The Mistake - HIATUS escrita por Ciin Smoak


Capítulo 9
Painful truth


Notas iniciais do capítulo

Olha quem chegou meus amoreeeeeees!!!!!
Eu queria dizer que estou muito feliz com todos os reviews que recebi no último cap, mas que estou sentindo falta de alguns rostinhos, então apareçam meus amores sumidos....
Esse cap (bom, a primeira parte dele, porque eu não acho que ela vai ficar muito feliz com a segunda) é totalmente dedicado a maravilhosa da Naty Smoak pela linda recomendação que ela fez pra fic, eu fiquei feliz demais lendo cada palavrinha hoje quando eu acordei e eu verdadeiramente chorei de emoção, obrigada por ser essa amiga incrível e por me apoiar e me colocar pra cima e é claro, obrigada por participar das tretas junto comigo kkkkkkkkkkkk...



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All we had is gone now
Tell them I was happy
And my heart is broken
All my scars are open
Tell them what I hoped would be
Impossible, impossible

Impossible - James Arthur

 

 

—Você está me levando pra algum lugar isolado só pra poder me matar e me desovar no fundo do mar, por acaso? –Oliver revirou os olhos e lançou um olhar debochado em minha direção, eu me limitei a dar de ombros.

Essa era a minha maneira de perguntar pela quinta vez pra onde diabos nós estávamos indo sem parecer chata.

Oliver havia dirigido até o mercado e comprado tanta comida quanto era possível, em seguida foi para o píer da cidade e nos fez andar por longas fileiras de barcos até pararmos em frente ao Queen’s Gambit, o barco que era do seu pai, então, ele desatracou o mesmo e saímos em direção ao desconhecido.

Com ênfase no desconhecido, porque até o momento ele estava se recusando a me falar pra onde diabos nós estávamos indo!

—Se eu pretendesse te matar, podia ter te levado pro Glades e feito o serviço por lá mesmo, não precisaria de todo esse trabalho, senhorita Smoak! –Arqueei a sobrancelha em surpresa ao perceber que o humor dele havia melhorado ao ponto dele já estar fazendo piadas e ele sorriu ao perceber isso. –E respondendo a sua pergunta, sim, nós estamos quase chegando, você consegue ver?

Me levantei rapidamente e fui até a proa do barco, consegui ver uma espécie de ilha ao longe e sorri, mesmo com a distância parecia ser um lugar lindo.

—Ok, agora eu estou animada pra conhecer o seu lugar especial! –Ele sorriu em minha direção e me chamou com o dedo. Caminhei até ele, me desequilibrando no meio do percurso e isso o fez rir baixinho, mas quando parei ao seu lado, tudo o que Oliver fez foi me beijar de leve e me colocar à sua frente, entre o seu corpo e o volante.

—Está aproveitando a viagem, senhorita Smoak? –Sua voz não passava de um sussurro e eu senti dentro de mim se remexer, talvez fossem as tais borboletas no estômago.

—Um pouco mais agora, senhor Queen! –Minha voz também saiu rouca e isso o fez sorrir, ele depositou um beijo em meu pescoço e sua barba por fazer fez com que todo o meu corpo se arrepiasse. Oliver pareceu satisfeito com isso, pois logo em seguida eu senti sua mão rodeando minha cintura.

—Eu não vou te matar aqui, mas definitivamente tenho planos pra você! –Eu senti o meu corpo ficando quente quase que imediatamente e sacudi a cabeça para espantar os pensamentos libidinosos.

—Você prometeu que iria se comportar, Oliver!

Ele gargalhou alto e estreitou ainda mais o seu abraço antes de me responder com um tom de voz que beirava o irônico.

—Eu disse que tinha planos, não falei quais, você é que pensou besteira então tire sua mente da sarjeta, Felicity!

Revirei os olhos, mas me mantive calada, pois eu sabia que ele estava certo, não era a mente dele que estava na sarjeta, era a minha.

