The Mistake - HIATUS escrita por Ciin Smoak


Capítulo 12
Olicity operation


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem voltou com toda essa rapidez meus amores? Nem parece que sou eu né? kkkkkkkkkkkkk..
Enfim, eu fiz uma enquete no twitter (se você não me segue, deveria seguir, viu? O meu tt é @cinthya_smoak) e os meus leitores de lá votaram que a fic a ser atualizada deveria ser The Mistake, por isso estou aqui novamente.
Eu gostaria de agradecer a todos que comentaram no último cap, eu ainda não tive tempo de responder, mas li todos os comentários e ainda amanhã vou estar respondendo todos vocês, PORÉM, eu gostaria de fazer um pedido importante, eu percebi que o número de reviews caiu do penúltimo capítulo pra esse último que foi postado, então peço para que vocês não me abandonem por favor!

Não custa nada tirar um minuto do seu tempo pra me dizer o que achou do cap né?
Então, vamos à leitura e eu espero vocês nos reviews meus amores!!!



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Funny how the heart can be deceiving
More than just a couple times
Why do we fall in love so easy?
Even when it’s not right

Where there is desire, there is gonna be a flame
Where there is a flame, someone’s bound to get burned
But just because it burns doesn’t mean you’re gonna die
You gotta get up and try, and try, and try
You gotta get up and try, and try, and try
You gotta get up and try, and try, and try

Try - Pink

 

 

 

POV THEA

—Isso é mesmo necessário? Podíamos ter nos encontrado na cafeteria ao lado da empresa!

Curtis parecia um velhinho reclamão, mas eu o entendia, ele estava frustrado, todos nós estávamos.

Há quase duas semanas, Raissa, Curtis e John vínhamos tentando juntar os dois cabeças duras de alguma forma, mas nunca dava certo.

Felicity sempre fugia e nas pouquíssimas vezes em que isso não acontecia, Oliver parecia um pateta e não sabia o que dizer!

Estava ficando cansativo!

—Eu acho que não preciso dizer pela décima vez que se nós fizéssemos isso, com toda a certeza do mundo alguém iria nos ver e aí estaríamos perdidos, se Oliver e Felicity ao menos desconfiarem que nós estamos conversando o plano vai pro brejo e vamos perder a nossa chance.

Ele assentiu parecendo entender dessa vez, se bem que ele também parecia ter entendido das últimas quatro vezes e então ele voltava a perguntar.

—Eu não sei, quer dizer, é obvio que eu quero os dois juntos de novo, mas não me sinto muito bem agindo pelas costas do Oliver e da Felicity! –Bufei pela milésima vez e me segurei para não bater em John, por que ele precisava ser tão chato?

Quer dizer, eu até entendia, todo grupo precisava de um pai mandão e ele com certeza fazia esse papel.

Pensei em uma resposta mordaz, mas antes mesmo que eu pudesse abrir a boca, Raissa foi mais rápida.

—Porque John, se nós não fizermos nada agora, Oliver e Felicity nunca vão se resolver, você quer isso? Porque meu menino vai acabar virando um velho ranzinza e chato que vive reclamando do barulho e procurando os seus remédios enquanto o andador dele faz tec tec pela casa inteira e a Felicity vai virar a velha dos gatos! –Ela parecia muito séria enquanto dizia aquilo tudo e Curtis parecia tão entretido no embate quanto eu.

—Deus me livre de gatos, eu sou alérgico, não poderia mais ser amigo da Felicity!

—E eu não conseguiria suportar o Ollie porque sendo a irmã dele, com certeza eu seria o alvo dos ataques, talvez ele decida jogar o andador em mim!

Raissa parecia exultante com os nossos depoimentos e John já se segurava pra não rir.

Éramos um tipo de desajustados é Deus sabia bem disso!

—E então John, você quer que a Felicity vire a velha dos gatos e o Oliver fique jogando o andador na Thea? –Acho que isso foi demais pra ele, o homem à minha frente começou a rir como um louco, mas por fim deu de ombros, enxugando algumas lágrimas que saíam dos seus olhos.

—Olha, eu não posso fazer nada quanto ao Oliver usar ou não um andador na velhice, mas não quero que a Felicity vire a velhinha dos gatos, então!

Rimos por mais algum tempinho, mas logo voltamos a seriedade. Precisávamos de um plano realmente efetivo pra fazer com que Oliver e Felicity conversassem e não sabíamos o que fazer.

—O que diabos a gente vai fazer? –Curtis expos o que todo mundo estava pensando e Raissa deu de ombros.

