The Mistake - HIATUS escrita por Ciin Smoak


Capítulo 11
I'm so sorry!


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou meus amores e amoraaaas!!!!!
Eu só posso dizer que fiquei feliz demais com todos os reviews que recebi no último cap, foram mais de 30 e eu quase chorei de alegria respondendo, sério, vocês não tem ideia do quanto eu fiquei feliz lendo cada um deles, peço que vocês continuem comentando, por favor, isso é mais importante pra mim do que vocês imaginam!!!!

Peço desculpas pela demora, eu queria vir com mais frequência, mas como algumas de vocês já sabem, eu escrevo mais duas fics olicity alem dessa aqui, eu tenho que me revesar pra postar em todas, por isso acabo demorando um pouco mais!!!

Enfim, sem mais delongas, vamos ao capítulo!!!!



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And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?

Fix you - Coldplay

 

 

 

 

—Ainda está aí Oliver? Você precisa se levantar pra comer, se barbear e tomar um banho, pelo amor de Deus, um banho seria ótimo! –Levantei a cabeça e encarei o meu amigo de forma displicente, John estava escorado na porta do meu quarto me olhando como seu eu fosse uma criança doente.

Há três dias atrás Felicity havia escutado a minha conversa com a Thea e saído da minha vida, eu estava um caco, só tinha vontade de tentar falar com ela, mas depois da nossa conversa na madrugada passada, bem, eu só queria sumir.

—Você está dizendo que eu estou fedendo, John? –Ele deu um sorriso de lado e logo em seguida deu de ombros.

—Eu estava tentando ser educado, mas já que você disse com todas as palavras, sim, você está fedendo! –Eu me levantei com um grunhido e caminhei em direção ao banheiro, eu sabia que não adiantaria em nada discutir com ele, então tudo que eu podia fazer era obedecer em silêncio.

John conseguia ser pior que a Thea quando queria!

Depois que entrei debaixo do chuveiro, me concentrei ao máximo pra fazer tudo certo, desde passar o sabonete em todos os lugares até escovar os dentes e me barbear na frente do espelho assim que terminei o banho.

Quem me visse pensaria que eu tinha um sério problema de TOC, mas na verdade, tudo o que eu estava tentando fazer era não pensar nela.

Eu havia feito merda e agora ela havia explodido na minha cara, eu sabia que no começo estava usando a Felicity, não foi algo intencional, mas eu me sentia tão bem perto dela e de quebra, não pensava na Helena enquanto estávamos juntos. Deixei as coisas chegarem longe demais, mas quando eu percebi que estava apaixonado, fiquei com tanto medo de perde-la que simplesmente decidi deixar essa história com a Helena e o Tommy pra lá.

Eu devia saber que o destino voltaria pra cuspir na minha cara, no começo eu havia ficado com tanta raiva da Thea, se ela tivesse escutado a conversa inteira, se ela ao menos soubesse falar mais baixo, nada daquilo teria acontecido. Nós não havíamos conversado ainda, mas a raiva já havia passado, se tinha alguém errado nessa história, esse alguém era eu.

Minha irmã só estava tentando proteger a Felicity e isso só demonstrava o quanto ela já gostava da loira, a culpa disso era toda minha, eu deveria ter contado a verdade pra Felicity, ou melhor, eu nem deveria ter me envolvido com ela antes de esclarecer as coisas na minha cabeça, eu deveria ter conversado com o Tommy primeiro, deveria ter sido honesto, talvez eu o perdesse pra sempre, mas seria melhor do que ficar mentindo, não seria?

Felicity estava certa, eu era um amigo de merda e um homem pior ainda!

—Você já teve tempo de se banhar e se barbear, agora deve estar na sessão de auto piedade e u não tenho tempo pra isso, então será que o senhor Queen poderia, por gentileza, sair logo dessa banheiro? –Bufei alto para que ele escutasse e pude ouvi-lo rindo baixinho em resposta.

Às vezes eu tinha vontade de mata-lo!

