E então, você chegou... escrita por MidorimaNailss


Capítulo 1
A primeira vez que nos falamos


Notas iniciais do capítulo

Sinto um pouco de dificuldade de escrever sobre os dois, mas como é para ela, para a minha melhor amiga, a gente se joga, até porque, foi ela quem me fez gostar dos dois. ❤

OBS: a faculdade tá meio corrida, então não sei se consigo entregar tudo no prazo correto, muito provavelmente não. O que importa é "antes tarde do que nunca", certo? Né? Né...?

Uma ótima leitura para todos ~ ❤



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A primeira vez que nos falamos

Quando ficou sabendo que haveria uma palestra de uma das suas escritoras favoritas, logo no fim de semana em que estaria livre, pensou que deveria comparecer. Na verdade, tinha certeza – esse seria o seu modo de passar o tempo, mesmo que fosse até lá sozinho.

Pensando bem, definitivamente ninguém faria companhia, afinal, todos os seus colegas estariam ocupados assistindo Netflix em casa ou então surgindo em alguma festa aleatória. Todoroki não via problema nenhum nisso, cada um tinha o seu passatempo, porém, algumas vezes, sentia falta de ter alguém junto com ele. Deu de ombros. Algum dia se acostumaria totalmente com isso, já que atualmente a única alternativa dele era aceitar.

Assim, após ter conhecimento disso, esperou ansiosamente pela chegada do sábado. O evento começaria umas 9 horas e só se encerraria às 19, sendo que além da escritora que admirava, vários outros nomes de reconhecimento estariam presentes. Mesmo assim, decidiu assistir somente o dela, que teria início a partir das 16 horas, sendo que assim que acabasse, teria um momento para sessão de autógrafos, seguido de um coffee break.

Infelizmente, teria outros compromissos na parte da manhã, além de precisar passar em casa para se arrumar, então seria obrigado a faltar nas demais apresentações – compostas por uma cerimônia de abertura, várias rodas de debate e até mesmo pausa para o almoço. Apesar de ser um evento bastante interessante, o local não comportava muita gente, então daria tempo para tudo, talvez ultrapasse só um pouquinho, mas valeria a pena.

O dia finalmente havia chegado, assim como o horário. Na verdade, Todoroki conseguiu chegar bem antes do previsto, até mesmo para pegar um lugar bom e poder assistir de perto, fora que passou o dia com medo de se atrasar ou perder a hora. Assim, estando arrumado e com todas as pendências resolvidas, dirigiu-se para um assento adequado, ficando bem perto da palestrante, não queria perder nenhum momento. Tanto era verdade que deixou um dos seus livros prediletos separados em cima da mesa dois dias antes, justamente para não esquecer de levá-lo e, consequentemente, perder a assinatura de uma das suas autoras favoritas.  

O tempo parecia demorar a passar, até que, finalmente, lá estava ela, sentada no palco, com um microfone em mãos, de modo que Todoroki mudou totalmente a sua postura. Antes, estava completamente disperso, agora, seu rosto aparentava demasiado interesse, e sua postura demonstrava sua total concentração. Queria ouvir tudo que ela tinha a dizer, e fazer quantas perguntas pudessem ser feitas.

Já havia assistido algumas entrevistas dela pela televisão, assim como alguns outros discursos, mas, pessoalmente, era totalmente diferente. Você conseguia perceber mais coisas, podia notar, por exemplo, que ela parecia um pouco insegura, mesmo já tendo feito isso diversas vezes. Percebia também que ela levava aquele momento bem a sério, oferecia o melhor de si para o público, por parecer saber que era isso que ele esperava dela.

Tinha também a diferença no tom de voz, pela televisão, tudo parecia mais mecânico, porém, pessoalmente, a voz dela parecia mais suave e doce, mais gentil e ponderada. Era como se ela não estivesse correndo contra o tempo e tivesse passados dias se organizando, só para aquele momento, só para aquelas pessoas que ela desconhecia. Pensar nisso fez com que Todoroki a admirasse ainda mais.

Depois de ter falado por quase uma hora, tendo inclusive respondido algumas intervenções realizadas pela plateia, prosseguiu para a mesa de autógrafos. Todoroki escolheu ser o último, pensou que teria mais tempo para falar com ela, até mesmo para tirar uma foto ou algo assim. Além disso, a fila não parecia estar tão exaustiva. Ficou observando de longe a reação das pessoas e da própria escritora. Ela estava sempre sorrindo. Ao lado dela, as pessoas faziam breves comentários sobre estarem emocionadas com suas histórias, agradeciam e iam embora.

A fila foi diminuindo com o passar do tempo, até que finalmente a penúltima pessoa estava sendo recebida. Para a infelicidade de Todoroki, conseguiu ouvir um pouco da conversa que ele estava tendo com a escritora.

— Você é muito gostosa, sabia? Pelas suas fotos e até vídeos, eu já imaginava isso, mas pessoalmente... — Mordeu os lábios, de maneira nada discreta. — Um verdadeiro pitel.

— Se tiver vindo só para isso, pode se retirar. — Desviou o rosto, tentando evitar o olhar predador lançado sobre ela. — Ou eu chamo os seguranças. Você quem escolhe.

