Killian estava apavorado para terminar um trabalho que deixara para última hora, então como o prazo era naquela sexta-feira o professor permitiu que ele enviasse por e-mail até sábado de manhã.

— Tem certeza que não vai querer ir ao cinema Kill? – Perguntou Regina. – Vão ser só algumas horas!

— Love, preciso terminar esse trabalho hoje mesmo, o professor me deu o prazo para mandar até amanhã cedo! Tenho que aproveitar que temos essa tarde de folga. – Disse um pouco triste.

— Então nós vamos, mais assim que terminar a cessão voltamos para jantar com você. – Falou Emma. – O que preferem comer, pizza ou hambúrguer com batatas?

— HAMBÚRGUER! – Responderam juntos.

— Hambúrguer sempre Emma, sempre! – Regina disse. – Vamos amor... e Kill, termina isso aí logo para gente poder comer tranquilo e conversar até tarde. – Disse de despedindo do garoto.

— Tchau, eu subo no apê de vocês umas 8:30 p.m. – Falou Killian voltando sua atenção para o trabalho.

As meninas resolveram ir andando, o shopping não era longe e ainda tinham algum tempo para a cessão começar e assim poderiam aproveitar a companhia uma da outra.

Andavam distraídas de mãos dadas conversando trivialidades e nem perceberam que um carro as seguia.

Graham estava dirigindo o carro e junto com ele estavam dois amigos do rapaz.

— Aquelas são as meninas. – Falou apontando para elas. – A morena é a filha do Sr. Mills...

— Elas são umas gracinhas. – Disse Neal rindo. – Tenho até dó!

— Vocês estão sendo pagos seus imbecis. – Graham respondeu. – Vamos segui-las para ver onde vão e vamos esperar. Espero que aquele amigo delas não apareça.

— Mais o que de tão grave a moça fez para o pai? Ela parece ser tão inofensiva e a loira também. – Perguntou Gideon.

— Não deveria falar com vocês sobre isso mais como somos amigos vou contar, mais bico fechado! – Alertou Graham. – Elas não fizeram nada... elas namoram a algum tempo e aquele velho não aceita isso. A família da loira é sócia da família do Sr. Mills, eles se conhecem desde quando eram crianças, ele se refere à ela como “minha sobrinha”.

— Ele tem razão em partes... – Falou Neal olhando as meninas se afastarem. – Elas são um desperdício, ficariam melhores ao meu lado. – Recebeu um tapa de Gideon. – Eii... – Riu – Mais que o Sr. Mills é um otário ele é, pensei que a filha tinha roubado a fortuna dele ou coisa parecida... aquela múmia tá ultrapassada mesmo.

— Guardem a opinião para vocês... ainda querem o trabalho ou não? – Graham perguntou alterado.

— Preciso de grana, claro que quero... mais deixo bem claro que o velho é um babaca. – Falou Gideon.

Assim que chegaram no shopping, Regina quis comprar um livro, entraram na livraria e enquanto ela escolhia Emma ficou mexendo em alguns aparelhos eletrônicos que vendiam ali também. Na escolha do filme optam por um de comédia, Regina comprou os ingressos e Emma foi pegar pipoca e alguns doces.

— Nossa Emma, tudo isso? Assim não vai conseguir comer depois! – Regina falou.

— Ahh amor! É só pipoca, chocolate e refri, isso não vai atrapalhar meu jantar! – Respondeu se sentando na poltrona.

Quase duas horas depois a sessão já havia terminado.

— Vamos passar na hamburgueria então, aposto que você nem vai querer, comeu tudo aquilo vendo o filme. – Emma a encarou incrédula.

— Regina, aquilo era PIPOCA! É claro que eu vou querer um hambúrguer, estou morrendo de fome!

— Eu ainda acho que quando ficar mais velha você vai engordar tudo de uma só vez!

— Ahaha, até lá eu já queimei todas essas calorias!

Fizeram os pedidos e voltaram para casa. Decidiram pegar um táxi porque já estava escuro. Faltava um quarteirão para que chegassem, Emma pediu ao motorista para parar.

— Sr., pode para naquela esquina ali, na sorveteria. – Regina a olhou de lado. – Preciso de sobremesa! – Respondeu.

Emma escolheu um pote de sorvete de chocolate, comprou cobertura e algumas casquinhas.

— Vai precisar de mais alguma coisa Senhorita? – Disse Regina rindo da cara de Emma.

— Não meu amor! Agora tenho tudo que eu preciso. – Selou seus lábios enquanto caminhavam para casa.