—Não sei, tranca-los em algum lugar? –Eu comecei a assentir rapidamente. Era uma ótima ideia, mas Diggle sacudiu a cabeça em sinal de negação e eu fiz o mesmo porque ele parecia muito sério.

—Se o único problema fosse colocar os dois no mesmo local nós já teríamos resolvido isso a muito tempo, o real problema aqui é fazer com que a Felicity queira escuta-lo de verdade e tirar o Oliver dessa sessão de auto piedade dele, porque se essa semana não estivesse cheia de reuniões importantes com investidores eu tenho certeza de que ele ainda estaria dentro do quarto tentando ver quando tempo alguém consegue sobreviver sem comer ou tomar banho!

Curtis franziu o cenho com aquela informação, apesar de estarmos a duas semanas trabalhando todos juntos, ele era o único que não tinha contato pessoal com o Oliver.

—Mas ele já não conversou com o Tommy e a Helena? Achei que ele estava melhor depois disso! –Me joguei na cadeira e assenti lentamente.

—E está, na maior parte do tempo, quero dizer. Ele está bem, aí lembra da Felicity, e não está mais. Sério, a expressão dele muda e se transforma em uma cara de desgosto tão grande que parece que ele está vendo os nossos pais fazendo sexo!

Todos se engasgaram com aquilo e eu dei de ombros!

Eu não havia falado nada demais!

Além do mais, eu estava tentando não deixar essa cena invadir a minha cabeça, já basta ter que ver as discussões entre a mamãe e o Oliver todos os dias, desde que ele e a Felicity haviam brigado tudo havia piorado, de algum jeito Moira Queen ficou sabendo disso e começou a jogar a situação na cara do meu irmão toda vez que ele estava por perto.

A situação estava ficando insustentável dentro da minha casa!

Desde a morte do papai a relação dos dois mudou bruscamente e eu vivo tentando entender o que aconteceu, o que eles estão me escondendo, mas nunca consigo arrancar nada dos dois!

—Por que diabos vocês estão tão escondidos? –Me virei na direção da voz rapidamente e me deparei com uma loira que só podia ser a mãe da Felicity. Sorri com aquilo e agradeci aos céus.

Finalmente as coisas começariam a caminhar!

Duas semanas haviam se passado e ela não havia conseguido ser liberada do trabalho antes, o chefe dela era um porre e mesmo com a minha tentativa de suborno (estou desesperada, então não me envergonho disso) eu não consegui faze-lo liberar ela do trabalho antes.

Antes que alguém pudesse falar alguma coisa, um homem entrou carregando duas malas rosa pink e as colocou do lado dela, em seguida, ficou olhando em sua direção, como se estivesse esperando algo.

—São 43,00 dólares! –Vi Donna escancarar a boca no mesmo momento e em seguida olhar pros céus como se estivesse sendo castigada.

—De quem foi a ideia de vir parar no meio do nada? Curtis, querido, eu espero que não tenha sido sua, porque se você fez isso e depois teve a cara de pau de me enviar o endereço eu vou te matar.

Ri alto com aquilo e ergui a mão.

—Thea Queen, culpada! Mas em minha defesa, precisávamos de um local onde teríamos garantias de que o Oliver e a Felicity não iriam nos descobrir.

Ela assentiu, parecendo entender. Mas logo em seguida revirou os olhos e começou a vasculhar a carteira, fui mais rápida e tirei o meu cartão de crédito da bolsa, entregando pra John logo em seguida.

—John, pague a corrida da Donna e dê uma bonificação ao motorista por ter trazido as malas dela até aqui!

O homem ao meu lado assentiu rapidamente e saiu no encalço de um motorista que agora ostentava um sorriso enorme no rosto. Donna guardou a carteira e olhou pra mim com uma expressão renovada.

—Thea Queen, eu já gostei de você! –Sorri, fazendo um estilo coquete e dei de ombros.

—E eu gostei de você antes mesmo de te conhecer Donna Smoak! –Ela agradeceu com a cabeça e em seguida eu a apresentei pra Raissa, já que ela era a única pessoa que a mãe da Felicity não conhecia.

Depois disso, Diggle voltou e começamos a colocar a Donna a par de tudo o que havíamos tentado fazer nas duas últimas semanas, ela assentiu e ouviu tudo em silêncio, parecendo calma até demais.

—Eu adorei as ideias de vocês, o único problema é que elas são uma droga. Me deixem montar o plano e aí pode ficar muito bom! –Donna praticamente pulava no lugar de tanta empolgação enquanto os outros olhavam pra ela como se tivesse nascido uma segunda cabeça na mulher.

Eu estava bastante feliz nesse momento!

