I'm a sucker for you 

You say the word and I'll go anywhere blindly 

I'm a sucker for you, yeah 

Any road you take, you know that you'll find me 

I am a sucker for all the subliminal things 

No one knows about you (About you) 

About you (About you) 

And you're making the typical me break my typical rules

It's true, I'm a sucker for you, yeah

Sucker - Jonas Brothers

—Ela já se acalmou?

Curtis riu baixinho e em seguida confirmou com a cabeça!

—Já sim, na verdade é como se ela nunca tivesse ficado nervosa, ela está totalmente bem!

Assenti com um suspiro aliviado e só então pude realmente me concentrar no trabalho.

Felicity havia ficado brava comigo por causa de um comentário que eu havia feito sobre a sua aparência, a minha intenção era elogia-la, dizer que ela estava com as curvas maravilhosas nos lugares certos, mas ela entendeu que eu a estava chamando de gorda e depois disso...bom, acho que o prédio inteiro escutou enquanto ela gritava que eu eram um “Queen filho da mãe”.

—Sabe o que é mais estranho? A Felicity não é disso, quer dizer, o humor dela tem oscilado ultimamente, mas eu achei que não era nada demais, agora estou começando a achar que é! –Concordei mais uma vez com o homem à minha frente e então comecei a pensar.

Tudo estava indo bem nos últimos dois meses, ela estava tranquila e a minha mãe finalmente havia nos dado uma folga, mas nas últimas semanas Felicity estava estranha, irritadiça, e as vezes, chorava sem motivo nenhum.

—Será que é, você sabe, aquela três letrinhas? –Curtis riu alto diante do meu sussurro, mas eu tinha que me precaver, porque vai que a mulher decidisse aparecer bem na hora em que eu estava perguntando sobre a TPM dela?

—É uma possibilidade, Oliver! Os períodos dela costumam variar muito, eu já vi ela mal humorada, já vi ela triste, já vi ela comendo como um javali, todo mês é uma coisa diferente, então, é provável que isso passe logo!

Voltei a assentir mais uma vez, mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, Barry e Caitlin apareceram e pareciam vermelhos como um pimentão!

—Oi gente, tá rolando algum tipo de reunião? –Franzi o cenho na direção deles e então Barry pareceu não conseguir se segurar.

—Tudo bem, talvez a gente esteja fugindo da Felicity! –Ri alto com aquilo e logo todos estávamos dando risada.

Meu Deus, a minha namorada que mais parecia uma nuvem de amor ambulante estava assustando todo mundo.

Eu iria comprar chocolate, muito chocolate, talvez isso ajudasse!

—Por que tá todo mundo rindo? –A risada morreu no mesmo momento ao perceber que a loira estava na porta, nos encarando.

Meu Deus do céu, as paredes desse escritório eram de vidro, como é que eu não havia visto ela chegar?

—Estamos rindo porque estávamos nos lembrando daquele dia do luau onde a Cait contou que o pai dela assustou o Barry! –Curtis foi rápido na resposta e eu respirei aliviado ao perceber que ela havia acreditado.

—Isso foi realmente hilário, mas perde pro jantar que eles tiveram naquele restaurante japonês! –Nesse momento Barry e Cait franziram o cenho e eu fiz sinal pra ela se calar, mas eu fui visto pelos dois e então não tinha mais pra onde correr.

—Espera, como diabos vocês sabem sobre o jantar com os meus pais no restaurante japonês, quer dizer, nós contamos, mas não demos tantos detalhes assim! –A morena olhou inquisitivamente pra mim e eu logo ergui as mãos em sinal de rendição.

—Não olha pra mim, eu não fiz nada, foram eles! –Apontei na direção deles e Cait rapidamente se transformou em uma mãe brava.

—É melhor vocês dois começarem a se explicar! –Ela falava de forma tão autoritária que nem parecia que estava fugindo de medo da minha namorada há cinco minutos atrás.

Meu Deus, o que estava acontecendo com essas mulheres?

—Não foi nada demais, é que por acaso nós dois, Tommy e Thea decidimos jantar naquele restaurante também! –Curtis falava isso com a maior cara de pau do mundo e eu simplesmente estava me segurando pra não rir!

