse visse ela . E depois, pegou a ficha dela na ponta da cama, tirou uma caneta do bolso de seu jaleco e começou a riscar na frente, alguns nomes de remédios que ela tinha já tomado e observou que tinha um exame de sangue dela pra ver o resultado. E assim, ele deixou o quarto.


E o médico então, caminhou com a ficha de Inês até a sala do pai dele e disse, quando o viu.


— Santiago: Liberei a visita direta do marido da paciente, Inês, mas o que pareceu foi que a deixou pior. Pobre mulher. É tão jovem. Por que que fazem isso pai, com as pessoas?


Santiago olhou para seu pai que estava pensando calado, e ele entendeu que o senhor não o tinha escutado. E assim ele disse, largando a ficha de Inês na mesa dele.


— Santiago : Não me escutou, não é pai?


Pierre Cardin, então olhou para seu filho e sem rodeios ele disse.


— Pierre: Está preparado para tomar conta da clínica?


Santiago então ficou calado.


E longe dali .


Victoriano estava na Sanclat, tinha mandado uma coroa de flores mostrando suas condolências para o enterro de Diana Elisa que acontecia. E em pé na frente da janela dele e de braços cruzados, Victoriano, pensava em Inês.


O modo que ela ficou, ele sabia que nem tão cedo ela seria liberada da clínica. E ele morria por dentro por saber disso. E ali sozinho, segurava lágrimas enquanto se escondia por trás dos negócios.


Sentia tanta falta de Inês, que achava que poderia morrer naquela solidão sem ela.

E assim ele andou no escritório dele. A sala dele, era ampla e com a vista da cidade por ficar localizada no segundo andar de sua fábrica. E cada cantinho daquele escritório fazia ele lembrar, de Inês. A foto da mesa com eles juntos o fazia lembrar e a outra que tinha ela e Fernandinho, muito mais.

E ele então pegou o quadro na mão olhou e disse.


— Victoriano: Quem te levou meu filho? Quem?


Victoriano suspirou triste. E depois guardou o quadro no lugar, quando ouviu alguém bater na sua porta. E logo depois a secretária dele entrou com café na bandeja pra ele.

E ele observava que a jovem, parecia estar indo trabalhar com poucas roupas aqueles dias . A saia parecia ter diminuído de tamanho e os botões perto dos seios pareciam não pregar um no outro mais, para só mostrar a risca dos seios dela para ele. E ele como homem sabia o porque da secretaria dele começar a se vestir daquele modo. Ele estava “sozinho” e a empresa toda sabia daquilo, incluindo aonde Inês estava.


E então ele ouviu, a secretaria falar.


— X : Senhor, Victoriano. Está trancado desde que chegou. Trouxe seu café.


Victoriano viu a secretária se debruçar demais para deixar o café dele sobre a mesa, deixando seus cabelos morenos cair pra frente e mostrar também mais os seios dela. E depois do que ela acabava de fazer, ele disse, disposto a terminar com aquilo que estava começando da parte dela.


— Victoriano: Passe no RH, quando sair daqui.


A secretária piscou várias vezes sem entender e depois, disse.


— X: Como o senhor disse?

E reformulando o que  acabava de dizer, Victoriano disse sério e claro para que sua secretária entende-se.


— Victoriano: Faz um excelente trabalho, por isso antes que perca ele por justa causa e meu respeito. Estou te demitindo . Mas não se preocupe farei uma carta de recomendação para você.

E mais nervosa a secretária disse.


— X: Eu, eu fiz algo que te desagradou? Ainda não entendo.


Victoriano então, não acreditando na inocência de sua secretária, mas não podendo também culpa-la pelo que claramente havia passado na mente dela. Porque, assim era o ser humano, assim eles flertavam um com outro, e o flerte só teria êxito se ambos aceitassem, o que não era o caso dele.  E por isso sem delongas, mas evitando ofende-la, ele disse.

— Victoriano: Sabe que não fez. Mas está pensando em fazer . Então o melhor que tem a fazer é o que disse. Boa tarde e boa sorte na volta ao mercado de trabalho.


E toda sem graça a secretária saiu da sala de Victoriano. 

Ele ainda que novamente voltava esperar Inês. Jamais a trairia, não faria isso com ela sã e agora tão pouco. E para de nenhuma forma cometer aquele erro, afastar qualquer tentação para ele era o certo a se fazer.


E assim mais dias formando mais um mês passou.

Na clínica que Inês estava. Victoriano estava na sala do novo diretor dela, Santiago. O  doutor de Inês, já assumia aquele cargo e toda direção da clínica. E pela janela da sala, dele, Victoriano via o Jardim e Inês de longe com uma boneca nos braços.