—Vocês estão na defensiva demais, precisamos partir pro ataque antes que minha bebê decida definitivamente que quer esquecer o príncipe do abdome sarado, se ela colocar isso na cabeça não vamos mais ter nenhuma chance! –Eu estalei os dedos rapidamente e chamei a atenção pra mim.

—É exatamente isso que eu venho dizendo nas duas últimas semanas, mas ninguém me escuta! –Eu estava parecendo um pouco louca nesse momento, admito.

—Você sugeriu que nós trancássemos o Oliver e a Felicity em uma sala com comida suficiente pra vários dias e deixássemos um bilhete falando que eles não sairiam dali enquanto não se resolvessem. –John parecia achar tudo uma loucura, mas eu achava um perfeito plano.

—E ainda acrescentou que nós deveríamos arrumar uma única sala, sem nenhum banheiro por perto, porque a Felicity poderia se trancar lá dentro pra evitar o Oliver! –Raissa acrescentou de forma enfática e eu revirei os olhos.

Como nós poderíamos fazer uma gemada sem quebrar alguns ovos?

—E em seguida quando perguntamos como eles se aliviariam já que você não queria um banheiro por perto, você só respondeu “vamos arrumar um penico”.

Eu achava uma ideia perfeitamente viável, mas com os três falando daquele jeito...

—EU ADOREI ESSA IDEIA! –Donna gritou de maneira estrondosa e recebeu quatro pares de olhos assustados em resposta. –O que? Eu achei ótimo, esse vai ser o nosso plano B, mas antes acho que podemos tentar uma coisinha menos agressiva!

—O que você está pensando? –Diggle parecia realmente interessado pela primeira vez em duas semanas e eu sorri com isso.

—Bom, Thea disse que o Oliver está doente, não é? –Eu assenti rapidamente, mas deixei que Diggle continuasse tomando a dianteira da conversa.

—Sim, mas é uma gripe e já está bem controlada agora! –Donna sorriu maliciosa e se sentou em uma poltrona de couro que estava atrás dela.

—Sim, mas a minha nenê não sabe disso! –Sorri, entendendo rapidamente onde ela queria chegar e logo percebi os outros fazendo o mesmo.

Ela era completamente louca!

Eu já a amava!

...

POV FELICITY

Pouco mais de duas semanas haviam se passado desde a “noite fatídica” e eu ainda me sentia tão mal quanto naquele primeiro dia, quer dizer, eu havia voltado ao trabalho e fazia minhas coisas normalmente, mas quando eu estava sozinha podia sentir as lágrimas querendo sair dos meus olhos, mas eu segurava uma por uma.

Eu não choraria mais por Oliver Queen!

Ele ainda não havia tentando nenhum contato direto por vontade própria, acho que estava tentando manter a distância que eu havia pedido. As únicas vezes em que havíamos nos encontrado foram quando Curtis sumiu e me deixou na mão pra ter que subir e falar com ele e quando nós ficamos presos no elevador, mas ele ficou tão quieto em todas as situações que até parecia um fantasma.

Eu o havia visto pela última vez há dois dias e ele parecia abatido, eu havia ficado preocupada, mas achei melhor ficar quieta, não devia ser nada demais, até porque se fosse, todos na empresa já estariam comentando.

Ele era um adulto e nós não tínhamos nada a ver com a vida um do outro!

Por que eu não conseguia convencer o meu coração disso?

—BEBÊ ABRE A PORTA! –Levantei do sofá da minha casa em um pulo, eu estava divagando, mas estava mais dormindo do que qualquer outra coisa. Eu havia sonhado? Parecia a voz da minha mãe! –AS MALAS TÃO PESADAS, BEBÊ!

Arregalei os olhos e corri pra porta, ela estava mesmo aqui? Como assim? Ela não tinha me avisado que viria, eu não estava preparada!

Por que diabos o porteiro não havia falado que ela estava subindo?

A verdade é que ele sempre sumiu quando alguém precisava, impressionante!

Abri a porta com rapidez e me deparei com uma Donna Smoak toda sorridente, porém assim que ela me viu riu baixinho e arqueou a sobrancelha de um jeito que eu nunca consegui fazer!

—Se você estava esperando alguém e decidiu ser mais selvagem eu preciso dizer que adorei a ousadia meu amor, mas se isso é pra mim, eu preciso te dizer que eu sou sua mãe e sou mulher também, então não me impressiona nem um pouco! –Franzi a testa, ainda meio sonolenta, mas segui o olhar dela mesmo assim e...

Meu Deus!

Um dos meus seios estava totalmente exposto pra fora da camisola, grunhi rapidamente e dei as costas pra ela, me arrumando logo em seguida.

Por que esse tipo de coisa acontecia comigo?

