Aqua, o filhote de humano escrita por Mar la


Capítulo 26
Pra onde a gente vai?




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Era um adulto de cabelos ruivos, pele clara, em que seu punho uma chama provavelmente a causadora da explosão permanecia ativa. Mhonikr franziu as sobrancelhas e os dentes, com raiva.

— Akai?! Você... Como ousa?!  — A dragão deu um pequeno passo, onde raízes enormes brotaram do chão, ficando em volta daquele que seria seu inimigo. Ela estava pronta para atacar, mas Mari logo interviu, colocando a mão em seu ombro. Wan ficava sério, apenas olhando a situação. Já Aqua, conseguiu ver quem era quando a poeira abaixou, e sua frustração ao perceber que não era quem ele almejava foi grande. A pessoa que apareceu ali, era um rapaz, também um dragão, mas ele tinha um belo contraste avermelhado em suas escamas, cabelos e olhos. De alguma forma... aquela presença Aqua sentia que era um pouco familiar. Mas não o conhecia.

— Mhonikr, não faça nenhum movimento brusco demais. Esse traidor com certeza não está sozinho. — Disse Mari, estática. Os dois filhotes de dragão, estavam amedrontados. Aqua olhou para a garotinha, ela olhava-o diretamente nos olhos. O que deixava-o ligeiramente nervoso.

— Não me importo com o que ou quem pode ser aliado á Akai! Ele encostou as mãos sujas, em meus filhotes, eu não o perdoarei! — No final da fala de Mhonikr o filhote macho de dragão, começa a chorar, tremulo e extremamente nervoso. Tendo uma crise de ansiedade com a situação que passava.

— Mãe! Eu imploro não faça nada! Não faça nada! Não faça nada! — E ele continuou repetindo, o que fez com que Mhonikr ao mesmo tempo que tivesse o sentimento de piedade por seu filho, medo por entender que ele escondia alguma coisa, pois conhecia o filhote que criava, e seu filhote não entraria numa crise por nada. Ela ficou parada. E desta vez Wan, é quem queria saber de fato o que estava acontecendo. Aquela situação em que lhe deixava um tanto quanto encurralado, tomando ordens em vez de simplesmente tomar uma atitude e brigar até que haja um morto. O deixava completamente impaciente. E o motivo não era os seus filhotes, era apenas o seu ego de superioridade sendo delicadamente machucado.

— Akai, por que nos traiu? — Perguntou Mari, com uma voz calma, tão quanto a sua expressão e aura que emanava.

— E te interessa? É tão idiota perguntar pro traidor por que ele traiu, como se ele fosse contar todos os detalhes da sua vida, do plano que ele tem e etc. Vocês são o que? Burros? Aé, sim... Eu traí vocês por isso. São muito burros. — A temperatura começou a cair, fazendo com que pequenos flocos de neve caíssem de forma delicada. Aqua começou a sentir o impacto do frio, da magia de Wan, irritado com a resposta de Akai, e então começou a tremer. Os outros, apesar de também sentirem a mudança, eram mais fortes. Isto fez com que Akai desse um passo para frente e levantasse as mãos para cima.

— Ok ok, Wan de gelo que na verdade tá sempre esquentadinho. Se continuar assim, vai prejudicar a saúde do humano. E isto prejudica a saúde dos teus filhotes. É só isto o que tenho a dizer.

— E você acha que eu ligo para filhotes? — Wan em menos de um segundo, criou uma estaca de gelo que foi diretamente ao pescoço de Aqua. Akai esticou o braço e a mão, estendendo-o afim de fazer algo para proteger o filhote. Uma explosão de ar foi feita em volta de Aqua fazendo com que os que estivessem próximos fossem empurrados com a força, e uma espécie de bolha protetiva como um vidro forte.

O colar, aquele antigo colar que ele ganhou quando bebê daquela velha no ponto do destino. Ele brilhava e flutuava enquanto o escudo o protegia. Akai rapidamente estendeu a mão, mesmo que de longe para o humano que não estava entendendo nada, mas que ao ver o gesto do outro, tomou atitude, e correu o máximo que pôde em direção do ruivo de cabelos vermelho fogo.

