As aulas terminaram. E as férias custaram a passar pela falta que as meninas sentiam uma da outra. Emma sempre ligava, mandava mensagens para Regina e esta, na maioria das vezes tentava não aprofundar o assunto que tinham, queria que Emma sentisse raiva dela para assim, poder esquece-la sem sofrer. Os encontros que tinham era somente quando as famílias se reuniam para o almoço de domingo e as conversas eram assuntos curtos e triviais.

As reuniões em família não eram como a tempos atrás, todos animados conversando, era mais por um costume do que por prazer de estarem todos juntos.

Cora ainda continuava casada com Henry, embora o relacionamento deles fosse só de aparência. Robin educado como sempre, suportava Henry, mais conversava somente o necessário com o homem e que fosse a respeito do trabalho. Zelena apoiava o pai e sempre que podia, tentava fazer a irmã se sentir culpada pelos problemas que a família estava passando.

David, Mary e Elsa, tentavam fazer com que Emma se sentisse melhor, consolava a garota do jeito que podiam. Eles sabiam que ela não desistiria de ficar com Regina, até mesmo porque esta, nunca disse que não a amava mais. A família Swan era uma fonte de forças para Cora e Robin, que com a ajuda deles, tentavam seguir com suas vidas normalmente.

O Outono chegou, Emma foi para Nova York com um nó na garganta por saber que Regina não estaria com ela, mais ao mesmo tempo, pensava que seria bom para a menina passar um tempo longe do pai para poder se recuperar.

Regina foi para Califórnia, desconsolada. Cora com medo que a filha voltasse a se ferir, passou o primeiro mês com ela para que se adaptasse melhor.

Passando esse período de adaptação, depois de ter consultado um médico novamente e este alegando que a garota estava bem, Regina pediu para que Cora voltasse para casa, não queria que a mãe ficasse presa à ela, assim, a mulher voltou.

— Regina, se é o que você quer, eu vou voltar para casa, mais quero que me prometa que vai me ligar todos os dias, ou todas as horas que precisar, promete? – Cora disse preocupada.

— Prometo, claro – sorriu para a mãe – Eu estou bem, pode ficar tranquila...

— Eu venho te buscar a qualquer hora que precisar, me avise até se você estiver sentindo uma dorzinha na ponta do dedo ok – Cora continuava...

— Mamãe, eu vou te ligar eu prometo... – Disse rindo da cara que a mãe fazia - Vou ficar bem é sério. Estou gostando desse lugar, esse apartamento que você comprou para mim tem uma vista linda é perto da universidade, perto do shopping... eu vou ficar bem e claro, você e Robin podem vir quando quiserem e... – Ela ia tocar no nome de Emma mais desistiu.

— E... – Cora pediu para que ela continuasse.

— E eu vou esperar por vocês aqui, para me visitar quando eu não puder ir até vocês – Sorriu – Mãe, o táxi está esperando faz tempo, não que eu queira te mandar embora, mais acho que pode se atrasar.

— Tudo bem... vou te deixar... aqui... sozinha... – a mulher começou a chorar

— Não vou estar sozinha, já tenho um amigo que você já conhece, temos celular com chamada de vídeo e a qualquer problema podemos pegar o primeiro voo para nos ver – Falou chorando também.

— Eu te amo minha filha – beijou e abraçou a garota – fique bem!

— Eu também te amo mamãe – Abraçou a mulher mais uma vez – avise assim que chegar – Cora assentiu, beijou mais uma vez a filha e entrou no táxi indo para o aeroporto.

[...]

Alguns dias se passaram desde que Cora retornou para casa. Regina estava se saindo bem tomando conta de si mesma, mais carregava sempre um aperto no peito, mesmo não querendo, sentia saudades de Emma e não deixava de pensar nela nem por um minuto.

— Ei love! – Disse Killian, o melhor amigo que Regina fizera durante as aulas – Volta para terra!!!

— Oi Kill, eu estava distraída, desculpe! – Regina olhou para o menino e voltou a encarar o celular.

— O que tanto olha nessa tela hein? Saudades de alguém? – Perguntou curioso.

— É... – suspirou – Bom, acho que vou para casa. – Disse sem dar mais informações.

— Ah não, vamos comer um lanche, já está na hora do jantar mesmo... e quem sabe você me conta mais sobre essas saudade aí não é! – Disse Killian provocando a menina.