—Imagina se fosse o meu futuro genro? Ele ia achar que tinha tirado a sorte grande! –Revirei os olhos e me sentei no sofá, mas senti o meu coração afundar diante a menção ao Oliver. Sim, eu sabia que ela só poderia estar falando dele!

—Que genro? –Tentei me fazer de desentendida, mas antes mesmo de abrir a boca eu já sabia que não adiantaria.

—Ah, você sabe! Aquele loiro de olhos azuis e sorriso matador! –Vi que ela tentava me provocar, mas diante do meu silêncio, tudo o que ela fez foi se sentar ao meu lado. –Por que você não está falando com ele?

Levantei a cabeça no mesmo momento e encarei minha mãe. Como diabos ela sabia disso?

—Como você descobriu? Eu não te contei nada! –Ela revirou os olhos e colocou os pés em cima das minhas pernas, era um sinal claro, então eu apenas retirei os seus sapatos e comecei a fazer uma massagem.

—Porque eu sou sua mãe, você nunca soube mentir pra mim. Da ultima vez em que eu te vi você tinha um brilho tão grande nos olhos que era até difícil olhar pra você e sempre que nos falávamos por telefone você parecia radiante, mas a duas semanas atrás isso sumiu, sua voz ficou vazia e você ficou evasiva, não respondia as minhas perguntas. –Suspirei baixinho e me aconcheguei melhor no sofá.

Eu realmente não conseguia esconder nada dela e não sabia se isso era bom ou ruim!

—Você tá certa, aconteceram algumas coisas e eu não estou mais vendo o Oliver, mas vamos falar disso amanhã, ok? Hoje foi realmente um dia cansativo na empresa e eu só quero dormir!

Ela assentiu rapidamente e eu estranhei aquilo, desde quando Donna Smoak concordaria em não ficar sabendo de alguma coisa? Eu deveria saber que o golpe estava chegando.

—Eu te contei como foi o seu parto? Eu sofri por 14 longas horas pra te trazer ao mundo, fiquei tão desidratada, achei que fosse morrer. E hoje eu peguei um voo com uma conexão de oito horas e quando cheguei aqui paguei um absurdo em um táxi. Mas tudo bem, eu não me importo que depois de todo o esforço que eu fiz por você durante toda a minha vida você decidiu só me contar amanhã!

Por que, Deus?

POR QUE?

—Tudo bem mamãe, você venceu!

...

—Como diabos você não me contou isso, bebê? Se você tivesse me falado que isso tudo estava acontecendo eu teria vindo bem antes!

Revirei os olhos e respirei fundo, duas horas haviam se passado desde o momento em que eu havia começado a explicar toda a história pra minha mãe. DUAS HORAS! Já era quase uma da manhã e ela não parecia nem um pouco disposta a me deixar dormir.

—Foi por isso que eu não te contei nada, mamãe! Eu sabia que você viria e não queria te tirar do seu trabalho, além do mais eu não quero mais saber do Oliver, então tudo o que eu menos preciso é de você tentando bancar a casamenteira. –Percebi que ela abriu a boca, mas a impedi no mesmo momento. –E nem venha me dizer que você não pensou em fazer isso, porque eu te conheço. Você adorou ele e já começou a planejar como os nossos filhos vão ser, então eu já te digo que não vai funcionar.

—Mas bebê, você nem me deixou falar nada! –Me levantei rapidamente e estiquei o corpo, minha mãe parecia a personificação de um bebê emburrado.

—Porque eu não quero que você fale nada, mãe. Eu não quero ouvir falar sobre o Oliver, não quero ficar pensando nele, eu estou seguindo em frente e pretendo continuar assim. Agora vem, eu vou te levar pro quarto, nós duas precisamos dormir.

Ela assentiu e me seguiu em silêncio, eu a levei pro quarto de hóspedes e ajeitei a cama dela, coloquei toalhas limpas no banheiro e garanti que tudo estava em ordem, mas antes que eu pudesse dar boa noite e sair dali, ela me puxou pelo braço e me abraçou.

—Minha filha, o amor não some só porque você diz que vai seguir em frente!

Depois disso ela me soltou e eu não consegui dizer mais nada, ainda em modo automático caminhei para o meu quarto e me deitei, como eu conseguiria dormir agora?

Tentei dormir de todas as maneiras, troquei de lado na cama, me cobri com o meu cobertor mais quentinho, contei carneirinhos, recitei a raíz quadrada de π várias vezes, mas nada adiantou.

Eu não conseguia tirar a frase da minha mãe da cabeça, por que ela havia dito a palavra amor?

Eu não amava o Oliver, amava?

