Capuz Vermelho Especiais escrita por L R Rodrigues


Capítulo 6
Deuses e Monstros (Parte 6)


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Não deixe de conferir as notas finais, tem uma explicação super-importante.



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— Então quer dizer que suas duplicatas não passam de bombas-relógio? - perguntou Lester, seguindo Áker pelo caminho de volta ao ponto onde Sekhmet estava imobilizada.

— Basicamente. - responde o arauto, sem muita paciência ou disposição para prolongar a conversa.

— Sinistro... - disse o caçador estrategista, arqueando as sobrancelhas.

— Como ela está? - quis saber Áker, dirigindo-se Adam e Êmina, ambos bem próximos da deusa ainda caída.

— Meio deprimida... - disse Êmina, fitando-a com curiosidade. - ... Mas está exatamente do jeito que esperávamos.

— Especulamos que ela fosse tirar algum truque da cartola. - disse Adam, com os braços cruzados, também olhando-a.

Áker fizera uma expressão de pura estranheza.

— Truque da cartola? - perguntou ele, confuso. - O que isso significa?

— É um lance de mágico... - tentou explicar Lester. - ... Ele tira algo de sua cartola, normalmente é um coelho e... - olhou para os outros dois companheiros, meio envergonhado. Áker franzira o cenho, sem entender absolutamente nada de como aquilo poderia se relacionar com o caso.

— Ahn... - disse Adam, tentando encontrar palavras para encerrar aquele assunto. - É maneira de dizer. - falou, sorrindo forçadamente. - Significa que pensávamos que ela fosse tentar alguma coisa para escapar.

— O sigilo se esgotou. - analisou Áker, visualizando a ferida, entortando de leve a cabeça. Com telecinesia, erguera a mão direita e retirara a bala do corpo da deusa, como se estivesse espantando uma mosca. O projétil meio ensanguentado caiu com um ínfimo ruído tilintante. - Agora é por conta de vocês.

— O quê? Sugere que adotemos ela? - perguntou Lester, preocupando-se.

— Lester, ela já não é mais uma deusa, é completamente uma reles mortal como nós. - disse Êmina, contrapondo-se ao amigo. - Talvez possamos força-la a se unir à nós na Resistência.

— Nunca! - vociferou Sekhmet, tentando se levantar. - Jamais me sujeitarei à compactuar com a causa de vermes como vocês! Tentando salvar um mundo que não pode ser salvo.

— Na verdade... - disse Adam, estreitando os olhos. - Eu andei pensando sobre como ela nos pode ser útil. - olhou para os dois amigos. - Se lembram da fórmula da cura?

— Não me diga que... - disse Êmina, intrigando-se.

— Sim, talvez ela consiga. - decidiu o caçador robusto. Pegara a deusa pelo braço direito, erguendo-a do chão. - Afinal, deuses são mestres em conhecimento. Não é?

— Isso foi meio drástico. - afirmou Lester, um tanto receoso ante a ideia.

Êmina se pôs a ajudar Adam a levanta-la.

— Será que tem alguma coisa de química nessa mente psicopata? - perguntou ela, pondo o braço esquerdo da deusa sobre sua nuca.

— O básico... - respondeu Sekhmet, a voz fraca.

— Já é um começo. - disse Êmina, carregando-a para fora do galpão ao lado de Adam.

— A humanidade dela já foi ativada? - questionou Lester, desconfiado. - De repente, ela quis colaborar.

— Ela está desesperada. - disse Áker, pegando o bala. - Por estar vulnerável. E sem outra escolha, ela será bastante diligente em apoia-los.

— De que ainda vai servir essa bala? - perguntou ele.

— A energia de Sekhmet está armazenada. - respondeu o arauto, guardando o projétil. - Me servirá com possível trunfo.

— Ah, sim... - disse o caçador, assentindo levemente e fitando o nada. Desviou os olhos novamente para o arauto. - É aqui que nos despedimos, não é?

— Infelizmente... - disse Áker, suspirando pesarosamente. - Foi agradável o tempo que passei com vocês. Espero que obtenham êxito no desenvolvimento da cura para esta... praga que está assolando a humanidade.

— Ei, o que é isso? - indagou Lester, expressando incômodo. - Até parece que... isso é um adeus. Um adeus de verdade, pra nunca mais mesmo.

— Sr. Cooper, acho melhor você voltar para Adam e Êmina. - aconselhou Áker, rapidamente olhando para trás de modo suspeito. - Devem estar precisando de sua ajuda. Diga à eles que serei eternamente grato pelo apoio e lealdade. Digamos que essa aliança e amizade me tornou mais humano, de alguma forma.