Controle-se Felicity!

Mas falando sério, quem poderia me culpar? Oliver Gostoso Queen estava bem atrás de mim, beijando meu pescoço e sussurrando coisas de duplo sentido em meu ouvido logo depois de me dizer em seu escritório que não podia ficar longe de mim. Ninguém poderia me julgar porque acho que qualquer mulher teria a mesma reação no meu lugar.

Senti o movimento do barco parando e percebi que Oliver já estava atracando, ele parou a uma certa distância da praia pois haviam algumas pedras em volta da ilha.

—Esse percurso que falta não é tão profundo, a água deve bater nas suas coxas, mas se você não quiser andar até lá eu posso pegar o bote, sem problemas! –Revirei os olhos e retirei os sapatos, logo em seguida levantei a minha saia até o limite aceitável e peguei algumas das sacolas que ele estava segurando.

—Eu não sei como as mulheres que você traz aqui se comportam, mas eu não sou uma dondoca cheia de frescuras que tem medo de se molhar, Queen!

Comecei a caminhar até a pequena escada ao lado do barco rapidamente, mas antes que eu pudesse passar as minhas pernas pela balaustrada e coloca-las na escada, senti o Oliver atrás de mim novamente.

—Você foi a única mulher que eu trouxe aqui, na verdade você vem sendo única em muitos aspectos da minha vida!

Ergui os meus olhos na direção dele e sem pensar muito, colei os nossos lábios, Oliver correspondeu no mesmo momento e eu posso dizer que mesmo sendo um beijo extremamente atrapalhado devido a nossa posição e a quantidade de sacolas que estávamos segurando, não deixou de ser maravilhoso...

E quente...

Com ele tudo sempre era quente!

Nos separamos com as respirações ofegantes e eu comecei a descer as escadas rapidamente, talvez entrar em contato com a água fria agora não fosse tão ruim assim.

A água estava extremamente gelada, mas eu estava me sentindo tão quente por dentro que isso foi de certa forma um alívio. Ergui as sacolas o máximo que pude para impedir que a comida molhasse e caminhei lentamente em direção a praia, Oliver estava bem ao meu lado, mas nesse momento não parecíamos ter vontade de falar nada, o silêncio parecia combinar bem com aquela paisagem tão linda.

...

—Nós já comemos, já admiramos a vista, mas você ainda não me contou a história dessa ilha, ela é sua ou você está invadindo uma propriedade privada, senhor Queen?

Estávamos sentados a um bom tempo aqui, eu estava com a cabeça contra o peito do Oliver e me sentia leve e relaxada, ele estava da mesma maneira. Eu sabia que logo teríamos que ir embora, pois já está começando a anoitecer e confesso que isso me entristeceu um pouco.

O que eu realmente queria perguntar era o por que dele ter uma relação tão conturbada com a mãe ao ponto de sair fugindo dela, mas sabia que não cabia a mim perguntar isso, tinha que ser uma escolha voluntária dele me contar.

—Essa ilha era do meu pai. Nós costumávamos vir aqui quando eu era criança, Thea e eu passávamos o dia inteiro fazendo castelos de areia enquanto nossos pais ficavam sentados perto das árvores relaxando e aproveitando os poucos momentos que tinham para fugir do trabalho. –Ele sorriu, parecendo gostar da lembrança e eu acariciei o seu rosto de forma inconsciente. –Mas então agora que o seu pai morreu, ela é da sua mãe, certo?

Ele se retesou um pouco ao me ver fazendo alguma pergunta relacionada a sua mãe, mas logo voltou a relaxar quando percebeu que eu estava apenas curiosa sobre a ilha e não tentando faze-lo falar.

—Não, por algum motivo quando ele morreu, deixou a ilha pra mim. Com o tempo minha mãe e Thea pararam de vir aqui, então eu disse que tinha vendido a ilha, assim eu poderia vir aqui sem ninguém desconfiar, como eu te disse mais cedo, é o meu refúgio, venho aqui quando quero ficar sozinho e pensar!