—No mesmo dia que a gente? Vocês sentiram vontade de comer comida japonesa naquele restaurante justamente naquele dia?

—Foi pura coincidência, isso eu posso te garantir! –Felicity tinha um olhar inocente no rosto e olhava pros dois chocados com tamanha falta de vergonha na cara.

—Então eram vocês que estavam rindo como lunáticos e incomodando os clientes? –Barry agora parecia ligar as coisas e eu já não estava mais conseguindo me segurar!

—E é melhor a gente ir agora, tipo agora mesmo! –A conversa cessou no mesmo momento ao percebermos que minha mãe estava saindo do elevador, acompanhada do Diggle!

Hoje ele estava bancando o motorista dela, já que o Antony estava doente.

—Nos vemos mais tarde, amor! –Felicity mandou um beijinho na minha direção e começou a seguir em direção à porta juntamente com os outros no mesmo momento em que minha mãe entrava na sala.

Eu não queria que eles saíssem, mas sabia que todos estavam fazendo isso pra evitar conflito e achei melhor me manter em silêncio também.

Todos saíram tranquilamente, mas Felicity pareceu ficar tonta assim que passou pela minha mãe.

Eu me levantei rapidamente, mas Barry foi mais rápido e aparou ela.

Corri até os dois e passei as mãos no rosto dela, que de repente havia ficado gelado.

—Amor, o que aconteceu? –Ela parecia já estar melhorando e sacudiu a cabeça rapidamente.

—Nada demais, acho que o perfume da sua mãe me deixou tonta, ele é muito forte e eu não comi nada hoje! –Ela lançou um sorriso na minha direção e outro na direção da minha mãe, como se estivesse tentando deixar claro que aquilo não era uma ofensa.

Por que ela ainda sorria depois de tudo o que a minha mãe havia feito?

Todos saíram da minha sala antes que a minha mãe tivesse tempo de responder e eu não sabia se respirava aliviado ou se ficava irritado porque eu não aguentava mais isso.

Será que eu precisaria cortar todos os laços com a minha mãe e com a empresa pra poder ter um pouco de paz?

—O que você quer, mãe? –Voltei ao meu lugar e respirei fundo antes de me sentar.

—Você esqueceu da nossa reunião mensal pra fazer o balanço? –Ergui a cabeça rapidamente ao me lembrar daquilo, mas principalmente ao perceber que ela não havia tecido nenhum comentário sobre a minha namorada ou os nossos amigos.

Algo não estava certo!

—Bom, vamos começar logo ou você vai ficar me olhando? Eu não tenho o dia todo, Oliver! –Assenti rapidamente e sacudi a cabeça para tentar sumir com aquele espanto.

Eu já disse que algo não estava certo?

Passamos as próximas duas horas analisando todos os relatórios e todas os possíveis investimentos que a empresa poderia receber nas próximas reuniões! Incrivelmente, havia sido fácil trabalhar lado a lado com a minha mãe hoje, quer dizer, nós não estávamos próximos, longe disso, mas eu pelo menos não estava com vontade de jogar ela pela janela a cada cinco minutos.

Isso devia ser algo bom, não é?

Assim que terminamos, eu estava me sentindo até mais leve e percebi que pela primeira vez em anos eu havia passado uma tarde “normal” com a minha mãe.

O problema foi que eu havia comemorado cedo demais!

Felicity entrou pelo elevador e deixou três enormes pastas na mesa da Raissa, em seguida, me lançou um tchauzinho e voltou a andar na direção da caixa de metal.

Nesse momento, percebi que minha mãe a encarava fixamente.

—Por que você está olhando pra ela desse jeito?

 Minha mãe encarou Felicity por mais algum tempo enquanto ela saía e então se voltou pra mim.

—Eu estou pensando que você logo vai perceber que ela finalmente conseguiu o que queria de você e vai me dar razão muito em breve, meu filho!

Após isso, ela saiu da minha sala em silêncio, fazendo um aceno pra Diggle que estava voltando do banheiro, segui-la.

Mas o que?

Por que ela sempre precisava estragar tudo? Por que ela não podia ser normal por pelo menos um único dia? Eu não merecia isso?

