Destiny escrita por DhampirGirl


Capítulo 4
Capítulo 4 - A primeira vez que nos beijamos


Notas iniciais do capítulo

OI OI, GENTE!
Eu estou postando esse capítulo praticamente no limite máximo do prazo? Sim, porque sou brasileira e aqui se faz as coisas nos seis minutos de acréscimo do segundo tempo BVJDBSHDJKVBDSJHVBDBV Só vamo, pelo menos foi.
Ah, antes de ir para o capítulo, só gostaria de agradecer todo mundo que está acompanhando. Isso me deixa muito feliz ❤
Boa leitura!



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  O soar da música natalina Jingle Bell Rock do Randy Travis pelo apartamento de Thomas auxiliava a compor o ambiente aconchegante e amigável no qual Heather sentia-se incrivelmente feliz.

Apesar de Collins não acreditar fielmente no significado cristão por trás do Natal, ela sempre se rendeu à comemoração com a família que envolvia não só uma grande ceia na véspera, mas também trocas de presentes no dia 25 de Dezembro antes de ir para a Fun FM a fim de trabalhar por cinco horas e, nesse ano, adicionou mais uma tarefa: Dirigir-se até a casa do Wright a pedido dele para que pudessem festejar juntamente a Katherine e Josh já que nenhum deles viajou para encontrar seus parentes os quais moravam em outras cidades ou países.

 Os quatro, trajando suéteres vermelhos estúpidos, segundo si, com a estampa de um boneco de neve, estavam apenas sentados confortavelmente no sofá conversando depois de realizarem o Amigo Secreto – Heather tinha ironicamente tirado Thomas e o deu o livro “História de França” do Marc Ferro, enquanto recebeu um headphone da Beats Electronics de Josh. Sinceramente, a atração principal da festividade era Napoleão o qual se encontrava vestindo uma fantasia adorável de Papai Noel e esquecia que estava enorme já ao pular nos seus colos.

 A garota estava com a cabeça apoiada no ombro do Wright que a circundava com o braço esticado no encosto do sofá e estava morta de vergonha por isso, porém não sentia vontade de se mover para outro lugar em razão de ali estar agradável demais. Aliás, ela reconhecia que algumas horas Katherine lhes encarava desconfiada, a fazendo imaginar assim que seus sentimentos acerca do homem estavam expostos na face e que a moça soubesse os ler por completo - Isso a assustava tanto -, mas em seguida ignorava ao vê-la desviar sua atenção para qualquer outra coisa aleatória como se nada estivesse acontecendo.

 Francamente, não estava lidando com isso pela primeira vez. Foram diversos os episódios que Thomas e Heather receberam olhares ou indiretas sobre o relacionamento deles, entretanto ela não tinha como culpar as demais pessoas por deduzirem algo diferente da realidade já que agiam estranhamente. Por exemplo, os dois estavam criando o hábito de trocarem toques íntimos, sentarem próximos e até mesmo terminar as frases um do outro alguns momentos e eram coisas tão "casal" que a irritavam muito, especialmente por não conseguir controlar mais.

 Tudo porque, nesses seis meses desde o dia que cozinharam juntos os macarons, seus sentimentos ficaram claros em tal grau que apenas lhe restou aceitar a paixão por seu melhor amigo e, desse modo, o desejo de estar perto, o tocando, aumentou de forma extraordinária. O pior era que um anseio similar pareceu ter surgido em o Wright, o que a fez criar infelizmente uma fagulha de esperança de que a poderia existir uma relação romântica entre eles.

 Resumidamente, a situação estava complicada para a garota.

 Em determinado momento, quando os quatro resolveram que não tinham mais assuntos, Josh ligou a televisão e colocou o DVD “O Grinch” da coleção de Thomas o qual se ofereceu para pegar comida depois de alguns minutos:

 “Eu vou preparar um pouco de pipoca, topam?” Ele teve que falar alto, pois o volume do filme estava elevado, e todos concordaram entusiasmadamente no mesmo instante, o fazendo rir “Bando de mortos de fome. Heather, você pode me ajudar?”

 Collins moveu a cabeça para poder encarar Wright que já lhe fitava – Aqueles malditos e maravilhosos olhos verdes – sorrindo docemente.

 Ela sentiu que teve um mini ataque cardíaco.

 “Claro, por que não? Com uma sala cheia de chefs, eu sou realmente a melhor opção para isso" Disse ironicamente, apontando para Josh e Katherine que não era de verdade uma chef, contudo sabia muito mais que ela.

 "Para. Eu só quero fazer com você, algum problema?" Ele arqueou a sobrancelha em desafio.

 "Não mesmo."

 Os dois então se levantaram e seguiram até a cozinha com o olhar de Katherine os acompanhando intensamente até que alcançassem o cômodo desejado. Collins quis sentar-se num cantinho escuro para que ninguém mais pudesse a ver depois disso, mas seguiu firme.