Me virei de maneira desajeitada, ainda sem sair do colo dele, e nos deixei frente a frente.

—Mas se você vem aqui quando quer ficar sozinho, por que me trouxe? –Ele revirou os olhos antes de segurar uma boa parte do meu cabelo com uma mão enquanto apertava a minha cintura com a outra.

—Porque agora eu não quero mais ficar sozinho!

Abri um largo sorriso ao perceber todas as declarações que ele vinha fazendo pra mim desde quando estávamos na sua sala, mas antes que pudesse dizer uma só palavra, ele puxou o meu rosto na direção do dele e começou um beijo que com certeza deveria ser proibido.

Oliver pediu passagem com a língua e eu prontamente cedi, suas mãos começaram a percorrer o meu corpo e eu agarrei o seu cabelo com toda a força que tinha, eu sentia cada pequena parte de mim pegando fogo e sinceramente eu não me importaria de começar um incêndio se ele continuasse me beijando desse jeito. Ele me deitou no chão por cima da toalha de piquenique e eu o puxei pra cima de mim, meu corpo precisava desesperadamente de mais contato então tentei cruzar as pernas atrás de dele, mas a saia impediu e eu suspirei frustrada em meio ao beijo.

Isso pareceu despertar Oliver, que rapidamente se afastou de mim com um olhar que se dividia entre culpado e cobiçoso.

—Desculpe, por um momento eu me esqueci da nossa conversa sobre ir com calma. –Olhei para ele de maneira confusa e demorei alguns momentos pra assimilar do que diabos ele estava falando, somente quando consegui colocar a minha libido sob controle é que voltei a ter o pleno funcionamento das minhas funções mentais.

—É claro, ir com calma, esse é o plano, é um ótimo plano! –Ele riu baixinho e se levantou com calma, em seguida me estendeu a mão e me ajudou a levantar também. –Acho que é melhor irmos Oliver, já está anoitecendo!

Ele se limitou a concordar com a cabeça e rapidamente nós arrumamos tudo, mais uma vez tivemos que entrar na água para chegar até o barco e mais uma vez eu me senti agradecida por isso.

A água extremamente gelada estava me ajudando a acalmar as coisas lá em baixo, esperava que ajudasse o amiguinho do Oliver também porque ele estava bem animado.

Fizemos a viagem de volta em silêncio e em algum momento eu acabei adormecendo, pois despertei quando senti a mão de Oliver acariciando o meu rosto.

—Nós chegamos, então a menos que você queira fazer uma cena comigo te carregando até o carro, é melhor se levantar mocinha! –Revirei os olhos na direção dele, mas aceitei a sua ajuda para me levantar.

—Precisamos passar na QC, as minhas coisas ainda estão lá! –Ele concordou rapidamente e sem chamar atenção, corremos até o carro e depois que ele deu a partida e colocou o veículo em movimento, ele soltou uma das mãos do volante para segurar a minha e seguimos assim pelo resto do trajeto.

Eu entrei e saí da QC rapidamente, os seguranças já me conheciam, pois nós do “baixo escalão” conversávamos muito, a classe trabalhadora tinha que ser unida, não é mesmo?

Joguei a minha pasta com os relatórios que eu precisava analisar e a minha bolsa no banco de trás do carro e assim que entrei fui recebida por mais um beijo.

Eu poderia viver muito bem com isso!

...

—Está entregue, senhorita Smoak! –Sorri mais uma vez na direção dele, adorava o modo displicente que ele usava para me chamar de senhorita Smoak.

—Obrigada pela carona, até amanhã, Oliver! –Retirei o cinto e abri a porta do carro, mas quando estava prestes a sair, senti o meu braço sendo levemente puxado.

