The Mistake - HIATUS escrita por Ciin Smoak


Capítulo 22
Perfect


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu rapidinho né meus amores? Nem demorei dessa vez, olha o milagre kkkkkkkkkk...
Eu prometi que assim que o último cap chegasse aos vinte reviews pelo menos eu postaria esse daqui e chegou bem antes do esperado, mas eu não pude postar antes por motivos pessoais, espero que entendam!

Amo vocês, boa leitura!!!



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Baby, I'm dancing in the dark
With you between my arms
Barefoot on the grass
Listening to our favorite song
I have faith in what I see
Now I know I have met
An angel in person
And she looks perfect (and he looks perfect)

Perfect duet - Ed Sheeran feat. Beyonce

 

 

 

 

 

GRÁVIDA!

EU ESTAVA GRÁVIDA!

HAVIA UMA CRIANÇA CRESCENDO DENTRO DE MIM NESSE EXATO MOMENTO!

O que eu sabia sobre ser mãe?

O que eu sabia sobre trocar fraldas, amamentar e cuidar?

Eu mal conseguia cuidar de mim mesma!

As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu me encolhia num canto do sofá do apartamento da Laurel, eu possuía uma chave e só podia usa-la em emergências.

Mas se isso não era uma emergência, eu não sabia mais o que poderia ser!

Eu havia ficado tão assustada quando a doutora Yung tinha começado a falar, quer dizer, eu estava esperando uma alteração hormonal e havia recebido um filho.

Eu tentei argumentar, tentei dizer que aquilo não estava certo porque eu tomava meu anticoncepcional regularmente e tinha certeza de que não havia esquecido por nenhum único dia.

Fiquei tentando me convencer de que aquilo só podia estar errado, mas então acabei me lembrando que uns dois dias antes do luau organizado pela Thea eu havia sentido um pouco de dor de garganta e dor de cabeça e sabia que só poderia ser a minha sinusite atacando, por isso tomei antibióticos.

Eu havia sido tão burra, quer dizer, todo mundo sabia que eles cortavam o efeito do anticoncepcional e eu sabia também, então, como foi que eu acabei me esquecendo disso? Se eu tivesse sido um pouco mais esperta, poderia ter explicado ao Oliver que durante esse período teríamos que usar camisinha e nada disso estaria acontecendo agora.

Oliver...

Assim que eu havia terminado a ligação e me virado, o vi parado atrás de mim com uma expressão tão consternada que eu sabia que ele tinha a mais absoluta certeza do que estava acontecendo.

Agora eu não saberia dizer se ele estava feliz, arrasado ou com raiva da notícia, porque eu havia saindo correndo como uma garotinha assustada e nem o havia deixado falar uma única só palavra.

Meu Deus, eu estava esse tempo todo tentando mostrar pra mãe do Oliver que eu não era uma megera interesseira e que amava o filho dela, mas agora havia acontecido exatamente o que ela dizia que iria acontecer.

Todos pensariam que eu havia dado um golpe no herdeiro da família Queen!

Eu estava com medo, estava confusa e estava muito, muito nervosa, mas eu só tinha certeza de uma coisa...eu teria aquele bebê e daria o meu melhor, mesmo não fazendo a mínima ideia de como fazer isso.

—Como você entrou aqui?

Ergui a cabeça e me deparei com Sara entrando no apartamento da irmã.

—Eu usei a chave reserva e você? –Ela ergueu uma chave que era igual a minha e percebi que havia feito o mesmo que eu.

—Acha que a Laurel vai matar a gente? Quer dizer, ela disse que só deveríamos usar em emergências e eu meio que estou em uma emergência porque eu tô...-Eu sabia que estava tagarelando horrores, porque esse era o único meio de eu não começar a chorar, mas consegui parar assim que percebi que era o rosto da Sara que estava banhado pelas lágrimas. –O que aconteceu?

Ela se jogou ao meu lado no sofá e então afundou o rosto nas mãos.

—Eu tô grávida!

Oi?

Eu tinha ouvido direito?

