Deus Salve a Rainha. escrita por Anabella Salvatore


Capítulo 10
Sem sapatos, baile.




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—Marques maldito, maldito Marques, Marques ordinário, maldito seja, Marques maldito! -Exclamava Catarina em revolta.

Ao que tudo indicava a princesa tinha caído nos encantos de mais um homem, contudo, diferente dos demais, esse era, demasiadamente, insistente. Ele lhe compunha poemas e sonetos, lhe irritava ao jura-lhe amor com os mais toscos versos... Imaginem, chegará a comparar a alteza a um ganso! Um animal, que na opinião da princesa, não passava de um animal.

—Quem é o felizardo que é caracterizado com tão elas palavras? -Questionou Ciro, achando graça da irritação da princesa.

—O Marques de Córdona. -Disse com desgosto.

—Creio que entendo sua irritação. O marques tem, digamos, aptidões estranhas e incomodas.

—Sério?

—Sim, ele tendo a causar estranheza nas donzelas do reino.

Catarina riu.

—Entendo a estranheza. -Ela se aproximou, amigavelmente. -Posso pedir um favor?

—Não precisa ao menos pedir, eu aceito.

—Mas, eu nem falei!

—Minha querida Catarina, somos amigos a muito tempo, confio em você.

Ela sorriu feliz com a resposta.

—Mas, de qualquer modo, lhe falarei. Por favor, fique perto de mim. Não permita que esse homem se aproxime muito... Posso perder a cabeça e infelizmente, creio que o marques faltará ao baile.

Ciro gargalhou.

—Será um imenso prazer. -Disse fazendo uma exagerada referência.

Eles passaram o dia juntos, o marques até tentou se aproximar, mas Ciro sempre aparecia para salvar Catarina, que respirava aliviada toda vez que o via. Aos poucos as horas foram passando e o momento do baile se aproximava. O salão já estava pronto, alguns já se retiraram para seus quartos, para se arrumarem. Catarina ficou no jardim, conversando com Jade e Beatriz. Quando a princesa de Vicenza se retirou, Beatriz se aproximou de Catarina.

—Aconteceu algo ontem.

—Algo ruim? -Perguntou preocupada.

—Eu não sei. -Disse angustiada.

—Diga-me logo, está me deixando nervosa.

—Eu estou nervosa, Catarina. -Ela respirou fundo. -Omtemfelipesedeclarouparamimeeufiqueisemreação.

—O que? -Fale devagar.

Beatriz respirou fundo.

—Ontem, Felipe se declarou para mim e eu fiquei sem reação.

Catarina sorriu aliviada.

—Você nunca percebeu que ele te ama?

—Pensei que fossem brincadeiras, contudo, desde que chagamos em Montemor ele está se aproximando mais. Era só atração, mas agora...

—Agora você sente algo a mais.

—Sim, como sabe eu...

—Está obvio, minha amiga. Acredito que o amor de você tenho vivido por muito tempo.

—Amor? Amar? Como eu...

—Você sabe que ama alguém quando a segurança e a felicidade dela viram sua necessidade. Você a quer bem, mesmo que não fique bem. -Catarina respirou fundo, lembranças de um velho romance tomavam sua mente. -Quando cada momento é necessário, nem que seja só a presença, te acalma, ao mesmo que tempo que lhe atrapalha. Você quer está com aquela pessoa, não importa como.

Beatriz estava pensativa.

—E se eu sentir isso por ele significa que eu o amo?

—Creio que sim.

Beatriz se levantou decidida, antes que Catarina pudesse dizer algo. A princesa não entendeu para onde a amiga foi, mas decidiu não a seguir. Foi para o seu quarto se banhar, calmamente e esperar o momento do baile.

ˠ

A água da banheira já estava gelada quando Lucíola chamou a princesa. Está se levantou e, só então, percebeu que anoitecerá. Com calma, ela se deixou enrolar na toalha e seguiu para o quarto onde suas roupas estavam prontas. O longo vestido em tons de cinza e azul ressaltavam o brasão de Artena, já que carregava suas cores. Após vestisse deixou que Lucíola arruma-se seus cabelos. Quando, enfim, estava pronta desceu para o salão.

—Melhor não olhar muito... Posso me apaixonar. -Disse Henrique, ao vê-la.

Este estava ao lado da sua irmã, a princesa Aurora.

—Está muito bela, Catarina. -Elogiou a princesa.

—Posso dizer o mesmo. -Respondeu sorrindo.

Augusto logo a chamou para uma dança.

Depois dele outros vieram, príncipes e até reis, como Otavio, o rei de Lastrilha. Homem estranho, parecia carregar uma aura sombria.

Depois de alguns copos de vinho e após o jantar, o baile parecia ter perdido a graça. Alguns reis conversavam, alguns rainha também, outras reclamavam e comparavam a festança as que a rainha Crisélia fazia.

—Aqui está tão monótono. -Reclamou Elisabeth.

—De fato. -Concordou Jade.

—Acredito que os belos e animados bailes de Montemor tenham chegado ao fim. -Disse Aurora.