—Acho que você esqueceu alguma coisa aqui dentro!

Percebi que ele queria falar mais alguma coisa, mas antes mesmo que ele pudesse abrir a boca, colei os meus lábios nos seus e em uma tentativa mais ousada, quem pediu passagem com a língua fui eu. Oliver pareceu aprovar isso, pois rapidamente agarrou a minha cintura e trocamos um longo beijo, mas me afastei dele antes que as coisas pudessem piorar (ou melhorar) como mais cedo.

—É melhor eu ir, não é tão seguro assim ficar sozinha com você! –Ele se aproximou de mim mais uma vez e me roubou um último beijo antes de se afastar com um suspiro.

—Nisso eu concordo totalmente com você!

Saí do carro rapidamente, ainda ostentando um sorriso gigantesco no rosto e me atrapalhei um pouco para achar as chaves do portão do prédio. Somente quando eu já estava protegida dentro do edifício, é que Oliver deu partida no carro.

Eu praticamente voei até o elevador e quando finalmente cheguei na porta do meu apartamento, revirei os olhos e suspirei, eu podia escutar o barulho da TV que vinha lá de dentro e pelos barulhos ensurdecedores de motores e escapamentos, eu já sabia de quem se tratava.

Só existia uma pessoa que gostava de assistir rally de bigfoot!

—Você sabe que eu te dei essa chave pra emergências, não é? –Laurel se assustou com a minha entrada, mas logo se recompôs e sorriu em minha direção.

—É uma emergência, minha TV queimou e a semifinal do rally é hoje, eu não podia perder! E não reclame, eu trouxe asinhas apimentadas do Jack’s pra você.

Isso me despertou imediatamente e em menos de um minuto eu já havia jogado minhas coisas em um cantinho do sofá, retirado os saltos e corrido pra cozinha.

As asinhas apimentas do Jack’s eram as melhores do mundo e Sara, Laurel e eu tínhamos um enorme fraco por elas, agora eu estava viciando Curtis também, logo deveríamos abrir o AVAFP...

Anônimos Viciados em Asinhas de Frango Apimentadas...

Era engraçado!

Ok, talvez eu estivesse pensando coisas sem sentido porque ainda estava custando a acreditar que tudo o que eu passei com o Oliver hoje realmente havia acontecido.

—Você vai me contar ou eu vou ter que te obrigar? –Me assustei ao ouvir a voz de Laurel ao meu lado e quando olhei em volta percebi que a minha distração havia sido tão grande que eu havia pegado as asinhas na cozinha e voltado pra sala sem nem perceber.

—Contar o que? Eu não faço ideia do que você tá falando! –Tentei me fazer de desentendida, mas Laurel não era a promotora da cidade a toa, era quase que impossível engana-la, ainda mais com desculpas esfarrapadas como as minhas.

—Sério? Talvez você deva começar pela parte em que você estava balbuciando coisas sobre o Oliver, beijo e um barco. Confesso que eu não entendi nada, mas não é novidade nenhuma que eu não entenda o que você fala. Então você tem quatro minutos e meio pra me contar tudo antes do rally voltar dos comerciais.

Respirei fundo e comecei a falar, eu sabia que não tinha escolha e também sabia que precisava ser rápida, pois nada conseguia competir com o rally quando se tratava de Laurel Lance, era de se pensar que a Sara gostaria desse tipo de coisa, mas contrariando todas as expectativas, enquanto Laurel era a promotora imponente de dia e a telespectadora assídua de corridas com carros monstruosos de noite, Sara era a garota marrenta que batia em qualquer coisa que se movesse durante o dia e a fanática por programas culinários à noite.

As irmãs Lance eram estranhas!

Contei tudo nos mínimos detalhes, inclusive aqueles que me envergonharam, mas Laurel ouviu tudo com atenção. Quando eu terminei de contar a história toda, o rally voltou dos comerciais e ela virou o rosto de volta pra TV, eu sabia que agora precisaria esperar os comerciais novamente pra ela resolver me dar atenção e comentar sobre tudo o que tinha ouvido.

