E então, você chegou... escrita por MidorimaNailss


Capítulo 2
A primeira vez que saímos juntos


Notas iniciais do capítulo

1. Taí o segundo capítulo da história. Confessar que nem eu achava que ia conseguir escrever isso no prazo certo, mas foi. E só foi porque hoje é o aniversário da deusa da minha vida. Feliz aniversário, Gabs. Fica aqui o seu presente, um pouquinho adiantado só. Te amo muito. Você merece esse presente e muito o mais, merece o mundo.
2. Quanto a história, digam o que acharam. Acho que fugi um pouco da personalidade deles, ou exagerei em algumas coisas, mas é vocês que me dizem. Uma boa leitura a todos, mas principalmente para a aniversariante do dia. ♥
3. Se tiver algum errinho de digitação, me desculpem, precisei fazer correndo esse trem. Preferi fazer do que deixar passar em branco, é isso! Bjsss ~~ (foi correndo, mas foi com muito amor)



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A primeira vez que saímos juntos

— Hm, Kirishima... posso conversar com você um instante? — O ruivo assentiu, aproximando-se de Todoroki. — Onde você e o Bakugo costumam ir? — Murmurou.

— Ah, não sei. A gente fica em casa, sai para comer, as vezes caminhar. Para aproveitar o dia, sabe? E a natureza também! — Todoroki assumiu uma postura reflexiva.

— Acho que você não entendeu. — Virou o rosto um pouco. Estava constrangido. — É para um encontro. Meio romântico, talvez? — Colocou uma das mãos, na forma de punho cerrado, na frente da boca. Não tinha certeza de como lidar com a presente situação, de modo que estava tentando esconder a vergonha que sentia.

— Oh, cara... — Notou um brilho invadindo o olhar de Kirishima, bem como um sorriso brotando em seus lábios. — Você está namorando? — Antes que Todoroki pudesse impedir, e que Kirishima percebesse, a voz dele saíra um tanto quanto alta demais, despertando a atenção dos poucos que estavam ao redor. — Ah, sinto muito por isso. — Tapou a boca imediatamente, repreendendo a si mesmo. — Mas ei, você está... namorando? — Dessa vez, sussurrou, porém já era tarde demais.

— Ainda não. É um primeiro encontro, na verdade. — Antes que o ruivo pudesse dizer qualquer palavra, Bakugo interrompeu.

— Você deveria convidá-la para o cinema. Assistir um filme de terror. Algo bem sangrento e medonho. Para mim, esse seria o primeiro encontro ideal. Vai por mim, não tem como dar errado. — O loiro parecia extremamente confiante na sua “aposta”, o que era de fácil percepção, tendo em vista o sorriso triunfante que carregava consigo.

— Sinceramente, não sei como o Kirishima ainda está com você. — Afirmou Kaminari, com um olhar de reprovação.

— Do que você está falando, seu invejoso de merda? — Kaminari nem se deu ao trabalho de responder. Voltou sua atenção para Todoroki.

— Faz o seguinte, cara: compra um buquê de flores, uma caixinha de chocolate, e chama ela para sair usando uma cantada sinistramente romântica. Pronto, o coração da gata tá ganho! — Todoroki pareceu comprar a ideia, ou pelo menos parte dela. Todavia, o ruivo também fez questão de se pronunciar.

— Olha, as ideias são boas, mas ainda acho que você deveria pensar em algo que é especial para os dois. Ou então um lado seu que você gostaria que ela visse. — Ponderou um pouco antes de prosseguir:

— Por exemplo, no filme de terror você pode mostrar seu lado corajoso/protetor, mas será que seria algo que ela gostaria?

— Sim! — Berrou Katsuki, inconformado com a possibilidade de sua ideia ser descartada. — Francamente, quem é que não gostaria disso? — Resmungou para si mesmo.

— E quanto a ideia do Kaminari — ignorou o loiro por completo. — Você estaria mostrando o seu lado romântico. Apesar de que a cantada pode ser um pouco exagerada. Talvez até perturbadora. Não combina muito com você, mas é a cara do Kaminari. — Todoroki concordou sem nem pensar duas vezes.

— Ei! Eu vi e ouvi isso! — Os dois continuaram a conversar, também dispensando a intervenção do amigo.

