The Mistake - HIATUS escrita por Ciin Smoak


Capítulo 8
About feelings


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou? Isso mesmo minhas amoras, eu estou aqui com mais um cap pra vocês!



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Is it cool that I said all that?
Is it chill that you're in my head?
'Cause I know that it's delicate
(Delicate)
Is it cool that I said all that?
Is it too soon to do this yet?
'Cause I know that it's delicate

Delicate-Taylor Swift

 

 

—Jura que você não vai perguntar nada? Esse silêncio todo está começando a me assustar!

Curtis estava quieto, quieto até demais. Eu não havia recebido uma ligação dele desde a sexta feira e Deus sabe como eu achei que ele me encheria de perguntas sobre o meu encontro com o Oliver, mas ele não apareceu, passou o final de semana inteiro em silêncio. Eu havia levado minha mãe ao aeroporto hoje cedo e quase me atrasei pro trabalho, mas agora já estávamos quase na hora do almoço ele ainda não tinha dito uma só palavra sobre o ocorrido com o Oliver!

—Eu não preciso saber, Felicity! Sei que você vai me contar quando se sentir pronta, eu não me importo de esperar, tudo o que eu quero é que você esteja feliz, eu saber disso ou não é irrelevante! –Senti minha boca se abrindo e pensei que o mundo estava pregando uma peça em mim.

—Curtis, isso é serio? –Ele assentiu e continuou me olhando firmemente por algum tempo, eu já estava quase me comovendo com o lindo discurso dele quando o bastardo começou a rir como uma palhaço louco.

—É lógico que não mulher, sua mãe já me contou tudo sobre o seu encontro na sexta feira mesmo, assim que você foi dormir depois dela ter feito você fazer o relatório completo. É claro que eu quero a sua felicidade, mas é claro que eu quero saber dos detalhes também!

Bufei alto e joguei a minha agenda na direção dele. –Você é terrível, por um momento eu acreditei em você seu bastardo! –Ele riu ainda mais depois disso e só depois de longos minutos é que se sentou ao meu lado, parecendo mais composto.

—Tá bom, eu já ri muito de você e isso alegrou o meu dia, mas agora vamos aos fatos. Você viu o Oliver depois da sexta? Ou vocês ao menos se falaram durante esse final de semana? –Me senti entristecer no mesmo instante e neguei com a cabeça.

—Ele precisou viajar no sábado de madrugada para Washington, teve uma reunião de emergência. E como as coisas estavam bem corridas por lá, nós praticamente não nos falamos, trocamos poucas mensagens! E antes que você me pergunte, não, nós não falamos sobre o ocorrido de sexta! –Fiz o sinal de aspas ao falar a palavra ocorrido e Curtis franziu o cenho.

—Por que você fez isso? Achei que tinha sido o melhor beijo da sua vida, pelo menos foi o que a sua mãe me falou! –Me limitei a dar de ombros e terminar de enviar um relatório para o meu chefe de setor antes de responder.

—É claro que foi, eu me senti como uma adolescente sendo beijada pela primeira vez, mas isso não deveria ter acontecido, quer dizer, e agora? Nós nos beijamos, mas como fica a nossa relação agora? E se aquele momento destruiu tudo? Eu não sei como agir depois disso, eu ignoro e finjo que não aconteceu? Eu apareço na sala dele, dou um selinho e então começo a conversar sobre algo banal como se isso fosse super normal?

—Eu particularmente não gostei de nenhuma das duas ideias. –Curtis e eu nos viramos em direção à porta e nos deparamos com ninguém menos do que Thea Queen. Eu me senti corar desde a raiz do cabelo até o dedinho do pé e o meu amigo da onça estava dividido entre se manter assustado com a presença de uma das donas da empresa e rir da minha cara.

