Quando as festas terminaram, os policiais voltaram a estudar o caso de Marco.

Foram até o local conferir se havia câmeras de segurança para que pudessem identificar algum suspeito nas imagens. O proprietário do local deixou que os policiais vasculhasse o lugar, mostrando que não havia câmeras por ali e nem aos arredores do salão e informou quem eram as pessoas que tinham trabalhado naquela noite.

— Marco, fomos ao local da festa e lá não existem câmeras, conversamos com as pessoas que trabalharam no evento e temos certeza absoluta que ninguém teve a ver com o acidente. Um dos seguranças, disse que viu um veículo preto passando por perto, mais os vidros estavam fechados e ele não viu qual era a placa.

— Então...

— Fizemos tudo que pudemos... infelizmente não temos como encontrar o autor. O Sr. Mills era um dos principais suspeitos, porém ele apresentou um álibi válido, rastreamos as ligações que ele fez na semana da festa e não encontramos nada, vamos ter que encerrar o processo. – Confessou contrariado, o detetive detestava casos como esse, em que não conseguiam encontrar os autores.

— Se não há mais nada o que fazer! – Disse Marco desapontado. – Eu agradeço detetive! – Apertou a mão do policial e se retirou da sala.

Marco almoçou com Zelena e August, onde os informou sobre sua conversa com o detetive.

Zelena não teve reação, ela não sabia dizer se o encerramento do processo tinha sido bom ou ruim. Ela tinha medo do pai e temia que se ele fosse o culpado mesmo, tentaria fazer alguma coisa novamente.

Henry por sua vez estava tranquilo, se sentia confiante. Passou meses sem que as pessoas percebessem sua presença, isso era o que ele mais queria, ser esquecido. O homem sabia que sua filha mais nova ainda mantinha o relacionamento com a filha de seu melhor amigo, mais não sabia que elas estavam morando juntas. Ao entrar na sala, ouviu David ao telefone.

— ... sim Los Angeles foi uma ótima escolha filha... – Parou de falar assim que viu Henry entrar. - ... ahn, preciso desligar, o Henry chegou, temos uma reunião daqui a pouco, abraço. – Encerrou a ligação disfarçando. – Henry, vamos agora? – Perguntou.

— David, melhor marcarmos para amanhã, não estou com cabeça para uma reunião hoje. – Falou e viu o amigo assentir. – Vou sair um pouco, até mais.

Ao ouvir o amigo no telefone com a filha, teve certeza de que a garota estava morando com sua filha. Passou pela sala de Zelena e viu que a mesma estava sozinha e entrou.

— Zelena. – A mulher o olhou por cima dos óculos. – Quero tirar uma dúvida.

— Sim, pode dizer...

— Sei que sua irmã e Emma ainda estão namorando... eu não sabia que estavam morando juntas também. Isso é verdade?

— Eu não sei pai, ninguém fala muito sobre a vida pessoal quando estou presente. – Respondeu voltando seu olhar para o computador.

— Como não? Você vive praticamente lá na sua mãe!

— É, eu frequento bastante a casa dela, mais prefiro não perguntar sobre a Regina. Tenho coisas mais importantes com que me preocupar. – Falou tranquila. – Agora pai se não se importar, eu preciso terminar esse relatório.

— Ok... vou sair, não venho mais hoje se precisar fale com o David.

Ele estava desconfiado, precisava tirar essa história a limpo. Tinha jurado que não permitiria que a filha se relacionasse com outra mulher.

— Graham. – Falou no celular já entrando em seu carro. – Me encontre na recepção do SM Hotel I , preciso que faça um serviço para mim.

Minutos depois, Henry entrou na recepção de um dos hotéis de sua empresa e viu que Graham já o aguardava sentado em uma mesa afastada. O homem se aproximou cumprimentando o rapaz e se sentou.

— Preciso que faça uma viagem e descubra uma coisa para mim.

— Do que se trata?

