Deus Salve a Rainha. escrita por Anabella Salvatore


Capítulo 11
Pensando nela, adeus.




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Como um homem pode se julgar honrado? Como pode escolher entre seus bens mais preciosos? Esses eram os principais questionamentos presentes nos pensamentos de Afonso, eram seguido de: “Como pode ser tão bela?”. Ele e condenava pelo ultimo pensamento, já que ele não era para seu grande amor.

—Afonso? -Chamou Amália.

Ele levantou os olhos e olhou para aquela que deveria ser, ou era, seu grande amor, a mulher da sua vida. Contudo, a imagem dela logo era substituída pela da outra. Confuso. Enlouquecedor.

—Você está bem? -Perguntou novamente, se aproximando. Ela ficou próxima a ele e logo o beijou, ele deixou-se levar, acreditando que um beijo iria o despertar daquela loucura de sentimentos...

Mas, parecia tão errado...

ˠ

Logo chegou o momento dos monarcas partirem, algumas princesas, sentimentais, derramaram algumas lagrimas, contudo, a maioria se despediu de forma diplomática. Antes que saíssem do castelo, o povo já esperava do lado de fora, ansioso para a anunciação dos monarcas.

Afonso se mantinha afastado de Catarina, que nem percebeu o distanciamento do rei. Ela estava mais concentrada dialogando com a rainha de Andnar e Sonciera.

—Esperamos sua visita em breve, Catarina.

—Obrigada, rainha Pauline. Certamente será uma bela cerimonia.

—Claro que será uma bela cerimonia, é o meu casamento com a mulher que amo, pode ser mais belo do que já é? -Questionou Felipe, se metendo na conversa.

Catarina riu.

—De fato, meu amigo, já é belo.

A rainha se afastou e os dois ficaram conversando.

—É impressão minha ou Afonso está lhe encarando constantemente?

—Você também acha? Jade comentou recentemente. Não acredito que seja algo importante, ele deve está curioso em relação ao marques.

—Ao marques? O que ele aprontou?

—Homem louco, fica me perseguindo, Afonso me salvou ontem, no baile.

Felipe assentiu.

—Vou dá um jeito nele, não se preocupe.

—Eu agradeceria.

Afonso observava a interação entre Catarina e Felipe. Beatriz estava próxima a ele.

—Seu noivo é muito amigo de Catarina, não é?

A princesa o olhou. Curiosa. Seus olhos foram para Felipe e Catarina que riam de algo.

—Sim, todos somos muito amigos. -Disse orgulhosa.

—Não se incomoda? 

—Por que deveria? Acredite, não há alguém que prese mais a minha união com o príncipe de Andnar que Catarina, ela ajudou muito. Mas, e o senhor?

—O que tem eu? -Perguntou confuso.

—Não se incomoda? -Rebateu. 

Afonso perdeu a fala por alguns segundos.

—Não, claro que não. Por que iria?

—Acredite, majestade, o pior cego é aquele que não vê. Catarina é uma boa mulher, astuta e ambiciosa, logo irá apaixonar-se por alguém... Ela não irá esperar ninguém, muito menos alguém que nem sabe o que sente. Com licença. -Ela reverenciou e saiu, deixando Afonso com uma estranho dor no peito.

As trompas soaram.

—Está na hora de irmos. -Disse Beatriz se aproximando do noivo.

Catarina sorriu com a aproximação da amiga.

—Vou sentir muitas saudades de vocês.

—Logo estaremos juntos novamente, para o nossa casamente. -Ele apertou a mão de Beatriz e a olhou com devoção.

Catarina deixou o casal aproveitar os últimos minutos juntos e foi até seu pai.

—Catarina, minha filha.

—Olá, meu pai.

—Está preparada para partimos?

—Sim, estou ansiosa para rever Artena.

Ele assentiu, feliz. Alguns reis cobraram sua presença e ele se deslocou até eles, a rainha de Alfambres logo se aproximou.

—O rei Afonso está caidinho por você, Catarina. -Disse Gertrudes.

—O rei Afonso está com a plebeia.

—Besteira, Afonso logo irá despertar dessa sonho e vai perceber a bela mulher que você é.

—Não acredito nisso, ele parece adora-la.

—Ele logo despertará, minha querida.

Catarina assentiu, ela não acreditava naquilo, para ela a plebeia tinha enfeitiçado o rei e, nem ela, nem ninguém conseguiria vencer esse feitiço. Afinal, ela também nem queria, ou necessitava daquilo.