Saí do banheiro rapidamente e caminhei em direção ao closet enquanto mostrava o meu dedo do meio pra John, ela gargalhou bem alto dessa vez e foi meio que impossível não rir baixinho também.

Escolhi uma roupa mais casual e assim que saí do closet, respirei fundo e me sentei na beirada da cama, John não estaria me apressando tanto desse jeito se não quisesse falar algo importante comigo.

—Ok, pode mandar! –Ele se sentou na poltrona à minha frente e suspirou.

—Como foi a conversa ontem? –Franzi o cenho rapidamente, eu não havia contado pra ninguém sobre o meu encontro com a Felicity no meio da madrugada.

—Como você...?

—Você foi vê-la nos últimos dias e voltou triste e cansado em todos eles, mas ontem você voltou desolado, então não foi difícil presumir que vocês dois finalmente haviam se encontrado!

Respirei baixinho e me joguei de costas na cama antes de começar a contar tudo o que havia acontecido, senti alguns espasmos de dor pelo meu corpo enquanto narrava todos os acontecimentos da madrugada. A dor nos olhos da Felicity, as palavras sussurradas, eu a havia machucado e tinha vontade de me matar por isso, de todas as pessoas que eu conhecia, ela era a que menos merecia sofrer.

—Bom, eu acho melhor você deixa-la em paz, pelo menos por um tempo! –John havia ficado em silêncio durante todo o tempo em que eu estive contando a minha história, mas agora ele parecia calmo e pensativo e isso me assustava mais do que qualquer outra coisa.

—Como assim, você também acho que eu preciso desistir? –Ele respirou fundo e se levantou rapidamente só pra em seguida vir se sentar ao meu lado.

—Desistir não, só retroceder. Você não vai conseguir resolver as coisas com a Felicity enquanto não conseguir resolver as coisas com si mesmo e não vai conseguir fazer isso enquanto não falar com Tommy e Helena. –Fechei os olhos por alguns minutos e me senti murchando por dentro.

Como isso tudo havia acontecido comigo? Depois de tudo o que havia acontecido com o meu pai eu achava que já tinha tido desgraça o suficiente pra minha vida inteira, mas pelo visto eu estava enganado.

Nada é tão ruim que não possa piorar! O ditado nunca soou tão verdadeiro quanto agora!

—Você pode ligar pra Helena e ver se ela está disponível pra se encontrar comigo agora? –Abri somente um dos olhos e percebi John assentindo, ele se levantou rapidamente e começou a caminhar pra fora do quarto, mas logo parou no lugar e voltou a olhar pra mim.

—Não seria melhor começar pelo Tommy? –Neguei rapidamente e voltei a me sentar na cama.

—A conversa com ele vai ser a mais difícil, então vou deixar por último!

Meu amigo pareceu entender e logo em seguida saiu do quarto, eu não sabia como resolver aquela situação de merda, mas sabia que precisava tentar.

Tudo o que eu mais queria era ligar pra Felicity ou escalar o prédio dela e obriga-la a me ouvir, mas no fundo eu sabia que John estava certo, enquanto eu não resolvesse as coisas comigo mesmo, eu não conseguiria resolver as coisas com ela, além do mais, tudo o que ela sentia por mim era raiva e ressentimento no momento, então, nada do que eu dissesse surtiria efeito.

Eu só podia esperar que com o passar dos dias a raiva se abrandasse ao menos um pouquinho, ao menos o suficiente pra que ela se dignasse a me ouvir.

—Oliver, acorda! –Saí dos meus pensamentos com a mão de John sacudindo na minha frente, eu devia estar tão absorto que não o vi entrando novamente. –Eu consegui falar com a Helena, ela disse que queria te encontrar na pracinha em 30 minutos!

Eu respirei fundo e assenti lentamente, eu havia feito toda essa confusão na minha vida, agora precisava resolver essa merda toda!

Me levantei rapidamente e juntos caminhamos pra fora da mansão, dei graças aos céus por não ter encontrado a Moira desde a minha briga com a Felicity e agradeci por morar em uma casa tão grande, assim ficava mais fácil evitar ela e tudo o que ela representava.