— Minha filha! – Graham o encarou. – Ela e a minha sobrinha continuam juntas. – O rapaz deu uma risada baixa. – Mais isso não vai ser por muito tempo, eu preciso que você descubra se elas estão morando juntas. A Emma estava estudando em Nova York, mais ouvi uma conversa e me parece que agora ela está em Los Angeles e como a Regina estuda lá...

— Você quer que eu descubra se elas moram juntas... só isso? – Perguntou

— Por enquanto só, mais tome cuidado para não ser visto, elas te conhecem. – Alertou Henry enquanto tirava um bloco de dinheiro e um papel do bolso. – Isso dará para pagar as despesas e seus serviços por enquanto. – Entregou ao rapaz. – Aqui está o endereço do apartamento e a faculdade que ela estuda. Assim que você estiver em L.A quero que me mantenha informado dos passos dela.

— Pode deixar, te manterei informado. – Graham disse pegando o dinheiro e o papel que continha o endereço. – Agora preciso ir.

[...]

Graham chegou em Los Angeles no dia seguinte, assim que encontrou o prédio que Regina morava, ele procurou um hotel por perto, pesquisou os horários das aulas da garota e alugou um carro.

No dia seguinte, bem cedo, Graham estacionou o veículo em frente ao prédio. Esperou por Regina, ele sabia exatamente o horário que a garota iria para a faculdade. Quase duas horas depois ele a viu descendo as escadas de mãos dadas com Emma, as duas caminhavam junto com um rapaz que ele não sabia de quem se tratava. No mesmo instante, abriu a câmera de seu celular e tirou algumas fotos dos jovens, esperou que eles se afastassem um pouco mais, deu partida no carro e seguiu para a universidade, onde ficou esperando por eles. Viu que Regina e o rapaz estavam chegando sozinhos e tirou mais algumas fotos.

— Sr. Mills. – Disse Graham – Acabei de te enviar algumas fotos de sua filha, Emma estava com ela, como ela também carregava uma mochila, acredito que está estudando por aqui mais não na mesma universidade que a Regina, porque ela chegou acompanhada com um rapaz.

— Estou vendo as fotos, esse rapaz acredito ser um amigo que minha filha tem, Cora me falou uma vez a respeito dele... descubra se Emma está estudando por aí mesmo e quando tiver respostas volte a me ligar. – Henry encerrou a ligação antes mesmo do rapaz responder.

Para que pudesse ter certeza, Graham ficou seguindo as meninas durante duas semanas, alguns dias ele as seguiu a pé, e viu quando Emma entrou em uma instituição de ensino que ficava próxima a universidade. Ele já sabia todos os passos que elas davam, os horários que iam e que saíam dos cursos, sabia quando Killian as acompanhava e as lanchonetes que frequentavam.

— Sr. Mills, tenho mais informações. – O homem pediu para que ele continuasse. – Elas estão morando juntas mesmo, Emma está estudando perto da universidade, me parece que é uma instituição que tem alguns cursos de sobre design. Quando elas saem mais tarde, elas almoçam em uma lanchonete que tem próximo a universidade e o rapaz está com elas na maioria das vezes. Bom, se era isso que o Sr. precisava descobrir, acho que meu serviço acabou.

— Ainda não... – Disse Henry com raiva. – Quero que dê um susto nelas!

— Sr. Mills, elas me conhecem... se eu me aproximar certamente... – Henry o interrompeu.

— Não disse para você ir sozinho, arrume algum amigo, sei que você deve conhecer alguém por aí.

— Eu conheço, mais... que tipo de susto o Sr. quer que elas tomem?

— Qualquer coisa que as façam se arrepender de insistir nesse relacionamento ridículo.

— Sim, vou entrar em contato com um amigo meu... vou precisar de mais dinheiro para isso! – Graham pediu.

— Fique tranquilo, depois que terminar o serviço você e seu amigo receberão uma boa gratificação. – Henry encerrou a ligação sentindo ódio por ter sido contrariado, jogou o copo de Whisky que tinha na mão contra a parede. – Eu disse que iriam se arrepender um dia, eu disse!