Continuei em silêncio, olhando pra mulher que um dia havia sido tudo pra mim, ir embora e me perguntei até quando eu suportaria aquilo, porque no fundo, por mais que eu não quisesse admitir, eu ainda nutria esperanças de que poderíamos nos resolver em algum momento, mas essas esperanças morriam um pouco mais a cada novo problema.

—Está tudo bem meu menino? –Ergui os olhos e vi que Raissa me olhava preocupada, aquilo me fez abrir um leve sorriso e ao mesmo tempo sentir o coração apertado, porque a sensação de ter uma segunda mãe conflitava com a sensação de que a minha mãe verdadeira ainda estava viva e eu não precisaria ter uma segunda se a nossa relação fosse melhor.

—Eu tô bem sim, não se preocupa comigo não! –Ela riu alto e então se aproximou de mim pra então poder acariciar os meus cabelos.

 -Isso é impossível e você sabe disso, comecei a ganhar cabelos brancos desde o momento em que te peguei no colo pela primeira vez! –A abracei pela cintura e fechei os olhos, me permitindo sentir o seu perfume e me lembrar de uma outra época, em que joelhos ralados se curavam com beijinhos e meus pais eram capazes de espantar os monstros que viviam embaixo da cama.

—Eu sei que parece que agora nada está dando certo, mas vai ficar tudo bem, ok? Eu sinto que vai, na maioria das vezes Deus consegue fazer coisas lindas a partir de horríveis tragédias, por isso preciso que você tenha fé! –Eu assenti levemente, ainda abraçado a ela e percebi que eu realmente queria ter fé de que as coisas melhorariam.

E eu lutaria pra encontrar essa fé dentro de mim!

—Agora eu vou deixar você voltar a trabalhar, eu sei bem o quanto você quer ir pra casa ficar com a Felicity! –Ri baixinho com a frase dela e então beijei o seu rosto e a deixei sair da minha sala.

A vida era complicada na maioria das vezes, eu tinha esses problemas e essas angústias dentro de mim e eu simplesmente não conseguia me livrar delas, só quando eu estava com a Felicity é que as coisas melhoravam, mas apesar disso, a angústia sempre estava lá em todos os momentos.

Sacudi a cabeça pra tentar espantar aqueles pensamentos e então decidi me concentrar no trabalho porque eu ainda tinha mais duas horas de relatórios e papéis pela frente e Deus sabe o quanto eu não estava nem um pouco empolgado com isso.

...

—Finalmente chegamos em casa, meus pés estão me matando! –Felicity deixou os sapatos de salto perto da porta de entrada e logo então gemeu baixinho quando sentiu os pés no chão.

Aquilo fez coisas comigo, mas preferi ignorar tudo por enquanto, afinal, eu ainda não sabia como estava o humor dela, ele estava variando constantemente e eu estava começando a ficar preocupado com isso.

—Acho que pelo visto a sua raiva de mim passou, né? –Eu falei mais como uma pergunta esperançosa do que qualquer outra coisa e então me sentei calmamente ao lado dela.

—Eu sinto muito sobre mais cedo, na verdade eu sinto muito pela maneira como venho me comportando nos últimos dias, eu achei que isso ia passar rapidamente, mas assim que percebi que eu não estava melhorando, procurei a doutora Yung, ela ficou de me ligar hoje a noite pra dizer o resultado dos meus exames, embora eu já saiba o que vai aparecer! –Franzi o cenho rapidamente e me aproximei dela no mesmo instante.

Felicity estava doente?

—Como assim, exames? O que tá acontecendo? –Ela suspirou baixinho e então segurou minha mão, minha cabeça já começava a pensar em mil coisas ruins quando ela sorriu pra mim e aquilo teve o poder de me acalmar.

—Não é nada grave, na verdade, eu nem sei porque não te contei antes! –Suspirei aliviado naquele momento, mas continuei olhando na direção dela, em busca de mais respostas. –Há pouco mais de um ano atrás eu comecei a sentir as minhas emoções fugindo do controle sempre em determinados dias do mês, as pessoas diziam que era só a TPM, mas eu sabia que tinha alguma coisa errada, então falei disso com a minha ginecologista e ela me pediu uma bateria de exames. Acontece que ela descobriu que eu estava com uma alteração hormonal fortíssima, o que estava fazendo com o meu humor ficasse totalmente alterado nos períodos pré menstruais, por isso ela me passou um medicamento e eu tomei ele por quase um ano e me senti bem de novo, mas agora eu voltei a me sentir assim, estranha, então acho que meus hormônios estão se alterando de novo!