John e eu percorremos a distância entre a mansão e a praça em um completo silêncio, acho que ele sabia que eu precisava ficar calado, pensando em tudo o que estava prestes a acontecer. No momento em que chegamos, avistei Helena e percebi que finalmente havia chegado a hora de começar a tentar limpar toda essa bagunça.

Saí do carro em silêncio e sentindo que eu precisava de privacidade, John foi embora e fiquei observando o carro até ele sumir de vista. Lentamente caminhei até Helena e assim que ela me viu, veio até mim e me abraçou, os olhos dela pareciam calmos e tranquilos e eu queria me sentir assim também, mas infelizmente eu me sentia uma tremenda bagunça e nem sabia por onde começar.

—Helena, nós podemos nos sentar? –Ela assentiu, ainda em silêncio e caminhamos até um banco próximo, nos sentamos no mesmo momento e ela me encarou, esperando que eu começasse a falar. –Bom, você deve estar se perguntando o porquê de eu ter pedido pra falar com você a sós, bem, eu nem sei direito por onde começar, mas acho que preciso começar explicando o motivo pelo qual me afastei de você e do Tommy.

—Oliver, eu estou cansada de pisar em ovos com você, Tommy ficou durante todo esse tempo me dizendo que você ia superar, mas eu já estava começando a ficar cansada, então fico muito feliz que você tenha me procurado pra falar sobre isso. Vamos ser diretos, você acha que sente alguma coisa por mim?

Senti vontade de sair correndo e me afogar no lago que ficava no centro da pracinha, como assim Tommy dizia que eu ia superar? Ele já havia percebido isso? Meu Deus, como ele ainda olhava na minha cara?

—Se você me perguntasse isso a um mês atrás eu teria tido que sim, mas agora acho que não sinto mais nada, meu Deus, eu sou uma pessoa horrível! –Coloquei a cabeça entre as mãos e senti vontade de chorar, eu tinha ferrado com tudo mesmo, não tinha?

—Ok, você acha que gostava de mim e agora não gosta mais, tudo bem. Mas por quê? –Levantei a cabeça rapidamente e encarei ela com os olhos confusos.

—Como assim? –Ela bufou e me encarou com os olhos firmes.

—Por que você gostava de mim? –Eu a encarei chocado, como diabos ela estava falando tudo aquilo com tanta naturalidade?

—Que tipo de pergunta é essa? –Ela deu de ombros e continuou me encarando.

—Bem, você é mulherengo e eu sempre gostei de namorar, tudo bem que o Tommy também era assim, mas ele mudou por mim e eu não vi esse tipo de coisa em você, então nunca imaginei que você se interessaria por mim desse jeito, você não parecia ser esse tipo.

Naquele momento eu me senti irritado, o que diabos ela estava tentando dizer com isso?

—Já pensou que talvez eu fosse assim por que ainda não tinha encontrado a garota certa? Não, eu realmente não poderia querer alguém com quem ver um filme abraçadinho, ou fazer piadas de duplo sentido, ou caminhar de mãos dadas pelo parque ou ainda, fazer jantares românticos como você e o Tommy fazem!

Ela riu baixinho e acariciou os meus cabelos, nesse momento eu me senti mais perdido do que qualquer outra coisa, o que diabos estava acontecendo com essa mulher?

—Querido, você não consegue enxergar? Em nenhum momento você disse que queria fazer alguma dessas coisas comigo, você disse “alguém”, eu nunca fui esse alguém Oliver, a verdade é essa. Você nunca foi apaixonado por mim, você era apaixonado pela forma como eu e o Tommy somos, você queria alguém pra amar, alguém pra fazer com você todas as coisas que eu e o Tommy fazemos juntos. –Senti minha boca se abrindo naquele momento, fiquei em silêncio absorvendo cada uma daquelas palavras por vários minutos e percebi que ela estava certa, completamente e absolutamente certa.

Eu nunca havia sido apaixonado pela mulher do meu melhor amigo!

Meu Deus, eu poderia chorar de alívio nesse momento.