—Bom, eu vou deixar vocês duas conversando! Não que eu não queira ficar aqui e escutar todos os babados, porque eu quero, mas eu preciso entregar esse relatório pra Raissa pra que o todo poderoso possa apresenta-lo na reunião, ou nós dois vamos ficar encrencados. –Depois disso ele se levantou rapidamente e pegou uma pasta de cima da sua mesa antes de sair da sala enquanto Thea fazia o caminho contrário e entrava na mesma, ela se sentou no lugar em que o Curtis estava e me olhou com a sobrancelha arqueada.

—Eu sabia que você iria se tornar minha cunhada, só não sabia quando! Mas que bom que rolou de uma vez, assim eu não precisei colocar a “operação olicity” em ação! –Franzi o cenho em confusão e senti minha cabeça começar a girar quase que imediatamente, estar ao lado de Thea Queen sempre era um acontecimento, ela era completamente maluca.

—Desculpa, mas eu não sou sua cunhada e o que diabos é a “operação olicity”? –Senti a necessidade de fazer o sinal de aspas assim como ela havia feito e tudo o que ganhei em troca foi um olhar de deboche.

—Confie em mim, você não vai querer saber do que se trata e como assim você não é minha cunhada? Você e o Oliver se beijaram na sexta, não foi? Não tente mentir pra mim, eu ouvi uma conversa dele com o John e depois obriguei ele a me contar tudo.

—Como você obrigou ele? Oliver não foi pra Washington? –Ela sorriu de maneira diabólica e se aproximou de mim.

—É claro que foi, só que eu fui também e prometi transformar cada minuto da viagem  dele em um inferno caso ele não me contasse sobre o encontro de vocês, então ele meio que não teve escolha! –Gargalhei alto de maneira histérica devido ao nervosismo e então bebi um grande gole de água gelada da minha garrafa térmica de unicórnios.

—Você me assusta, de verdade! Mas apesar disso, eu preciso pedir pra você tirar o seu cavalinho da chuva, o seu irmão e eu nos beijamos, várias vezes e foi muito bom, ótimo na verdade. –Ela riu baixinho e eu abaixei a cabeça envergonhada ao perceber que estava divagando. –Enfim, o que eu quero dizer é, nós nos beijamos, mas foi só isso, nós não estamos namorando nem nada do tipo, na verdade, você escutou o meu pequeno surto quando chegou aqui. Isso mostra em que estado se encontra a minha cabeça!

—Vocês não estão namorando, ainda! Qual é? Eu cantei essa bola desde a primeira vez em que coloquei os olhos em você, o Ollie acalma a sua ansiedade e você o faz sorrir, coisa que eu quase nunca o vejo fazendo, quando algo do tipo acontece, não dá pra fugir por muito tempo! –Fechei os olhos rapidamente e coloquei a minha cabeça entre as mãos.

—Por que você está me falando tudo isso? –Será que Oliver costumava ser tão solitário que a irmã pretendia deixar qualquer um se aproximar dele pra melhorar a situação?

—Eu sei o que você está pensando e a resposta é não, eu não te quero perto do meu irmão porque você o tirou daquela solidão em que ele se encontrava, eu quero você perto dele porque vocês são bons juntos, porque vocês estão a um passo do amor e porque por mais que nos conheçamos a pouco tempo, eu realmente gosto de você!

Senti meus olhos começarem a ficar marejados depois da fala da Queen mais nova e percebi que sentia o mesmo por ela, a morena era impulsiva e adorava um estardalhaço, mas tinha um coração enorme e parecia querer cuidar do irmão a qualquer custo. Eu gostava dela e algo me dizia que ainda seríamos grandes amigas, a perspectiva disso me deixava mais do que feliz!

—Bom, se o seu plano era fazer com que eu me sentisse feliz e assustada ao mesmo tempo, você conseguiu! Só falta me dizer agora que o próximo passo é conhecer a toda poderosa Moira Queen, se bem que eu acho que essa parte só vai me deixar assustada! –Ela pareceu engolir em seco por alguns segundos e eu perguntei se teria falado algo de errado.