Eu havia entendido metade das coisas que ela havia falado, mas me parecia ótimo o fato de não ser nada grave!

—Graças a Deus, quando você falou sobre exames eu pensei as piores coisas possíveis! –Ela riu baixinho e então se aconchegou no meu peito.

—Não se preocupe, senhor Queen! Eu ainda vou ficar aqui pra te importunar por um longo, longo, longo tempo. –Eu ri baixinho com aquilo e então a posicionei melhor no meu colo.

—Eu estou contando com isso, senhorita Smoak! –Ela mordeu o meu pescoço de leve e eu grunhi baixinho com aquela provocação.

Eu conhecia muito bem a minha namorada e conhecia o corpo dela também, sabia quando ela queria chorar, rir, assistir filmes melosos e comer chocolate e bem, sabia quando ela queria sexo também.

—Olha só, eu acho que alguém está um pouco mais animada agora! –Ela riu baixinho e então subiu no meu colo rapidamente.

—Cala a boca e me beija, Queen!

—Sim senhora!

Essas foram as nossas últimas palavras por vários minutos, porque rapidamente eu tomei a boca dela na minha e a presenteei com um beijo desesperado porque aquela mulher era simplesmente tudo pra mim.

Felicity gemeu baixinho contra a minha boca e apertou as suas pernas ao meu redor, roçando nossas intimidades e fazendo o meu companheiro dar sinal de vida rapidamente.

Antes que eu conseguisse sequer raciocinar, minhas mãos já estavam percorrendo o corpo delgado da minha namorada, subindo a sua saia e abrindo os botões da sua blusa, com ela era sempre assim, nunca era o suficiente, eu sempre precisava de mais.

Felicity não estava diferente, afrouxando a minha gravata e retirando o meu paletó enquanto nos beijávamos como um casal que não se via há meses.

—Isso tudo é saudade? Acho que talvez eu deva viajar por uma semana pra receber um tratamento melhor que esse quando voltar. –Ela mordeu a minha boca com força e eu grunhi alto antes de joga-la deitada no sofá.

—Você não ousaria, Queen! –Agora o seu pescoço era o meu alvo e eu dava várias mordidas leves, fazendo com que a pele alvo começasse a ficar vermelha.

Eu estava pronto pra abaixar as alças do sutiã dela e me banquetear com aqueles seios fartos, mas fomos interrompidos pela campainha rapidamente.

—Quem será que é? O porteiro não avisou nada! –Felicity pareceu preocupada, mas eu logo tratei de enviar essas preocupações embora, assim que comecei a distribuir beijos pelo corpo dela.

—ABRAM A PORTA LOGO, SABEMOS QUE VOCÊS ESTÃO AÍ TRANSANDO!

—Não que a gente queira ver isso né amor?

—CLARO QUE NÃO, SERIA NOJENTO!

—Você pode, pelo amor de Deus, parar de gritar?

Deixei a minha cabeça cair contra o colo de Felicity e resmunguei baixinho, não dava pra ele aparecer em uma hora pior.

—Esse idiota inconveniente! –Felicity riu baixinho do meu desespero e então saiu debaixo de mim, arrumou a blusa e foi abrir a porta.

Tommy e Helena entraram rapidamente, a morena parecendo envergonhada enquanto o meu amigo (eu estava questionando esse posto dele no momento) dava risadas ensandecidas.

—Oi cunhada linda! –Ele abraçou a minha namorada e então se voltou pra mim. –Oi senhor barraca armada!

Segui a direção do olhar dele e percebi que o meu membro estava totalmente comprimido contra a calça, me virei de costas no mesmo momento e saí correndo na direção do banheiro.

—Eu vou matar esse cretino desgraçado...quem ele pensa que é?...aparecendo assim sem avisar...eu deveria passar com um carro por cima dele...e depois passar de novo só pra ter certeza de que ele havia morrido mesmo. –Enquanto eu resmungava, entrei dentro do banheiro e tranquei a porta logo em seguida. –Idiota inútil...se ele acha que isso não vai ter troco, tá muito enganado...vou esfolar ele no asfalto quente!