—Há algum tempo eu já acho que o que eu sentia por você não era real, mas mesmo assim aquela dúvida ainda ficava na minha cabeça, confesso que finalmente perceber a verdade é um alívio, quer dizer, não conserta as coisas, mas pelo menos não me faz ser um amigo tão merda quanto eu imaginava que era. –Ela riu baixinho e cutucou o meu ombro.

—Você disse que há algum tempo começou a perceber que o você sentia por mim não era real. Acho que uma certa loira que precisa diminuir 35 pontos no QI pra ser considerada apenas inteligente é a pessoa que te fez começar a perceber isso, não é? –Ri alto ao perceber que ela se lembrava disso e assenti. –Quando Tommy e eu começamos a nos relacionar, ele ficou confuso e um dia me perguntou como poderia saber que estava realmente apaixonado, eu respondi que ele saberia que estava apaixonado quando encontrasse a pessoa que era o primeiro pensamento dele quando acordava e o último quando ia dormir, acho que você encontrou essa pessoa, não é mesmo?

Eu voltei a assentir com o coração apertado, ela estava certa, a um bom tempo Felicity ocupava grande parte dos meus pensamentos, ela foi se infiltrando ali devagarzinho e sem que eu percebesse, havia tomado conta do meu coração quase que por completo.

—Eu achei que você não tinha gostado muito da Felicity quando a conheceu! –Ela deu de ombros e me lançou um sorriso arteiro.

—É porque eu não gostei mesmo! –Franzi o cenho rapidamente e foi a vez dela de gargalhar alto. –Eu te adoro, Oliver, você sabe disso! Quando ela entrou na sua sala e você a olhou daquela forma eu percebi que algo estava diferente em você, mas tive medo de que ela fosse algum tipo de pilantra que só queria te usar, mas aí ela me deu aquela resposta afiada e eu fiquei surpreendida, ela parecia tão fofa e não era nem um pouco o tipo com o qual você costumava sair, eu pensei que talvez ela pudesse ser a pessoa certa, mas ainda estava com dúvidas. Eu tive a minha certeza quando saímos da sua sala e entramos no elevador, antes das portas se fecharem eu consegui ver vocês dois através do vidro, você disse alguma coisa e ela te olhou e sorriu e naquele olhar eu consegui descobrir tudo o que precisava saber!

As palavras dela penetraram fundo em meu coração, mas eu não consegui me sentir feliz por saber que desde aquele momento a Felicity também já nutria sentimentos por mim, tudo em que eu conseguia pensar era no fato de que eu era um cretino que havia estragado tudo.

—Eu estraguei tudo! –Dei vasão aos meus pensamentos e Helena me lançou um sorriso triste. –Ela não quer falar comigo, ouviu uma conversa minha com a Thea e agora ela sabe que no começo eu fiquei com ela porque ela me fazia esquecer essa situação de merda em que eu estava, ela acha que eu só estava com ela pra tentar te esquecer, mas não é desse jeito, não é como eu me sentia, eu não ficava perto dela pra esquecer vocês, eu ficava perto dela porque ela me fazia esquecer todas as coisas ruins, eu conseguia sorrir de novo e me divertir de verdade, sentia o coração mais leve.

—Por que você não fala isso pra ela, então? –Dei de ombros e me senti um pouco mais derrotado.

—Ela não quer me escutar e tem razão, porque eu não usei ela, não intencionalmente pelo menos, mas foi o que pareceu e é assim que ela está se sentindo, usada, além do mais, quando ela me perguntou essas coisas ontem a noite eu ainda estava tão confuso que não consegui responder e acho que pra ela isso foi resposta suficiente. Eu nem posso culpa-la por não querer me ouvir, eu me sentiria horrível se a situação se invertesse e eu estivesse no lugar dela. Eu sei que só se passaram três dias e o Diggle fica me dizendo pra dar tempo ao tempo, pra recuar, mas não desistir, mas sinceramente? Eu acho que já a perdi de qualquer jeito, a confiança dela em mim se estilhaçou em pedaços e acho que algo assim não tem conserto!