—Pode ter certeza sobre a parte de ficar assustada. Digamos que a minha mãe não seria a pessoa mais agradável do mundo com você, mas bem, isso é algo que o Oliver precisa te explicar, afinal, até hoje eu não entendo muito bem essa briga entre os dois. Enfim, eu já falei demais, só passei aqui pra poder te ver e te fazer corar porque eu descobri que essa é uma atividade extremamente divertida. Eu vou te deixar trabalhar agora, mas talvez eu volte amanhã!

Ela se levantou rapidamente com um sorriso no rosto, apesar de eu conseguir enxergar o desconforto que ela sentia com o assunto “Moira Queen”, beijou minha testa em um sinal fraternal e saiu da sala como um furacão.

Apesar de estar confusa com o que havia acabado de acontecer, me permiti rir baixinho da atitude da garota mais nova, chegava a ser engraçado o fato de ela ser tão diferente do irmão, eles eram totais opostos. Enquanto Thea era espontânea e divertida, Oliver era centrado e responsável, ela sempre falava o que pensava e tinha um sorriso fácil no rosto, já ele parecia calcular cada palavra que saía da sua boca e seus sorrisos eram reservados pra poucos momentos especiais.

“Bem, ele sorri bastante quando está perto de mim!”

Calei a minha mente que insistia em querer me deixar confusa e decidi voltar para o trabalho, eu sabia que não poderia fugir do Oliver pro resto da vida, provavelmente eu ainda precisaria falar com ele ainda hoje, mas no momento, eu aproveitaria os meus últimos minutos de covardia.

Me joguei de cabeça nos relatórios do novo sistema que eu estava desenvolvendo e nem vi o tempo passar, no momento em que o Curtis entrou na sala me senti vitoriosa por passar tanto tempo sem pensar no Oliver.

—Por que você demorou tanto? –Ele franziu o cenho em minha direção e se jogou na sua cadeira antes de voltar a olhar pra mim.

—Você bebeu? Como assim demorei? Acho que só se passaram uns trinta minutos desde a hora em que eu saí, Felicity!

Trinta minutos!

Só trinta minutos!

Mais que droga!

—Eu tô tão ferrada! –Imediatamente ele pareceu perceber do que se tratava e olhou para o relatório em minhas mãos de maneira sugestiva.

—Sabe, esse relatório também precisa ser entregue pra ele hoje e eu não vou subir lá de novo, então essa é com você! –Lancei a minha melhor cara feia na direção dele e calcei os sapatos antes de me levantar com todo o orgulho que ainda me restava.

—Eu odeio você, seu amigo da onça! –Ele gargalhou alto e eu saí da sala rapidamente, mas pude ouvir sua voz enquanto ainda estava no corredor.

—Quando você decidir me agradecer, pode fazer isso com uma refeição completa do Big Belly!

Revirei os olhos e segui até o elevador, mas parei no meio do caminho quando quase esbarrei com a Raissa.

—Oi meu bem, estava indo ver o meu menino lá em cima? –Abracei-a de lado e começamos a andar até aquela imensa caixa de metal.

—Sim, preciso entregar esse relatório. Ele está em reunião ou algo do tipo? –Ela sorriu de lado parecendo perceber que eu esperava ouvir um “sim” como resposta e eu voltei a revirar os olhos.

—Não, ele está lá em cima com o Diggle! Tem certeza de que tudo o que você quer é entregar esse relatório pra ele? Talvez você queira falar sobre um certo jantar de sexta feira? –Quase engasguei ao olhar pra ela e a mesma se limitou a erguer a sobrancelha esquerda.

Mais que diabos, será que todos sabiam sobre o nosso jantar?

—Como você...

—Como eu sei? É simples, Diggle me contou que vocês dois saíram pra jantar na sexta e até aí nada demais, já que vocês já saíram antes, mas quando o Oliver chegou hoje ele estava com um brilho tão intenso nos olhos que eu soube naquele exato momento que algo havia acontecido. Eu ainda não sabia o que seria esse “algo”, mas pela sua reação dá pra ver que as coisas ficaram quentes!

Corei fortemente e assenti, mas só quando a mulher ao meu lado arregalou ainda mais os olhos é que percebi por onde a mente dela andava caminhando.