Eu estava preparado pra tomar um banho frio se precisasse, mas quando olhei pra baixo, vi que tudo estava resolvido, a minha raiva do imbecil era tanta que até o meu pênis havia entendido que era hora de se recolher.

Respirei fundo, lavei o rosto e então voltei pra sala onde encontrei os dois sentados no sofá da minha namorada (não naquele em que estávamos deitados, no outro).

—Olha só, você conseguiu resolver o seu problema bem rápido! –Fuzilei o Merlyn com o olhar e então me sentei ao lado da Felicity.

—Foi só pensar na sua cara feia e em todas as formas de te matar, que eu consegui resolver tudo tranquilamente! –Ele riu alto e então deu de ombros, parecendo admirado.

—Caramba, eu sou mesmo muito útil em todos os momentos! –Fechei os punhos e então grunhi.

—Eu vou mata-lo! –Felicity rapidamente começou a acariciar o meu braço e então olhou pro casal a nossa frente.

—Nada de pensar em homicídios agora, querido! –Percebi que ela, assim como Helena, se seguravam pra não rirem. –Mas então, como foi que vocês entraram no prédio sem o porteiro avisar?

—Querida, nós temos entrada VIP em qualquer lugar! –Tommy tinha um sorriso arrogante no rosto e Helena logo olhou na direção dele e revirou os olhos.

—O seu porteiro estava dormindo, Felicity! Passamos por ele e ele nem sequer piscou!

O cara era um inútil mesmo, mas todos no prédio pareciam adora-lo, então eu ficava calado!

—Ah, isso acontece as vezes, mas ele não faz por mal! –Ergui os olhos na direção dela e então a encarei da melhor forma que consegui.

—Jura? E se fosse um bandido perigoso ao invés do trouxa aqui? Não se ofenda Helena, sua presença é sempre bem vinda, eu só estou reclamando do encosto que você carrega! –Helena riu baixinho enquanto Tommy me olhava indignado e Felicity me dava uma cotovelada.

—Eu gosto de pensar que ele sempre vai estar acordado nos momentos importantes! –Minha namorada disse isso com tanta convicção e eu achei melhor não interferir, quer dizer, ela provavelmente poderia me matar de verdade caso voltasse a ficar irritada da mesma maneira que estava hoje de manhã.

—Será que alguém vai perguntar o que nós viemos fazer aqui ou tá difícil? –Tommy colocou os pés na mesa e eu quase soquei a cara dele, mas Felicity parecia tranquila e por isso eu não falei nada.

—Ah, você tem algum motivo pra estar aqui? Achei que você só estava sendo inoportuno como sempre! –Ele revirou os olhos e então se voltou pra mim.

—Qualquer pessoa que ver essa sua atitude vai pensar que você realmente não gosta de mim, mas todos aqui sabem que eu sou o verdadeiro amor da sua vida desde que tínhamos nove anos e eu salvei a sua vida! –Cruzei os braços e o encarei, nós tínhamos lembranças bem diferentes daquela época.

—Era só uma abelha, você matou uma abelha pra que ela não me picasse!

—Se você fosse alérgico, teria morrido, então eu salvei você e não discuta comigo!

—Tudo bem, já entendemos que vocês vivem entre tapas e beijos, mas agora será que vocês poderiam me dizer o que vieram fazer aqui? –Felicity havia decidido tomar a frente da situação e eu estava mais do que feliz com isso.

—Obrigada Felicity, nós viemos aqui porque precisamos ajudar o Roy, como vocês sabem ele vai pedir a Thea em casamento e precisamos arrumar tudo, ent...

—COMO É QUE É? –Interrompi Helena no mesmo momento e minha respiração começou a sair em lufadas. –COMO ASSIM ELE VAI PEDIR MINHA IRMÃ EM CASAMENTO?

E porque eu parecia ser o último a saber disso?

—Ai meu Deus, ele não veio falar com você ainda, né? –Depois de dizer isso, a morena começou a bater em Tommy compulsivamente enquanto ele se encolhia contra o sofá. –Eu falei pra você pra virmos no dia combinado com o Roy, ao invés disso você veio antes e estragou tudo seu idiota!