— Meu deus, até a sua voz é incrivelmente sensual. — Antes que chegasse ainda mais perto dela, Todoroki apoiou uma de suas mãos no ombro dele, deixando transparecer a raiva que sentia em seu rosto.

— Não percebe que está atrapalhando o trabalho dela? — O cara fingiu não ter ouvido o sermão, tirando a mão do rapaz de seu ombro bruscamente.

— Quem você pensa que é para tocar em mim, seu idiota? — Virou-se para Todoroki. — Espere sua vez. Agora sou eu.

— Não, você está errado. — Apontou para o segurança que estava vindo. — Sua hora já foi, e você, de tão idiota que é, desperdiçou para ficar falando besteira. Já vai tarde. — Olhou para a escritora, que observava a cena com receio.

— Sinto muito por nos conhecermos dessa maneira. — Coçou a parte de trás da cabeça, encabulado. — Sinto muito também por intervir, sei que você daria conta, mas acredito que seria prejudicial para o seu trabalho. Qualquer atitude que você tomasse, eu digo. A televisão nunca é boa com as mulheres, principalmente quando elas têm talento.

— Não! Muito obrigada. — Levantou-se da cadeira em que estava. — Graças a você tive tempo de chamar alguém, sem precisar fazer algo precipitado ou passar por mais constrangimento. Você é...

— Sou um fã do seu trabalho. Shouto Todoroki. Prazer. — Lembrou-se do que havia vindo fazer, de modo que tirou um livro da sua mochila. — Será que poderia assinar isso para mim?

Ela assentiu. Estava sorrindo novamente. Com uma letra legível e redonda, deixou um recado para ele:

“Muito obrigada por ter vindo! Agradeço também pela ajuda e pela dedicação como leitor. Com carinho, de Yaoyorozu Momo para Shouto Todoroki ❤”

Os olhos dele brilharam. Tinha realizado a conquista do dia.

— Incrível... — Sussurrou para si mesmo, fascinado com o feito. Estava tão perdido nos próprios pensamentos que não percebeu o riso da Momo ao notar como o mesmo estava encantado.

— Você já está indo embora? Quero dizer, vai ter o coffee break agora, então se quiser me acompanhar será um prazer. Gostaria de ouvir o que tem a dizer sobre as minhas histórias. — Aquilo o tirou completamente do transe em que se encontrava, deixando-o totalmente animado.

— Com certeza! Ah, eu não saberia nem por onde começar. Digo, seu trabalho é fantástico. — Antes que continuasse, refletiu um pouco. — Eu pensei que você fosse comer em um lugar chique, ou sozinha, para não ter pessoas te perturbando, como eu.

— Geralmente, faço isso. Acontece que depois do ocorrido de hoje, estando com você, sinto que estarei protegida. Estou correta? — Ajeitou os cabelos, enquanto o fitava.

— Totalmente. — Tentou esconder a empolgação que estava sentindo por dentro. Na cabeça dele, por várias vezes, durante todo o dia, desejou que aquele momento não acabasse subitamente, com um simples obrigado. Uma simples assinatura. Um simples olá. Ele queria mais, muito mais, queria conversar com ela, trocar ideias, vê-la de verdade.

E então, aconteceu. Realmente aconteceu. Teria um depois, uma continuação.

— Vamos? — Momo chamou gentilmente, depois de arrumar suas coisas.

— Vamos!  

Assim, os dois caminharam lado a lado, não tendo parado de conversar entre si durante todo o trajeto. Para a sorte de ambos, tudo fluiu de maneira incrivelmente natural, como se já se conhecessem de outras vidas. A personalidade, os gostos, tinham muitos pontos em comum, assim como algumas diferenças, suficientes para despertarem a curiosidade de ambos.  

Com isso, Todoroki passou o resto da noite tentando evitar o pensamento de que tudo poderia acabar ali, de que essa seria a primeira e também a última vez em que os dois conversavam.

— Você parece preocupado. — Ele negou com a cabeça.

— Não, está tudo bem, só me pergunto se estou te incomodando. — Momo também discordou.

— Pelo contrário. Está sendo ótimo. — Alguma ideia pareceu ter surgido na mente dela, pois pediu para que Todoroki lhe entregasse o livro que havia assinado antes. Assim foi feito.

Momo pegou uma caneta e escreveu no livro, junto da dedicatória que havia deixado.

— Só olhe quando estiver em casa, está bem? — Ele concordou, embora estivesse curioso.

Naquele dia, um sonho de Todoroki havia se realizado, bem como um medo, o qual ele só teve conhecimento depois de conhecer Yaoyorozu Momo: não a veria novamente tão cedo. Nem mesmo entraria em contato com ela. Tentou dissipar o pensamento ruim, quer dizer, não era nem para essa saída ter acontecido, então deveria estar feliz, mas...

Mas...

Acabou. Simples assim.

O café acabou. Os dois se despediram. Cada um seguiu o seu rumo.

Agora, caminhava sozinho. Novamente.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar, seus lindos. Espero que tenham gostado ❤



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