—Sara, querida, você pode repetir, por favor?

Não podia ser verdade, quer dizer, quais as chances de estarmos grávidas ao mesmo tempo? Ai meu Deus, era do Ray não era? E se ele ficasse bravo? Ele já sabia? Ele estava bravo? É por isso que ela estava chorando? Eu iria matar ele se fosse isso.

—Eu tô grávida Felicity e eu não...-Parece que foi somente nesse momento que ela realmente percebeu que meu rosto não estava muito diferente do seu e então segurou a minha mão com força. –O que aconteceu? Quem eu tenho que matar?

Eu amava muitas coisas na Sara, mas a principal era que ela sempre tinha essa capacidade de suportar a própria dor e joga-la pro fundo da alma só pra poder cuidar da dor dos outros à volta dela.

—Acontece que eu também estou grávida! –O queixo dela caiu no mesmo momento e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela começou a...rir!

A loira caiu na gargalhada com força e de repente foi impossível não segui-la, não eram risadas de alegria, eram risadas de desespero que foram ficando cada vez mais altas e descontroladas. A prova disso é que logo as gargalhadas se transformaram num choro desesperado de nós duas e eu percebi que deveríamos parecer patéticas pra qualquer pessoas que nos visse de fora nesse momento.

—Estamos parecendo personagens de uma comédia pastelão muito ruim! –Ela riu baixinho em meio as lágrimas e assentiu timidamente.

—Qual é a chance de estarmos as duas grávidas ao mesmo tempo? Quer dizer, como diabos isso foi acontecer? –Dei de ombros e enxuguei as lágrimas do meu rosto, eu já estava ficando cansada de chorar.

Na verdade, eu já estava chorando há duas horas e continuava desesperada, então já devia ser hora de parar!

—Eu sinceramente não sei o que vamos fazer, quer dizer, eu já até prevejo as manchetes quando descobrirem. Amigas se unem para dar golpe em bilionários de Star City. –Sara parecia igualmente desanimada e eu sabia que ela estava compartilhando dos mesmos medos que eu.

—Eu tô tão assustada, quer dizer, você pelo menos é namorada do Oliver e ele te ama, mas eu? Que tipo de relacionamento é esse que eu tenho com o Ray? Eu não tenho um nome pra ele e agora eu estou esperando um filho, eu não sei nada sobre ser mãe, Felicity! Eu já tive uma plantinha uma vez e ela morreu em duas semanas porque eu simplesmente me esqueci de regar ela!

Eu sabia que precisava tentar acalma-la, mas eu precisava descobrir primeiro como me acalmar.

—Olha pela lado bom, você não tem uma Moira Queen na sua vida pronta pra dizer que você deu o golpe do baú! –Ela revirou os olhos e então me abraçou de lado.

—O Oliver já sabe? O que ele disse? –Dei de ombros e então me aconcheguei nela.

—Ele já sabe, mas eu não sei o que ele deve estar pensando nesse momento! –Percebi pelo canto do olho que minha amiga franziu o cenho e então continuei falando. –Eu saí correndo como uma criancinha assustada assim que descobri, ele não conseguiu dizer nem uma só palavra!

Não que eu achasse que ele fosse saber o que dizer, porque pelo o que eu me lembro, ele parecia estar em choque.

—Você sabe que agora ele deve estar te procurando pela cidade inteira né? –Neguei rapidamente e fechei os olhos por alguns segundos, afinal depois de tanto chorar eles estavam ressecados e ardendo.

—Não, não tá! Ele me conhece, sabe que eu preciso de um tempo pra mim, ele vai me esperar! Mas e você? Já contou ao Ray? –Dessa vez foi ela que negou rapidamente e fechou os olhos.

—Não, assim que eu descobri vim correndo pra cá, eu tinha marcado de almoçar com ele, mas não fui, ele já me ligou uns oito vezes e deixou uns quinze mensagens, mas eu simplesmente desliguei o telefone porque eu não posso lidar com isso agora.