E a olhando também o doutor Santiago disse, ao lado dele.


— Santiago: Acredite se quiser, mas aquela boneca está sendo mais eficaz do que qualquer antidepressivo que sua esposa toma aqui.


Victoriano suspirou. Via Inês aninhar a boneca como um bebê. E como, ele podia ficar esperançoso em uma melhora dela com ela fazendo uma boneca de filho. E assim, ele disse com pesar.


— Victoriano : Quero tira-la daqui de uma vez. Não tem nenhuma previsão para que isso aconteça, doutor?

Ele se virou para o médico. E Santiago respondeu como psiquiátrico e sabendo do estado clínico de sua paciente. 


— Santiago: Inês, ainda chora. Cahama pelo filho que perdeu. E quando faz mostra desequilíbrio. Assim não pode leva-la, se não cedo ou tarde ela voltará a tentar contra a própria vida outra vez. É a segurança dela que tem aqui, que contar.

E Victoriano não muito feliz, com as palavras do médico por já não poder ver Inês naquele lugar e seguir em dias e mais dias sem ela, ele disse se irritando.


— Victoriano: A internei nesse lugar ciente disso. Mas não estou vendo melhoras com o que diz do estado, dela. Agora minha mulher brinca de bonecas!

E Santiago, indicando com a mão para Victoriano a cadeira a frente de sua mesa e indo sentar atrás dela, o respondeu calmo.


— Santiago: A boneca que fala, está sendo o remédio dela. Ela está preenchendo os braços vazios de sua esposa. Tenha paciência, acredito que Inês vai melhorar. A sanidade dela vai tornar, Victoriano.

Victoriano, bufou mexendo na sua gravata com impaciência, enquanto sentava . E depois já sentado ele disse.


— Victoriano: Não sei se posso ter tanta paciência assim. E posso saber de quem foi a excelente ideia de dar uma boneca para minha esposa?


Santiago então, puxou o ar do peito. Tinha uma ética profissional que não o fazia se apegar aos pacientes, mas com Inês sentia que estava sendo diferente como já a julgava dela ser especial pra ele entre o resto dos pacientes que ele cuidava junto com sua equipe de médicos. O que fez ele se atrever a dar ele mesmo uma boneca para ela. E então, para justificar sua atitude a Victoriano, que ele via nada paciente. Ele disse.

— Santiago : Eu tomei essa liberdade, quando observei que ela sempre buscava nos braços vazios, algo. E sabemos que algo é.


Victoriano antes de Santiago o responder. O havia observado bem, e quando ele o respondeu com uma desconfiança se instalando nele, ele disse sério.


— Victoriano: É muito observador.

Santiago pigarreou nervosamente e depois o respondeu com seriedade.

— Santiago: Meu trabalho é observar o progresso de meus pacientes.


E Victoriano respirou fundo. Por algum motivo começava desconfiar daquela atenção de Santiago por Inês. Mas sem ainda querer revelar o que sentia, ele disse disposto a observar o médico.


— Victoriano: Amanhã volto. E espero encontrar minha mulher melhor. Ou transfiro ela para outra clínica!


Victoriano então pensando, em todo o caminho em Inês e no médico dela, naquele fim de tarde que seguia para fazenda.   Recebeu uma ligação de Vicente, que o convidava para ir para casa dele e conhecer a sobrinha dele e de Diana que tinha ganhado alta de depois de três meses de seu nascimento, do hospital .

E assim, ele dirigiu até a casa deles que ficava no centro da cidade. E Victoriano do portão, se identificou e ele se abriu automaticamente e ele entrou com o carro.


E assim segundos depois. Estava Victoriano, no quartinho da menina. Ele sorria olhando ela dentro do berço, com um sorriso que há meses não dava, pois ele adorava crianças e Diana era uma bebê linda e delicada.

Diana Maria estava do lado do berço e Vicente ao lado de Victoriano . E então, ouviram ele dizer.


— Victoriano: Será que posso pegar um pouco ela?


Diana Maria sorriu e disse, amável como era.


— Diana Maria : Mas é claro que pode.

Diana Maria pegou Diana, do berço. A menina ainda recém nascida que tinha passado mais dias no hospital do que ali em sua nova casa, se espreguiçou de olhos fechados nos braços de sua tia. Até que Victoriano pegou ela. E ela abriu os olhos, revelando eles bem claros.

E Victoriano disse sorrindo, mais ainda para aquele anjo que parecia aquecer seu coração.


— Victoriano: Olá, Diana.

E Vicente sorrindo também, assim como Diana Maria, disse, por ver que a bebê tirava sorrisos sinceros dos três adultos que estavam tendo só motivos para chorar naqueles tempos.