Me coloquei a comer as minhas maravilhosas asinhas enquanto esperava ela parar de surtar com a competição, era divertida ve-la assistindo, ela ficava tão puta que chegava a ser hilário.

Assim que os comerciais entraram novamente, ela se virou pra mim com um sorriso no rosto.

—Você está apaixonada por ele, não está? –Pensei na resposta, mas antes mesmo que eu pudesse dizer uma só palavra, ela jogou uma almofada na minha direção. –Não pense em negar, você sabe que eu te conheço!

Revirei os olhos, mas por fim me limitei a assentir e ela se levantou num pulo e correu para se sentar ao meu lado.

—Eu tô tão feliz por você, você é maravilhosa e merece ser feliz e o Ollie também, ainda mais depois de toda a história com a família dele. –Aquilo despertou a minha atenção e eu franzi o cenho.

—Você sabe o que aconteceu entre ele e a mãe? Como eu disse, o Diggle apareceu hoje na QC falando que ela estava subindo e o Oliver saiu correndo, eu não perguntei nada porque não quis parecer enxerida, mas você sabe como eu sou curiosa!

—Eu não sei muito, na verdade não sei se alguém realmente sabe o que aconteceu, nem mesmo o Tommy. Tudo o que eu sei é que eles pareciam ser uma família feliz, perfeitinha demais pro meu gosto, mas ainda sim feliz, então quando o pai do Oliver morreu tudo pareceu mudar, ele e a mãe entraram em um cabo de guerra, um dia eu fui até a mansão visitar a Thea e ele, bem, Oliver havia acabado de jogar um vaso gigante e caríssimo na parede. Ele me disse que tinha feito isso porque estava nervoso, mas eu acho que no fundo ele queria atingir a Moira. –Arregalei os olhos diante daquela frase e precisei de um minuto para colocar o pensamento em ordem, Oliver não me parecia ser o tipo de pessoa violenta.

—E ele não é, Felicity! –Corei levemente ao perceber que havia pensado em voz alta como sempre, mas no momento estava tão compenetrada na história, que nem consegui me lembrar de sentir vergonha. –Eu não sei o que aconteceu entre eles, mas de uma coisa eu tenho certeza, o que quer que tenha acontecido, machucou e mudou o Oliver de uma maneira extrema, não me parece ser o tipo de coisa que melhora com o tempo, ele realmente parece desprezar a mãe.

Franzi o cenho diante de tudo aquilo e por um momento me preocupei que algo realmente grave tivesse acontecido naquela família, eu queria que Oliver fosse feliz, mas será que ele conseguiria superar o que quer que a mãe dele tenha feito?

...

—Você pode parar de andar de um lado pro outro, por favor? Isso é extremamente irritante, Felicity! –Revirei os olhos e mostrei o dedo do meio na direção da minha melhor amiga.

—Eu já liguei pra ele, pra Thea e até pro Diggle, ninguém atende. O que eu faço agora? Ele precisa ler e assinar todos esses papéis até as oito da manhã e eu preciso analisar e fazer os ajustes no meu relatório. –Ela bufou pela centésima vez e jogou outra almofada em minha direção.

—Eu já te disse o que você tem que fazer, Felicity! E não me olhe dessa maneira porque foi você quem trocou as suas pastas com a dele.  –Voltei a arregalar os olhos e respirar fundo, eu iria mata-la.

—Você bebeu? Quer mesmo que eu vá na casa de Moira Queen? Sem ser convidada, ainda por cima? –Ela riu baixinho e veio se sentar ao meu lado no sofá.

—Felicity, você e o Oliver estão praticamente namorando, então ir à casa dele não é nada demais, além do mais, você não está indo visitar ou algo do tipo, você vai entrar, vai pegar a sua pasta, devolver a dele e vir embora, acabou, é bem simples!