— Acho que o que eu quero dizer é: qual é a primeira impressão que você quer deixar? Pense nela e em você também. — De repente, Kirishima sorriu. Parecia ter lembrado de algo bom. — Meu primeiro encontro com o Bakugo foi engraçado. Tínhamos planejado várias coisas, e aí, tudo saiu errado. Acabamos por simplesmente jantar em um restaurante mais chique, bem romântico. Tinha velas e tudo! O meu desejo, nesse dia, era mostrar que estava pensando nele, sendo que, no fim, foi ele quem pensou em mim. Ele notou como eu fiquei triste pelas coisas não teriam saído como deveriam, então tentou consertar tudo, para me ver feliz. Foi incrivelmente... — Um barulho de porta batendo com toda a força do mundo pode ser ouvido, atraindo a atenção de todos.

— Oh, ele se foi... — Indicou Todoroki, sem entender.

— Não se preocupe! Ele não gosta muito quando saio contando as coisas para os outros. — Aproximou sua boca do ouvido de Todoroki, para contar um segredo. — Pode não parecer, mas o Katsuki morre de vergonha. Deve estar todo vermelho agora. E eu fico rindo só de imaginar.

Um sorriso singelo apareceu no rosto de Todoroki. Era esse tipo de felicidade simples e inexplicável que ele sentia quando pensava em Yaoyorozu. Ficou a cogitar como seria a vida deles caso a relação se intensificasse. Obrigou-se a interromper tais pensamentos, não queria se apressar demais.

— Obrigado, Kirishima. — Apertou a mão dele, em um cumprimento agradável.

— Por nada. Não se preocupe, viu? Caso algo dê errado, de um jeito ou de outro, as coisas irão se ajeitar no final.

Dito isso, os três voltaram a focar no trabalho, ansiosos pelo fato de que hoje era sexta-feira, o que significava que no fim do dia a liberdade sorriria para todos, que dariam as costas para toda a papelada existente em suas mesas.

Enquanto isso, do lado de fora do escritório, era possível encontrar um homem chamado Katsuki Bakugo, encostado na porta, tentando a todo custo se acalmar sobre o recente ocorrido.

— Kirishima, seu merda... — Estava com uma das mãos apoiadas em seu peitoral, sendo capaz de sentir o seu coração bater um pouco mais rápido que o normal. — Você é... incrivelmente fofo. Saco... Merda... Um idiota. — Para ele, a sexta-feira significaria liberdade, mas também um dia para agradecer apropriadamente pelo carinho do ruivo. Isso se conseguisse voltar ao estado normal.

***

— Você veio. — Tentou conter a animação, embora por dentro estivesse explodindo de expectativas sobre o dia em questão.

— Desculpe a demora. Estava em dúvida sobre qual roupa usar. — No mesmo instante, ele passou a fitá-la, analisando os apetrechos escolhidos. Um vestido branco, de alcinha, enfeitado, na barra, com pétalas de flores amarelas caindo. Era balonê, e combinava com o clima do dia: um Sol ameno, suficiente para sentir um pouco de calor. Ao lado do corpo, uma bolsa bege de franjinha estava pendurada consigo. O cabelo solto, acompanhando a brisa suave. Por fim, calçava rasteiras, com várias pedrinhas como detalhe na parte da correia. No rosto, uma maquiagem suave, deixando-a ainda mais elegante, se é que era possível. — E claro que vim, não faria essa desfeita com você. — Sorriu.

— Suas roupas... escolheu bem. Digo, você está bonita. Do tipo, bastante. Eu não sei, hm, se estou falando isso corretamente. Apropriadamente. Espero não ter sido invasivo. — Momo ficou o encarando, tentando a todo custo disfarçar a vontade de rir.

— Não se preocupe. Eu também não sou boa nessas coisas, mas... acho que vai ser melhor se nós dois relaxarmos, sim? — Todoroki respirou fundo duas vezes, para em seguida finalmente concordar com ela.

— Estou um pouco nervoso. Quero que saia tudo certo. — Ela estendeu a mão para ele.

— A gente se ajuda. Não precisa carregar esse peso sozinho. — Todoroki aceitou o gesto, envolvendo a mão dela com a dele, num aperto suave e acolhedor.

— Você está linda. — A tranquilidade pareceu, enfim, alcançá-lo. Lembrou das palavras do Kirishima, sobre não precisar ser perfeito para ser bom.