— Vicente : É incrível como é o poder de uma criança sobre nós. Diana, está fazendo nós rirmos em meio esses dias tão sombrios que estamos tendo.


Diana Maria, tocou no ombro de Vicente e disse também, olhando sua sobrinha nos braços de Victoriano.


— Diana Maria: Uma criança cura qualquer dor na alma. Eles são a pureza do mundo. O remédio mais puro de um adulto, como nós.


Victoriano então depois de ouvir Vicente e Diana Maria, calado pensou em Inês e no remédio que ela tinha como terapia que o doutor dela havia dito. Uma boneca de plástico fazia ela acalmar e preenchia o vazio dos braços dela. E olhando Diana nos seus, ele só pensou no que ela faria nos braços de Inês. E de repente passou uma loucura que ele estava disposto a fazer e arriscar para trazer Inês a razão. Mas essa loucura ele necessitava do sim, mais do que isso, da confiança de seus dois amigos.



E pela noite Victoriano chegava em casa, com o peito cheio de esperança e um sorriso no rosto.

Mas de cara ele viu Bernarda. E ele a olhou sério, lembrando que ela tinha demitido Adelaide sem o consultar e todos aqueles dias que já tinha passado, ele exigia que ela a encontrasse e a  trouxesse de volta para fazenda.


E então, ele disse .


— Victoriano : Já entrou em contato com, Adelaide?

Bernarda suspirou. Victoriano depois que soube que ela tinha mandado Adelaide embora, parecia que tinha virado a cabeça para ela e sua presença na fazenda. Ela sentia aquilo. E por isso, queria mesmo com raiva encontrar logo um jeito de entrar em contato com a infeliz empregada que ele exigia sua volta e assim limpar sua imagem com ele. E então, ela o respondeu.


— Bernarda : Por favor, Victoriano. Não siga me tratando mal assim, só porque demiti aquela empregada petulante.

E Victoriano aborrecido a respondeu. Porque Adelaide, era mais do que ela dizia e seria ela que o ajudaria a cuidar de Inês quando a tivesse de volta.


— Victoriano: Não tinha esse direito, Bernarda. Adelaide, era mais que uma empregada doméstica. Inês, minha esposa a queria bem. E por isso exijo que antes que termine a semana, Adelaide volte! 


Bernarda então conteve um riso alto. Não acreditava em uma volta de Inês. Não desejava ver a louca de volta nunca, e então ela o respondeu, o que sentia.


— Bernarda : Inês nem está aqui . E talvez não volte mais. Ela está louca, Victoriano. Aceite!

Victoriano andou, todo vermelho por ouvir Bernarda chamar Inês de louca. E querendo deixa-la ali, ele apenas parou para respondê-la, bravo .


— Victoriano: Inês, está sofrendo demais. Não está louca! Ela está sofrendo! E por isso sua sanidade está comprometida. Porque, ela sofre! Mas já tenho uma solução. Vou resgatar a mãe do meu filho, a mulher que amo da escuridão que ela se encontra!


Ele então subiu dois degraus da escada e Bernarda, apressada, gritou o que fez ele parar, querendo saber  que solução ele falava para ter Inês de volta a fazenda.


—Bernarda : Que solução fala, Victoriano? Não me diga que vai trazer ela louca como está de volta pra fazenda!


Victoriano a fulminou com o olhar novamente e agora já mais alto, ele a respondeu 

— Victoriano:, Já disse que Inês não está louca! E aqui é o lugar dela, Bernarda! E se te incomoda tanto. Pode ir embora com meu pai. Não ligo. Mas Inês está voltando! E por isso trate de trazer Adelaide, de volta já que teve o trabalho de demiti-la pelas minhas costas. Porque, eu e Inês precisaremos dela!

E com o coração acelerado, Bernarda vendo que Victoriano ia deixa-la ali, ela disse se negando deixar de novo “sua” fazenda.

— Bernarda : Espera, Victoriano . Eu também posso ajuda-los. Não me dispense assim!


Victoriano então resolveu descer para trás, por diante das palavras de Bernarda observar o que não tinha dado tanta importância.  E assim, de braços cruzados para sua madrasta, ele disse.


— Victoriano: Inês se dá melhor com Adelaide. O que me fez pensar melhor agora, Bernarda, que nunca a vi próxima de Inês. E me recordo também, que ela acusou você de não gostar dela e de outras coisas mais!


Bernarda então sobre o olhar de Victoriano que o interrogava, tocou nervosamente nos seus cabelos e o respondeu.


— Bernarda : Agora vai dar moral para o que sua surtada mulher gritou, Victoriano! Por Deus, eu fui quase sua mãe!