 Sem dizer uma palavra, Thomas pegou um saco de papel de pão no balcão, buscou pelo milho no armário, recheou o saco com o cereal, o fechou bem para, em seguida, levá-lo até o micro-ondas – Técnica ensinada por Heather nas diversas noites que os dois organizaram uma “festa do pijama” no seu apartamento, o que a deixou feliz por ele ainda a usar – e enfim virou-se para a garota a qual estava parada esperando por alguma ação vinda dele.

 "Não era suposto que eu te ajudasse?" Ela perguntou e recebeu um aceno negativo como resposta "Como assim 'não'?"

 “Eu queria te dar uma coisa na verdade" O sotaque britânico de Wright surgiu mais fortemente, denotando que havia certo nervosismo e ansiedade ali “Sei que a gente combinou de não comprar nenhum presente para nós além do Amigo Secreto, mas, quando vi isso, só conseguia pensar em você e simplesmente não pude deixar para trás. Sinto muito.”

 "Você não podia gastar dinheiro comigo” Collins aproximou-se dele que estava apoiado na pia ajeitando o óculos no rosto.

“Eu sei” Virou-se para ela, parecendo verdadeiramente nervoso. Thomas e seu hábito de se preocupar com coisas mínimas “Mas sabia que você amaria e isso é importante para mim, ok?”

 Heather calou-se sem ter como argumentar contra, pois compreendia o sentimento: Se não tivesse o tirado no Amigo Secreto, tinha certeza que compraria o livro só para o ver feliz com ele nas mãos como aconteceu mais cedo.

“Ok. Eu entendo” Dignou-se a dizer isso e a encostar-se na pia ao lado dele.

 “Ele está aqui no armário, porque sabia que ia ter que te entregar escondido, então criei esse plano bobo e... Espera aí.”

Thomas correu até o móvel, abriu uma das portas, tirou dali um objeto quadrado de fina espessura, embrulhado em um fofo papel de presente estampado com dinossauros, e retornou para onde estava anteriormente a fim de, em seguida, o oferecer para a garota:

 “Espero que você goste e, bem, feliz Natal!”

 Com cautela, ela pegou o presente e retirou o embrulho delicadamente para se deparar com o disco de vinil “Sticky Fingers” do The Rolling Stones em um estado quase perfeito onde até mesmo o zíper da calça estava consideravelmente intacto.

 “Ah, cara” Sua cabeça virou rapidamente em direção ao homem o qual lhe encarava ansioso “Você só pode estar brincando comigo.”

 Heather estava procurando por esse disco de vinil desde que tinha dezesseis anos e absolutamente nunca tinha o encontrado. Era seu sonho de consumo e o ter ali, nas suas mãos, trazia uma sensação tão mágica. Provavelmente dormiria agarrada com ele essa noite.

“É sério. Quando fui para Inglaterra mês passado, andei visitando umas feirinhas locais e o encontrei por lá. No mesmo instante lembrei de você tagarelando como seu sonho era comprar ele e só... Foi, comprei"

 “Eu juro que nem sei o que dizer agora” Collins confessou, porque de verdade só conseguia pensar em agarrar o vinil objetivando nunca mais o tirar de sua vista e em controlar o choro que parecia querer fluir.

 “Está tudo bem” Thomas sorriu abertamente  “Você gostou, está feliz e é isso que importa.”

 Ela não conseguiu ignorar essa fala adorável que aqueceu seu peito, portanto, depositou Sticky Fingers com muito pesar na mesa e puxou o homem para um abraço.

 “Obrigada, obrigada mesmo. Esse é um dos melhores presentes que já ganhei  na minha vida inteira. Se não, o melhor” Comentou baixinho, tendo que erguer-se na ponta dos pé a fim de conseguir dizer perto da orelha de Wright e evitar também que ele ficasse todo encurvado só para poder a abraçar direito como já tinha acontecido algumas vezes.

  “Isso é ótimo” A voz de Thomas tão próxima de seu ouvido assim promoveu um arrepio no corpo dela “Ei, Heather, posso te confessar uma coisa?”

 “Sempre.”

“Você não precisa fazer nada com essa informação, tá bom? Só sinto tanto que preciso te dizer agora que não posso mais guardar para mim” O aperto envolta de seu tronco aumentou consideravelmente e Collins começou a se sentir nervosa.

 “Pode me dizer o que quiser. Sério” Isso era a mais pura verdade, pois, se o homem quisesse comentar até sobre sua lista de supermercado, ela ficaria contente em ouvir.

“Certo, lá vai” Ele respirou fundo duas vezes e a garota pôde sentir o movimento do tórax dele contra si “Eu gosto de você e não é como amigo.”

 Nesse exato segundo, o mundo de Heather estagnou. Seus neurônios pararam de funcionar corretamente, a fazendo não ser capaz de nem mesmo reagir, o corpo ficou gélido e o coração diminuiu o batimento cardíaco. Provavelmente até a Terra também parou de rotacionar e realizar translação, porque o que foi o que acabou de ser dito mesmo? Thomas Wright confessou gostar dela?