Afonso é um belo homem... Muito belo, um grande líder, de fato... Deve fazer a plebeia muito feliz, imagine os beijos... Não, não Catarina! Não pense nisso. Afonso ama a plebeia, Amália, ele ama Amália. Seus olhos vagaram até o rei. Mas, ele é tão belo... A princesa sacudiu a cabeça, tentando afastar tais pensamentos da sua mente.

—Com licença, irei me despedir de alguns amigos, com sua licença, majestade.

—Toda, minha querida. E, por favor, faça-me o favor de avisar ao meu filho que logo nossos nomes serão anunciados e partiremos.

—É claro, majestade.

A mulher sorriu. Catarina se afastou e a rainha andou até uma amiga, a rainha de Castelotes, Tatiana.

—Catarina é muito educada.

—E bela. -Completou a rainha.

—De fato, se Felipe não estivesse noivo, ela seria uma forte concorrente a princesa de Andnar. -Disse a rainha Paulina.

—Ainda bem que ainda tenho o Teobaldo.

—O príncipe está muito belo.

—Sim, logo teremos mais um anuncio de noivado.

A rainha de Alfambres sorriu.

—Se Deus quiser... E ele há de querer.

Elas sorriram sem imaginar a feição de desgosto que estava no rosto de Afonso. O rei estava perto das rainhas e ouviu a conversa. Pensar que Catarina logo poderia ser desposada por um daqueles príncipes o enojava e lhe causava raiva. Era egoísmo, mas ele temia aquela ideia. Temia a concretização dela.

Logo as trombetas soaram.

—Adeus, minha amiga. -Disse Beatriz ao ver seus pais irem até a porta, que ainda estava fechada.

—Logo nos veremos.

Os monarcas da Lúngria foram anunciados, adentraram a carruagem e seguiram viagem, assim como, os demais, por fim restaram os monarcas de Artena e seus servos e ministro.

—Foi um prazer retornar a Montemor. -Disse Rodolfo, diplomático.

—Es sempre bem-vindo. -Disse Afonso.

—Todos são. -Completou Amália, está estava ao lado dele.

—Agradecemos pela gentileza, venham nos visitar em Artena. -Disse Augusto.

—Sim, soube que tem família lá, Amália. Poderá ver com seus próprios olhos as mudanças que ocorreram. -Disse Catarina, um pouco venenosa.

—Irei, alteza.

Lucrécia e Rodolfo partiram na frente, sendo seguidos por alguns servos. Duas carruagens saíram. 

—Adeus, Afonso. -Disse Catarina, sentindo um estranho aperto no coração, contudo, ela se controlou e agiu friamente. -Obrigada pela ajuda no baile. -Agradeceu novamente, reverenciou.

—Sempre que precisar, Catarina. Até logo. -Ela assentiu.

—Rei Augusto, foi um prazer tê-lo aqui.

—Digo o mesmo, Afonso. Adeus.

As portas se abriram novamente e Augusto foi na frente, Catarina logo depois, antes de entrar na carruagem, ela virou-se e olho-os por uma ultima vez. Afonso ao lado de Amália, por um instante, intimamente, ela desejou está no lugar da plebeia.

Logo afastou os pensamentos, puxou a cortina e sorriu para seu pai.

ˠ

Após a saída dos monarcas, Afonso disse a Amália que iria se reunir com Cassio para tratar de assuntos da Mina de Ferro. De fato, eles iriam se reunir, mas não para falar sobre a mina.

—Cassio, sempre o considerei um grande amigo, se eu estivesse errado, você me diria?

—Vossa majestade...

—Não, Afonso, não é um rei que lhe fala, mas um homem.

—Um homem?

—Sim, ando tendo, pensamentos impróprios.

—Impróprios? Com quem? Comigo? -Perguntou perplexo.

—Não homem! -Ele riu, gargalhou. -Com Catarina.

Cassio suspirou aliviado.

—Com a princesa Catarina? Que tipo de pensamentos?

—Eu a desejo, mas mais que isso, a quero comigo.

—E Amália? -Questionou.

—Eu amo Amália... Deus! Como seu egoísta! Como posso querer Catarina quando tenho Amália?

—Senhor tem certeza que ama Amália?

—Sim. -Disse sem firmeza, uma fala pronta.

—Então, sinto em lhe dizer, que terá que esquecer tais pensamentos em relação a princesa Catarina.

Afonso assentiu. Maldição, por que o pensamento de esquecer Catarina dói tanto?

 

 

 


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