Victoriano bufou e depois disse, já encerrando aquela conversa.


— Victoriano : Está avisada. Traga Adelaide o quantos antes, que Inês está regressando.


E depois deixando Bernarda cheia de raiva, Victoriano subiu as escadas outra vez para ir ao seu quarto.


E longe dali, na casa de Diana Maria e Vicente. Ela nos braços de seu marido na cama, pensava nas palavras de Victoriano.


Ele tinha pedido algo ao casal de amigos, que não era tão fácil assim pra eles responder. Que criar, Diana como filha, era isso que Victoriano muito sério havia pedido para seus amigos. E a resposta, ficou nas mãos de Diana Maria que era tia daquela menina órfã de mãe e pai, pois nenhum sabiam aonde ele estava.

E como estava nos braços de seu marido, Diana disse, cheia de dúvidas e até medo.


— Diana Maria: O que Victoriano nos pediu é uma loucura. Eu não posso me desfazer assim da minha sobrinha. Ela acaba de ficar órfã.

Vicente suspirou, tinha os dedos entre os cabelos longos dela. E assim, ele a respondeu, pensando no amigo deles.

— Vicente: Victoriano está desesperado para tirar Inês daquele lugar. E eu faria a mesma coisa se fosse você. Abraçaria qualquer possibilidade em te ter de volta.


Ele então beijou a cabeça dela com carinho. E Diana Maria, se aconchegando mais nos braços dele, ela o respondeu baixo .


— Diana Maria : Mas ele nos pediu, Diana .

E Vicente, sentindo que não podia decidir por Diana Maria o que fazer. Ele disse.


— Vicente: Eu não quero fazer você tomar essa decisão que só cabe a você . Mas vou dizer o que penso, hum.


E ela o olhou nos olhos, ansiosa para ouvi-lo e disse.

— Diana Maria. Diga, meu amor. Quero saber o que pensa.


E assim, Vicente disse o que pensava.


— Vicente: Diana, está tendo a oportunidade de ter pais de verdade. Porque a verdade é que nunca seremos os pais dela. Ela sempre vai crescer sabendo que é órfã e sentindo falta da mãe dela. Você nunca cobrirá esse amor, essa falta nela, meu bem.

Diana Maria, o abraçou mais. Era ciente do que ele dizia. Porque, Diana cresceria ao lado dela tendo uma tia e não uma mãe. E assim ela disse .


— Diana Maria: Eu sei. E me dói saber disso.  Mas Diana, é órfã e vou também abandona-la que sou tia?

E Vicente, rápido disse.

— Vicente: Uma coisa, eu sei é que Victoriano junto a Inês, vão dar todo o amor que não podem mais dar a Fernando, a Diana . E pra mim não irá abandona -lá . Vai dar o direito a ela de ter uma mãe e um pai ao lado dela.

Diana Maria, fechou os olhos com aquele dilema.  Vicente tinha razão. Mas como se desfazer de sua sobrinha sem mais nem menos. E pensando em mais porquês.  Ela disse.


— Diana Maria: Mas ainda não sabemos se esse plano de Victoriano vai funcionar. Amo, Inês e quero vê-la bem. Mas e se Diana não for seu remédio? Posso não ser mãe ainda, mas tenho certeza que um filho não cobre o outro.


Vicente se sentou e Diana fez o mesmo. E ele, passando uma parte dos cabelos dela para trás de sua orelha ele a respondeu.


— Vicente: Acredito que Victoriano saiba disso. Mas só o fato de Inês ter quem direcionar seu amor de mãe que foi lhe tirado . Ele deve acreditar que pode trazê-la a sanidade outra vez.


Diana Maria, suspirou e baixou a cabeça e depois disse.


— Diana Maria : Eu realmente não sei o que fazer.


E erguendo a cabeça dela pelo queixo, Vicente disse amoroso.


— Vicente : Victoriano nos disse para pensarmos. Não tenha tanta pressa pra isso. E o que decidir estarei com você, querida.



 


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Notas finais do capítulo

Oi lindas. Eu queria dizer rapidão, nesse final, que o médico da Inês, vai estar na segunda fase por isso eu dei um rosto a ele, escolhendo como ator o René Strickler. E como tá na fase jovem, pensem nele como no personagem de privilégio de amar. E no caso, Inês e Victoriano, nessa fase também jovens, quando eu descrevo a Inês, eu só penso na neném, Helena, da novela vivo por Helena, enquanto, Victoriano ahh ele eu penso em Octávio, da novela entre amor e ódio. Enfim, obrigada por lerem e confiem em mim eu sei que história quero dar a vocês mesmo que seja em meio a algumas lágrimas kkk ❤️