Antes De Ser Mulher Eu Era Uma Menina escrita por Alice Shalom


Capítulo 2
Enfrentando Professores


Notas iniciais do capítulo

Como o cap. de introdução pode estar bugando, a primeira parte desse cap. vai ser a introdução. Mais a baixo, nesta mesma pagina, vocês podem ler o Cap. 1 mesmo.

Essa é a primeira parte do meu primeiro ano de Ensino Médio.



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INTRODUÇÃO

Minha vida no Ensino Médio me lembra muito a Tsukushi de Hana Yori Dango. Eu só queria estudar, ficar na minha, fazer alguns amigos, e formar logo. Queria sair desse universo de Ensino Médio e ir logo estudar o que eu tinha direito de escolher. Pensei até em ter um romance, mas se fosse para eu escolher entre o trabalho para entregar amanhã e um namorado, com certeza seria o trabalho.

Apesar de ter 14 anos, e ter conhecido crianças mais jovens que eu e já tinham dado o **, eu preferia viver no mundo da fantasia. Assistir, filmes, animes, brincar de herói, de bonequinhos fazendo mini fazendas, florestinhas no jardim de casa, fazendo filminhos amadores… eu deixava minha imaginação voar! Estudar… eu até esquecia de estudar. Mas quando o assunto era namorar, eu me lembrava que meu namorado deveria ser os livros!

Não gostava de ler os livros da escola. Eles davam livros como Dom Casmurro para crianças de 11 anos sendo que eu nunca havia pegado um livro infantil além de vinte páginas para ler. No fundamental eu era uma das que tirava notas baixas nas provas e menos fazia para casa da professora de português. Mas é porque ela dava para casa todos os dias da semana, menos na sexta (graças a Deus, meu fim de semana estava salvo). E todos os dias eu brincava no jardim com os bonequinhos de floresta, de fazenda e eles lutavam contra o Mestre Roxo que queria dominar tudo junto com o Duende Malvado. Eu tinha que resolver esse assunto era muito mais interessante que um para casa de português. Só de noite quando eu ia arrumar a mochila pro dia seguinte que eu me lembrava que não havia feito o para casa de português, de novo. A professora achava que eu a perseguia, eu esquecia os para casa das outras matérias também, mas não era todo dia, já que não era todo dia que eles me davam para casa. Só ela.

Na formatura do fundamental, não me lembro de ter cantado o hino nacional, meus irmãos e minha mãe era assim também, teimosos. Se você quer me obrigar, então vai conseguir pouca coisa de mim. Acho que é por isso que assim que entrei a primeira vez na escola, atrás de minha irmã mais velha, aos dois anos de idade que descobri que eu teria que ficar em uma sala separada dela, com o recreio em horários diferentes, com crianças estranhas que nem sabia abrir suas lancheiras…

Que vontade de chorar agora, como eu consegui superar isso? Só lembro que em qualquer oportunidade que a tia Mônica virava as costas eu passava por debaixo na porta que parecia aqueles portões de filmes de velho oeste e fugia pra sala da minha irmã. Eu queria ir para a escola para ficar com minha irmã, não estudar. Mas como eu, uma criança de dois anos, ai saber que neste mundo existia um lugar que nos obrigaríamos ir de qualquer jeito chamado escola? Depois disso eles trocaram o portãozinho para não ter como eu fugir, mas a sala recebia visitas de outras pessoas, e nessas visitas eu fugia de novo pra minha maninha.

Antes de entrar na escolinha eu já fazia natação. Fui fazer natação para ir atrás de minha irmã também. Porém ela ficava na turma dos mais velhos e eu só ficava no colo aprendendo a prender a respiração e mergulhar. Lembro que eu tinha menos que um ano quando decidi fazer natação.

Quero ir ali. - Apontei para a piscina.

Só me lembro dos adultos me desafiando.

Você não sabe nadar e é pequena.

Com fralda e tudo eu pulei na piscina para provar para eles que eu sabia nadar sim. Pulou uns dois ou três pra me “salvar”. No pouco tempo que eu estava flutuando na água, minha mãe percebeu que eu realmente sabia nadar e me matriculou na aula de natação.

No fundamental, eu batia em todos que me perturbavam ou ameaçavam maltratar qualquer animal ou pessoa “diferente” deles. Fingi não me importar mais com a natureza para ver se a morte de insetos diminuia, pois meus colegas só matava os bichinhos para me provocar. Os garotos que sofriam bullying não se defendiam e nem procurava pelos professores, eu que resolvia tudo, mas quando percebi que os sujeitos não lutavam pela causa deles, eu parei de lutar por eles. Meus colegas eram crianças com menos de 14 anos que já tinham tido várias experiências de vida que até hoje eu com 21 anos nunca tive. Na formatura, assim que me deram o diploma e terminou a cerimônia, deixei meus colegas chorando para trás corri até meus pais e ansiosa falei:

Vamos embora?

Formar sempre foi um sonho, e naquele dia, se realizou.

Agora que já dei uma pincelada na minha vida antes do Ensino Médio, vamos ao que interessa nessa história. Quero dizer a vocês como venci o Ensino Médio sendo essa pessoa cheia de sonhos e fantasias partindo para um mundo cheio de preconceitos e mentiras.