—Você falando faz parecer simples mesmo, mas e se eu topar com a mãe dele, o que eu faço? Desmaio? –Ela gargalhou alto dessa vez e me fez levantar com um pulo.

—Você é Felicity Smoak, porra! Você é a mulher que criou o melhor sistema de segurança que a QC já teve, que criou um puta projeto que vai ajudar o Glades e tantas outras áreas carentes da cidade. Você é a mulher procurada pelas principais empresas de tecnologia do país, Bruce Wayne te ligou pessoalmente pra te oferecer um emprego. Se Moira Queen tentar crescer pra cima de você, deixe isso bem claro pra ela, porque ela precisa de você muito mais do que você precisa da QC.

Olhei por um momento pra minha amiga, com a boca completamente escancarada e ela ergueu as sobrancelhas em minha direção.

—O que?

—Nada, é que só agora eu percebi o motivo de você ser a promotora fodona da cidade! Ela riu baixinho e caminhou até as minhas coisas, em seguida pegou a pasta e a bolsa e jogou em minha direção.

—Vai logo resolver isso, Smoak. Você tá ficando vermelha e isso é patético!

Revirei os olhos de maneira teatral e calcei os meus sapatos com pressa, Laurel estava certa, eu podia fazer isso, Moira Queen podia ser extremamente assustadora, mas por Deus, eu fui criada por Donna Smoak, eu não abaixava a cabeça pra ninguém. Comecei a caminhar em direção à porta, mas parei assim que senti outra almofada sendo jogada em mim.

—Você não tá esquecendo de nada, não? Vai chegar lá andando? –Franzi o cenho e levantei as chaves do meu carro. Ela assentiu rapidamente e quando eu me virei novamente pra ir fui surpreendida por outra almofada.

Mas que porra?

—Com que carro você vai? Com aquele que você deixou no estacionamento da QC quando resolveu pegar carona com o bonitão? –Fiquei vermelha no mesmo momento ao perceber o meu lapso, mas antes que eu pudesse dizer uma só palavra, Laurel jogou a chave do carro dela pra mim. –Agora vai logo, antes que eu jogue outra almofada em você!

—Sorte a minha, se fosse a Sara, estaria jogando sapatos!

Saí do apartamento com o som da risada dela ecoando atrás de mim e praticamente corri pelas escadas, algo em mim simplesmente decidiu que o elevador era lento demais.

Cheguei ao carro da minha amiga em tempo recorde, mas respirei fundo antes de ligar o veículo e dirigir em direção à mansão Queen. Eu estava nervosa, como se algo à minha volta tentasse me dizer para voltar pra casa, era uma sensação de que algo ruim iria acontecer!

Eu comecei a cantar algumas das minhas músicas favoritas para espantar os maus pensamentos, nada de ruim aconteceria, essa sensação estava simplesmente vindo do meu nervosismo e eu me recusava a deixar que um medo bobo me impedisse de ver o Oliver e pegar minha pasta.

Na verdade, pegar a pasta e consequentemente ver o Oliver!

Sim, Felicity! Essa tem que ser a ordem das coisas...

A mansão ficava ao redor da cidade, então dirigi por quase trinta minutos para chegar lá, mas quando finalmente me vi em frente aos imensos portões, eu não sabia o que fazer.

Saí do carro lentamente e caminhei até o interfone, o aparelho tinha uma câmera embutida e eu torci pra que desse tudo certo, quer dizer, e se não me deixassem entrar?

Apertei o botão e uma luz verde se acendeu, mas nenhuma voz apareceu para me responder.

—Oi, é, eu sou a Felicity, quer dizer, sou funcionária da QC, o Oliver tá com a minha pasta, eu juro que não sou uma terrorista nem nada do tipo, vocês podem perguntar pra ele...

—Felicity? –Reconheci a voz saída do aparelho imediatamente e respirei aliviada.