Quer dizer, eu sei que os meus sentimentos sempre foram intensos e ele sempre me fez rir e meu coração sempre se acelerou quando ele chegava perto, eu me sentia bem por faze-lo rir com as minhas piadas e sempre tinha vontade de abraça-lo ou de passar a mão pelos cabelos dele.

Isso não era amor!

Bufei pela milésima vez e me sentei na cama de uma vez por todas enquanto sentia lágrimas assaltando os meus olhos. A quem eu estava tentando enganar? Era óbvio que eu o amava, qualquer idiota perceberia isso.

Eu sempre soube, mas não queria admitir porque isso só tornaria tudo pior. Se eu o amava, então quer dizer que eu confiei tudo a ele e ele me traiu, eu não fui o suficiente!

—Odeio quando você fica triste assim!

Levantei a cabeça rapidamente e encarei a minha mãe, ela estava me encarando em seu pijama rosa bebe e eu apenas dei um tapinha na cama para que ela viesse se sentar ao meu lado, ela fez isso e nesse meio tempo olhei no relógio e percebi que eram quase seis horas da manhã.

A minha saga havia durado a madrugada inteira e agora eu precisaria de mil quilos de maquiagem para lidar com todas as olheiras.

—Eu o amo!

Não sei por que disse isso, eu apenas disse! Acho que colocar essas palavras pra fora foi uma das coisas mais difíceis que eu já havia feito na vida.

—Eu sei disso e é por isso que você está sofrendo tanto, você acha que ele é como o seu pai! –Arregalei os olhos diante daquilo e me sentir murchar por dentro, nós nunca falávamos do papai. Ela percebeu o rumo que os meus pensamentos estavam tomando e me abraçou de lado. –Uma parte disso é culpa minha, desde que ele foi embora eu não falei mais com você sobre ele, eu não tentei te explicar as coisas, ou fazer você colocar a dor pra fora.

Eu segurei a mão dela com força e senti uma lágrima escapando pelos meus olhos. –Você fez o que achou que era melhor pra mim. –Ela riu baixinho e assentiu.

—Eu sei, mas hoje eu vejo que estava errada, é só que quando ele foi embora, te prometeu que ia voltar e você ficou esperando por meses, todos os dias você olhava pra janela e ficava esperando, você nem aceitava que eu sequer falasse sobre a possibilidade de ele não voltar, eu vi aquilo dia após dia e me senti sufocada, porque eu não sabia como cuidar de você. No dia em que você finalmente percebeu que ele não voltaria algo se quebrou dentro de você, eu vi nos seus olhos e desde então você mudou por dentro.

Eu fiquei em silêncio, apenas escutando! Minha garganta estava com um bolo tão grande que eu não teria conseguido falar nem se a minha vida dependesse disso.

—Você teve seus namoradinhos, mas nunca os amou de verdade, na realidade, eu vi você afastando todos os caras que você realmente pudesse vir a amar, você achou que se não amasse ninguém, não sofreria mais com a dor da perda, mas meu bebê, nós não mandamos nesse tipo de coisa!

Eu assenti, ainda em silêncio. Ela estava certa, eu tinha dificuldade em confiar nas pessoas, mas havia confiado em Oliver desde o primeiro momento e esse havia sido o meu erro.

—Eu amei a pessoa errada, mamãe! –Ela negou com a cabeça rapidamente e então se afastou de mim.

—Filha, o Oliver cometeu um erro, mas eu não acho que ele estava usando você, não intencionalmente pelo menos. O seu pai foi embora porque quis, mas o Oliver não fez isso, ele ainda está aqui, ainda manda flores pra você, ainda te olha quando você está no mesmo ambiente, ele está tentando, mas prefere não falar com você porque ele acha que é isso que você quer.

—Mas é o que eu quero! –Eu disse baixinho!

—Não, não é! Você quer fingir pra si mesma que o odeia, mas a verdade é que não odeia, você o ama e por isso está se sentindo tão mal, eu te entendo, no seu lugar eu estaria sentindo a mesma coisa, mas será que vale a pena perder o homem que você ama sem ao menos escuta-lo? –Eu dei de ombros e me levantei da cama.

—Mas eu dei a chance pra ele se explicar e ele ficou calado! –Ela também se levantou em um pulo e se aproximou de mim.

—Não, você nunca teve realmente a intenção de escuta-lo, você só queria feri-lo do mesmo jeito que ele feriu você!

Aquelas palavras tiveram o efeito que minha mãe esperava, pela primeira vez em duas semanas eu me peguei pensando sobre as minhas ações em relação ao Oliver.

—O que você quer que eu faça? Quer que eu ignore tudo o que aconteceu? Ele merece sofrer também pelo que fez! –Ela me abraçou rapidamente e assentiu.