 “O quê?” Sua voz estava irregular e sinceramente não tinha condições para tentar a arrumar agora, pois toda a capacidade mental dela estava voltada para assimilar a informação.

 O homem quebrou o contato a fim de poder encará-la e isso foi ao mesmo tempo horrível e maravilhoso. Enquanto sentia-se exposta aos olhos dele porque se encontrava num momento vulnerável, parecia estar sendo reconfortada pela visão tão comum.

 “Eu disse que gosto de você e não é como amigo” Ele também aparentava estar frágil naquele instante.

 Thomas disse pela segunda vez que gostava dela romanticamente. Não deveria ser uma mentira então. Por que isso só piora as coisas?

 “Desde... Desde quando?” Collins necessitava de respostas. Era caso de vida ou morte.

 “Eu não sei?” Wright fez uma careta confusa, tentando pensar no assunto “Não acordei um dia tendo certeza que gostava de você, mas sim foi algo gradual. Começou comigo adorando o seu sorriso e terminou com uma das minhas principais metas te ver alegre sempre. Sentia que poderia fazer praticamente fazer qualquer coisa só para te arrancar um sorriso, Heather. Foi tão louco tudo.”

 “Ah, cara” Ela murmurou antes de distanciar com a mão boca, procurando digerir a situação.

 Collins de verdade não estava preparada para quando esse momento chegasse. Na verdade, nem tinha certeza se ele chegaria. Estava tão acostumada a ficar fazendo teorias sobre se o sentimento era recíproco que não se organizou para a chance de declaração. O que deveria fazer agora? Beijá-lo? Porque ela queria muito fazer isso. Esperou onze meses a fim de poder finalmente provar os lábios de Thomas. Mas será que deveria falar alguma coisa antes? Ele tinha dito coisas tão sinceras que seria injusto não retribuir. O que falar então? “Sou apaixonada por você faz muito tempo e esperei tanto por esse momento”? Não, isso parecia carente demais para si.

 “Heather, você não precisa retribuir. Eu juro que fico feliz só de poder ser seu amigo. A gente pode continuar a amizade como se nada tivesse acontecido. Isso! Deleta tudo o que te disse” Wright falava rapidamente, atrapalhando assim todo o seu raciocínio.

 “Cala a boca” Embora não fosse algo educado de se pedir, a garota só conseguiu dizer isso para ver se conseguia se recompor.

 “O quê? Por quê? Você está brava comigo? Quer que a gente pare de ser amigo? Tá tudo bem, você po...”

  Thomas não teve oportunidade de terminar de dizer o que queria, pois foi impedido por um par de lábios colando sobre os seus.

  O ato de calar Wright com um beijo foi totalmente impulsivo, no entanto Collins estava no auge de seu descontrole. Ela só queria tanto e nada mais parecia certo. Somente aquele contato tão almejado poderia demonstrar seus sentimentos sem que passasse alguma vergonha por dizer coisas estúpidas e incoerentes, porque era isso que aconteceria caso tentasse se declarar também.

 A parte boa é que, depois de alguns instantes no qual o homem ficou compreendendo a situação, o ósculo foi correspondido. Os lábios tocaram-se calma e suavemente, como se estivessem estudando a área – O que não deixava de ser verdade – e as mãos esgueiraram-se para seus devidos lugares: Thomas depositou suas palmas na cintura da garota, enquanto ela movia as dela do rosto alheio para a nuca a fim de poder o circundar e aproximar ainda mais os corpos.

 Tudo o que Collins sentia naquele ponto era os sentimentos de paixão queimando no peito, de alívio por finalmente ter tomado a coragem de beijar Wright e o de estranhamento, afinal, o que estava vivenciando ali era tão diferente de qualquer coisa que já tinha experimentado. Ia além do desejo carnal o qual conheceu com seus relacionamentos anteriores e aproximava-se de algo quase etéreo. 

 Quando Heather tentou investir mais profundamente no ósculo, porque só queria mais e nada parecia a satisfazer, os óculos dela e de Wright se chocaram, o micro-ondas começou a apitar sinalizando o término do preparo da pipoca pelo o que parecia ser a segunda vez já que o som era diferente do habitual e Napoleão estava a latir por conta do barulho do eletrodoméstico.

  Ainda não estava no momento ideal para algo mais intenso. Tudo bem,  ela compreendia. Era até melhor assim, porque estava devendo uma declaração digna para Thomas e tinham que conversar melhor sobre seus sentimentos para ver o que fariam dali para frente. 

 No entanto, Collins teve que lhe dar um selinho antes de se distanciar só para apreciar mais aqueles lábios os quais tanto adorava.


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Notas finais do capítulo

E aí, gente, o que acharam?

Um beijo,
DhampirGirl