Assim, de mãos dadas, caminharam pela cidade antes de irem ao local combinado. Era fim de tarde, então aproveitaram para tomar um sorvete juntos. Depois disso, enquanto andavam, apontavam para locais que chamavam sua atenção, desde lojas de roupas até museus diversos, cheios de cultura e arte. Todoroki anotou mentalmente sobre o interesse de Momo por essas coisas. Ela realmente parecia maravilhada, com as coisas mais simples e também com as de um padrão mais elevado de qualidade.

— Achei que nunca fosse me chamar. Para sair. — Soltou essa do nada, com uma naturalidade impressionante, sem nem mesmo olhar para ele.

— Fiquei preocupado em te incomodar. E também, não sabia ao certo para onde te levar. —Apertou a mão dela com um pouco mais de força, fazendo-a parar de caminhar. — Mas eu queria isso. Desde que começamos a trocar mensagens. Eu queria sair com você. Não para uma conversa casual, mas... para isso. — Momo já o achava interessante, no entanto, depois dessas palavras, desse gesto, de alguma maneira, ela se sentiu ainda mais atraída e curiosa para conhecê-lo.

— Oh... — Ficou sem palavras por alguns instantes, até conseguir reagir novamente. — Isso foi um tanto quanto inesperado. Fico feliz. Também era algo que eu queria... — Seus olhares se cruzaram, e ao invés de desviarem, deixaram que permanecesse assim. Ambos puderam perceber uma faísca de intensidade entre eles, de modo a finalmente se esquivarem, com medo de terem seus pensamentos e sentimentos invadidos.

— Fiquei com medo de não ver a mensagem que deixei. — Todoroki deixou um riso escapar, fazendo com que Momo admirasse o som em questão. Era a primeira vez que o ouvia, e combinava com ele. Era doce.

— Está brincando? Eu passei a noite encarando o seu autógrafo. — Fitou o chão. — Ainda não acredito que tudo isso está acontecendo. Digo, a gente...

— Você é tão atencioso. É muito gentil da sua parte. Não sei nem o que dizer, além de obrigada. Por hoje, e também por aquele dia, no café. Tem sido ótimo.

— Devo dizer o mesmo. Na verdade, sou o único que deveria estar agradecendo aqui. Sei que sua agenda é lotada, não é?

— Talvez. — Adotou um ar de mistério, meio sério, meio de brincadeira. — Mas, para algumas pessoas, posso abrir exceções. Sinta-se privilegiado.

— É mesmo? Então, será que, poderia, só mais uma vez, ter o privilégio da sua companhia, ao aceitar o meu humilde convite para te levar a um lugar desconhecido, Vossa Alteza? — Momo, segurando o vestido com uma das mãos, e oferecendo a outra para Todoroki, fez uma breve reverência.

— Eu, Yaoyorozou, com todo o prazer, aceito o convite em questão, nobre príncipe. — Os dois sorriam, pensando em como estavam sendo bobos um com outro, e ao mesmo tempo em como não parecia estranho agir assim, desde que fosse entre eles. Com isso em mente, voltaram a andar, dessa vez para o lugar combinado.

No meio do caminho, quando estavam quase chegando, Todoroki vendou os olhos de Momo, e pediu para que ela aguardasse.

— Sem espiar! — Gritou ele, já afastado um pouco dela.

— Pode deixar, capitão! — Ela estava ansiosa para ver do que tudo aquilo se tratava. De modo algum esperava por toda aquela surpresa. Fazia tempo, na verdade, que alguém não tentava surpreendê-la assim.

Enquanto esperava, percebeu o tanto que tinham caminhado. Também conseguia sentir que estava um pouco mais frio que o normal – sim, já estava de noite, isso ela sabia, porém estava um clima fora do usual em relação à cidade, então cogitou que talvez já estivessem num ponto mais distante. O dia tinha sido tão agradável, que ela sequer percebeu como tinha se distraído enquanto conversava com Todoroki.

Aparentemente, a intenção dele era essa: ganhar tempo. E ele conseguiu, deixando-a entrar nas lojas que quisesse, demorando enquanto tomavam sorvete, apresentando a história dos locais. Ocorre que só funcionou porque estava tudo realmente interessante e divertido. Ela poderia continuar com aquilo por horas, e ainda ficaria sem notar o passar das horas.