—Não, definitivamente não. Pelo amor de Deus, Raissa! Oliver e eu nos beijamos sim, várias vezes, mas foi só isso, de verdade! –Sua expressão desmoronou um pouco e eu franzi o cenho em confusão.

—Que pena, você sabe que o Oliver é como um filho pra mim e eu pensei que logo teria netos! –Comecei a tossir naquele exato momento enquanto temia ter um ataque cardíaco.

O que estava acontecendo com as pessoas hoje? Elas haviam usado algum tipo de droga?

—Calma, Felicity eu estou brincando! –Fiz o sinal de positivo com a mão direita e comecei a respirar fundo tentando acalmar a minha respiração. –Ou talvez não! –Voltei a esbugalhar os olhos, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, as portas do elevador se abriram e Thea saiu lá de dentro parecendo nervosa, ela estava pálida!

—Querida, aconteceu alguma coisa? Conseguiu falar com o Oliver? –Ela negou com a cabeça e saiu do elevador no mesmo momento em que nós entramos. –Não aconteceu nada, eu só recebi uma mensagem urgente do meu namorado. Não consegui falar com o Oliver, eu ia contar pra ele sobre o Roy e decidi até subir pelas escadas para pega-lo de surpresa, mas ele estava ocupado com o Diggle e achei melhor não incomodar, na verdade, nem comentem com ele que eu passei por aqui, vou achar um momento mais oportuno pra contar tudo!

Depois de dizer tudo isso, ela se virou e foi embora rapidamente, tanto eu quanto Raissa franzimos o cenho em confusão, mas por fim acabei por dar de ombros e ela fez o mesmo logo após apertar o botão para o andar da presidência.

—Será que aconteceu alguma coisa? –A mais velha se limitou a sacudir a cabeça e sorrir.

—Talvez sim, talvez não. É da Thea que estamos falando, nós nunca vamos saber enquanto ela não decidir contar, mas não se preocupe com isso. A sua única preocupação no momento é não ter um infarto enquanto fala com o Oliver!

A frase de Raissa pareceu me despertar para a minha atual realidade e tremi ao me lembrar que estava prestes a falar com o Queen depois de tudo o que havia acontecido. Eu não fazia ideia do que fazer ou falar ou ainda de como tudo terminaria.

Que Deus me ajude!

...

—Posso entrar? –Ergui os olhos do relatório que Curtis havia trazido pra mim e acenei ao me deparar com Diggle na porta.

—Você sabe que se eu estou sozinho você não precisa pedir permissão, na verdade, acho que você é uma das poucas pessoas que nunca precisa pedir permissão! –Meu amigo riu baixinho do meu comentário e se sentou à minha frente rapidamente.

—Então, já falou com a Felicity? –Revirei os olhos e cruzei os braços, eu tinha certeza de que era sobre ela que ele queria falar desde o momento em que apareceu na porta.

—Você sabe que não, eu confesso que estou um pouco nervoso! Eu não sei o que falar ou fazer, quer dizer, e se ela tiver se arrependido? E se ela me achar um tarado ou algo do tipo?

Diggle voltou a gargalhar, só que dessa vez bem mais alta e eu senti vontade de esgana-lo.

Ele não estava me ajudando nem um pouco!

—Eu não acredito que estou vendo Oliver Queen sem saber como agir perto de uma mulher! Você não acha que seria muito mais fácil falar com ela e esclarecer tudo, ao invés de ficar aí se remoendo com as mil e uma possibilidades que a sua cabeça está inventando? –Dei de ombros e o encarei de maneira impotente.

—Mas esse é o problema, como eu falo com ela? Falar com a Felicity sempre foi fácil, como respirar. Mas agora eu estou com medo de falar algo errado e acabar fazendo-a ir embora!

—Felicity é diferente, é especial! Ela tem uma luz própria e está mais do que óbvio que ela gosta de você! –Franzi o cenho em confusão ao notar a expressão do meu amigo. Diggle parecia nervoso, talvez até um pouco temeroso.