—Pensa pelo lado positivo, pelo menos estamos nisso juntas! –Sara revirou os olhos e então se encostou no sofá assim como eu havia feito antes.

—Jura que você tá conseguindo ver um lado positivo nisso? –Nós duas rimos baixinho, mas a loira logo adotou uma expressão séria e eu sabia que a brincadeira havia acabado.

—Você por acaso pensou em...? –Ela não conseguiu terminar a frase, mas eu sabia exatamente o que ela queria dizer.

—Abortar? –Ela assentiu de cabeça baixa e eu apertei a mão dela com mais força. –Não, eu não poderia fazer isso, eu posso não saber nada sobre ser mãe, mas sei que vou dar o meu melhor! E você? –Ela deu de ombros novamente e então encarou o teto.

—Na hora em que eu descobri isso passou sim pela minha cabeça, eu confesso, mas eu jamais conseguiria fazer isso, é uma vida, é uma parte de mim e eu também vou tentar dar o meu melhor, embora eu saiba que o meu melhor talvez não vá ser o suficiente. –Ela voltou a ter lágrimas nos olhos e eu rapidamente e puxei pro meu colo.

—Ei, o seu melhor é mais do que suficiente, senhorita Lance! –Ela fechou os olhos e se aninhou contra mim, em sinal de agradecimento.

—O que nós vamos fazer agora, Felicity? –Pensei por alguns minutos e percebi que eu ainda não estava pronta pra encarar o mundo lá fora e sabia que ela também não.

—Que tal ficarmos aqui mais um pouco? Podemos assaltar o estoque de chocolate da Laurel, depois tirar um cochilo e aí vermos o que vamos fazer. –Ela assentiu e então abriu os olhos pra mim.

—É um bom plano, mas por que não trocamos o estoque de chocolate pelo de bebidas? –Revirei os olhos e dei um leve tapa na sua cabeça.

—Porque estamos grávidas! –Ela pareceu perceber isso e gemeu baixinho, mas então seus olhos logo se arregalaram e somente então é que a ficha pareceu cair pra ela.

—Felicity, estamos grávidas!

—Sim, estamos grávidas!

—Eu espero que a minha irmã tenha bastante chocolate!

...

—O QUE DIABOS É ISSO?

Me levantei rapidamente devido ao susto e a sala toda pareceu girar, por isso voltei a me jogar no sofá antes que meu corpo despencasse.

Sara e eu havíamos comido muito chocolate e chorado muito também, acho que algum momento em meio ao choro acabamos pegando no sono e agora eu estava cara a cara com uma Laurel parecendo extremamente irritada enquanto encarava a mim e a loira ao meu lado que agora estava acordando.

Mas preciso dizer que ela também estava encarando o sofá branco dela que no momento se encontrava sujo de chocolate.

—Por que você tá gritando? Ficou doida? –Sara agora estava sentada ao meu lado e parecia irritada por ter sido acordada, o que só pareceu deixar a Lance mais velha ainda mais irritada.

—Por que será, né? Será que é porque eu já recebi mais de trinta mensagens do Ray desde a hora do almoço até agora perguntando onde você estava? Ou será que é por que eu dei uma chave pras duas usarem em emergências e vocês vieram pra cá fazer uma festa de chocolate? Ou será que é por que o meu sofá caríssimo que é branco por acaso, agora está com uma mancha enorme de chocolate que faz parecer que alguém fez coco em cima dele?

Tudo bem, ela tinha um ponto!

—Nós vamos pagar pela limpeza do sofá, não se preocupe! –Sara me olhou naquele momento como se eu fosse uma louca e então arqueou a sobrancelha.

—Nós vamos? –Cutuquei ela com força e então me espreguicei.

—Sim, nós vamos! –Depois disso me voltei na direção de Laurel que agora parecia cada vez mais confusa, como se ela finalmente estivesse percebendo que havia acontecido muito mais do que uma “festa do chocolate” aqui.

—Tudo bem, o que aconteceu?

Olhamos fixamente pra ela ao mesmo tempo e então desatamos a falar, Laurel ficou nos olhando com os olhos arregalados e em algum momento em meio ao nosso falatório, ela foi se sentar na poltrona à nossa frente.