—Sim, eu concordo! O que ele fez é errado e é obvio que ele tem que pagar, mas você não percebe? Enquanto não perdoa-lo, você vai estar punindo a vocês dois, porque você também está sofrendo com a falta dele. Além do mais, você nunca sabe o que pode acontecer com uma pessoa, talvez alguém te ligue hoje ou amanhã dizendo que ele morreu, sofreu um acidente, ficou muito doente, você não sabe quando vai ser a última vez que vai ver alguém que ama!

Revirei os olhos diante daquilo, mesmo sentindo o meu coração mais apertado.

—Obrigada, mas isso é ridículo. Se ele tivesse sofrido algum acidente eu já estaria sabendo e o Oliver não tá doente. –Me lembrei que a poucos dias atrás nós ficamos presos no elevador e ele tossiu um pouco e parecia mais pálido, mas balancei a cabeça rapidamente para espantar os pensamentos. –Ele só parece estar com um resfriado, nada demais, ele não vai morrer!

—Bom, um resfriado pode levar a uma bronquite e uma bronquite pode levar a uma pneumonia e como você sabe, a pneumonia pode levar a morte!

—Por que diabos você tá amaldiçoando a vida dele? –Ela arregalou os olhos e colocou uma mão sob o peito.

—Eu jamais faria isso, adorei o Oliver! Quero que vocês transem como coelhos por aí e me deem netos um dia, tudo o que eu estou fazendo é ser sincera com você, as coisas acontecem bebê, ninguém está livre de nada!

Foi impossível discutir depois daquilo, então tudo o que eu fiz foi assentir e seguir em direção ao banheiro, eu precisava me arrumar para trabalhar e não ficar pensando no Oliver!

Fiz tudo da maneira mais meticulosa possível e somente quando me senti pronta pra mais um dia é que saí do banheiro e fui me vestir. Optei por um vestido florido e fiz o habitual rabo de cabelo, calcei saltos, passei um batom rosa escuro e gostei do que vi no espelho.

Saí de casa correndo e gritando tchau, não queria que minha mãe tivesse tempo de me falar mais nada, eu já estava confusa o suficiente.

Dirigi até a empresa o mais calmamente possível, já que eu havia saído de casa antes do horário de costume, assim que cheguei, estacionei o carro e segui diretamente para o setor de TI.

Chegando lá me deparei com Curtis de olhos fechados enquanto escutava algo no fone de ouvido e tomava café, ri baixinho daquilo e o cutuquei lentamente antes de ir pra minha mesa.

—O que você está fazendo? –Ele retirou os fones e deu de ombros antes de pegar um outro copo de café atrás dele e me entregar.

—Manhãs são para café e contemplação, então eu estava bebendo café e contemplando! –Revirei os olhos e liguei o meu computador, percebi pelo canto do olho que Curtis parecia ansioso, quase que nervoso e isso não era o habitual dele.

—Ok, o que está acontecendo com você hoje? –Ele se levantou rapidamente, bebeu todo o café que estava em seu copo e em seguida o jogou no lixo.

—É que eu fiquei sabendo de uma fofoca, mas quero ter certeza antes de te contar pra que você não fique preocupada, então eu volto daqui a pouco! –Antes mesmo que eu pudesse perguntar do que se tratava ele já estava fora da nossa sala.

Franzi o cenho rapidamente, mas por fim acabei dando de ombros e decidi iniciar o trabalho, eu não tinha nada melhor pra fazer mesmo.

Eu queria poder dizer que o trabalho me distraiu, mas a verdade é que eu havia adiantado tudo o que precisava fazer, todos os projetos, todos os testes, então eu meio que estava quase que sem nada pra fazer no momento, só alguns poucos relatórios que não tinham o poder de me distrair.

—Toc toc! –Levantei a cabeça só pra me deparar com a Queen mais nova me olhando!

Aquilo me surpreendeu, eu não a havia visto desde o “incidente” na mansão e sinceramente não sabia o que esperar!

—Eu posso entrar? –Aquilo me pegou desprevenida, desde quando Thea Queen pedia pra entrar em algum lugar?

—Claro, sinta como se a empresa fosse sua! –Ela riu baixinho com aquilo e entrou rapidamente, se sentando na cadeira em frente à minha mesa logo em seguida.

—Eu queria me desculpar por aquele dia, você não deveria ter ficado sabendo de nada daquela forma, quer dizer, eu não acho que tivesse um jeito fácil de contar, mas o meu jeito com certeza não foi o mais adequado! –Ela parecia um pouco acanhada, mas também ansiosa por algo que eu não sabia o que era.