— Tudo bem... - disse o caçador, andando alguns passos para trás e estranhando a insegurança que o arauto adquirira repentinamente. Virou as costas e deu alguns passos adiante. No entanto, voltou-se para Áker, erguendo de leve o indicador direito. - Ahn... Só mais uma pergunta: Será que você sabe o que aconteceu com... o Hector?

— Lamento, mas não sei. - respondeu ele, dando mais duas olhadelas para trás. - Vá, Lester.

— Já percebi. - constatou Lester, com um semblante de seriedade ao notar uma movimentação estranha em uma das portas de saída do galpão. - Adeus. - despediu-se ele, andando com certa pressa até a porta por onde Adam e Êmina saíram com Sekhmet.

Cerca de três minutos passados, dois soldados a favor da consorte de Yuga irromperam de duas portas diferentes, ambos encaminhando-se lado a lado em direção à Áker com austeridade odiosa nas faces.

— Aí está você. Desertor. - acusou um deles, com tom rude. - Com quem estava falando?

— Isso importa? - retrucou o arauto, franzindo a testa, aceitando sua condição.

— Não muito. - respondeu o outro. - Não viemos gastar nossas energias para esmagar baratas. Acabou, Áker.

— Chega de truques. Chega de brincar de esconde-esconde. - dissera o primeiro, demonstrando um ar de superioridade que não parecia casar bem com sua conduta e/ou posição. - Acusado de ir além de suas obrigações, assassinatos, negligência ao falecimento de um mortal, a quem confiou sua proteção e lealdade, e, não menos importante, deserção.

— Você vem conosco, agora. - disparou o outro, andando mais rápido. - Tem a obrigação de permanecer em silêncio. Prestará os devidos esclarecimentos a Lorde Yuga, sem direito a testemunhas. A ordem vem do primeiro escalão, o qual presumo que saiba de quem se trata especificamente.

Em um evidente sinal de rendição honesta, Áker levantara as mãos, pouco abalando-se com a voz de prisão, muito menos se afligindo com a possível condenação severa.

— Não vou impedi-los. - disse o arauto, totalmente ciente.
                                          

                                                                                        ***

25 de Novembro de 1944

Completamente alheio aos efeitos devastadores da bomba Ômega - a qual tirara as preciosas vidas dos tão perseverantes e empenhados membros da Resistência - , um homem, aparentemente de meia idade, vestindo um manto cinzento que ocultava a parte de seu rosto e esvoaçava com o vento extremamente gélido, estava parado acima de um prédio de 15 andares totalmente coberto pela couraça negra formada após a explosão... assim como toda a extensão que terminava em parte do pólo norte.

Observava calmamente a desolação do mundo dos mortais, resumida à lugares preenchidos por uma camada sólida preta, um céu cinzento beirando a um azul escuro tempestuoso e uma temperatura de -260ºC. Seus punhos cerrados tremiam. Não de frio. Mas de culpa. E, sobretudo, de raiva.

Ergueu um pouco a cabeça, logo abrindo os braços e os levantando ao alto com as mãos abertas.

Em milésimos, já não se encontrava mais ali.   

                                                                                       ***       

08 de Março de 1941

Inglaterra - Centro de Londres

Caminhando de forma um tanto trôpega pela calçada - além de ser ignorado por boa parte das pessoas pelas quais passava -, o homem encapuzado logo percebera a presença de uma bela jovem, de corpo voluptuoso, trajando roupas apertadas e uma capa com capuz vermelhos observando uma parede. Parou por alguns segundos para fita-la, a luz do pôr-do-sol banhando seu manto verde-escuro.

Testemunhou Rosie tirando o papel grudado na parede que antes estava encarando com um nítido pasmo, pelo que dava para ver através da distância que o homem estava. Após ver a jovem dobrar o papel e guarda-lo dentro da bota direita, a mesma discretamente relanceando o armazém para onde Hector fora comprar mantimentos, o homem tornou a andar, desta vez aparentando intencionar algo por meio do jeito como caminhava - meio corcunda -, direcionando-se à Rosie, embora se esforçava para fingir não nota-la.

Rosie, então, vira seu parceiro caçador saindo da loja segurando quatro sacos de papelão com os dois braços. Andou até ele, assumindo uma postura que lhe dizia estar agindo com total e absoluta naturalidade.