—Ai, graças a Deus é você John, fiquei com medo de chamarem a polícia. –Escutei a risada anasalada do meu amigo e em seguida os portões começaram a se abrir.

—Não me leve a mal, mas você não tem cara de terrorista! –Revirei os olhos, mas entrei no carro rapidamente e segui até a entrada da mansão.

O lugar inteiro gritava “dinheiro” e por um momento eu me senti intimidade pela enorme fachada do lugar, aquele lugar com certeza não fazia parte do meu mundo.

Desci do carro, ainda nervosa e caminhei em direção à porta, eu não sabia se devia bater ou esperar, afinal John já sabia que eu estava aqui, por fim, decidi bater, afinal talvez isso fizesse parte da etiqueta dos ricos. Levantei a mão direita, mas antes mesmo que ela pudesse chegar até a porta, a mesma foi aberta e uma mulher saiu.

Uma mulher não, A mulher!

Ai meu Deus, eu estava me sentindo como se estivesse dentro de “O Diabo veste Prada”.

—Então, você é a famosa Felicity Smoak? Confesso que me surpreende muito estar ouvindo o seu nome por todos os lados da minha casa. –Eu não precisava de mais nenhuma palavra para ter a confirmação de que Moira Queen já me odiava, o tom que ela usou ao dizer a última frase deixava bem claro que ela não enxergava o motivo pelo qual eu estava tão perto dos seus filhos. –E agora, você está aqui! Uma funcionária da minha empresa, vindo até a minha casa sem ser convidada e no meio da noite, isso não me parece muito lisonjeiro.

—Eu sinto muito senhora Queen, eu não quis parecer desrespeitosa, é que o Oliver e eu trocamos as nossas pastas e eu não consegui falar com ele, eu preciso analisar os meus relatórios e ele precisa assinar os documentos até amanha bem cedo porque...

—Eu já ouvi o bastante, mas as perguntas que ficam no ar são, por que “Oliver” e não “Senhor Queen” e por que a sua pasta estava com o meu filho?

Eu senti a minha boca ficando seca no mesmo momento e tive vontade de fugir, aquela mulher fazia da intimidação uma arte.

“Você é Felicity Smoak, porra! Você é a mulher que criou o melhor sistema de segurança que a QC já teve, que criou um puta projeto que vai ajudar o Glades e tantas outras áreas carentes da cidade. Você é a mulher procurada pelas principais empresas de tecnologia do país, Bruce Wayne te ligou pessoalmente pra te oferecer um emprego. Se Moira Queen tentar crescer pra cima de você, deixe isso bem claro pra ela, porque ela precisa de você muito mais do que você precisa da QC”.

Quando estava prestes a ir embora e me encolher em minha insignificância, me lembrei das palavras de Laurel e aquilo pareceu me dar forças.

Ela estava certa.

—Me desculpe senhora Queen, mas acho que essas perguntas só o Oliver poderá responder. –Fiz questão de frisar bem o nome do Oliver pra mostrar que não, eu não precisava chama-lo de Senhor Queen, pelo menos não quando eu não estivesse no meu local de trabalho.

—Petulante, eu gosto disso senhorita Smoak, mas você por acaso sabia que se envolver com um funcionário pode causar sua demissão? Tudo bem que o meu filho não é um simples funcionário, mas a regra vale pra ele também e bem, ele não pode ser demitido. Você conhece o ditado “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco”? –Ela estava tentando me ameaçar, mas Donna Smoak brotaria do chão para me dar um tapa se eu deixasse que ela conseguisse.

