Henry dirigiu em alta velocidade, não respeitando qualquer sinalização que existisse. Estacionou o carro em frente a casa, Regina abriu a porta tentando correr para dentro mais o pai a segurou pelo cabelo e a arrastou escada acima enquanto ela gritava chorando tentando se soltar.

— Pai, está me machucando, para por favor, me desculpa.

O homem não dava ouvidos ao que a garota falava, abriu a porta do quarto da mesma a jogando no chão trancando a porta atrás de si.

— VOCÊ ME DÁ NOJO, É UMA VERGONHA PARA NOSSA FAMÍLIA – a menina chorava desesperadamente chamando pelo irmão e pela mãe – CALE A BOCA. FIQUE QUIETA PORQUE VAI SER MUITO PIOR SUA MALDITA. – Henry a segurava pela nunca, enquanto esta, estava jogada no chão tentando afasta-lo. Ele desferia tapas no rosto da filha causando um corte no lábio superior e chutava seu corpo.

Robin, que estava em seu quarto estudando, ao ouvir os gritos da irmã correu para o quarto dela. Como a porta estava trancada, começou a chutar e dar socos contra a mesma.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO REGINA – gritava o garoto – PAI ABRE ESSA PORTA, ABRE AGORA.

David e Mary estavam chegando na mansão Mills para deixar Cora e ao ouvir os gritos, os tres entraram correndo na casa.

— Robin o que foi? O que está acontecendo? – Perguntou Cora confusa entrando pelo corredor.

— SEU MARIDO MÃE, ESTÁ LÁ DENTRO COM A REGINA. ELE VAI MATA-LA -           disse Robin desesperado tentando quebrar a porta.

— HENRY ABRA A PORTA – Gritou Cora desesperada enquanto ouvia o barulho do choro da filha, junto com as pancadas e as ofensas que o marido falava.

Mary ficou paralisada ao lado de Cora segurando a amiga pelo ombro, não sabia o que fazer. David junto com Robin conseguiram abrir a porta se jogando contra a mesma. Ao entrar no quarto, Robin pulou nas costas do pai, pegando o homem pelo pescoço e o arrastando para fora do quarto da irmã. Junto com David, levaram Henry para fora da mansão.

Cora correu em direção a filha que estava caída ao chão quase inconsciente.

— Regina meu amor, fala comigo – Segurou o rosto da filha – Mary me ajude, tem muito sangue. – falou chorando.

— Estou ligando para o August – se abaixou ficando na mesma altura da amiga – August, é a Mary, preciso que você venha até à casa dos Mills por favor, Regina não está nada bem... ok, venha rápido, obrigada. Ele já está a caminho.

Nesse momento Regina quis fechar os olhos, Cora chorava sentada ao chão, enquanto segurava a cabeça da filha em seu colo.

— Regina, fique com os olhos abertos querida, estamos aqui, você está nos entendendo? – Perguntou Mary segurando a mão da garota.

— Sim tia – Regina respondeu com dificuldade respirando pesadamente.

[...]

— O QUE VOCÊ ESTAVA PENSANDO PAI? – Gritou Robin empurrando o mais velho.

— Calma Robin! – Disse David afastando o garoto. – Henry, o que aconteceu? Você perdeu a cabeça... espancou sua filha! O que está acontecendo com você?

— A SUA FILHA DAVID! – o homem gritou – A sua filha e a Regina estavam se beijando no parque, à tempos eu desconfiava que essa amizade não era normal. Tive certeza hoje, mais ela ainda não teve tudo que mereceu e graças à vocês... Agora me diz, você sabia dessa palhaçada? Estava escondendo isso de mim? – falou gesticulando.

— Eu não sabia de nada. – Ficou em silencio por alguns segundos – Estou tão surpreso quanto você, mais isso não justifica o que você acabou de fazer, agredir uma criança? ? ? Nada vai se resolver com violência meu amigo! Dessa vez passou dos limites! – Disse David segurando o homem.

— Você é um lixo Henry – falou Robin – a vergonha da nossa família é você.

Henry se soltou de David indo em direção à Robin, cerrando o punho e socando o rosto do garoto,  que caiu de costas. David segurou o homem novamente, pedindo para que Robin voltasse para dentro de casa. Nesse momento August estacionou o carro descendo do veículo.

— David, Henry... o que aconteceu? O que houve com a Regina? – Perguntou preocupado olhando o estado em que o sogro estava.

— Está no quarto dela, Cora e Mary estão lá. Avise que vou sair com Henry por favor, o Robin vai te colocar a par do ocorrido. – August assentiu e correu para o quarto da cunhada. Chegando no local viu que Cora estava devastada e Mary sem saber o que fazer.

— Cora, Mary... o que foi?... Regina!!! – disse se assustando ao ver o estado da menina.

Robin contou o que Henry havia feito, August, que era médico, colocou a menina sobre a cama e a consultou.

— Regina, você desmaiou ok, vou conferir sua pressão, o que está sentindo? – Perguntou enquanto a analisava.

— Dor de cabeça e nos braços e um pouco de enjoo – disse Regina meio sonolenta.

— Sua pressão está boa, você deve ter desmaiado por conta do stress, o enjoo e a dor de cabeça é normal nesse caso. Está sentindo dor para respirar? – perguntou enquanto ouvia os pulmões dela, a garota negou – Não vejo nada grave, a não ser as lesões externas. Os pulmões estão normais, a pressão e os batimentos cardíacos também, e pela pupila vi que também está tudo ok. Vou à farmácia buscar um medicamento para o enjoo e um relaxante muscular, quero que fique acordada, tudo bem? Você consegue?

— Sim August, acho que sim – Respondeu

— Ok, não vou demorar. – August se afastou da cama pedindo para que Cora o acompanhasse – Cora, tente fazer com que ela levante e a ajude tomar um banho para ficar mais tranquila, não vi nenhum sinal de lesão interna pode ficar tranquila – August disse a sogra – eu não demoro.

— Obrigada August – respondeu a mulher, entrando no quarto da filha e junto com Mary a levando ao banheiro.

[...]

Emma ligou inúmeras vezes no celular de Regina, de seus pais, de Cora, mais ninguém atendia. Depois de tanto tentar e o medo já estar tomando conta de seus pensamentos resolveu correr até a mansão, seja o que for que estivesse acontecendo, ela deveria enfrentar junto com a amiga.

Chegando na mansão, entrou correndo encontrando um Robin com o rosto machucado.

— Robin o que aconteceu com você? Onde está a Regina? Ninguém atende o celular... seu pai nos viu... – o menino tinha um semblante triste e preocupado – Fala alguma coisa Robin... ela está bem? – falou desesperada indo para o quarto de Regina. Robin a segurou pelo braço.

— Emma, a Regina não está muito bem. Fique calma, vamos conversar antes de subir... – Robin levou a amiga para a sala contando todos os detalhes para ela. Emma chorava descontrolada, se culpava por tudo que tinha acontecido.

Ao chegarem no quarto, Regina já havia tomado banho e estava deitada na cama esperando que August trouxesse os medicamentos. Ela estava com o corpo e o rosto todo machucados, os olhos vermelhos de chorar e o olhar perdido. Cora estava ao lado da filha enquanto Mary falava no celular com o marido. Ao ver o estado em que Regina se encontrava, Emma chorou ainda mais.

— Meu amor! A culpa foi minha, me desculpa, eu te amo tanto – falou abraçando a menina enquanto deitava do outro lado da cama.