—Eu sei o quanto ela é especial e você mais do que ninguém sabe dos meus sentimentos por ela, então por que está me falando essas coisas? –Ele se levantou rapidamente e coçou a cabeça antes de me responder.

—Por que eu sei que você também gosta dela, mas não sei se isso é o suficiente! –Imitando os seus movimentos me levantei também e caminhei rapidamente até parar na sua frente.

—Diggle, diga logo o que quer dizer, por favor! –Ele cruzou os braços e assentiu.

—Oliver, você não estaria usando a Felicity pra esquecer a Helena, não é? –Senti minha boca se abrindo devido ao choque e a garganta ficando seca.

—De onde você tirou essa ideia? –Ele deu de ombros como se dissesse “eu sinto muito, mas a culpa é sua” e voltou a se sentar.

—De onde eu tirei essa ideia? Bem, vamos ver! Talvez seja do fato de que até ontem você era apaixonado por ela e eu não sei se esse tipo de coisa some fácil!

Nesse momento escutamos a porta que dava para a escadaria bater levemente e ambos voltamos o nosso olhar naquela direção, mas estava tudo vazio, Raissa ainda não havia voltado, estávamos sozinhos no andar.

Talvez tivesse sido o vento!

—Vou perguntar de novo, você está usando a Felicity pra esquecer a Helena? –Me levantei rapidamente e caminhei até a mesa onde estavam as bebidas, me servi de uma grande dose de whisky e só então voltei a encara-lo.

—É claro que não, quer dizer, talvez no começo, mas definitivamente não agora. Eu acho que nunca amei a Helena, eu queria aquilo que ela e o Tommy tinham, queria um relacionamento, mas sempre que eu tentava pensar nisso as coisas entre os meus pais acabavam por tomar a minha cabeça e eu desistia de achar que algo assim era pra mim. Não vou ser hipócrita e mentir, no início eu gostei de estar com a Felicity porque ela me fazia sentir bem, porque quando eu estava com ela, eu simplesmente não pensava na Helena e isso era um alívio e tanto. –Voltei a me sentar e percebi que Diggle estava praticamente inclinado em minha direção, como se estivesse ansiosa para ouvir o final do meu discurso. –Então sim, no início eu estava com a Felicity porque ela me fazia esquecer da namorada do meu melhor amigo, mas agora eu vejo que nunca foi assim, eu estou com a Felicity porque ela é o meu primeiro e último pensamento durante o dia, porque eu sinto falta da língua solta dela a cada segundo em que ela não está por perto e porque eu sempre pensei que o amor não era pra mim, mas agora percebo que estou me apaixonando por ela desde o momento em que ela pisou na minha sala pela primeira vez!

John sorriu largamente em minha direção, parecendo feliz com a minha resposta, mas antes mesmo que ele pudesse dizer alguma coisa, escutamos o barulho das portas do elevador se abrindo e nos viramos, Raissa e Felicity saíram de lá e eu senti meu coração ficando disparado dentro do peito.

Felicity era linda sem precisar fazer nenhum esforço, será que ela tinha consciência disso?

—Ei, sabe tudo isso que você me disse sobre a Felicity? Por que você não tenta dizer algumas dessas coisas pra ela? Eu entendo que talvez você não esteja pronto para falar tudo o que se passa dentro de você, mas começar seria bom! –Depois de dizer isso, John me lançou mais um sorriso e saiu da minha sala rapidamente, em seguida caminhou até onde estavam as mulheres e cumprimentou as duas antes de falar alguma coisa e arrastar a minha babá de volta para o elevador.

Felicity olhou em minha direção através das paredes de vidro e me lançou um pequeno sorriso antes de caminhar rapidamente e abrir a porta da minha sala com uma agilidade impressionante.

—Com licença, você está podendo falar agora? –Ela parecia nervosa e até um pouco tímida, como se tivesse voltado a ser aquela Felicity das primeiras semanas que fugia de mim com medo de perder o emprego.

—É claro, eu sempre tenho tempo pra você! –Percebi o sorriso dela se ampliando um pouco mais diante da minha fala e comemorei por isso.