— Mas o q- Vocês não vão escapar! — Wan criou e lançou mais uma estaca. Mas desta vez Akai pôde reagir e com sua magia de fogo, ele conseguiu derrete-la parcialmente, mas na medida certa para que ela perdesse a força antes de chegar até eles e não passasse de um pedacinho de gelo. Aqua estava prestes a chegar e alcançar a mão de Akai, mas logo uma das raízes de Mhonikr fez uma espécie de muro bloqueando-o. Akai tentou incendiar e abrir caminho, mas as plantas e o nível de magia entre eles era grande demais. Wan irritado, criou diversas estacas prontas e apontadas para o humano e o dragão traidor. Mas o foco destas lanças logo foi trocado para Aya, que inesperadamente surge em frente a eles. Revidando a magia de Wan com mais magia de gelo, e logo fazendo uma espécie de almofada de ar, transportando Aqua por cima dos muros de Mhonikr e deixando o filhote com Akai. Que para fugir usou da sua combinação de magia de fogo com a de Aya que estava sendo a de ar naquele momento ao ajudar o Aqua, uma grande cortina grossa de fogo, potencializando a magia de Akai e sendo capaz de queimar as plantas que Mhonikir criava tentando alcança-los.

— Então decidiu se mostrar? — Mari suspirou como se lhe faltasse a paciência. — Se não fosse o surto de Wan, por quanto tempo você ficaria fingindo ser a filhote destes dois?

— Só um falso pra poder reconhecer o outro não é mesmo Mari? — Aya sorriu de um jeito sarcástico. Mhonikir assim que ouviu sobre o fato de Aya estar fingindo ser sua filhote, ela olhou para o outro. Percebendo que ele continuava ali, amarrado.

— O que você fez com minha filhote Aya? — Ela o pegou sua cria, com a sua magia e o trouxe para perto de si. Envolvendo-o com plantas delicadas, aromáticas e medicinais.

— Talvez o mesmo que você faria com o meu? Não sei. A única coisa que tenho certeza, é que vocês não vão por mais um dedo em Aqua. — Aya olhou-os com seriedade. Seu tom de voz estava baixo, mas ainda sendo possível de se ouvir muito bem. Sua aura que normalmente é neutra, mostrou-se ameaçadora. E este ato fez com que Wan se transformasse em sua forma bestial. Um dragão, esguio e branco. De chifres e corpo longo, magro. Instantaneamente o que ele tocava se tornava neve. Ele veio com tudo para cima de Aya, que este respondeu e também transformou-se em sua forma original. Aya era um dragão grande, encorpado, mas delicado e com aspectos diferentes dos outros. Era como se ele fosse magia pura e seu corpo fosse apenas uma completa carcaça. Comparado com sua versão mais “humanoide”, ele se tornava um tanto quanto assustador naquela aparência. Mas era daquela forma em que ele transcendia em todos os aspectos o seu nível de força.

Ao transformar-se, o impacto de magia era tão alto, que a terra tremia, o ar mudava e podia-se sentir a magia ao ar. Ainda mais quando dois dragões daquele porte se encontravam tão perto.

Aqua e Akai corria para as matas. Quando sentiram aquela mudança na atmosfera. Aqua soltou da mão de Akai, parou e olhou para trás. Podendo ver o topo da cabeça de Aya e de um pouco da de Wan. Akai também olhou para aquilo e só voltou a pegar a mão de Aqua, que de forma teimosa, esquivou do toque e deu um passo para trás, com seus olhos lacrimejantes.

— É... o Aya? — Ele perguntou. Era a primeira vez que ele via, mesmo que de longe e nem sem saber dos detalhes, a pessoa que ele mais amava daquela forma. Ele sabia que Aya era forte, mas não imaginava que dragões transformados seriam daquele jeito, daquele tamanho e daquela intensidade.

— Sim, agora vamos antes que dê merda. E se você teimar, eu vou ter qu...

— Eu não vou teimar. É só que... Ele tá sozinho lá, e se eu não ver ele nunca mais? — Aqua tinha uma entonação triste, o que fez com que Akai risse, não de deboche mas porque para ele aquela situação de ver um filhote se importando com Aya, era nova. Em forma de consolo Akai colocou a mão direita na cabeça de Aqua e bagunçou os seus cabelos, brincando.

— Relaxa, se fosse pra ele não voltar mais já não teria voltado a muito tempo, desde que você era um cagão de fraldas. — Aqua o olhou emburrado. E deu uma última olhada em Aya, suspirou fundo, enchendo o peito e depois soltando o ar pelo nariz, devagarinho. Voltando por fim, a andar junto de Akai. — Então pra onde a gente vai?


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