Ela revirou os olhos e sacudiu a mão como se estivesse dizendo “bobagem”.

—Se você ainda está respirando, as coisas tem conserto. Ela é a sua pessoa especial Oliver e não se pode deixar a pessoa especial ir embora.

—Helena, ela me odeia! –Ela negou gentilmente e segurou a minha mão.

—Ela pensa que te odeia, mas não odeia de verdade, então você tem que estar lá pra mostrar isso pra ela! –Eu assenti ainda meio entorpecido, mas logo comecei a me perguntar como diabos eu faria aquilo. A morena ao meu lado pareceu ler a dúvida nos meus olhos e riu baixinho. –É eu sei, bem-vindo ao mundo real, é uma droga. Você vai amar!

Depois daquilo foi impossível não rir junto com ela e quando finalmente conseguimos nos acalmar, Helena me abraçou apertado e eu retribuí o aperto.

—Obrigada por ser minha amiga, mesmo depois de tudo!

—Obrigada por ter voltado pra nós, eu estava sentindo a sua falta! –Eu sorri com aquilo, mas meu sorriso logo morreu quando me lembrei do Tommy.

—Como ele conseguiu continuar falando comigo, sabendo como eu achava que estava me sentindo em relação a você? –Ela se levantou rapidamente e me puxou junto.

—É simples, o Tommy te ama demais e ele tinha certeza de que você não estava realmente apaixonado por mim e mesmo se estivesse, ele via o quanto você estava se afastando de nós, evitando contato, porque você se recusava a trai-lo ou magoa-lo. Sinceramente? Essa foi a maior prova de amizade que eu já vi na vida, acho que se eu não tivesse aparecido na vida dele, vocês com certeza acabariam namorando! –Ri baixinho e logo em seguida começamos a caminhar.

—Eu não sei como falar com ele! –Ela revirou os olhos e me empurrou de leve.

—Vocês são homens, Oliver! Homens tem uma maneira muito simples de se resolver, se vocês fossem mulheres, aí sim a coisa ficaria complicada! –Continuamos caminhando e de repente paramos ao lado de um carro e eu me assustei ao perceber que era o meu carro e o meu amigo dentro dele.

—Como?

—Eu mandei uma mensagem pro John vir te buscar enquanto você estava sonhando com a sua Felicity! Agora, vai falar com o Tommy, você vai se sentir melhor depois que conversarem! –Eu assenti, me sentindo emocionado ao perceber que mesmo com todas as coisas ruins que haviam acontecido em minha vida, eu ainda tinha muitas pessoas maravilhosas ao meu redor.

Eu tinha sorte e até pouco tempo atrás não me dava conta disso!

Abracei Helena uma última vez antes de entrar no carro e sem que eu precisasse falar nada, John saiu com o mesmo e tomou o caminho que eu sabia que me levaria diretamente ao meu amigo.

—E então? Encontrou as respostas que procurava? –Eu observei os seus olhos pelo espelho do carro e não notei nenhum tipo de curiosidade ali, apenas compreensão, como se ele já soubesse a minha resposta.

—Sim, eu encontrei!

Ele assentiu com um sorriso e continuou dirigindo, mas logo precisou parar o carro ao dar de cara com um congestionamento infernal.

—Bom, parece que vamos ficar aqui por algum tempo, então, quer me contar alguma coisa?

...

—Ok, o que diabos aconteceu?

Eu estava indo até o Tommy, mas no meio do caminho recebi uma mensagem de Thea falando que eu precisava encontra-la na Verdant urgentemente, eu pedi pra Diggle desviar a rota e mandei uma mensagem pro meu amigo pedindo pra ele me encontrar lá.

Meu Deus, eu ainda nem sabia o que dizer pra ele e agora já tinha outro problema pra resolver?

Thea estava me encarando a quase cinco minutos e simplesmente não falava nada.

—Você tá começando a me preocupar. O que aconteceu? Por que me chamou aqui?