—Eu vim trazer o relatório sobre o C.O.D.A e esclarecer alguns pontos principais antes da reunião de quarta feira.

Por um momento eu pensei em interrompe-la e ir direto ao ponto, mas percebi que ela precisava desse tempo pra se preparar pra nossa conversa, por isso indiquei com a mão que ela se sentasse na minha frente e pelos vinte e cinco minutos que se seguiram tudo o que escutei foi o som da voz dela me explicando sobre números e fórmulas e ideias sustentáveis, eu podia sentir o entusiasmo em sua voz ao explicar o quanto esse projeto poderia ajudar os bairros mais carentes da cidade, principalmente o Glades.

Quando ela terminou de falar e me olhou de maneira ansiosa, percebi que ela estava esperando a minha opinião sobre a ideia-base do projeto e em um primeiro momento tudo o que pude fazer foi sorrir.

—E então? Eu já estou quase roendo as unhas aqui!

—Isso é incrível e se vamos ter a oportunidade de ajudar as pessoas que mais precisam é lógico que o projeto tem a minha aprovação e o meu voto, tenho quase certeza de que todos os acionistas vão concordar comigo, exceto a Isabel, talvez, mas ela é peixe pequeno! –Ela riu baixinho ao me ouvir falando da morena desse jeito, eu sabia que Felicity gostava dela tanto quanto eu. –Isso é realmente incrível, você é um gênio, meus parabéns! Eu preciso dizer que você tem o cérebro e o talento para ir tão longe quanto quiser, e quando conseguir, vou estar lá para pegar dinheiro emprestado.

Ela gargalhou alto e nesse momento percebi que ela estava muito mais tranquila.

—Você é um bilionário, um dos homens mais ricos da cidade, arrisco dizer até do país. Por que diabos precisaria pegar dinheiro emprestado comigo? –Dei de ombros em um sinal de “tanto faz” e me ergui antes de caminhar até ela e me sentar ao seu lado.

—Nunca se sabe do futuro, então é sempre bom ter alguém pra pedir dinheiro emprestado! –Ela riu baixinho e girou a cadeira para ficar frente a frente comigo.

—Então, nesse caso, fico feliz em dizer que terei o maior prazer em te emprestar dinheiro caso um dia você venha a precisar!

Foi impossível não sorrir diante do sorriso de Felicity e em um ato involuntário eu segurei o seu rosto e acariciei sua bochecha. Ela fechou os olhos e suspirou baixinho, como se estivesse tentando aproveitar mais o contato e quando tornou a abri-los, já não sorria mais, porém ostentava um brilho no olhar que não estava lá antes.

—Oliver, sobre sexta feira... –Coloquei um dedo nos lábios dela e aquele simples contato fez minha pele queimar, voltei a me impressionar com o tamanho da necessidade que eu sentia dela e aproximei o meu corpo do seu.

—Eu sei, Felicity! Eu me sinto da mesma forma, acho que podemos fazer isso dar certo, ver aonde vai nos levar. Eu não consigo dar nomes a tudo o que estou sentindo, mas tenho plena certeza de uma coisa. –Ela se sentou na ponta da cadeira e se aproximou ainda mais de mim, grudando a testa na minha.

—Você tem certeza do que? –Sua voz não passava de um sussurro e de repente aquela nossa proximidade ainda grande demais.

—Eu não consigo ficar longe de você, Felicity! –Antes que eu pudesse raciocinar direito, puxei seu corpo fino pra cima do meu e ela veio parar no meu colo com as pernas uma de cada lado do meu corpo.

—Eu me sinto da mesma forma! –E isso foi tudo o que dissemos antes de eu puxar a boca dela contra a minha e tomar tudo o que podia naquele beijo.

Felicity correspondeu ao beijo com igual fervor e eu apertei o seu pequeno corpo contra o meu, juntando nossas intimidades ainda por cima das roupas e ouvindo o seu gemido de satisfação. Ela estava usando uma saia vermelha hoje e por isso quando a puxei para o meu colo a mesma subiu quase que até a cintura dela, agora eu corria as minhas mãos livremente por aquelas coxas macias enquanto ela arranhava o meu tórax por cima da camisa.