—Você tentou me defender e eu posso dizer que te adoro um pouco mais por isso, você mal me conhece e estava disposta a começar uma guerra com o seu irmão por causa de mim, eu nunca vou poder agradecer o suficiente. –Ela sorriu de leve e segurou a minha mão.

—Você podia me agradecer falando com o meu irmão! –Aquilo não me pegou desprevenida, é lógico que eu sabia que ela tentaria me fazer voltar as boas com o irmão dela, eu só esperava um pouquinho mais de sutileza.

—Eu sinto muito, mas você sabe que isso não é tão simples assim! –Ela revirou os olhos e bufou.

—Pra mim parece muito simples, você gosta dele, ele gosta de você, ele está arrependido e você está sendo idiota, então deveria falar com ele pra que os dois parem de sofrer! –Vindo de qualquer outra pessoa eu teria me sentido ofendida, mas eu sabia que Thea não estava menosprezando a minha dor, pelo contrário, ela estava nervosa por achar que a culpa era dela e que precisava consertar a situação de alguma forma.

—Thea, olha, eu te entendo, ok? Quer dizer, você não quer ver o seu irmão infeliz, mas não é tão simples assim pra mim sabe? Ele me usou e isso não é um tipo de coisa pela qual dá pra passar uma borracha, pelo menos não tão rapidamente.

—Você está disposta a perdoa-lo, então? –A pergunta dela me pegou de surpresa e ela pareceu perceber isso! –Você disse que o que ele fez é uma coisa que não dá pra passar uma borracha tão rapidamente, então isso quer dizer que você pensa em perdoa-lo! 

—Eu não sei Thea, a uma semana atrás eu diria que nunca mais quero olhar na cara dele, mas agora, eu não acho que vá sentir essa raiva pro resto da vida, então acho que vou perdoa-lo, eu só não sei se ainda vou querer ficar com ele ou se ele vai querer ficar comigo quando isso acontecer. –Ela bufou novamente e se aproximou de mim com um olhar perspicaz.

—É lógico que ele vai querer, ele te ama!

Quase deixei o meu copo de café cair no chão diante da frase dela e amaldiçoei a minha sorte quando percebi que ela tinha notado.

—Você não havia percebido? Meu irmão nunca se apaixonou antes Felicity e mesmo que ele só estivesse apaixonado, ele não estaria sofrendo desse jeito, a única vez em que eu vi o Ollie assim foi quando o papai morreu!

As palavras dela me pegaram de jeito e eu senti uma imensa vontade de chorar, ele não podia me amar, podia? Eu não sabia o que pensar, quer dizer, se ele realmente me amasse, isso mudaria alguma coisa?

Antes que eu pudesse externar os meus pensamentos, Thea foi mais rápida e se levantou em um pulo.

—Olha, eu sei que você está machucada, mas acho que deveria conversar com ele antes que seja tarde demais! –Eu levantei os olhos no mesmo momento e vi que ela tinha uma expressão preocupada no rosto.

—Como assim tarde demais, Thea? O que você não tá me contando? –Ela mordeu os lábios e franziu a testa, como se estivesse tentando decidir se deveria me falar ou não.

—Eu não deveria te falar isso, mas o Ollie está doente, quer dizer, ele me disse que era só uma gripe, mas ele estava com uma cara de mentiroso quando disse isso, fora que ele estava tão abatido e eu vi sangue em um toalha de rosto no banheiro dele, acho que ele pode estar com alguma pneumonia ou coisa mais grave, sei lá, e não está querendo me contar. –Eu me levantei imediatamente e depois me refreei. O que diabos eu poderia fazer? –Eu to muito preocupada, não posso perder o Ollie também, vou ligar pro médico da família e perguntar se o meu irmão o procurou, eu preciso saber se algo está acontecendo.

Thea tinha lágrimas nos olhos e tudo o que eu queria fazer era conforta-la, mas como eu podia fazer isso? Eu não sabia nem como me confortar.

Primeiro a minha mãe havia falado sobre o Oliver morrer de pneumonia e agora a Thea vinha com isso? Será que era um sinal me dizendo que Oliver ia ser tirado de mim?

“Mas ele nunca foi seu.”

Calei a voz insistente na minha cabeça e quando voltei a mim percebi que eu estava sozinha na minha sala, Thea já havia ido embora, sacudi a cabeça e voltei a me sentar ainda confusa, estava pronta pra quem sabe sair e tomar algo mais forte que café.

Não sei, ácido talvez!

Parei no momento em que recebi uma mensagem do Curtis no meu celular.