O homem andou mais rápido... e, meio que sem perceber, já havia esbarrado de leve com Rosie. Deu-se conta de que ansiedade por uma oportunidade de estar próximo à Rosie Campbell sobrevaleu sua concentração para uma maior eficácia do "plano". Contudo, no fundo estava satisfeito, mesmo não ocorrendo da forma que esperava. Seu braço direito bateu levemente no de Rosie.

— Oh, me desculpe. - disse ela, a fala rápida, tocando-o em apenas um segundo, logo voltando sua atenção à Hector.

— Estou bem, não foi nada. - disse ele, em tom gentil, voltando a caminhar.

Entretanto, ele cessara novamente seu percurso, virando-se somente para vê-la seguir seu caminho em direção à Hector.

Uma sensação de missão cumprida o preencheu de modo a não hesitar em realizar seus próximos passos. Se havia chegado ali com êxito, era obrigatório que agisse de acordo com o que havia jurado a si mesmo para reverter um problema e as condições que levariam à sua causa.

"Não serei perdoado. Jamais", pensou ele, não parando de observar Rosie nem por um segundo.

 


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Notas finais do capítulo

*O personagem surgido nas duas cenas finais deste especial se chama Údon, o Escriba de Abamanu, e a aparência de seu receptáculo é apresentada em "O Voo da Fênix", o décimo terceiro capítulo da temporada e o trigésimo sétimo da série, marcando sua aparição definitiva.

*Explicando as linhas temporais:

Introdução - O modelo é basicamente igual ao da famosa série de anime Dragon Ball Z (da qual sou fã confesso), onde uma viagem no tempo programada para o passado desencadeia na criação de uma linha do tempo alternativa, cujos acontecimentos não sofreram interferência do viajante, sendo assim duas linhas do tempo paralelas. Porém, em Capuz Vermelho só há um detalhe que se diferencia do modelo utilizado ao da obra de Akira Toriyama: Viagens ao futuro também causam mudanças e criações de novas linhas temporais.

Linha Temporal 01:

Descrita como a linha do tempo alternativa para onde Rosie foi enviada - como dito bem mais acima - e a linha que este especial trabalha e que não sofreu nenhuma interferência de Údon.

— 16 de Março de 1941: Rosie foi ao QG do Exército Britânico para participar de um reunião comandada pelo General Holt, mas foi acusada de omissão e submetida à interrogatório, tendo seu amuleto confiscado e seu nível de influência reduzido.

— 16 de Março de 1941: Rosie se encontrou mais uma vez com Mihos, na sala de interrogatório, algo que não ocorre na linha temporal oficial, onde ambos se conhecem em "Senhor Escarlate" e posteriormente não mais contracenam.

— 16 de Março de 1941: O General Holt desfez seu acordo com Sekhmet, não se importando se Rosie vivesse ou morresse, além de ter dado intervalos entre as duas operações de resgate.

— 27 de Março e 08 de Abril de 1941: Sekhmet tentou duas vezes assassinar Rosie - nos dois dias de operações do Exército, em Birmingham e Liverpool - e falhou em ambas, graças à Áker.

— 08 de Abril de 1941: Mihos abandonou sua casca, prometendo a si mesmo não retornar mais aquele mundo e não se alimentar de carne humana por um bom tempo.

— 08 de Abril de 1941: Hector aceita a proposta de Abamanu e torna-se seu receptáculo, já que é o verdadeiro, matando Mollock em seguida.

— 08 de Abril de 1941: Eleonor abandona sua casa após o ataque dos quiméricos e recorre a abrigos de pessoas desfavorecidas para manter-se fora do radar de suas inimigas, resolvendo permanecer fugitiva por toda a Inglaterra.

— 08 de Abril de 1941: Alexia é sequestrada por soldados quiméricos e, meses depois, infectada por uma versão especifica da substância criada por miméticos de nível Alfa a partir de rascunhos das fórmulas do Dr. Lenox. Com isso, alia-se à Abamanu e promovida à líder de esquadrão - miméticos Beta.

— 14 de Outubro de 1941: Charlie é morto por Abamanu após o mesmo tê-lo ensinado a romper seus limites para viagens dimensionais, através de uma combinação de sigilos criada pelo próprio mago do tempo - que tivera seu pescoço quebrado e, assim, morte instantânea.

— 21 de Março de 1942: A Legião dos Caçadores se reúne novamente após terem sido solicitados pelo Exército Britânico a agirem em conjunto com outros caçadores, originando a criação de uma resistência contra a calamidade.

— 22 de Agosto de 1942: Infecção nível Beta se alastra com mais força pela Europa.

— 18 de Setembro de 1942: A Resistência obtém a fita com a gravação de Lenox sobre a fórmula reversa.