—Amor para com isso, você tem uma mão pesada! –Tommy conseguiu se desvencilhar dela e rapidamente abriu um sorriso confiante. –Pelo menos agora o Ollie sabe e já vai estar preparado quando o Roy vier falar com ele!

Ele achava mesmo que tinha resolvido a situação?

—Por que não contamos o plano pra vocês então e começamos a resolver tudo isso logo? Quando o Roy vier falar com você, você pode fingir que não sabe, Ollie! –Helena parecia extremamente sem graça e tentava arrumar a situação.

—Por mim tudo bem, vamos fazer isso Helena! –Olhei de maneira chocada pra Felicity e ela rapidamente deu de ombros. –O que? Você tem sorte de ele pensar em pedir pra você primeiro, não estamos mais no século XIX, ninguém mais faz isso amor!

Ainda de maneira emburrada, acabei assentindo e então voltei a me sentar, Tommy fez o mesmo e começamos a resolver os detalhes. Ao que parece, Roy havia pedido ajuda com o pedido, porque ele queria fazer um número de dança dentro da Verdant e aparecer logo em seguida pra pedi-la em casamento.

Tudo bem, talvez eu tivesse achado a ideia bem legal, mas ele ainda deveria ter vindo falar comigo primeiro!

—Espera, por que o resto do pessoal não está aqui, então? –Só agora é que eu havia me atentado a essa fato, será que o Roy não havia falado pra mais ninguém?

—Porque não dava pra contar pra todo mundo! Curtis, Cait e Barry não reagem bem sobre pressão, se a Thea os apertasse um pouco eles cantariam como passarinhos, já a Laurel está ocupada com um processo grande na promotoria e a Sara está sempre por algum canto se pegando com o Ray agora que eles assumiram que se querem loucamente.

Espera, oi?

—Como assim a Sara assumiu alguma coisa? Até onde eu sei, ela não assumiu nada! –Tommy gargalhou alto e deu de ombros.

—Ela não assumiu nada pra gente, mas assumiu pra ele e ele assumiu pra ela e antes que vocês perguntem como eu sei disso, é porque a Laurel leu as mensagens dos dois no celular dela e assim que resolvermos a vida da Thea e do Roy, eu vou bolar algo pra pegar aqueles dois no flagra! Agora vamos voltar ao trabalho, chega de fofocar.

Thomas Merlyn falando essa frase era algo impensável pra mim!

Passamos as próximas duas horas resolvendo tudo, pensando nos dançarinos pra contratar, tentando adequar tudo com a música que o meu cunhado havia escolhido e tratando de bolar uma ideia pra todos estarmos lá sem chamar a atenção da minha irmã.

Dei graças a Deus quando finalmente acabamos porque eu estava exausto e ainda nem eram nove horas da noite.

O telefone da minha namorada tocou e eu vi o nome da sua médica na tela, por isso a deixei sair pra falar ao telefone e fui levar os meus amigos até a porta.

—Foi divertido pessoal, não vamos repetir isso por um bom tempo, tudo bem? –Os dois deram risada e foi impossível não rir também.

Eu amava esse bando de loucos, eles eram a minha família!

—É claro que vamos repetir, você não consegue ficar tanto tempo assim longe da gente! –Revirei os olhos na direção de Tommy e então abracei os dois pra me despedir.

Fiquei mais um tempo ali na porta, observando o casal entrar no elevador e somente quando as portas de metal se fecharam é que eu voltei pra dentro do apartamento e fechei a porta atrás de mim.

Felicity não estava na sala, nem na cozinha, por isso, caminhei em direção ao nosso quarto (porque sim, eu ficava tanto tempo aqui que a casa já era praticamente minha também).

Minha namorada estava ali, olhando pela janela com um olhar perdido no rosto e então eu senti algo diferente de tudo o que eu já havia sentido na vida. Uma sensação tomou o meu corpo e ao olhar atentamente para o rosto dela eu soube que o que quer que estivesse acontecendo, mudaria a minha vida pra sempre.

Ela não me viu ali, parado na porta e eu observei em câmera lenta enquanto uma lágrima descia pelo seu rosto e murmurava algo ao mesmo tempo que levava uma mão até a barriga.

—Eu tô o que?