— Que curioso!!! Vamos comer então – ele olhou para que ela continuasse a falar – E vou pensar se te conto a respeito – Sorriu para ele enquanto seguiam para a lanchonete. O garoto agindo como um cavalheiro, pegou a mochila que Regina carregava e a abraçou de lado como se quisesse protege-la.

— Sou curioso mesmo e desde que te conheci sinto que você está triste com alguma coisa, embora tente disfarçar, mais agradeça por ter a mim... – Regina o olhou com uma cara de deboche – Não me olhe assim, sou um ótimo ouvinte, você se sentirá melhor depois que colocar tudo para fora – Falou como se já conhecesse a menina a anos, para Regina esse sentimento era recíproco.

Sentaram, fizeram seus pedidos e Killian ainda não tinha desistido da ideia de saber mais o porque a amiga estava sofrendo. Se dando por vencida, Regina acabou lhe contando em partes o que acontecia.

— Killian, é complicado. – Disse Regina

— Seu pai te proíbe de namorar? Que séculos estamos? Esse cara deve ser muito feio e como você é linda, seu pai sente ciúmes de te deixar ficar com um horroroso. – Disse fazendo a menina rir e pensando na ideia de contar que não era um cara – Mais e daí também né, como você disse, vocês se conhecem desde que nasceram, as famílias são amigas, seu pai deve ser um otário mesmo... desculpa, me exaltei.

— Não precisa pedir desculpas, ele é mesmo... e... na verdade esse cara, não é um cara sabe... – Regina confessou envergonhada.

— Não é um cara? Então ele é o que um E.T? Um lobo, porque agora até tá na moda neh...

— Não Killian... – repreendeu o rapaz – é... uma garota – Disse mais baixo, quase que só para que ela mesma ouvisse.

— Oh, interessante... uma garota! – Fez uma pausa -  Mesmo assim, seu pai continua sendo um otário, isso não define quem você é Regina!... Quando ela vem me conhecer? Porque é claro que você já falou sobre mim não é? – Perguntou curioso para saber.

— Eu até queria falar sobre você... é que não estamos mais juntas e eu estou tentando deixar que ela siga em frente sabe, estou evitando de falar muito com ela, penso que vai ser melhor assim. – Falou com certa tristeza.

— Ha Ha Ha! Acho que não está conseguindo nem se enganar love! Tá na sua cara que você é louca por ela, se fosse o contrário não ia aparentar carregar um peso no seu peito e olhar esse celular a cada três segundos! Me dá esse celular aí que eu quero falar com ela. – Killian disse tentando pegar o celular da mão da menina.

— Está louco! Claro que não seu bobo... Fui eu quem terminei com ela não dev...

— Peraí! Terminou porque seu pai pediu e não porque você queria, certo!? – Regina assentiu – Então deixa de ser boba, você está à quilometros de distância daquele velho chato. Não é nada demais, ligue para ela logo, aposto que essa garota também fica encarando o celular esperando pelo menos uma mensagem sua. – Disse Killian fazendo com que Regina criasse coragem – E você tem a mim não se esqueça, eu te protejo love. – a garota riu do amigo, ele realmente era uma pessoa que fazia com que o medo que sentia desaparecesse.

Terminaram a refeição, e Killian acompanhou Regina até seu apartamento, o rapaz morava em um prédio próximo ao dela, e  durante o caminho falaram sobre coisas da faculdade, o rapaz às vezes comentava sobre uma garota com quem ele queria sair e como sempre, fazia Regina gargalhar e esquecer dos problemas que a tanto tempo lhe acompanhava.

Ao entrar no apartamento, Regina foi direto tomar um banho, estava exausta, assim que terminou, procurou o celular dentro da bolsa, ao desbloquear o aparelho viu que havia um mensagem de Emma.

            “ Meu amor, estou morrendo de saudades de você. Espero que esteja bem... fale comigo quando puder. Eu não desisti de você... Te amo s2”

Isso foi a gota d'agua para Regina desistir do seu plano idiota de tentar esquecer a amiga. No mesmo instante, discou o número de Emma, que atendeu no primeiro toque e antes que pudesse dizer qualquer coisa Regina disse:

— Eu te amo Emma, obrigada por não desistir de mim...