— 09 de Outubro de 1942: Sekhmet é pega em uma armadilha planejada por Áker - que contou com o auxílio de Adam, Êmina e Lester -, tendo seus poderes totalmente sugados por um sigilo inibidor e condenada a ser prisioneira dos caçadores.

— 09 de Outubro de 1942: Áker, por ter assassinado outros soldados e não conseguir proteger Rosie como jurou, é condenado por Osíris a uma prisão especial, perdendo sua posição de arauto, bem como boa parte da energia concedida por Yuga que o tornava acima dos outros soldados.

— 17 de Dezembro de 1942: Sekhmet, agora como um mortal, é obrigada a aplicar a fórmula na prática.

— 05 de Janeiro de 1943: A Grande Guerra é cessada indefinidamente mediante aos números inacreditáveis atingidos pelo alcance da calamidade. Um consenso de trégua entre super-potências - sobretudo Alemanha e URSS - foi estabelecido.

— 12 de Janeiro de 1943: Abrigos subterrâneos são abertos à uma determinada quantidade de sobreviventes. Contundo, a maior parte da concentração de não-infectados pertence à nobreza, incluindo pessoas de grande influência e utilidade pública como chanceleres, prefeitos, senadores, militares e médicos. Outras classes sociais compõem cerca de 10% dos refugiados.

— 14 de Março de 1943: Alexia/Evilexia, exercendo o papel de chefe de esquadrão Beta, inicia uma série diária de saques, assassinatos e contaminações contra refugiados em locais de fácil acesso, juntamente com um exército de miméticos nível Beta em estágio de completude.

— 26 de Junho de 1943: A Fortaleza Beta - principal lar do esquadrão liderado por Alexia/Evilexia - tem sua construção iniciada.

— 12 de Julho de 1943: Com o Exército se desligando da Resistência aos poucos por escassez de recursos e busca por mais instalações seguras, A Legião (Adam, Lester e Êmina) firma aliança com um grupo misto de caçadores que outrora se diziam a Oficial Resistência Europeia (que aceitava membros de outras etnias), realizando uma fusão e um renascimento do exército de sobrevivência, passando a investir em armamentos pesados e grande quantidade de suprimentos. Como o acordo de união foi proposto pela primeira Resistência formada, a Legião teria de aceitar receber autorizações quando uma missão estivesse em planejamento.

— 25 de Novembro de 1944: Ocorre a missão de invasão à Fortaleza Beta oficializada pela Resistência Definitiva. Consequentemente, a bomba Ômega - contendo o nível supremo da substância tóxica - é disparada por um canhão sob as ordens de Alexia/Evilexia, matando todos os membros da Resistência, incluindo o trio da Legião, ao se alastrar em alta velocidade, causando a extinção de 95% da vida humana na Terra e, possivelmente, o fim da série.

Linha Temporal 02:

É a linha tida como a principal. Em outras palavras, é a linha que se tornou oficialmente única no enredo trabalhado pela série a partir de "Sinais do Fim (3x07)". Portanto, ela é a linha do tempo a ser desenvolvida adiante e a única a ter sofrido influências diretas de Údon. Foi criada graças à volta de Údon ao passado.

— Os eventos da 1ª e 2ª Temporadas e dos seis primeiros capítulos da 3ª.

— Entre 11 e 16 de Março de 1941: Áker começa a ter visões estranhas e misteriosas sobre algo de caráter grave relacionado ao plano de Abamanu e o dilema de Rosie, mas prefere manter isto em segredo até ter certeza sobre quem (ou o quê) está lhe enviando tais mensagens alarmantes.

— 16 de Março de 1941: Rosie se depara com Áker no Casarão quando estava prestes a sair para a reunião com o Exército Britânico a respeito das próximas operações da força-tarefa de resgate e desmanche das fábricas. No mesmo dia, o arauto a envia para o futuro (L3). Na volta, Rosie traz a fórmula da cura transcrita num papel e uma foto tirada com seus amigos antes da missão antecipada.

— 19 de Março de 1941: Eventos da trilogia "Alfa, Beta e Ômega (3x08/3x09/3x10)".

— 23 de Março de 1941: Cena final de "Conhece-te a ti mesmo (3x11)".

E narrativa segue...