Acho que ficamos falando sem parar por uns 15 minutos, embora eu soubesse que não haviam tantas coisas assim pra contar, mas quando finalmente fechamos a boca e nos colocamos a respirar, a loira a nossa frente estava de olhos arregalados e boca aberta.

Fiquei esperando que ela esboçasse alguma reação, mas quase cinco minutos se passaram e ela continuava na mesma posição, o que sinceramente começou a me deixar preocupada.

—Laurel?

—Acho que ela tá em choque!

Abanei a mão na frente dela e nada, mas quando eu já estava preparada pra sacudi-la sem parar, ela se levantou em um pulo e começou a pular de um lado pro outro.

—EU VOU SER TITIA! EU VOU SER TITIA! EU VOU SER TITIA!!!!!!

Tudo bem, aquela não era bem a reação que eu estava esperando.

—DÁ PRA PARAR? NÃO PERCEBEU QUE ESTAMOS ASSUSTADAS? –Sara parecia mais irritada do que assustada, mas isso teve o poder de fazer Laurel parar por alguns segundos.

Ela voltou a se sentar e então puxou uma caderneta e uma caneta de dentro da sua bolsa Chanel caríssima e começou a escrever como uma doida.

—Jura que você tá pensando em trabalho agora? Sua melhor amiga e sua irmã estão grávidas! –Agora era eu que estava começando a ficar irritada.

Malditos hormônios!

—Eu não estou trabalhando, estou anotando tudo o que eu quero dar de presente pros meus sobrinhos lindos!!!!

—Laurel?

—Eu vou trazer eles pra cá e fazer noites do pijama, vou ficar acordada a noite toda ninando eles e quando eles crescerem, vou ajudar com tudo o que eles precisarem, vou comprar roupinhas com frases de “eu amo a titia” e eles vão ficar lindos com elas.

—Aonde é o botão de desligar, pelo amor de Deus?

A loira finalmente parou com a loucura e largou o caderno, mas então olhou em nossa direção e sorriu.

—Eu sei que vocês estão nervosas agora, porque é tudo muito novo e é assustador, se eu estivesse no lugar de vocês, provavelmente estaria assim também! Mas assim que vocês conversarem com o Ray e o Oliver e os dias forem passando, a perspectiva de ter um bebe vai ficar cada vez mais linda e logo vocês vão estar fazendo tantos planos quanto eu!

As palavras dela conseguiram mexer comigo, mas Sara olhou pra irmã como se um terceiro olho tivesse nascido na cabeça dela e eu sabia que ela não acreditava em nada daquilo.

—Eu sei que agora parece que nada disso que eu estou falando vai acontecer, mas vai ok? E mesmo se não acontecer, vocês não estão sozinhas! –Ela se levantou e então veio até nós, se ajoelhou na nossa frente e segurou as nossas mãos. –Vocês jamais vão estar sozinhas porque temos umas as outras e sempre vamos nos ajudar, não importa o que aconteça!

Lágrimas chegaram aos meus olhos e eu me ajoelhei ao lado a minha amiga e a abracei com força, acho que tudo o que eu precisava agora era saber que eu não estava sozinha, porque a verdade é que eu estava morrendo de medo.

O que Oliver estaria pensando agora? O que ele me diria? Ele continuaria me amando ou ficaria comigo só por causa desse bebê? Será que ele acharia que eu realmente havia dado um golpe?

—Eu preciso ir! –Me levantei de supetão e Laurel e Sara me olharam, mas logo parecerem entender o que estava acontecendo e então, assentiram.

Essa era a parte boa de conhecer alguém a tanto tempo, você acabava criando uma conexão tão profunda que palavras já não se faziam necessárias pra entender a outra pessoa.

—Amamos você, ok? –Assenti rapidamente e mandei um beijo na direção delas antes de sair do apartamento e chamar um carro pelo aplicativo.