“Amiga, eu sei que você não quer ver o Oliver, mas a Raissa me mandou um email pedindo que eu fosse urgente levar aquele relatório sobre o DOMS que está em cima da minha mesa e eu não estou na empresa, precisei dar uma saída urgente, quebra essa pra mim pelo amor de Deus.”

Tive vontade de me jogar do prédio por um momento, mas acabei respondendo um “sim” e me levantei para pegar o maldito relatório, eu não queria ver Oliver nem de longe, mas talvez fosse bom, quer dizer, eu poderia perguntar pra Raissa se ela sabia algo sobre a saúde do Oliver.

Caminhei às pressas pra fora da minha sala e entrei no elevador, apertando o botão da presidência logo em seguida e respirei fundo várias vezes.

Daria tudo certo, eu entregaria o relatório pra Raissa e não olharia na direção da sala dele, tudo estava bem!

O elevador se abriu e percebi que o andar estava vazio, a não ser por Oliver do outro lado do vidro que agora me encarava.

Nada estava bem!

Torci para que Raissa aparece em algum canto, mas é lógico que eu não possuía essa sorte, então me limitei a respirar fundo e caminhar a passos lentos até o motivo do meu martírio. Eu sentia o olhar de Oliver sobre mim a cada momento e odiava ter que admitir que isso fazia eu me sentir quente em partes que eu não deveria sentir.

Entrei na sala dele e caminhei acanhada até a sua mesa, entreguei o relatório logo em seguida.

—A Raissa pediu pro Curtis trazer o relatório pra ela com urgência, mas o Curtis está com o nosso supervisor, então me mandou vir! –Ele assentiu lentamente, ainda sem tirar os olhos de mim, ele parecia estar procurando alguma coisa.

—Sim, ela me disse que precisou adiantar a reunião com os investidores pra se encaixar na minha agenda e ela estava esperando o Curtis, mas não se sentiu muito bem e precisou ir ao banheiro!

Eu assenti e me virei para ir embora, mas no último minuto voltei ao meu lugar e o encarei de maneira firme.

—Você está bem? Quer dizer, de saúde, eu digo! –Ela pareceu confuso, mas assentiu lentamente.

—Sim, eu estava com um resfriado, mas estou bem melhor agora, por que? –Eu dei de ombros, ainda tentando ver se ele estava mentindo.

—Tem certeza de que é só um resfriado? A Thea parecia muito preocupada com você, estava achando que você estava doente, com pneumonia talvez, e estava escondendo dela. –Ele arregalou os olhos no mesmo momento e se levantou.

—Meu Deus, é claro que não, eu só tinha um resfriado mesmo! De onde ela tirou isso? Por isso ela parecia tão nervosa? –Eu voltei a dar de ombros e agora que já havia conseguido a informação que queria, me preparei para sair da sala, dei as costas pra ele e comecei a caminhar.

—Então você se importa com a minha saúde! –Estaquei no lugar e ainda de costas pra ele, disse.

—Eu só perguntei isso por causa da Thea, ela parecia muito nervosa, com lágrimas nos olhos e eu me preocupe com ELA! –Minha respiração estava saindo em lufadas e tudo o que eu podia fazer era torcer pra não cair ali mesmo.

—É claro! –A sua voz destilava deboche e eu me sentir ferver por dentro.

Quem ele pensava que era?

Eu não estava pronta pra ter essa conversa agora, mas se era isso que ele queria!

—Foi sarcasmo isso que eu ouvi na sua voz? A pergunta aqui é, por que você se importa pelo fato de eu me importar? Sua irmã acha que você me ama, mas é lógico que isso não é verdade, se você ao menos me respeitasse não teria feito o que fez comigo, então não ouse ser debochado comigo, Queen!

Depois de dizer tudo isso eu comecei a caminhar as pressas em direção à porta da sala, mas no último momento senti o meu braço ser puxado com brusquidão.

—Eu aguentei a sua raiva, o seu desprezo e te dei espaço pelas últimas semanas, eu aguentei todas as coisas que você me disse porque eu sei que mereci ouvir cada uma delas, mas eu não vou admitir que você diga como eu me sinto.

—Oliver...

—Oliver nada, eu estou cansado disso! Nós vamos conversar agora, Felicity. –Ele se aproximou ainda mais e ficou a uma respiração de distância. –Acabou o esconde-esconde.


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Notas finais do capítulo

MEU DEUS DO CÉU, QUE PLANO FOI ESSE DO NOSSO GRUPO OLICITY EM? OPERAÇÃO OLICITY ESTÁ A TODO O VAPOR!!!!
E o que será que vai acontecer agora que o Oliver está decidido a conversar com a nossa loira?
Comentem (PELO AMOR DE DEUS), favoritem, recomendem, façam essa autora feliz!
Beijooos!!!!!