— Pronto! — Sussurrou próximo do ouvido dela. Ao retirar a faixa que tampava seus olhos, de um modo bem devagar, e até mesmo atraente, viu que ele estava parado bem na sua frente, com um sorriso de satisfação estando evidente em seu rosto. Tentou não o encarar demais, não se perder demais nos detalhes do rosto dele. A cor dos olhos, a cicatriz, o ar calmo. Os cabelos incrivelmente macios, leves, dançando com o vento. Tudo nele encaixava perfeitamente bem, e agora, estando tão perto dele, pode notar com toda a certeza esse fato, embora antes já tivesse uma noção.

Ele se afastou, para o alívio dela, revelando, atrás de si, uma toalha xadrez na grama, acompanhada de uma luminária, um aparelho de som — ainda não estava ligado, para não estragar a surpresa —, uma jarra com alguma bebida dentro, que ela descobriria depois do que se tratava, além de uma cesta com comidas diversas: sanduíches naturais, muffins, e pedaços de torta.

— Isso é... incrível. Preparou tudo sozinho? — Ele deu de ombros.

— Foram comidas simples. Pensei em fazer um prato mais elaborado, mas... eu não quis te levar a um restaurante chique de propósito. Acho que faz parte da sua rotina, não é? Então pensei que você, como escritora, gostaria de respirar novos ares, e também... — Momo não esperou que ele terminasse de falar. Puxou-o pelo braço e fez com que ele sentasse junto com ela na toalha, permitindo que seu sorriso iluminasse a noite.

— Não sei como agradecer. — Ainda estava em êxtase com o “presente”. — Não estava esperando por isso.

— Oh, só mais uma coisa! — Todoroki se levantou e voltou com um casaco em mãos, além de ter aproveitado para colocar uma música relaxante. — Pensei que isso pudesse acontecer, então já me preparei. Toma. — Ela o agradeceu imensamente por isso.

— Você fez chá! — Os olhos dela brilhavam, como se nunca tivessem visto aquelas simples comidas e bebidas antes. — É o meu favorito.

— Não é como se eu tivesse lido por aí... — Ela riu. — De qualquer maneira, eu não tive tempo para fazer a torta, mas o resto eu tentei sozinho, então, se não estiver muito bom, é só fingir que já está cheia.

— Você realmente acabou relaxando, no fim. Fico feliz. É bom ver esse lado seu. — Sem saber o que dizer, Todoroki apontou para o lugar à frente deles.

— Esse aqui é meio que o meu lugar secreto. Venho aqui quando quero desestressar. Dá para ver todos os prédios da cidade, mas também consigo ver o céu mais estrelado do mundo. Fico contando todas elas, admirando. Penso em como são infinitas. Penso em como gostaria de tocá-las. Talvez até prová-las. Como se fossem nuvens de algodão doce. — Fechou os olhos, permitindo que a paz daquele céu iluminado e solitário o invadisse. — Queria mostrar isso para você. Esse céu inerte, distinto, único, que é capaz de nos tocar, mesmo tão distante.

— Como escritora, olhando para esse ambiente, e olhando para você, sinto vontade de escrever sobre um homem, dentre tantos outros, numa infinidade de pessoas e situações, que encontrou outra pessoa, e então, de todas as possibilidades, todas as alternativas, eles decidiram sair. — Também fechou os olhos. — E juntos, viram como o universo podia ser infinito, e que mesmo sendo tudo tão novo, tão único, tinham o sentimento de permanecerem assim para sempre, com música, arte e natureza ao redor deles.

— Você é linda. — Brincou com uma mexa do cabelo dela, enrolando-a no indicador. Yaoyorozu não sabia, mas Todoroki tinha ficado a observando durante todo o tempo em que falava. Admirando-a. Ainda não conseguia fazer isso com ela olhando diretamente para ele, então aproveitou esse breve instante para fazê-lo, e não se arrependeu.

Acompanhados dessas novas sensações, ficaram ali, conhecendo um ao outro.

No fim, Todoroki soube que aquele local se tornou ainda mais especial, ocupando um espaço maior em seu coração e pensamento, tal qual Yaoyorozu Momo.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Não deixem de comentar. ♥



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