Eu havia vindo de táxi, pois sabia que não estava em condições de dirigir e agora estava mais do que agradecida por isso, porque eu continuava sem ter condição alguma.

Assim que o carro chegou, eu entrei no veículo, cumprimentei o motorista e então seguimos a viagem em silêncio enquanto eu me permitia apreciar a paisagem.

Vinte minutos depois eu estava parada do outro lado da rua, de frente ao meu prédio, sentada em baixo de uma árvore.

Eu não precisava ver pra crer, sabia que Oliver estava lá dentro, sentado, me esperando! Mas antes de falar com ele, eu precisava falar com a única pessoa que agora saberia o que me dizer.

Porque não importava os momentos de loucura, ela sempre sabia do que eu precisava!

Peguei o celular e disquei aquele número que eu já conhecia tão bem!

—Oi bebê!

Sorri ao escutar aquela voz que eu amava tanto e então me permiti olhar pro céu e pras estrelas que hoje pareciam brilhar mais do que o normal.

—Eu preciso te contar uma coisa, mãe!

...

Eu esperava gritos, coisas sendo quebradas e muito, mas muita comemoração!

Mas tudo o que eu havia recebido era “O que eu posso fazer por você, minha filha?”

Minha mãe, a que sempre havia tido um parafuso a menos, agora parecia compreender tão bem a minha situação, na verdade, ela parecia compreender melhor do que eu mesma.

Será que ela também havia se sentido dessa forma quando havia descoberto que estava grávida de mim?

Eu tinha muitas perguntas, mas achava que era melhor faze-las pessoalmente e agora que o feriado se aproximava, ela poderia passar três dias comigo e finalmente eu poderia perguntar algumas coisas que já me incomodavam há muitos anos, coisas que eu não tinha coragem de por pra fora, coisas que eu escondia até de mim mesma, mas a verdade era que se eu queria ao menos tentar ser uma boa mãe pra essa criança que estava crescendo dentro de mim, eu não podia me dar ao luxo de duvidar de tantas coisas.

Minha mãe havia ficado durante um bom tempo no telefone comigo e somente quando eu havia visto Oliver me olhando pela janela do apartamento é que havia percebido que estava mais do que na hora de voltar pra casa e conversar com ele, enfrentar o que quer que viesse pela frente e me esforçar pra resolver essa situação.

Eu já havia chorado durante horas, agora era o momento de começar a avaliar os danos e resolver essa situação.

No momento eu me encontrava batucando contra a minha perna enquanto esperava o elevador chegar ao meu andar, a coisa de metal sempre havia sido extremamente lenta, mas hoje parecia estar indo devagar demais só pra me irritar.

A verdade é que eu havia evitado Oliver por incontáveis horas, mas agora que estávamos perto, tudo o que eu mais queria era falar com ele.

Eu não sabia o que esperar, mas também sabia que não descobriria nada se ficasse parada divagando!

Assim que o elevador se abriu, eu saí rapidamente e caminhei pelo corredor, mas estaquei assim que vi que a porta do meu apartamento já estava aberta. Respirei fundo, retirei os sapatos e então caminhei até estar dentro da minha casa, frente a frente com o meu namorado.

—Você voltou! –Ele tinha uma voz suave, como se estivesse com medo de que eu fosse fugir novamente a qualquer minuto.

—Sim, obrigada por não ter ido me procurar! –Ele deu de ombros e abriu um sorriso contido.

—Foi difícil ignorar os meus instintos, mas eu sabia que você precisava de um tempo, então, achei melhor simplesmente me sentar e esperar você voltar! –Assenti levemente e então fechei a porta atrás de mim e me encostei nela.

Tudo o que eu queria agora era me aninhar nos braços do homem que eu amava, mas eu sabia que no momento a situação exigia cabeça fria e pra isso eu precisava de certa distância.

—Então...

—Então...

Por vários minutos nenhum de nós falou nada, como se as palavras simplesmente tivessem desaparecido do mundo e agora estivéssemos presos dentro de nossos próprios sentimentos. Eu sabia que não conseguiria romper o silêncio e fiquei feliz quando Oliver resolveu fazer isso.