—Roy Harper! –Eu franzi o cenho em confusão. Será que ela tinha bebido? Como um nome sussurrado explicava alguma coisa? Ela pareceu perceber que eu não estava entendendo nada antes e respirou fundo pela milésima vez. –O meu segredo, aquele que você queria tanto saber. Roy Harper, ele é meu namorado!

Assenti, ainda sem entender o porquê de ela decidir me contar isso agora e me sentei ao seu lado.

—Por que escondeu de mim? Achou que eu ia te proibir de namorar com ele ou algo assim? Thea, você já é uma adulta! –Ela deu de ombros e respirou fundo.

—Eu sei disso, mas tive medo de você não gostar dele, Roy fez algumas coisas duvidosas no passado, por puro desespero, mas fez, porém hoje ele se endireitou, arrumou um trabalho e tem um coração do tamanho do mundo apesar de ser esquentadinho. –Aquilo despertou algo em mim, eu não estava com raiva e nem chateado, Thea sabia se cuidar, mas eu precisava perguntar mesmo assim.

—Que coisas duvidosas? –Ela me olhou nos olhos antes de sussurrar “drogas”. –Olha, eu não posso dizer que simpatizo com esse rapaz até o momento, mas eu nem o conheço ainda, então prometo que vou tentar não julga-lo, até porque você é a minha irmãzinha, mas também já é uma adulta, não é como se eu pudesse te colocar de castigo no quarto e te impedir de ve-lo.

Ela bufou e revirou os olhos e aquilo me confundiu ainda mais, ela estava brava por que eu não estava bravo?

—Não era pra acontecer assim, Ollie! –Quase levantei as mãos pro céu e pedi por ajuda, o que essa garota tinha de errado?

—Como assim, Thea?

—Não era pra você ser tão condescendente, era pra você gritar e explodir e falar coisas feias pra mim, aí estaríamos quites e eu me sentiria melhor pelo que fiz com você, eu te fiz perder a Felicity e entendo se você me odiar pelo resto da vida!

Percebi que ela estava à beira das lágrimas e me amaldiçoei por isso, eu devia ter ido falar com ela assim que coloquei a cabeça no lugar.

Suspirei e puxei o pequeno corpo dela pra perto do meu, a abracei de lado e esperei ela se acalmar.

—Eu não te culpo, Thea! Você não fez nada de errado, você tentou defender a Felicity e eu aprecio e agradeço por isso, é um sinal de que você gosta dela. Eu admito que gostaria muito que você tivesse ouvido a conversa inteira antes de sair gritando comigo, mas isso não muda as coisas. Uma hora ou outra ela precisaria saber de tudo e eu não posso me iludir achando que se eu tivesse sentado e conversado com ela as coisas seriam diferentes. A reação dela seria a mesma, a mágoa e a raiva dela seriam as mesmas, eu não te odeio, eu te amo, você é minha irmã.

Ela sorriu e me abraçou com força e eu pude sentir o corpo dela tremendo contra o meu, deixei que chorasse o que precisava e assim que ela se acalmou, secou o rosto e olhou pra mim como se nada tivesse acontecido.

Thea era durona!

—Você a ama, não é? –A pergunta me pegou totalmente desprevenido, eu não sabia o que responder!

Eu a amava?

Felicity era divertida, doce e tinha uma língua afiada. Era inteligente e linda e tinha um coração gigante, eu adorava saber as pequenas coisas sobre ela, como o fato de ela morder as canetas quando estava concentrada ou colocar o cabelo atrás da orelha quando estava nervosa.

Ela me fazia querer ser uma versão melhor de mim mesmo, me fazia odiar os finais de semana pelo fato de que eu não tinha que ir pra empresa e então não poderia vê-la, me fazia torcer pra que ela se atropelasse nas palavras só pra poder ver o rosto dela ficando vermelho.

Ela foi a única mulher capaz de fazer o meu coração disparar.

Sim, eu a amava!

—Eu gosto muito dela, sim! –Ela franziu o cenho e puxou a minha cabeça na sua direção.

—Por que você não consegue dizer? –Eu sabia exatamente ao que ela se referia e sabendo que não conseguiria engana-la, optei por falar a verdade.