—O que poderíamos esperar de um baile preparado por uma plebeia? -Questionou Beatriz com ironia.

Todas suspiraram, chateadas.

—Podemos alegrar um pouco este lugar. -Propôs Mary.

—Como? -perguntou Jade, já animada.

—Esperem um instante.

A princesa saiu e foi até onde os músicos estavam, logo, uma animada melodia começou a doar. As princesas se olharam e sorrindo, reconhecendo o sim. Logo trataram de tirar os caros e incômodos sapatos e correr para o centro do salão, dançando uma animada e infantil dança. Catarina ria ao brincar de roda e era acompanhada pelas demais. Apenas alguns príncipes, reis e rainhas não foram.

—O que elas estão fazendo? -perguntou Amália, sentindo-se incomodado por vários motivos, dentre eles dois eram os principais. O primeiro, era porque a plebeia imagina que as princesas estivessem atrapalhando o fluir do primeiro baile que ela mesmo organizará. E o segundo era por querer participar da dança, afim de vencer o tedio. 

—Estão se divertindo. Está era uma dança comum.

—Por que tiraram os sapatos?

—Acredito que seja mais cômodo. Por que não se junta a elas, terei que ir falar com o rei de Sonciera.

—Estou melhor aqui. -Sorri amarelo.

Ela não permaneceu sozinha por muito tempo, logo sua mãe e Diana apareceram.

—Por que está só, Amália?

—Afonso está ocupado.

—Aquelas princesas estão lhe tratando mal?

Amália suspirou.

—Não tanto quando imaginei, tem algumas que são até amigáveis. -Observou Mary rodopiar. -Contudo, outras adoram lembra-me o meu status de plebeia. -Disse em relação a Beatriz.

—Elas parecem felizes.

—Acredite, não é por causa do baile.

—Ouvi alguns nobres comentando que não estavam se agradando com o baile. -Soltou Diana.

Tais palavras magoaram Amália. Poxa, ela estava se esforçando tanto.

—Sabe de uma coisa? Estou cansada disso! Vamos subir.

—Mas, Amália você não...

—Eu posso o que eu quiser, está decidido. Vamos.

Ela não esperou que ninguém a seguisse, apenas saiu dali. A mãe dela repreendeu Diana pelas palavras ditas. Quando Afonso retornou não encontrou sua amada. Pensou em procurara a mesma, contudo, logo foi chamado por alguns reis.

Após algumas danças, Catarina cansou-se e se retirou. Se sentou e pediu a um servo que lhe trouxesse agua.

—O que tão bela dama faz sozinha? -Questionou uma voz fina.

Catarina estremeceu e suas feições ficaram serias.

—Estou apenas descansando, Marques.

—Não pude falar com a senhorita, o príncipe se intrometeu em todas as minhas tentativas.

Catarina olhou ao redor, a procura de Ciro ou de seu pai, mas não avistou nenhum deles.

—Acredito que deve mais respeito ao seu príncipe, assim como, acredito que o príncipe tenha tido seus motivos.

Ele preferiu ignorar a fala dela.

—Lhe fiz um poema, deixe-me declamar.

Antes que ela pudesse negar ou dizer algo ele começou a falar, seu rosto logo foi comparado a uma minhoca e seus braços aos galhos de uma arvore. Catarina estava prestes a manda-lo se calar, quando avistou Afonso. Discretamente, fez sinal, para chamar a atenção do rei.

Este olhou-a, confuso. Com a cabeça ela apontou para o Marques e disse "Socorro", sem usar a voz.

Afonso logo entendeu do que se tratava.

—Catarina. -Disse, se aproximando.

O marques se calou no mesmo instante.

—Majestade. -Reverenciou.

—Desculpe atrapalhar, entretanto, necessito da sua presença, estávamos falando sobre Laios.

Antes que o marques dissesse algo, Catarina se levantou.

—Com licença, Marques.

Rapidamente eles saíram dali e adentraram em meio a pequena multidão.

CATARINA! NÃO SE VÁ, CATARINAAA. —Dizia o Marques, gritava o Marques.

Catarina suspirou aliviada ao se ver longe daquela criatura.

—Obrigada pela ajuda. -Agradeceu.

—Ele estava a comparando a uma minhoca, ou ouvi errado?

Ela riu.

—O marques é... Muito insistente e tente a ser incomodo.

—Se ele voltar a lhe incomodar não hesitem em me falar.

—Obrigada. -Ela reverenciou e tratou de ir procurara amigos.

Afonso ficou olhando-a se distanciar. 

Antes do baile chegar ao fim, Felipe pediu a atenção de todos. Enquanto taças eram espalhadas para todos os monarcas.

—Gostaria de um minuto de atenção para comunicar algo muito importante, meu casamento.

—Casamento? -Questionou Otavio.

—Sim.

—E quem seria a felizarda?

—Eu. -Beatriz saiu do sei lugar.

—Sim, comunico, com imensa alegria, meu casamento com a princesa da Lúngria.

Todos levantaram seus copos e brindaram, enquanto os noivos se beijavam. Catarina estava muito feliz pelos amigos, era obvio o amor que ambos sentiam.

 

 

 


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