Linha Temporal 03:

Esta é a linha que Rosie criou graças à sua ida ao futuro da Linha Temporal 01. Parece bem confuso mesmo. Afinal, como a L1 pode, de repente, tornar-se a L3? Como dito acima: Viagens ao futuro também implicam na criação de linhas do tempo alternativas. Áker, em "Sinais do Fim (3x07)', enviara Rosie para o futuro apocalíptico, fazendo-a parar em um determinado momento crítico vivido pelos sobreviventes e a Resistência. A partir dali, Rosie foi o elemento influenciador que resultou na alteração de todas as probabilidades. E justo quando a missão de invasão a´Fortaleza Beta estava em plena fase de planejamento. A presença de Rosie antecipou esse evento, o qual, na L1, só viria a ocorrer meses depois. Mas somente o que acontece a partir da chegada de Rosie até a saída dela do futuro deve ser considerado como Linha Temporal 03?

Não. Ambos os futuros (L1 e L3) existem paralelamente. Não importa se Rosie tinha intenção de salvar seus amigos ao se juntar à eles na missão. Eles já estavam mortos no futuro da L1 em um evento similar, mas ocorrido em um período diferente. Obviamente, Abamanu saíra vitorioso nas duas linhas do tempo. O que acontece é o seguinte: Os eventos conhecidos da L1 fazem parte sim da L3, não apenas do momento da chegada de Rosie até a fuga dela. Não é porque Rosie veio de uma linha do tempo previamente alterada que ela deve servir como elemento significante para que uma outra possa existir, como se tal linha do tempo dependesse exclusivamente de sua presença e influência. Em outras palavras, a saída de Rosie daquele futuro - após a explosão da bomba Ômega - não "deletou" a L3. É a influência inicial de um elemento pertencente à uma outra dimensão que gera as mudanças significativas em meio à nova cadeia de eventos que se desenha a partir dela. A ausência deste elemento em nada modifica a realidade já permanentemente construída. Portanto, os eventos que precedem a criação da L3 - originalmente pertencentes a L1 - e os da própria, compõem, em totalidade, esta linha temporal. A quebra de uma linha do tempo por um viajante do passado não anula a existência dos eventos que ocorreriam caso não houvesse influência dele, gerando, por conseguinte, uma nova linha do tempo, que passa a existir em paralelo com aquela que seria única (no caso, a L1).

Por exemplo: Se Rosie, partindo do futuro da L1 que se tornou a L3 por sua causa, voltasse ao passado - em um momento de grande destaque - , uma quarta linha do tempo seria criada. Dependendo de qual evento ela testemunharia. Uma viagem dessas é suscetível ao risco de um paradoxo temporal, o que é extremamente perigoso, por justamente ser feita por alguém que desconhece o total controle de viagens temporais. Apenas divindades e relacionados podem fazê-lo sem sujeitarem-se à possíveis riscos. Logo, Rosie não deve, em hipótese alguma, utilizar o sigilo temporal que Áker desenhou.

Adendo: Não importando qual seja o meio - sigilos, brechas inter-dimensionais ou habilidade natural -, a viagem no tempo tem as mesmas consequências. Só por ser uma viagem pelo fluxo temporal, os resultados não se diferenciam pelos meios utilizados.

— Os eventos ocorridos na Linha Temporal 01: Até as 14 horas, 32 minutos e 21 segundos do dia 28 de Março de 1944 (data esta em que acontecem os eventos apresentados em "Sinais do Fim").

— 28 de Março de 1944: Rosie explora a Londres do futuro apocalíptico. Depois é atacada por uma horda de miméticos e reencontra seus amigos da Legião. Obtém conhecimento da cura, de Evilexia, dos miméticos Beta, de Sekhmet presa - e como uma mortal - e participa da missão antecipada à Fortaleza Beta, além de se encontrar com Abamanector.

*"Abamanector" (não é shipp, só um apelido carinhoso à essa "fusão" rs) utiliza o mesmo manto negro com um "broche" prateado no formato de meia-lua apresentado em "Sinais do Fim (3x07)" na Linha Temporal 01. A vestimento (em L1) foi confeccionada pela própria Evilexia, após a mesma ter jurado sua fidelidade ao reinado, chegando até mesmo a assumir o controle do continente, já que o deus lunar expandiu, a nível universal, todo o seu império reerguido graças à quebra de limitação.

*Existem (tanto na L1 quanto na L3) comandantes de exércitos - escolhidos a dedo por Abamanector -que, basicamente, ocupam posições similares à presidentes. Para cada continente há um comandante. Como dito no item anterior, Evilexia e sua horda de miméticos domina toda a Europa. As identidades de tais líderes são desconhecidas.

*Criaturas imunes à substância tóxica: Deuses (e associados), bruxas, magos, licantropos, vampiros (e vários outros seres sobrenaturais poderosos)... e Rosie Campbell.



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