Antes De Ser Mulher Eu Era Uma Menina escrita por Alice Shalom


Capítulo 3
Trocando de Escola




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Nos primeiro dias de aula, minha esperança de amizade era com a filha da coordenadora da escola. A coordenadora tinha fama de ser da pesada. Ela entrou na escola para botar ordem em tudo. Ao me aproximar de sua filha, imaginando que fosse uma pessoa que gostava de ficar no seu canto e ser estudiosa, eu estava redondamente enganada. Pra começar, que não deu muito tempo, ela arrumou um namorado. Percebi que nosso objetivo era bem diferente. Meu tempo de dedicação com namorado era distribuído entre estudar e assistir animes. Tentei várias vezes me aproximar dela, e a coordenadora queria que fossemos amigas, pois minha mãe era aluna de pedagogia dela. Mas de nada adiantou. A garota era de farra, e eu era de casa.

 

Minha mãe foi fazer estágio nessa escola e conseguiu até invadir minha sala de aula. A coordenadora da escola, também professora de minha mãe de pedagogia, a desafiou pedindo que avaliasse seu trabalho na escola que ela estava botando ordem. Pra quê? No mesmo ano meu irmão saiu da escola e eu também.

"Você queria que eu avaliasse, e avaliei."- Foi o que minha mãe falou a sua professora de estágio.

 

Os funcionários da escola acham que eram superiores aos alunos. Fiquei com tanto ódio deles que prometi a mim mesma que um dia passaria um trator naquele lugar. Hoje, nem sei se ligo mais pra isso.

 

Lembro que nessa escola conheci o primeiro menino que tocou em minha cintura. Ele nem estava interessado em mim, mas me pegou em uma conversa com minha mãe no intervalo que falávamos que ele era bonito. Ele apareceu do nada atrás de mim. Acho que foi também o primeiro toque de testosterona que senti em meu corpo. Com 15 anos. Mas vou voltar aos livros e animes.

 

Minha colega, a única além de mim que estudava também, a única daquela sala que eu poderia dizer “essa pessoa é minha amiga”. Quando a visitei em sua casa, mesmo ela sabendo que eu não bebia, permaneceu em silencio quando sua mãe me ofereceu um suco. Minha irmã, mais velha cheirou o copo antes e só me falou "lice não bebe". Porém foi tarde de mais, eu novamente ingênua, dei o primeiro gole. Era docinho, mas tinha algo que descia na minha garganta que queimava e doeu. . Perguntei o que era:

"É licor de jabuticaba." - respondeu a mãe dela.

"Posso ir ao banheiro?" - Cuspi o máximo que pude, passei água na boca e voltei.

"Você não bebe?" - a mãe assustada perguntou.

Sem contar o fato que eu tinha 14 anos, minha “amiga” por outro lado defendeu a bebida ignorando meus princípios.

"Sinto que perdi minha virgindade." - Enfim falei.

 

Pois era dessa forma que eu me sentia, que tinha sido violada. Sempre obedeci minha mãe em tudo e ela me alertou para tomar cuidado com os colegas, mas eu achava que aquela garota era minha amiga e respeitaria meus princípios.

Nunca mais confiarei nela, mas eu já a perdoei.

 

Os alunos dessa escola eram simples, diferentes da “Eitoku Gakuen” do fundamental, que todos tinha celular, que todos tinham tudo e eu só tinha meus bonequinhos da floresta e os animes, eu me orgulho disso até hoje!

 

Depois que minha mãe decidiu me tirar da escola, encontrou uma outra escola para eu estudar. Vou chamar essa escola de Eitoku (em homenagem a Hana Yori Dango), além das pessoas serem riquinhas (que no caso eu nem ligo, mas parece que essas pessoas ficam achando que são melhores do que as outras só por causa que seus papais ganham mais do que os pais dos outros), e eram tão ** quanto os alunos desse dorama. Uma boa homenagem.

 

Minha mãe permitiu que eu escolhesse entre a Eitoku e a escolha escada rolante (a atual). Escada rolante significa, você estudando ou não, aprendendo ou não você passa de ano e fo*a-se o vestibular. Pois é… Eu queira entrar em uma faculdade, e me conhecendo bem, não sentaria em uma mesa para estudar se meu pescoço não estivesse em jogo. Minha pergunta foi única:

"Essa escola, Eitoku, é barra pesada? Se eu entrar nela, vou passar no vestibular?"

"Passar no vestibular vai depender de você, mas aqui é dureza!" - Respondeu minha futura supervisora, linda!

"Então é aqui que eu quero entrar." - respondi.

Eu senti que além do vestibular, eu teria que passar por provas sociais e superar vários obstáculos da minha mente. Eu percebi que estava na hora de entrar no campo de batalha e amadurecer. E senti que era ali que eu cresceria muito.

Essa supervisora, a Cintia (esse nome me assusta até hoje), foi minha maior “inimiga” e maior professora. Sou muito grata a ela por todos os momentos que ela foi grossa comigo e eu conseguia testar minhas forças para me defender. É sério, o que eu vou contar aqui foi chato viu… mas eu realmente sou grata a ela. Tenho até uma frase de superação: “Depois que eu venci a Cintia, ninguém nesse mundo me assusta.” O mundo é fichinha perto do que eu enfrentei com ela.


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Notas finais do capítulo

Em breve mais capítulos!



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