—Porque se eu dizer em voz alta, vai se tornar real e aí a dor de perde-la vai ser pior, não sei se consigo lidar com isso, não depois do papai! –Thea segurou firme em minha mão e me olhou nos olhos, eu vi ali uma sabedoria que achava que ela não tinha.

Quando minha irmã havia crescido tanto?

—Já é real, Ollie e não falar em voz alta não muda isso, mas você vai sufocar se não dizer! –Respirei fundo e retribuí o aperto em sua mão.

—Tá bem, eu amo Felicity Smoak de um jeito que eu nunca achei que seria capaz de amar. Está feliz agora? –Ela deu de ombros e se levantou, mas exibia um sorriso triste no rosto.

—Eu só vou estar feliz quando vocês estiverem juntos de novo e você puder falar isso olhando nos olhos dela!

Eu não queria que ela se sentisse pior, mas ao mesmo tempo eu não podia iludi-la. Eu não estava disposto a desistir da Felicity, mas tinha medo de que nem todo o tempo do mundo fosse capaz de faze-la me perdoar. Eu lutaria, mas tinha quase certeza de que já era uma luta perdida.

—Thea, eu não acho que isso vai acontecer, sinto muito!

Ela me encarou com os olhos firmes, mas em seguida olhou pra algo atrás de mim e sorriu.

—Bem, eu vou ir conversar com o Diggle pra passar o tempo, acho que você tem assuntos pra resolver agora!

Depois disso, minha irmã se retirou do local rapidamente e eu fiquei paralisado, eu tinha certeza do motivo da saída dela, ele era alto, moreno e estava bem atrás de mim.

Eu estava paralisado!

E se ele me odiasse? Como eu poderia olhar pro meu melhor amigo e pedir desculpas se eu nem sabia como começar a fazer isso?

Senti uma mão em meu ombro e nesse momento eu soube que não poderia mais adiar, me levantei lentamente e no momento em que me virei na direção do Tommy senti a minha coragem vacilar.

—Tommy, eu... –Fui impedido de falar quando ele me esmagou em um abraço, eu senti vontade de chorar no momento em que ele fez isso.

—Fico feliz por você ter voltado, Ollie! –Eu assenti, ainda o abraçando e no momento em que nos soltamos percebi que ele ostentava um sorriso no rosto.

—Você escutou a minha conversa com a Thea? –Ele indicou a cabeça em direção ao sofá e fomos nos sentar.

—Sim, mas eu já sabia que estava tudo bem no momento em que eu recebi a sua mensagem, eu senti, sabe? –Assenti, mostrando que compreendia, mas algo ainda martelava na minha cabeça.

—Então, você não está com raiva de mim? –Ele gargalhou alto e negou com a cabeça.

—Eu nunca estive com raiva de você, você é meu melhor amigo e provou isso durante cada segundo quando preferiu se afastar do que ser aquele cara que rouba a namorada do amigo, além do mais, você nem estava apaixonado por ela de verdade, eu sabia disso desde o começo!

Eu voltei a assentir e por um momento tive vontade de chorar quando percebi aquele enorme peso que eu estava carregando nos últimos meses sair das minhas costas, eu estava me sentindo bem pela primeira vez em muito tempo.

Pra me sentir melhor ainda, eu só precisava resolver as coisas com a Felicity, mas eu não tinha ideia de como fazer isso!

—Sabe, eu sei o porquê de você ter achado que estava apaixonado pela Helena! –Franzi o cenho em um claro sinal de confusão e ele endireitou os ombros, como se o que ele fosse falar agora se tratasse de um assunto sério. –Depois de conviver com os seus pais a vida inteira e ver aquele casamento de fachada horroroso, acho que uma parte sua simplesmente relacionou o amor a algo destrutivo, que machuca, então você de maneira inconsciente se “apaixonou” pela Helena, porque ela era uma pessoa que você nunca poderia ter, então você não tinha o risco de sofrer como os seus pais, foi a forma que o seu coração encontrou de se proteger.