Elas tinham caminhado poucos passos da sorveteria, quando Regina sentiu segurarem o seu braço, por impulso virou a cabeça para trás para ver de quem se tratava.

— Não olhem para trás. – Ouviu uma voz masculina e Emma sentiu que seguraram o braço dela também. – Continuem andando e finjam que estamos juntos. – Falou Neal ao ver que elas iriam cessar os passos.

— Podem levar nossas coisas. – Disse Regina entregando a bolsa e ouviu o homem rir.

— Isso não é um assalto! Não queremos nada dos seus pertences.

— E o que vocês querem... – Emma perguntou tremendo.

— Duas garotas lindas como vocês não deveriam estar juntas... – Gideon falou. – Nem tentem correr, sabemos onde vocês estudam, os lugares que frequentam. Só queremos ir até a casa de vocês. – Ele percebeu que Regina ia começar a chorar. – Sem chorar, você não quer chamar a atenção quer?

— Não. – Sussurrou.

Graham caminhava atrás dos homens, ele iria subir junto com os amigos, mais estava se escondendo para que as meninas não o vissem.

Chegaram na recepção do prédio e entraram no elevador.

— Fiquem olhando para baixo agora. – Pediu Neal para que elas não reconhecesse Graham pelo reflexo do espelho e elas obedeceram.

Abriram a porta do apartamento e os homens entraram logo atrás.

— Onde fica o quarto de vocês? – Gideon perguntou ainda segurando no braço de Emma.

— Lá em cima. – Emma disse num fio de voz e o homens as empurraram para que subissem as escadas.

Entraram no quarto deixando a porta aberta, elas ainda continuavam de costas para os homens. Graham esperou do lado de fora.

— O que você vai fazer? – Regina não conseguiu mais segurar o choro, o homem não respondeu.

Gideon arrastou Emma até a poltrona que ficava ao lado da cama enquanto ela gritava.

— Cala a boca! – Disse encarando ela – Vai ser melhor se ficar quietinha. – Pegou uma corda que tinha no bolso do casaco amarrando as mãos dela junto com os braços da poltrona. – Você só vai assistir gracinha, mais como você não cala essa sua boca, vou te amordaçar. – Retirou um lenço e amarrou a boca da garota.

Regina estava de pé, imóvel, em frente a cama olhando Emma ser amarrada. A única coisa que conseguia fazer era chorar, não conseguia sentir suas pernas e por um momento ficou alheia ao que se passava, só voltou a realidade quando sentiu Neal a empurrar.

— Tire suas roupas. – Ele ordenou, Regina ainda de costas negou com a cabeça. – Tudo bem, eu faço isso por você. – Puxou a garota para si rasgando parte da blusa e da saia que ela usava, segurou seus cabelos a virando para encara-la, a empurrou contra a cama, fazendo ela cair de costas.

Emma tentava se soltar e gritar o que era em vão, o outro homem estava em pé ao lado dela, segurando sua cabeça para que não perdesse nenhum momento do que se passava, suas lágrimas escorriam descontroladas.

Regina tentava manter o homem afastado, tentou lhe chutar mais ele ficou com mais raiva ainda. Segurou sua garganta e quanto mais ela se debatia mais ele a deixava marcada. Neal deu alguns tapas no rosto dela para tentar mantê-la parada, apertou seu corpo o deixando cheio de marcas. Ele retirou um canivete que tinha no bolso ameaçando cortá-la, como a mesma não quis se render, acabou com alguns cortes pelos braços e pernas. Depois de muito se aproveitar da jovem ele resolveu terminar.

— AGORA VOU TE MOSTRAR O QUE VOCÊ TEM QUE GOSTAR. – Disse Neal. Chegando bem perto do ouvido de Regina ele sussurrou. – Tenho certeza que você amar e vai querer sempre.

— NÃO! POR FAVOR NÃO FAÇA ISS! NÃO, NÃO! - Gritava empurrando o homem.

Do lado de fora, Graham não suportou ouvir os gritos, apesar de trabalhar para Henry, ele não concordava com o homem e viu que isso já tinha passado dos limites.

— PODEM PARAR! – Gritou para os homens entrando no quarto. – JÁ CHEGA! Saiam daqui...

Os homens o olharam, Neal empurrou a garota novamente fazendo com que ela ficasse deitada de lado e no mesmo instante saíram do quarto. Emma e Regina olharam de relance para o homem que estava em pé na porta, o reconhecendo no mesmo instante. Graham abaixou a cabeça e saiu correndo do apartamento.