 

CAPITULO 1

Quatro anos depois que formei, eu nunca mais quis ouvir falar das escolas que eu estudei, mas agora que acordei de madrugada inspirada em escrever todas as batalhas que eu lutei, enfrentei e venci, vou escrever né.

 

Quando entrei no Ensino Médio em uma escola diferente, eu queria fazer diferente. Então, como ninguém da outra escola ouviu falar de minhas atitudes agressivas com os massacres das lagartas (eu nem gostava desse bicho, mas todos tem direito de viver) decidi mudar totalmente minha personalidade e ver no que ia dar. Neste mesmo ano eu iria ter um sonho com um garoto que eu nunca vi nem ouvi, mas que futuramente viraria uma fanfic do Nyah “Eu O Conheci Em Um Sonho”. Escrevi meus relatos de sonhos e o que passava pela minha cabeça, além de algumas pesquisas que eu fazia e ajudas que eu pedia para tentar entender esse “fenômeno”.

 

O primeiro ano do Ensino Médio conheci uma garota bem legal de passar o tempo. Ela gostava dos backstreet boys e ficava me contando sobre eles. Nós duas ficávamos em uma sala de trinta alunos. Sentávamos em frente a mesa do professor, e éramos as únicas que ouvia a aula. Chegava um momento que o professor sentava do nosso lado, fazendo uma rodinha e dava aula para nós duas. Alunos que estavam ruim nesta matéria se juntavam a nós.

 

O professor de matemática era otaku, ou seja, fã de animes. Ele dava a aula rapidinho para depois sentar do meu lado e conversar sobre DBZ e Yu Yu Hakusho. Só tinha um detalhe, ele era bonito, e as garotas sempre tinham dúvidas nesta matéria, se é que vocês me entendem. Quando eu decidi sair dessa escola e ir para outra no segundo ano, ele me deu todo apoio e falava que eu merecia escola melhor.

 

Nessa mesma escola, me lembro de ser bem sincera com os professores. A professora mais brava deu um para casa e a maioria esqueceu de fazer, eu era uma deles. No mesmo dia ela esqueceu de levar as provas corrigidas, por isso eu inocentemente levantei e pedi licença pra falar:

"Se nós a perdoamos que você esqueceu as provas, você também tem que nos perdoar por termos esquecido de fazer o para casa."

 

Rolou gritos e assobios na sala, minha intenção era apenas colocar os fatos na mesa e verdade seja dita. A professora no final deu uma chance, só pra mim, ela falou que meus colegas eram diferente de mim. Claro, eu realmente queria aprender a matéria dela, e meus colegas só queriam se pegar.

 

Outro episódio foi com a professora que dava aula em colégio militar. Fomos para a sala de informática fazer um exercício. Quando terminei o trabalho pedi permissão para ela de eu e minha colega mexermos livremente pelas redes. A professora obviamente não permitiu, mas de longe vi que ela estava fazendo justamente isso no tablet dela, então tive que abrir a boca e falar:

"Mas você também está mexendo nas redes."

 

E novamente rolou gritos e assobios na sala, minha intenção era apenas expor para ela que eu tinha essa liberdade de mexer nas redes tanto quanto ela. Mesmo assim, ela não me permitiu mexer nas redes, deu dois minutos e o sinal tocou. Depois ela foi até eu me pedir desculpas, pois se ela liberasse para mim teria que liberar para os meus colegas e eles não sabiam usar a liberdade se lhes fosse concedida. Comecei a me sentir injustiçada por ter que passar por umas situações por causa de colegas irresponsáveis. Até no intervalo eu era expulsa de sala e a trancavam, pois alguém podia roubar algo de alguém, e eu só queria ficar sentada, longe do fluxo de pessoas, perto dos meus pertences.

 

Lembro-me também da aula de inglês. Os alunos humilhavam demais minha professora, jogavam borracha, papel nela e ela sempre se mantinha “equilibrada”. Mas houve um dia que ela explodiu, e ameaçou a turma de todos tomarem bomba, e eu, ingênua, pensei que estava inclusa nesta ameaça. Sai da sala e chorei no banheiro. Cheguei em casa e minha mãe descobriu, ela estava terminando de cursar pedagogia e sempre me orientava em como lidar com os professores que se colocavam como autoridades na sala de aula, ela só me falou uma coisa:

"Nunca mais volta chorando pra casa por causa do desaforo de uma professora."

 

Na aula seguinte, fui conversar com a professora:

"Ninguém presta atenção na sua aula, porque ela é muito desinteressante."

Assobios e gritos, minha colega cochichou:

"Alice como você pode falar isso??"

"Mas é verdade."

O legal é que a professora entendeu que minha intenção era das melhores.

"Então o que você sugere?" - Perguntou mansa.

"Quadrinhos. Podemos fazer quadrinho e colocar as falas em inglês. É um exercício divertido."

Assim ela fez. Pediu a todos que fizessem o quadrinho. No dia de entregar, só eu tinha feito. A professora veio até mim e falou:

"Alice, viu? Não tem como dar nada divertido para essa turma, porque eles não querem estudar, eles não querem saber de nada."

Agora eu estava começando a entender. Meus colegas mereciam aqueles professores autoritários, mas eu não. E por isso os professores me tratavam diferente, mas só particularmente.


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Notas finais do capítulo

Continuem ligados, pois já tenho capítulos prontos pra lançar!



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