Senti a minha mente dando um solavanco e por vários segundos simplesmente vi o ar fugindo do meu corpo, Tommy estava certo, eu era capaz de perceber isso. Mas o que ele não sabia era que o meu trauma em relação aos meus pais estava longe de ser só por um casamento de fachada.

Minha mãe o havia matado!

Quer dizer, ela não havia puxado o gatilho de uma arma, o envenenado ou encomendado a morte do pai, mas ela era a responsável pela morte dele!

—Ollie?

Voltei a realidade rapidamente com a voz de Tommy ao meu lado e tratei de esconder o meu desconforto.

—Eu te amo, Tommy! Obrigada por ser o meu melhor amigo! –Ele riu baixinho e me abraçou de lado.

—Eu também te amo, mas sabe um jeito de você me agradecer por ser tão excepcional na sua vida? Me dando aquele Chivas Regal de 25 anos que está na sua adega!

Eu gargalhei alto e assenti, estávamos de bem novamente, como se nada nunca tivesse acontecido.

Simples assim!

Helena estava certa, homens tinham um jeito mais fácil de se acertarem do que as mulheres!

—Uma pergunta, por que a sua irmã não está espionando a gente? –Arqueei a sobrancelha ao perceber que meu amigo estava certo, Thea sempre estava por perto pronta pra ver conversas constrangedoras, ela era a mestre em bisbilhotar a vida alheia. –Será que a conversa dela com o John era tão importante assim? –Dei de ombros e me joguei no sofá.

—O que poderia ser mais importante pra ela no momento do que bisbilhotar essa nossa conversa?

...

POV THEA

—Eu sei que você está se sentindo mal, mas não acha que seria melhor deixar o seu irmão resolver os problemas dele sozinho? –Bufei pela milésima vez e revirei os olhos.

—Não John e fica quieto porque eu sei que você vai me ajudar! Agora vamos ao que interessa, você conheceu a mãe da Felicity? Ela é doida mesmo? –John se segurou pra não rir diante da minha pergunta, mas por fim, acabou por continuar com a expressão séria no rosto.

—Ela é bem excêntrica, digamos assim! –Assenti rapidamente e voltei a andar.

—Ok, doida, como eu disse! Vamos precisar dela, consiga o contato dela e a traga pra Starling ainda essa semana! –John pareceu reticente e eu tive vontade de pular de um penhasco.

Por que as pessoas ainda insistiam em discutir comigo?

—Thea, não é tão simples assim, ela trabalha e da última vez que veio aqui aproveitou uma das poucas folgas pra isso!

—Pois então ligue pro chefe dela e peça pra ele libera-la, diga o meu nome e fale que eu vou arcar com todas as despesas que ele possa vir a ter pelos dias em que ela não estiver trabalhando, ele não vai recusar. –O homem à minha frente sabia que eu estava certa, por isso apenas revirou os olhos e assentiu. –E nós vamos precisar da Raissa também e daquele amigo da Felicity, acho que o nome dele é Curtis!

—O que você tá tramando? Pra que tudo isso?

Sorri de maneira sarcástica e deixei a minha bebida em cima da mesa.

Sim, eu sei que eram dez da manhã, mas o meu dia estava sendo péssimo então um drink não faria mal.

—É simples meu caro John, vamos começar a Operação Olicity!

 

 


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Notas finais do capítulo

Finalmente vemos tudo esclarecido, confesso que chorei escrevendo sobre todas essas emoções do Oliver, a Fefezinha tá sofrendo, mas ele também está, talvez até mais do que ela!!!!
E essa revelação que ele fez sobre a mãe no final? O que será que aconteceu afinal de contas?
E PARA TUDO MENINAAAAAS, se preparem porque agora tá chegando um esquadrão pronto pra fazer o nosso casal se acertar, o que será que esse povo vai aprontar em? kkkkkkkkkk

Comentem, favoritem, RECOMENDEM (não custa nada né?), façam essa autora feliz please, não me abandonem agora!

Até o próximo cap,
beijooos!!!!