Aqua, o filhote de humano escrita por Mar la


Capítulo 24
Golpe




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Na primeira semana do inverno estava marcado o encontro entre os dois grandes Reis. A rainha Arla já desde o primeiro dia esperava ansiosa e com todas as preparações prontas. Os seus trabalhadores também, já estavam em prontidão e na espera de Eskar.

Foi no 3° dia de temperatura mais baixa que Eskar o grande urso polar chegou na mansão em que a loba estava. Foi bem recebido, e seus aliados que o acompanharam na viagem o esperaram no lado de fora. Agora, o grandalhão de bigode e cavanhaque feito, estrutura larga e grande altura, fechava a porta do escritório oficial da rainha.

— Bom dia, grande rei. — Disse Arla, com sua voz doce porém forte e dominante. Suas grandes orelhas prateadas se mantinham de pé, não era proposital, mas sim uma característica normal de sua natureza e dominância lupina. No escritório, havia uma grande mesa longa, onde seu lado mais comprido ficaria de forma vertical típica de reuniões. Quem entrasse no recinto, veria a mesa como uma grande linha reta em sua frente seguindo o comprimento da sala. A decoração era simples, mas bem aconchegante e de acordo com a classe do local. A rainha como de costume, estaria sentada na ponta sul da mesa, tomando um chá delicado e pouco doce. O de camomila era o seu favorito. Eskar se aproximou dela, e estendeu a mão com um sorriso que não mostrava os dentes. Arla o cumprimentou, e então ele sentou na cadeira mais próxima que a dela.

— Estamos apenas nós aqui. Se eu sentasse eu meu lugar de direito creio que ficaria um tanto estranho. — Enquanto falava, ele não a olhava nos olhos, mas ela por sua vez, mesmo que não tendo retribuição, o encarava nos olhos observando cada movimento que ele fazia.

— Acredito que sim. Mesmo que tenha sido seu pedido para que realizássemos este encontro formal entre apenas nós.  Inclusive, digo-te que fiquei curiosa. O que te tiraria do Norte para vir até aqui, rei Eskar? — Ele ficou em silêncio enquanto puxava a cadeira mais próxima dela, para então sentar-se. Pegar uma das xícaras que ali estava e servir-se com o mesmo chá que ela tomava enquanto o observava.

— Vim te fazer um convite, seria de extrema arrogância não convidá-la para juntar-se a nós.

— Convite de quê? E quem serão os participantes? — Ela indagou.

— Para a nova grande guerra minha rainha. — Ao ouvir a palavra guerra, os olhos de Arla tornaram-se mais sérios mas sua serenidade manteve-se em linha. Enquanto Eskar, apenas terminava de tomar seu chá, dando goles nas pausas de suas falas. — Desde o último evento, você optou por criar um mundo justo, que protege os mais fracos que agora se aglomeram aqui. Mas esqueceu que você, da realeza tem a possibilidade de se alimentar com as melhores carnes e bebidas. Mas, e os carnívoros pobres que tinham a caça como sustento? Agora sem caça, acha que suas condições de vida melhoraram?

— Eskar, nós do conselho já conversamos diversas vezes sobre isto. Foi votado. E pela maioria tivemos a resposta de equilíbrio.

— Não não querida Asla, não há equilíbrio em um mundo onde mesmo que sejamos civilizados ainda tenhamos nossas pirâ... — O barulho de uma xícara batendo mais forte na mesa de madeira, ecoou na sala. Arla interrompeu o discurso que Eskar preparava. Ela já sabia o que ele queria dizer, pois já teria ouvido diversas vezes.

— Rei no Norte, se sua vontade era de vir aqui tentar novamente mudar as regras deste nosso novo mundo justo, creio que já está terminada sua visita. — Eskar deixou a xícara na mesa. Se levantou e ajeitou a cadeira, e estendeu a mão para Arla, como cumprimento de despedida. Ela por educação o retribuiu e então ele foi até a porta. Mas, antes de sair por ela, ele deu uma pausa e virou-se para a loba.

— Como Rei e parte do conselho eu sigo as regras.Uma pequena que nossa Raínha seja a única contra este pensamento. Prepare-se. — Asla mostrou os dentes entendendo na mesma hora a traição que recebeu do conselho. Por mais que ela fosse justa, não significava que se preciso ela recorreria à força. As garras em seus dedos mostraram-se e ela levantou-se pronta para ir para cima de Eskar.

— Oh é mesmo, aqui é um local neutro não é mesmo? Uma pena que não podemos resolver isto com nossos dentes. Já que seria contra a sua regra, rainha. — Eskar sorriu olhando para a figura da fêmea, que mesmo com seu discurso ela não deixou-se abalar e foi para cima dele, que no mesmo instante como resposta abriu a porta revelando os outros membros do conselho que eram seus aliados. O Rei do Leste, A’ar, os representantes de Eol’la, Milna’har, Ghil’ea e Atl’an, no lugar de Umi e Sydra e também alguns representantes de algumas tribos como os Orks do Norte e os Anões do Leste.

— Como eu disse meus amigos, Arla só quer a justiça para com os outros, mas quando é para ela, a mesma quebra as regras. — Eskar riu enquanto Arla ficou parada olhando-os indignada, porém calada já entendendo a situação. Ela ajoelhou-se e estendeu os punhos em rendição. Aa’r aproximou-se dela e tocou-a nos punhos que logo ficaram presos pela magia forte de um elfo nobre como ele. Eskar andou pela sala, até chegar no lugar em que Arla antes estava sentada. Teoricamente agora ele era o rei, não só do Norte, mas de Aurora, afinal, A raínha foi traída pelo seu próprio conselho.


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