Bom, mais ou menos!

—Então, nós vamos realmente ter um bebê? –Engasguei no mesmo momento e comecei a tossir como uma louca, eu não estava esperando que ele resolvesse ser tão direto, mas era do Oliver que eu estava falando, era bem óbvio que eu deveria esperar isso!

Ele se levantou e correu até a cozinha, em seguida, voltou com um copo de água gelada e me entregou enquanto eu ainda estava tentando lutar pra respirar.

Bebi a água calmamente e percebi que Oliver ergueu a mão na minha direção, mas em seguida a abaixou e a enfiou no bolso da calça, como se quisesse me tocar, mas estivesse se contendo.

—Sim, eu vou ter um bebê! –Minha voz não passou de um sussurro e percebi ele franzindo o cenho rapidamente.

—Como assim, você? Achei que não existia mais eu e você desde que havíamos nos conhecido, achei que agora éramos nós! –Tive vontade de chorar ao perceber que ele ainda nos considerava como um nós e ele pareceu perceber isso, pois rapidamente pareceu largar o auto controle que estava se esforçando tanto pra ter e me apertou contra os seus braços. –Amor, o que está acontecendo? Preciso que você converse comigo, ok?

Amor?

—Vo...você não está com ra...raiva de mim? –Minha voz saía cortada, não por eu não saber o que dizer, mas por estar com muito medo de ouvir a resposta.

Nesse momento ele se afastou um passo e apenas seus braços ficaram tocando os meus enquanto ele me olhava de forma profunda.

—Felicity, por que eu estaria com raiva de você?

Aquilo foi o suficiente pra abrir a torneirinha dentro de mim, eu achei que já havia chorado o suficiente pra um mês inteiro, mas aparentemente o meu corpo ainda dispunha de muitas lágrimas, porque agora elas estavam saindo como em uma verdadeira enxurrada enquanto Oliver me pegava no colo e me levava até o sofá.

Oliver me segurou contra o seu peito por muito tempo enquanto ficava sussurrando sem parar, “Eu amo você, não se esqueça disso!”, e aquilo só me fazia chorar mais, porque eu estava aliviada.

O homem que eu amava ainda me amava também, então talvez todos os meus medos fossem infundados!

—Você está se sentindo melhor agora? –Ergui a cabeça na direção do rosto dele e Oliver calmamente limpou cada uma das minhas lágrimas enquanto eu assentia de leve. –Por que você achou que eu estava com raiva de você? É por isso que você saiu correndo mais cedo?

Assenti mais uma vez e o abracei mais forte antes de voltar a falar.

—Eu não sabia o que fazer, não sabia o que você ia dizer, pensei que você acharia que eu estava tentando te dar um golpe. –Ele abriu a boca, mas eu o impedi de falar no mesmo momento. –Por favor, eu preciso terminar, Oliver! –Ele assentiu timidamente e eu continuei. –E mesmo que você não achasse que era um golpe, eu sabia que a culpa é minha porque eu fiquei doente e tomei antibióticos e eu sempre soube que isso cortava o efeito do anticoncepcional, mas eu simplesmente me esqueci e agora isso aconteceu e eu sinto muito mesmo.

As lágrimas pareciam querer voltar aos meus olhos, mas dessa vez eu as segurei firmemente.

—Em primeiro lugar, eu conheço você Felicity, conheço a sua alma e por isso me apaixonei por você, eu jamais pensaria que você estava usando um filho pra conseguir dinheiro. E em segundo lugar, a culpa não é sua, você não fez esse bebê sozinha e vamos cuidar dele, juntos...quer dizer, a não ser que você queira...-Ele deixou a frase em aberto e eu sabia a continuação dela...

A não ser que você queria...abortar!

Neguei rapidamente com a cabeça e ele respirou aliviado, ali naquele momento eu percebi o quanto ele já parecia amar essa criança e o quanto eu era sortuda por ter esse homem na minha vida.