—Eu conheço sim esse ditado, senhora Queen. Mas eu não acho que vá ser demitida, porque vocês precisam muito de mim, sabe quantas vezes o sistema da sua empresa tentou ser invadido desde que eu cheguei? Quatro vezes! E sabe quantas dessas invasões obtiveram sucesso? Nenhuma, porque eu sou muito boa no que eu faço, eu criei um excelente programa de segurança, mas ele está patenteado no meu nome, então se eu for embora eu levo ele comigo. –Percebi que ela estava se preparando para me interromper, mas fui mais rápido e elevei o tom de voz para mostrar que nesse momento era eu quem estava falando. –Além do mais, se a QC me demitisse eu estaria em outro emprego no dia seguinte, Bruce Wayne me liga quase que toda semana e Ray Palmer me manda e-mail todos os dias, ambos tentando me convencer a mudar de ideia e ir trabalhar na empresa deles, então uma possível demissão não é algo que me preocupa!

Percebi que ela me encarava atônita, acho que alguém nunca tinha tido coragem de enfrenta-la, ainda mais algum dos seus empregados, mas Laurel estava certa e se caso ela decidisse me demitir, eu sairia de cabeça erguida.

—Felicity? O Oliver está te esperando, vamos? –John apareceu logo atrás da bruxa má do oeste e eu acenei com um leve sorriso, passei por ela rapidamente ainda dizendo “com licença” e comecei a seguir John pela escadaria.

—Onde diabos você estava? Ela quase me trucidou ali! –Ele riu baixinho e passou um braço pelos meus ombros.

—Eu precisei ajudar a nova funcionária que estava com dificuldade em mexer no programa das câmeras, vim o mais rápido que pude, mas você se saiu muito bem, eu estou orgulhoso de você! –Lancei um grande sorriso na direção do homem ao meu lado e o abracei.

—O Oliver está mesmo me esperando?

—Não, eu não tive tempo de avisa-lo que você estava aqui, mas eu precisava dizer algo pra tirar você de lá, não precisava?

Fizemos o resto do caminho em silêncio e em um determinado momento eu já começava a me sentir tonta, eram tantos corredores que eu já estava me sentindo dentro da própria mansão Winchester.

Respirei aliviada quando paramos em frente a uma porta enorme, mas quando John ia colocar a mão na maçaneta, escutamos gritos vindos lá de dentro.

—Você não tinha a porra do direito de fazer isso, Oliver!

—Mas do que diabos você está falando, Thea? Você está se ouvindo? De onde você tirou essa ideia absurda?

—Talvez seja melhor a gente dar mais uma volta pela casa e voltar daqui a pouco, eles parecem ocupados, John.

—Bobagem, se a casa fosse cair toda vez que Oliver e Thea brigam, a mansão já estaria em pedaços, eles vão parar assim que virem você! –Depois de dizer isso, John abriu a porta e nesse exato momento eu tive certeza de que não deveria ter vindo.

—Não se faça de cínico, eu escutei você falando que só estava usando a Felicity pra tentar esquecer a Helena!

—O que? –Minha voz não passava de um sussurro, mas diante do silêncio sepulcral que havia se espalhado pelo cômodo, era como se eu tivesse gritado aquelas duas palavras com um megafone.

Os dois irmãos olharam de maneira desesperada pra mim e naquele momento eu vi que não se tratava de um mal entendido ou algo do tipo, o terror nos olhos do Oliver mostrava que ele realmente havia falado aquilo.

Sabe como é a sensação de ter o seu coração arrancado do peito? Eu havia acabado de descobrir!


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Notas finais do capítulo

Assim, de uma contagem de 1 a 10 o quanto vocês querem me matar agora? kkkkkkkkkkkkk
Me perdoem por isso, mas bem, vocês sabiam que isso ia acontecer, o prólogo da fanfic deixava bem claro, PORÉM, eu já digo pra não se preocuparem, porque eu sempre prometo finais felizes, ok?
Comentem, favoritem, recomendem (eu sei, sou audaciosa de pedir recomendação depois do que eu fiz), ajudem a fanfic a crescer e divulguem ela pros seus amigos...

Até o próximo cap meus amores,
beijooos!!!