Tudo estava muito quente e intenso e eu já estava perdendo o controle, Felicity não parecia diferente e me beijava com cada mais ímpeto, me ajudando avidamente no movimento de encostar nossas intimidades uma contra a outra, nossos gemidos morriam na boca um do outro e tudo o que eu conseguia pensar era onde diabos essa mulher estava durante toda a minha vida.

Quando minha mão acabou por encostar na lateral da calcinha dela, senti seu corpo retesar e percebi que já era o momento de parar, estávamos em uma sala com paredes de vidro, pelo amor de Deus!

—Desculpe, eu não quis ultrapassar nenhum limite ou te desrespeitar, eu...

—Tudo bem, nós dois nos empolgamos, mas acho melhor irmos com calma, tudo bem pra você? –Me limitei a assentir e beijar a sua testa, enquanto ela me lançava um sorriso tímido.

Felicity se levantou do meu colo rapidamente e arrumou as roupas, eu também me levantei e fiz o mesmo que ela, somente quando tive certeza de que estávamos ambos apresentáveis novamente é que voltei a puxar o seu corpo contra o meu.

—Não vamos começar de novo, não é? Porque eu tenho certeza que dessa vez vamos ser pegos! –Ri baixinho da sua expressão de medo e abracei o seu corpo, puxando-a ainda mais contra mim.

—Não vamos mais fazer uma cena aqui, mas um último beijo comportado ainda é permitido, não é? –Ela pareceu pensar por um minuto e quando sorriu e passou os braços pelo meu pescoço, percebi que o meu pedido havia sido aceito.

—Bom, se for o último e se for comportado! –Não esperei pra que ela falasse mais nada, simplesmente colei a minha boca na sua e a beijei longamente.

Apesar da força e intensidade do beijo, ele não possuía nenhum tipo de apelo sexual dessa vez, nós estávamos simplesmente nos deleitando da presença um do outro naquela mistura de lábios e mãos.

Escutamos o barulho do elevador e nos separamos, embora eu ainda mantivesse um braço sobre a cintura dela, nos deparamos com Diggle e Raissa vindo ao nosso encontro rapidamente.

—Oliver, sua mãe está aqui e ela está subindo! –Senti a bile subindo pelo meu estômago e praguejei baixinho.

Todo maldito encontro com a minha mãe me deixava extremamente puto e tinha o poder de acabar com o meu dia, mas hoje eu não deixaria que isso acontecesse. Eu estava feliz, pela primeira vez em muitos anos eu estava feliz e não deixaria que ela acabasse com isso.

—Ok, agora é a hora da saída pelas escadas. –Peguei o meu terno e a minha pasta rapidamente no mesmo momento em que Diggle me jogou a chave do carro e estendi a mão na direção da loira que me olhava com o cenho franzido. –Você vem?

Ela se limitou a segurar minha mão e nós dois saímos correndo em direção as escadas. Descemos as mesmas rapidamente e somente quando chegamos ao térreo, suados e ofegantes, é que soltamos as mãos e caminhamos separadamente, como se nada na nossa relação tivesse mudado.

Guiei-a até o carro rapidamente e só voltei a respirar novamente quando já estávamos longe da QC.

—Pra onde estamos indo? –Ela parecia querer perguntar sobre a minha mãe, mas estava se segurando para não invadir minha privacidade.

Sorri na direção dela e acariciei a sua mão antes de entrelaça-la na minha.

—Eu vou te levar pro meu lugar especial!

 


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Notas finais do capítulo

E aí pessoal, o que acharam do cap? Eu estou ansiosa pra saber a opinião de vocês!!!!
Comentem, favoritem, RECOMENDEM (por favor né, não custa nada) pleaseee!

Ps: Aproveitem esse amor aí, porque vocês sabem como é o ditado né? Antes da tempestade vem a calmaria!
Até o próximo, beijooos!!!!