—Você reagiu muito melhor que eu, sabia? Quer dizer, era de se pensar que você seria a pessoa que surtaria, mas fui eu quem quase teve um treco. –Ele riu baixinho e então acariciou os meus cabelos.

—Desde que eu te conheci, a perspectiva de formar uma família com você nunca pareceu assustadora, mas agora nós simplesmente adiantamos os planos que eu já tinha pro futuro, entende? E eu sei que vamos fazer dar certo de algum jeito, porque estamos juntos e assim ficamos mais fortes.

Assenti rapidamente e então colei a minha boca na dele.

Oliver me beijou com fome e eu me acomodei melhor no seu colo, mas era engraçado, porque apesar da intensidade do beijo, ali não havia nenhum tipo de conotação sexual, tudo o que queríamos era nos perder nos braços um do outro, achar conforto e paz.

Ficamos ali nos beijando por muito, muito tempo e somente quando eu já estava começando a ficar sonolenta é que Oliver se separou de mim e me levou até o quarto.

—Eu quero tomar um banho! –Falei contra o pescoço dele e ele assentiu de leve antes de me levar até o banheiro.

Eu sabia que ele queria cuidar de mim, mas nesse momento eu precisava provar que ainda era capaz de cuidar de mim mesma e por isso o afastei de leve e na mesma hora, Oliver pareceu entender o recado.

Ele saiu do banheiro lentamente, sempre olhando pra mim e somente quando eu estava sozinha é que me permiti abaixar os ombros e respirar fundo.

Entrar debaixo da água quente foi como um alívio pros meus músculos tensos e eu posso dizer que me senti revigorada assim que coloquei o pijama e terminei de escovar os dentes.

Caminhei até o quarto e então Oliver passou por mim e foi a vez dele de entrar no banheiro. Por isso me deitei e fiquei ali esperando por ele.

Eu já estava quase adormecendo quando senti a cama atrás de mim afundar e braços fortes me abraçarem de maneira suave. A mão de Oliver pousou na minha barriga e senti sua barba rala na minha orelha.

—Tudo vai mudar, mas não se preocupe, eu estou aqui com vocês! –Sorri de leve e me deixei levar pelo mundo dos sonhos enquanto era acalentada pelo amor da minha vida.

Mas mesmo dormindo, os pensamentos não saíam da minha mente.

Eu ainda precisaria contar pra todos que estava grávida, Sara precisaria fazer o mesmo, Roy iria pedir Thea em casamento e o mundo iria descobrir todas essas novidades. Eu sabia que a mídia não seria gentil com nenhum de nós três, seríamos vistos como o trio que deu um golpe nos bilionários, mas eu sabia que estávamos juntos nessa e que só precisávamos aguentar firme e nos importar com a opinião das pessoas que realmente nos amavam.

Eu sentia que podia superar tudo ao lado do Oliver, mas apesar disso, um pensamento não saiba da minha mente e estava atormentando o meu coração desde que eu havia descoberto sobre a gravidez...

O que Moira Queen pensaria disso? Ou melhor, o que ela iria fazer quando descobrisse?

Talvez esse bebê fosse o que eu estava esperando pra conseguir aproxima-la do Oliver, mas talvez fosse o que jogaria a pá de terra em cima do relacionamento dos dois, eu só poderia esperar pelo melhor e lutar pra fazer acontecer, mas sabia que o destino precisaria me ajudar nessa empreitada se eu quisesse obter sucesso.

A verdade é que a partir de agora, todo o nosso futuro era ainda mais incerto e eu só podia torcer pra que conseguisse passar por todas as provações que eu tinha certeza que estavam por vir!

 


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Notas finais do capítulo

E agora meu povo? O que será que vai acontecer? Fefe está grávida, Sara também, Thea vai ser pedida em casamento e muita coisa ainda vai rolar.
Quais são as apostas de vocês? Me contem tudo nos reviews, ok?

Comentem, favoritem, recomendem (sério ne? Faz tempo que eu não recebo uma recomendaçãozinha kkkkkkkkkkk), façam essa autora feliz!!!!

Até o próximo cap,
beijooos!!!



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